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sábado - 31/12/2022 - 21:12h
Voz da sensatez

Mourão defende democracia e faz crítica indireta a Bolsonaro

Presidente em exercício também orientou 'patriotas' a retornarem à normalidade em seus lares

Do G1, Correio Braziliense e Canal BCS

O presidente em exercício, Hamilton Mourão (Republicanos), fez neste sábado (31) à noite, um pronunciamento de fim de ano transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão. Mourão criticou “lideranças” que, por meio do silêncio, deixaram crescer um clima de desagregação no país e levaram para as Forças Armadas a conta de um “pretenso golpe”.

“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social. E de forma irresponsável deixasse que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns, por inação, e para outros por fomentar um pretenso golpe “, afirmou Mourão – num claro recado para Jair Bolsonaro (PL), o presidente que após as eleições no seguindo turno, derrotado, fechou-se e estimulou manifestações antidemocráticas.

Ele disse ainda que a “alternância de poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada” .

Mourão assumiu a presidência do Brasil na tarde desta sexta (30), quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o espaço aéreo brasileiro rumo a Orlando, na Flórida (Estados Unidos).

Veja íntegra do pronunciamento:

Brasileiros e brasileiras, boa noite

No momento em que concluímos mais um ano pleno de atividade e de intensos engajamentos de toda a ordem, na condição de Presidente da República em exercício julgo relevante trazer um palavra de esperança, de estímulo e de apreço ao povo brasileiro, especialmente, na ocasião em que o nosso Governo conclui o período constitucional de gestão pública do país iniciado em 1° de janeiro de 2019.

Vislumbro que os acontecimentos políticos, econômicos e sociais que têm marcado a presente quadra da nossa história seguirão impactando a vida da gente brasileira nos próximos anos, tornando a caminhada ainda mais desafiadora, visto que o mundo se ressente da pandemia da Covid-19 e a economia mundial sofre as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O Governo que ora termina, ao longo de quatro anos, fez entregas significativas na economia, no avanço da digitalização da gestão pública, na regulamentação da tecnologia da informação, na privatização de estatais, na liberação da economia, promovendo também, uma eficaz e silenciosa reforma administrativa, não recompletando vagas disponibilizadas por aposentadoria, além da renovação de nosso modelo previdenciário, também potencializando o agronegócio e vários campos do conhecimento humano.

Juntos, trabalhamos duramente contra a pandemia, auxiliando os mais necessitados, apoiando as empresas na manutenção dos salários dos empregados e desonerando suas folhas de pagamento. Apoiamos governos estaduais e municipais com recursos, médicos e medicamentos, independentemente da posição política ou ideológica dos chefes do Executivo, permitindo que seus governadores os direcionassem para as áreas onde aquela administração achasse conveniente.

Trabalhamos e entregaremos ao próximo governo um país equilibrado, livre de práticas sistemáticas de corrupção, em ascensão econômica e com as contas públicas equilibradas, projetando o Brasil, como uma das economias mais prósperas e com resultados mais significativos pós-pandemia, no concerto das nações.

Tais iniciativas, permitiram pleitear o ingresso do País, na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, o que possibilitará a melhoria ao acesso a mercados e a novas parcerias. Cabe destacar que a OCDE tem como princípios básicos a democracia e o livre mercado.

Nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso que almejávamos. Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora, neste último ano, tenhamos alcançado uma redução importante no desmatamento da Amazônia. Contudo, a região ainda necessita de muito trabalho e de cuidados específicos, engajando as elites e as comunidades locais cortejadas permanentemente pela sanha predatória oriunda dos tempos coloniais.

Dirijo-me agora aos apoiadores de nosso Governo, aqueles que credibilizaram o nosso trabalho por meio do voto consignado as nossas propostas, sobretudo, nas últimas eleições. Muito obrigado por teu voto. Desejo consitá-los a lutar pela preservação da democracia, dos nossos valores, do estado de direito e pela consolidação de uma economia liberal, forte, autônoma e pragmática. E que nos últimos tempos, foi tão vilipendiada e sabotada por representantes dos Três Poderes da República, pouco identificados com o desafio da promoção do bem comum.

A falta de confiança de parcela significativa da sociedade, nas principais instituições públicas decorre na abstenção intencional desses entes do fiel cumprimento dos imperativos constitucionais, gerando a equivocada canalização de aspirações e expectativas para outros atores públicos que, no regime vigente, carecem de lastro legal para o saneamento do desequilíbrio institucional em curso.

Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país, deixaram com que o silêncio, ou o protagonismo inoportuno e deletério, criasse um clima de caos e de desagregação social e, de forma irresponsável, deixaram que as Forças Armada de todos os brasileiros pagassem a conta, para alguns por inação e, para outros, por fomentar pretenso golpe.

A alternância do poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada. Aos eleitos compre o dever de dar continuidade aos projetos iniciados e direcionar os seus esforços para que à luz de suas propostas, o país tenha segurado uma democracia urgente e plural, em um ambiente seguro e socialmente justo.

Aos que farão oposição ao governo que entra cumprirá a missão de opor-se a desmandos, desvios de conduta e a toda e qualquer tentativa de abandono do perfil democrático e plural duramente conquistado por todos os cidadãos. Buscando-se a redução das desigualdades por meio da educação isenta e eficaz, criando oportunidades iguais a todos os brasileiros.

Destaco que a partir do dia 1° de janeiro de 2023 mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos nosso caráter democrático, com poderes equilibrados e harmônicos, alternância política pelo sufrágio universal, pessoal, intransferível, secreto, buscando sempre maior transparência e confiabilidade. Tranquilizemo-nos.

Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e o conforto de nossos lares, com fé e com a certeza de que nossos representantes eleitos farão dura oposição ao projeto progressista do governo de turno, sem, contudo, promover uma oposição ao Brasil.

Estaremos atentos. Na condição de presidente da república e a exercícios, finalizo essas palavras apresentando-lhes os meus melhores votos de um ano de 2023 pleno de saúde, felicidades e muitas realizações. Que o nosso amado Brasil continue sua caminhada na direção de seu destino manifesto, tornar-se a mais próspera e bem sucedida democracia liberal ao sul do Equador.

Feliz ano novo, êxito pessoal e prosperidade para cada um de nós e formamos esta grande nação. Muito obrigado e boa noite.

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Categoria(s): Política

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