quinta-feira - 28/05/2009 - 17:49h

“Monstro” é sério problema para Rosalba e clã Rosado

Escrevi há anos, que a facção política representada pela prefeita Fátima Rosado (DEM) é um estorvo para os políticos profissionais do clã. O tempo tem-me dado razão.

Hoje, Fátima & Família são um embaraço não apenas para o grupo da senadora Rosalba Ciarlini Rosado (DEM), como para a continuidade dos Rosado. Sua segunda gestão segue a receita de desatinos da primeira, mas numa dimensão maior.

Capciosamente Rosalba evita dar declarações sobre a administração, para não oferecer razões a um racha político. Ã‰ obrigada a fazer contorcionismos, haja vista ser a maior avalista da enfermeira Maria de Fátima Rosado Nogueira.

De olho na Governadoria, a senadora sabe que o desmanche causado pela sucessora é, em parte, responsabilidade sua: foi ela quem indicou e apoiou “Fafá” a prefeito.

Liderada por seu irmão, agitador cultural Gustavo Rosado, Fátima é a fachada angelical de um projeto meramente patrimonialista, que sua ala produz nos intramuros do poder. Política é meio, não fim. A qualquer preço.

Rosalba pode pagar caro pela aposta, espécie de estelionato político-eleitoral que promoveu em 2004 e 2008 contra o povo de Mossoró.

Os dois líderes intelectuais dos grupos que realmente fazem política, nascidos da raiz Rosado, sabem e discutem esse quadro delicado para ambos. Refiro-me ao ex-deputado Carlos Augusto Rosado (DEM), marido de Rosalba, e deputada federal Sandra Rosado (PSB).

Em conversas longe dos holofotes, eles concordam que a continuidade desse terceiro braço político da família é uma ameaça comum. Sandra lançou-o em 2000, quando fez Fátima candidata a prefeito, apesar de derrotada. Carlos e Rosalba lhe ensinaram a andar a partir de 2004, a fazendo prefeita.

Agora o casal e a prima “adversária” Sandra procuram domar uma ameaça comum.

A eleição de Rosalba necessariamente não seria um prejuízo para o grupo da deputada. Já a prefeita e sua patota não farão um grande negócio com a vitória dela ao governo. Sabem que é o começo do fim.

O DNA dessa anomalia política tem Carlos e Sandra na paternidade, cada um com seu papel. Se arrependimento matasse…

Esse cenário me remete ao general Golbery do Couto e Silva, um dos líderes do golpe militar de 1964.

Demitiu-se do Gabinete Civil do presidente João Batista Figueiredo, em 1981, com uma frase: “Criei um monstro!”

Ele falava sobre o Serviço Nacional de Informação (SNI). O órgão se transformara numa máquina de arbitrariedades, ameaçando a transição política "lenta, gradual e irrestrita" anunciada pelo regime verde-oliva.

Golbery perdera o controle de sua "fera", assim como Carlos, Rosalba e Sandra em relação à patota pilotada por Gustavo.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. janio rego diz:

    e aí depois do monstro veio a democracia e os militares sairam do poder. assim é nas ditaduras, não nas oligarquias. excelente texto e raciocínio. bom fdesemana. jr

  2. Ana Maria diz:

    Muito bom esse seu comentário Carlos, você tá de parabéns!
    Acrescento apenas, o que já teria dito em outros comentários. A senadora Rosa e seu Marido Ravengar, está contando cada minuto do tempo para o tão esperado dia chegar (Saida de Fafá e sua patota da prefeitura). Tô PAGANDOOOOOOOOOO PRA VER! Arre égua bando de sacripantas (Os Fafaletes).

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