• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 24/10/2010 - 12:34h

Mossoró, a “Metrópole do Futuro”?

Inicio esse artigo trazendo a todos o que significa tecnicamente uma metrópole. Essa definição pode ser encontrada em muitos livros de geografia e tem sido ao longo dos tempos, motivo de grandes discussões entre os estudiosos da geografia. Para efeito de conhecimento prático extraí o significa de metrópole do sítio "InfoEscola – navegando e aprendendo", que é apresentado no parágrafo abaixo.

Metrópole, da língua grega metropolis (μήτηρ, mētēr = mãe, ventre e πόλις, pólis = cidade), é um termo que pode designar a cidade principal ou capital de um determinado país ou província, ou ainda, alguma cidade que, por algum motivo, exerce influência (cultural, social, econômica) sobre as demais cidades da região metropolitana. Pode designar, também, de forma oficial, a cidade principal, de um conjunto de cidades, que se encontram unidas geograficamente.

A esse processo de junção das cidades devido ao crescimento horizontal das mesmas, dá-se o nome de "conurbação". E à região onde ocorre a conurbação, chama-se de “região metropolitana”.

O termo “Metrópole do Futuro” surgiu em Mossoró durante o processo eleitoral de 2010, após a revista Veja desenvolver matéria onde enfocava essa possível peculiaridade futura da terra de Santa Luzia. O assunto gerou muita controvérsia que, ainda, hoje permeia na sociedade.

Como eu estava ocupado no pleito eleitoral, não escrevi e nem apresentei comentários mais técnicos sobre o assunto, coisa que faço agora.

Como bem explicado o termo Metrópole precisa ser bem avaliado e entendido. Para ser metrópole não basta ser apenas uma cidade grande, rica e cheia de arranha-céus, ela precisa ter um tecido social capaz de influenciar diretamente nas cidades no seu arco de abrangência de forma que interfira de forma cultural, social e econômica. Bem como, ir mais além e influenciar o contexto global.

Mossoró poderá ser essa metrópole? Imagino que sim, mas muito precisará ser feito para que isso ocorra, tanto no âmbito da cidade como na região que Mossoró polariza.

Para chegarmos a essa conclusão é preciso nos debruçarmos sobre os escritos e Milton Santos, Sposito, Anna Fani entre outros, que tratam das verticalidades e horizontalidades.

Utilizando esses autores podemos dizer que Mossoró hoje e durante muito tempo será uma cidade média. Primeiro por não ter uma rede de fluxo que interfira diretamente no global, ou seja, em termos gerais não temos forças globais se articulando pelo controle do processo de produção da cidade e do seu cotidiano, como acontece nas metrópoles.

Segundo, não temos a participação de capitais internacionais na produção imobiliária e nas obras públicas, assim como nos investimentos em solo urbano como reserva de valor; a presença de redes globais de comércio, serviços e lazer entre outros.

Essas características nos coloca e nos encrava nesse universo de cidades conhecidas como “Cidades Médias”, que em suma são cidades entre 50.000 e 500.000 habitantes. Estão inseridas numa rede regional, onde são capazes de polarizar as cidades circunvizinhas num contexto ora de verticalidade ou horizontalidade.

Sua força é restrita e não consegue modificar substancialmente os fluxos mais amplos das redes regionais. Sendo assim, o que posso argumentar é que Mossoró é uma cidade que cresce e que seu crescimento é fruto de inúmeros fatores que inclinam a cidade a ser um grande centro no futuro, mas que para se chegar a metrópole terá que passar muitos estágios que, talvez, esse escritor nem consiga alcançar.

Gutemberg Henrique Dias é licenciado em Geografia e presidente Municipal do PCdoB em Mossoró

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Categoria(s): Fred Mercury

Comentários

  1. WILLIAM PEREIRA diz:

    Torcer para o petróleo não escacear, senão seremos uma cidade fantasma, não vejo ações politicas para tornar Mossoró uma metrópole e economicamente a história tem demonstrado ser apenas cíclicos nosso desenvolvimento que avança, estagna e às vezes recua. Excelente artigo sobre o assunto. Essa jogada de metrópole foi eleitoreira quem sabe paga a peso de ouro a revista que publicou o assunto…

  2. claudiomelo diz:

    Mossoro a Metropole do futuro, vamos espera o amanhã… em 2020 não sera governada por um rosado, o governo serar uma nova via… e o salario acima de 1.200,00 reais e os meios de cominicações serão todos comeciais e não politicos, morrerá um monte de politico corrupto inclusive aqui do RN, UM LIMPEZA…. PESSOAL É BRINCADEIRA NADA DISSO VAI ACONTECER, POR FALTA DE TORCIDA NÃO É.

  3. itamar de sousa diz:

    CONTINUO DIZENDO QUE MOSSORO P PENSAR EM SER METROPOLE,PRIMEIRO TEM QUE MELHORAR O BEM ESTAR DE SUA POPULAÇAO,COMEÇANDO POR RESSUSCITAR O SEU RIO,SUA REFERENCIA COMO CIDADE,QEU A CADA DIA QUE PASSA ,RECEBE TONELADAS DE ESGOTOS DOMESTICOS,DESPEJADOS CRIMINOSAMENTE,SEGUNDO ,TEM QUE MELHORAR A QUALIDADE DE SUA AGUA,POIS E SABIDO QUE A MAIORIA DA SUA POPULAÇAO BEBE ESSA AGUA PODRE QUE VEM PELA ADUTORA,E É PORQUE A CIDADE E ADMINISTRADA PPOR PESSOAS LIGADA A VARIAS AREAS DA SAUDE,TERCEIRO,PARA SER METROPOLE,TEM QUE SAIR DESSE REGIME FEUDAL,E ISSO AINDA DEMORA MUITO,EU SINCERAMENTE NAO CONHEÇO ESSA MOSSORO DA REVISTA!!
    B TARDE

  4. Odemirton Filho diz:

    Ultimamente não se fala em outra coisa: Mossoró, a metrópole do futuro! Não me animo. Prefiro a Mossoró de outrora, com o trânsito pequeno, sem grandes avenidas movimentadas, a Mossoró das festas na ACDP às sextas-feiras, dos bingos no Nogueirão, a Mossoró, na qual conhecíamos quase todo mundo. Hoje, ao contrário, conheço poucas pessoas quando chego nos atuais ambientes sofisticados. A Mossoró após a Missa na Catedral; do cine Pax, com os seus vesperais de domingo. Saudade da panizzaria e sua boate, das fanfarras do Diocesano e outros colégios e dos comícios no largo de Jumbo e da Cobal. De sair com os amigos para a boate, ali em cima da panificadora 2001. Saudade, ainda, do Creda em Tibau, dos campeonatos de surf organizados por Bitonho, de Guiarone surfando bem, saudade de Lobão, dos cavalos de pau de Fernando bicudo, saudade do “figura”( Sanderson Duarte); de Dix-septzinho e seu jipe, até mesmo das brigas de Cláudio Alcantara.
    Hoje restam a insegurança e vários outros problemas de uma grande cidade e um horizonte nada animador.

  5. THIAGO AUGUSTO NOGUEIRA DE QUEIROZ diz:

    Eu sou estudante de Geografia da UFRN. E por acaso, pesquisando sobre verticalidades na NET, encontrei seus escritos. Achei muito interessante seu ponto de vista sobre Mossoró, trambém concordo com você.
    Mas, Mossoró tem sim atores da globalização e participação de capitais internacionais, tanto na agricultura como o caso da NOLEM, como no comércio e serviços como a UnP, o Atacadão, o West Shopping.
    Passei só para dar essa dica e refletirmos um pouco mais sobre esse assunto. E, realmente, Mossoró está longe de sr metrópole, ela se tornou geograficamente cidade apenas agora, e antes que alguém deboche, sou mossoroense e tenho orgulho da minha terra.

  6. MARCOS PINTO - Da AAPOL e do IHGRN. diz:

    Desde quando uma cidade que tem um cinturão de miséria composto por 76 favelas pode ser denominada de “Metrópole do futuro” ? A prefeita finge que acredita, e a plebe ignara faz coro no mesmo diapasão. é uma verdadeira tragicomédia do cotidiano da cidade do faz-de-conta e do já teve. E o pior é que esse mesmo povo que deu 83% do contingente eleitoral de Mossoró à Rosalba Rosado,do DEM(O), sobrevive das sobras e das migalhas que caem das mesas fartas da oligarquia politico-familiar numerada de Mossoró.

  7. Gilmar Silva diz:

    Gostei de todos esses comentários e me senti contemplado por todos.
    De bom nível e bom gosto!

  8. Marcellus Luiz diz:

    Com certeza daqui a 40.000 anos…brincadeira!!! Acho que menos..menos ainda tem muito que melhorar.

  9. pres.sebastiaoalmeida@yahoo.com.br diz:

    Reforçando as palavras de Odemirton Filho, ainda acrescentaria outras coisas boas que Mossoró daquele tempo já teve. Os cabarés do alto do lovou: Copacabana, Coimbra, Pernambucana e tantos outros com menos estrelas. Era só chegar, entrar, pegar no braço da rapariga e arrastá-la para o quarto. Depois da farra, o melhor negócio para uma boa merenda, era o Bar dos Doidos, de dois irmãos, cada um mais bruto que o outro, tão brutos, que eram entrigados de sangue a fogo. No Bar dos Doidos, que funcionava dia e noite, nem porta tinha, não tinha nada melhor do que o cachorro quente, acomponhado de um litro de suco de maracujá bem geladinho. Para nós da Casa do Estudante, sempre pedíamos o cachorro quente ensopado. Este, vinha num prato sopeiro, com direito a tudo. Geralmente, era serrvido para se comer com garfo, faca e colher. O Bar dos Doidos era tão seboso, que o Sebosão de hoje é coisa de primeiro mundo. No cachorro quente do Bar dos Doidos, era normal você encontrar palito de fósforo riscado, pó de café, raiz de coentro, casca de limão, tampa de garrafa, casca de cebola, além de outras coisinhas impublicáveis.
    Tenho saudade do Pavilhão Vitória, na Praça Rodolfo Fernandes, dos Pastoris de Raimundo Sacristão e Míster Bráulio, dos Parques de Diversão, onde podíamos oferecer músicas às meninas presentes. Lembro-me, como se fosse hoje, o locutor dizendo: Esta linda página musical, vai para um alguém de blusa encarnada e está sendo oferecida por um rapaz da Casa do Estudante que está apaixonado por você. Ele oferece a música Domingo a Tarde com Nelson Ned.
    E os cinemas! Cid, Pax, Caiçara.
    Como diz a canção: Hoje os meus domingos, são só recordações…e que venha a “Metrópole do Futuro”.

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