Por Bruno Ernesto
Eram os Deuses astronautas?
Todos nós, indistintamente – sim -, ao menos uma vez na vida, já se perguntou se, de fato, estamos sós no universo.
Muito além de uma questão filosófica, ou mesmo de cosmovisão, no fundo, tem quem não acredite, mas não duvida.
A bem da verdade, certamente você pode ter alguma simpatia por astrologia. Talvez seja a gênese da dúvida.
Embora a pergunta aparentemente conduza a uma resposta científica, talvez a dúvida seja o seu maior segredo.
Quando surgem boatos de avistamentos de fenômenos e objetos inexplicáveis, parece que essa dúvida reacende como um rastilho de pólvora.
Com o avança da inteligência artificial na manipulação e criação de imagens, ficou praticamente impossível frear qualquer tipo argumento sobre a veracidade ou não desses fenômenos.
Melhor, portanto, seria deixar que a imaginação siga o seu curso natural, especialmente na ficção científica, quer seja na literatura ou no cinema. Estamos todos cansados da realidade. Aliás, para quê tanta realidade?
Desde que me entendo por gente, avisto uma caixa d´água localizada no campus da Ufersa, erguida praticamente em frente ao antigo clube Scream, local onde os professores da antiga Esam frequentavam todos os finais de semana e, com os amigos e familiares, tinham num momento de lazer na Mossoró das décadas de 1980 e 1990.
Contava os dias da semana para poder ir tomar banho de piscina, mas também aguardava esse dia para poder olhar novamente aquela enorme caixa d ´água, num formato de disco voador, posta numa única coluna de concreto e a pintura caiada já toda desbotada, dando-lhe um aspecto ainda mais sinistro quando saíamos no final do dia, e mais pavoroso ainda, à noite.
No auge dos meus oito ou dez anos, aquela imagem não me apavorava. Pelo contrário, ficava impressionado, ainda mais quando vivíamos a febre do filme ET, de Steven Spielberg.
Naquele tempo, aquela caixa d´água de formato incomum, ficava praticamente solta ali, no meio do nada, e meio que surgia como que sobrevoando todo aquele matagal da Ufersa, como se em busca de abduzir quem ali passasse.
Nesses quarenta anos, a pintura está exatamente como na minha infância.do mesmo jeito e, embora hoje a minha mente tenha um pouco mais de lógica – apenas para parte do dia -, sempre quando passo por ela tenho aquela mesma impressão de outrora. Especialmente à noite.
Zé Ramalho, não está de um todo errado ao dizer que muita gente vai “Rebuscando a consciência com medo de viajar. Até o meio da cabeça do cometa. Girando na carrapeta no jogo de improvisar. Entrecortando, eu sigo dentro a linha reta Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar. Não reclamar!”
A bem da verdade, melhor não duvidar.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
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