Guarda meus versos, meu sangue e toda minha vida
É a minha memória já gravada
Nela verás um coração e em cada
Frase verás uma ilusão perdida…
Somente eles encerrarão a história
Da minha vida triste e amargurada
Sem ânimo, sem conforto, angustiada
Em desespero atroz, sem amor, sem glória.
Eles douram a graça, a consciência pura
É sempre a virtude, é a ventura
E a chama das minhas ilusões.
É o meu leito, guarda, tenhas cuidado
É um rico tesouro entrelaçado,
Onde estão toas as minhas emoções.
Dagmar Costa – Poeta grossense (poema incluído no livro "A Saga a Poesia Sobrevivente", coordenado por Genildo Costa, com trabalhos de poetas de Grossos e Areia Branca).
Tive a honra de conhecer o saudoso poeta DAGMAR COSTA,ocasião em que acompanhava outro grande vate – O Dr. Apolônio Cardoso. Os dois são siameses na evocação dos nobres sentimentos que assediam a alma dos poetas notívagos. De sorte que Dagmar teve no filho Genildo Costa a continuidade de sua inesgotável inspiração poética.
Caro, jornalista, como de costume, tive que pegar a estrada cedo para dar continuidade a essa peleja de aprender a conviver com a ausência de meu pai, que tanta falta me tem feito. Até aí tudo bem, mas não esperava que a verve poética desse menestrel pudesse sensibilizar a tua alma de homem ético e humanista. O meu filho, como assíduo leitor deste espaço de verdades, que tanto tem incomodado as estruturas desse universo provinciano, me apresenta já no final de domingo os versos o soneto de meu pai, que tão cedo se encantou para me fazer o cantador que hoje represento. Carlos, amigo, que o exercício da tua palavra, possa nos conduzir a um tempo de fartas verdades e de menos hipocrisia.