Do Canal Meio e outras fontes
Donald Trump venceu rapidamente sua primeira queda de braço com a América Latina por conta das deportações de imigrantes ilegais. Sob a ameaça de sanções comerciais, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, cedeu e aceitou que aviões militares dos Estados Unidos pousassem no país trazendo de volta colombianos deportados. Mais cedo, diante da recusa de Petro de aceitar os voos, a Casa Branca havia anunciado, entre outras medidas, uma taxação de 25% sobre todos os produtos colombianos, a ser elevada para 50% em uma semana. O governo de Bogotá chegou a anunciar uma taxação igual para importações dos EUA, e Petro, que já foi preso político, publicou em redes sociais em recado a Trump: “Resisti à tortura e resisto a você”.
À noite, porém, a chancelaria colombiana divulgou uma nota dizendo que “o impasse com o governo americano havia sido superado”. Trump suspendeu as tarifas, mas manteve, por exemplo, a restrição à emissão de vistos para colombianos até o pouso do primeiro voo de deportados. E comemorou a vitória: “Os eventos de hoje deixaram claro para o mundo que a América voltou a ser respeitada”, disse, em nota. (New York Times)
O envio de deportados também criou tensão em Brasília. O voo que trouxe 88 brasileiros, com relatos de violência, maus-tratos e pessoas algemadas, causou o primeiro incidente diplomático entre os governos Lula e Trump. O Itamaraty publicou ontem uma nota sobre os brasileiros que desembarcaram em Belo Horizonte às 21h10 de sábado. Eles chegaram à capital mineira já sem algemas, retiradas por ordem do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, após o avião descer em Manaus por problemas técnicos.
Na nota, o ministério das Relações Exteriores afirma que o uso indiscriminado de algemas viola os termos de um acordo firmado entre os dois países “que prevê tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”. “O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas não sejam respeitadas”, diz o Itamaraty, sem citar os termos do acordo. O Itamaraty também disse ter pedido explicações aos Estados Unidos sobre o “tratamento degradante dispensado aos passageiros”. “Maltrataram a gente, bateram na gente algemado”, disse Vitor Gustavo da Silva, de 21 anos, ex-morador de Atlanta. (Estadão)
Muitos contaram ter ficado 50 horas algemados, sem ar condicionado no voo e sujeitos a abusos. “Nem cachorro merecia ser tratado daquele jeito”, disse Jefferson Maia, que ficou dois meses preso após atravessar a fronteira com o México. “Ficamos sem comer e estou há cinco dias sem tomar banho.”
Segundo ele, um agente da imigração o agrediu em Manaus, quando os norte-americanos tentavam fazer o avião decolar mesmo com falha no motor. Nesse momento, os migrantes pediram para sair da aeronave por causa do calor. “O agente me enforcou e puxou a corrente das algemas até meu braço sangrar”, denuncia.
Os deportados contaram que só conseguiram pedir ajuda à PF após abrirem uma das portas de emergência do avião gritando por socorro. A aeronave, que partiu sexta-feira da cidade de Alexandria, na Virgínia, apresentou falhas ainda em solo americano e precisou parar na Louisiana. Depois, parou de novo no Panamá e em Manaus. (Folha)
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Os falsos patriotas brasileiros idolatram esse crápula. É como o galinheiro que torce pela raposa. Não há outra alternativa para o mundo civilizado senão a de buscar alternativas aos EUA, sobretudo na Europa e Ásia, para equilibrar as forças e diminuir a dependência das relações com os EUA. Felizmente temos aqui um presidente de verdade.