Do Canal Meio e outras fontes
“Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo.” Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resumiu nesta madrugada a jornalistas o encontro de cerca de 50 minutos que teve na véspera com o colega americano para discutir a maior crise em mais de 200 anos de relações bilaterais. Os dois se reuniram em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participaram de uma conferência. Classificando a conversa como “surpreendentemente boa”, o presidente brasileiro reconheceu o direito dos EUA de imporem tarifas comerciais, mas disse que, em relação ao Brasil, a medida foi tomada com base em informações erradas.
Nas próximas semanas, representantes dos dois governos vão se reunir para tentar um acordo comercial. Lula disse ainda que os dois conversaram sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe e que explicou a Trump que o processo “foi muito sério, com provas bem contundentes” e que Bolsonaro “faz parte do passado da política brasileira”. (g1)
Como nos primeiros encontros entre os dois, o tom foi amistoso, leve e cordial. Trump demonstrou ter conhecimento sobre a história de Lula e fez comentários sobre o tempo em que o presidente brasileiro ficou preso, além do fato de Lula ter sido presidente do Brasil por outras duas vezes. Mas Lula parece não ter conseguido alcançar um objetivo importante: convencer Trump a participar da COP30, que ocorre em novembro, em Belém. (CNN Brasil)
Donald Trump usou as redes sociais para comentar suas impressões sobre a reunião com Lula. De acordo com ele, Brasil e EUA estão muito próximos de “fechar acordos muito bons”. A declaração foi divulgada pela Casa Branca em sua conta oficial na rede X e veio acompanhada de uma foto de Lula e Trump apertando as mãos. “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil”, diz a legenda da postagem. Perguntado por jornalistas após o encontro sobre Bolsonaro, Trump disse que sempre gostou do ex-presidente. “Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele”, afirmou. (Globo)
Repercussão
Como era de se esperar, o encontro repercutiu ao longo do domingo no mundo político brasileiro. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), elogiaram a iniciativa. “Quando líderes escolhem conversar, a História agradece”, escreveu o deputado, enquanto Alcolumbre classificou a reunião como “muito positiva”. O governo comemorou, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), dizendo ter sido “um gol” de Lula.
Já os bolsonaristas se apegaram à menção ao ex-presidente na conversa. “Lula encontra Trump e, na mesa, um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO”, publicou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está desde fevereiro nos EUA. (Estadão)
Andreia Sadi: “No entorno de Bolsonaro, a foto de Lula e Trump é vista como derrota; já o Planalto trata Eduardo como cabo eleitoral. A avaliação, em ambos os lados, é de que imagem consolida interpretação de que petista ocupou o espaço de interlocução com o norte-americano”. (g1)
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