“Este mundo contemporâneo está muito chato”, tem repetido como um mantra o filósofo Luiz Felipe Pondé. Em que pese o maneirismo do termo “chato”, é também característico deste século a busca de um padrão comportamental único que vem emburrecendo a sociedade. Um redutor da evolução humana, da diversidade cultural, da promoção social e da liberdade de expressão tem sido, por exemplo, o abuso do politicamente correto.
Alguns casos posso citar dos absurdos interpretativos do que seja tido como (in)correto socialmente: a) o escritor Monteiro Lobato foi classificado como racista por uma conselheira do Conselho Nacional de Educação, com recomendação de supressão das escolas públicas da obra Caçadas de Pedrinho, após avaliar serem preconceituosas as falas dos personagens com Tia Anastácia; b) a peruca de cabelos black power teve seu uso proibido no carnaval em algumas cidades brasileiras, por lei municipal, enquadrada como um adereço racista, do mesmo modo que se vê racismo na brincadeira de se pintar de “nega maluca” (black face), por ridicular (?) a mulher negra; c) um imberbe rapazola que utilizava uma suástica no braço em um shopping paulista foi expulso, enxotado e agredido como nazista, ainda que não estivesse ofendendo a ninguém; d) numa festa de Halloween nos EUA, dois jovens foram presos porque usavam fantasias agressivas – um trajava-se de Hitler, e o outro de índio Cherokee – no dizer dos denunciantes, uma vez que enquanto um homenageava um monstro ditador, o outro estava ridicularizando os indígenas ao caracterizar aquela fantasia como se fosse de “monstro”; e) ainda nos EUA, um jovem foi condenado a 15 anos de prisão porque tomou e queimou uma bandeira de um estudante. Neste último caso, se fosse a bandeira do país, a queima seria uma liberdade de expressão, mas a bandeira que ele queimou era a do arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+, tendo o juiz do caso encontrado um componente homofóbico na atitude.
Há um quê de exagero no ativismo da moda em se enxergar algumas ações ou expressões como homofobia, machismo estrutural, gordofobia, ou outras formas de preconceito étnico, social, político ou religioso. O incontestável é que somos pouco tolerantes à diversidade do pensamento, como se a construção social e educacional de um povo não dependesse do produto da cultura de cada indivíduo.
Pelos padrões modernos, os pais não podem mais reclamar com os filhos, nem mesmo dar qualquer orientação sexual. Outro dia, assisti um vídeo onde uma psicóloga da moda dizia que os pais não deviam agasalharem as crianças durante a noite, para que elas aprendam com o frio a se cobrir sozinhas. Na educação, os professores são recomendados a usarem linguagem insípida e a não cobrarem muito dos alunos, inclusive as próprias escolas estão velando pela não reprovação.
No Brasil, há um controle discursivo e uma polarização ideológica sobre o que pode ser considerado certo e errado. E o que é pior: aquilo que é simplesmente um ato politicamente incorreto vem sendo enxergado como crime. Apenas para ficar com dois fatos recentes: um humorista está respondendo a diversas queixas-crime de pais com filhos com macrocefalia, por ter feito uma piada imprópria com crianças com essa patologia.
Lógico que a piada é infeliz e imbecil, mas daí a ser considerada um crime é um exagero. Outro absurdo foi a ação desconexa de um Ministro do Supremo Tribunal Federal em determinar a apreensão de diversos celulares de um magote de empresários bobocas, que em linguagem boquirrota manifestavam apreço a um candidato, pondo como contraponto à eleição do outro a execução de um golpe. Caracterizar essa canastrice como crime é desmerecer a liberdade de expressão como uma das maiores conquistas democráticas do novo Estado Constitucional de Direito consagrado pela Constituição Federal de 1988.
Toda interpretação subjetiva pode ser instrumento de tirania. O politicamente correto – com suas vertentes de políticas identitárias, de gênero, de cor, religiosa e social – é uma ferramenta perfeita para julgamentos arbitrários, porque se permite o enquadramento de qualquer pessoa baseado unicamente no sentimento subjetivo de quem se sente ofendido, facilitando a parcialidade daquele que tem a autoridade para condenar.
Sempre critiquei Sérgio Moro, que desvirtuou a sua função de julgador imparcial para carapuçar a condição de justiceiro totalitário. Por igual, tem se portado Alexandre de Moraes. Incompreensivelmente, tem quem defenda os dois…
Mundo estranho tem ficado o nosso, confesso. O politicamente correto como ortodoxia é o subproduto de uma intelectualidade rasa e contraproducente, sendo também uma outra forma de Ditadura. Viva a diversidade de pensamento e de opinião e abaixo a abjeta censura!
Marcos Araújo é advogado e professor da Uern
O Bolsonarismo envergonhado sempre encontra um texto “culto” para se expressar, ridicularizando o que chamam de politicamente correto. Muito cômodo para quem é homem, branco e rico. Se Dr Marcos fosse preto ou pobre, talvez não relativizasse frases e comportamentos que minimiza com sua escrita.
Parabéns pelo entendimento e pela coragem de externar seu pensamento amigo Marcos. Hodiernamente (Era dos isentões) esse seu gesto merece ser louvado. Bravo, bravíssimo!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Também acho que estão engessando demais as liberdades individuais. Mais na frente, com certeza, farão faltas. É claro que é preciso coibir os abusos, no entanto, esse politicamente correto me parece exagerado, especialmente, quando há desequilíbrios entre às partes praticantes. Ou seja, quando um lado faz determinadas coisas é taxado por isso e aquilo; enquanto que, se a mesma coisa for praticada pelo outro lado, são consideradas normais, sem nenhum agravamento ou conotação de qualquer natureza. Veja, o que antes podia ser considerado uma coisa normal, corriqueira, tipo um apelido, hoje em dia é motivo de preocupação (e processo) para quem diz e um trauma para quem é direcionado. E o mais interessante nisso tudo é que se relaciona atos e fatos com tendências, sejam social, econômica ou política. Confesso que não brinco mais, evito discutir qualquer tipo de assunto (abstendo-me de emitir opinião) e, quando escrevo, procuro ser o mais leve possível, tratando de não dar margem para entrelinhas e pressupostos. Porém, aqui, nesta crônica do Dr. Marcos, o que entendi (e, como disse, concordo) é que o texto suscita, nos faz pensar, questionar, emitir e, principalmente, comparar certas liberdades do nosso tempo de criança e adolescência, com os modelos (ou modelo) atuais. Achei correto o ponto de vista do autor do texto. Acredito que fazer pensar, comparar e pesar todos os questionamentos ainda é, na opinião pessoal, uma forma de liberdade e não de aprisionamento intelectual.
Exatamente Inácio, essa gente que igualmente afirmava em alto e bom som que ninguém estava acima da Lei…
Tempos do LAVA JATISMO FARSESCO E FASCISTOIDE…?!?
Pois num é que essa mesma gente, classe Idade Média, de tudo faz, de tudo fala em suas relativizacoes na tentativa de esconder o óbvio e ULULANTE, ou seja, estarmos a beira de uma TEOCRACIA PENTESCOSTAL MILICIANA, que eles não assumem,.muito embora, com seu voto inconsequente e burro, tenham plantado as sementes.
Contata- se ao Mesmo tempo que, os Yotuberes de extrema direita com números preocupantes de audiência e que guardam e disseminam esse mesmissimo discurso da famosa LIBERDADE de expressão e de OPINIÃO, na prática, caminho que os FASCISTAS planejam ,pra que logo depois possam negar a quem não bate continência ao Capitão, as mais elementares regras da Democracia e do Estado Democrático de de Direito.
Nesse CONTEXTO, o pior legado da velha direitona golpista em nosso país, e que muitos advogados e professores de direito em nosso país,em nada se diferenciam dos Monarques e Yotuberes vazios e reacionários da vida .
Aliás , quando alguém tem como modelo de pensar o SUPOSTO filósofo LUIZ FELIPE PONDÉ, não se faz necessário, mais nenhum arrremate, para que possamos realmente demarcar o que pensa e qual a trágica visão de sociedade que essa figura tenta Disseminar.
Um baraço
FRANSUELDO VIEIRA DE ARAUJO
OAB/RN. 7318
Como bom brasileiro que você o é, tenho certeza que colocara na sua janela, por ocasião da semana da pátria, a linda bandera do Brasil.
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CADÊ O COENTRO DA LICITAÇÃO DE MAIS DE 143 MIL REAIS REALIZADA EM MOSSORÓ PELA CÂMARA MUNICIPAL EM 16/12/2020?
CADÊ OS VEREADORES?
CADE O TCE?
CADÊ A ABIN?
Joaquim Barbosa era preto, pobre e nunca se deixou engabelar por um tipo que debocha das suas vítimas.
Ser preto e pobre é uma coisa.
Querer surfar na onda de um oportunismo é outra coisa.
Felizmente a restauração da cleptocracia não passou de um sonho acalentado por grupos que desejam a formação da grande pátria e o fim do Brasil como Nação livre e independente.
Fica no Brasil quem quer.
Cuba, Venezuela e Nicarágua estão de braços abertos para receber os que sonham com ditaduras.
Só tem um detalhe: uma vez em Cuba, se quiser sair não pode.
Dia 7 de setembro coloquem a bandeira do Brasil em suas janelas. Se não tiver uma bandeira, um pedaço de pano verde ou amarelo.
O importante é vocês mostrarem que amam o Brasil.
“EU TE AMO, MEU BRASIL
EU TE AMO
MEU CORAÇÃO É VERDE, AMARELO E BRANCO, AZUL ANIL”
Dom e Ravel
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VÃO DESARQUIVAR AS INVESTIGAÇÕES DE ARRASTÕES EM MOSSORÓ? VERDADE?
Seu Inacio, o senhor nem precisava se dar ao trabalho de escrever. Seu Bolsonarismo é latente! Os seus textos há muito mostraram o seu ” integralismo” e “patriotismo”… Mas como Bolsonaro e seus asseclas, infelizmente suas opiniões repousarao já já na lata do lixo da história…
Na lata do lixo da história serão jogados os que mergulharam este RICO E LINDO país na miséria e no atraso. Fizeram isto imaginando a criação da grande pátria e o fim do Brasil como nação.
Lastimo profundamente que pessoas com bom nível de instrução se deixem ou finjam se deixarem envolver por um despreparado intelectual incapaz de administrar uma quitanda de beira de estrada.
Ainda há tempo de rever posições equivocadas.
Não deixe de colocar na semana da pátria a BANDEIRA DO BRASIL na janela.
Tenho certeza que você é um brasileiro que deseja o melhor para o BRASIL.
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VÃO DESARQUIVAR AS INVESTIGAÇÕES DE ARRASTÕES EM MOSSORÓ? VERDADE?
Parabéns, excelente 👏👏👏👏
O cidadão ou cidadã que não defende um juiz que desbaratou uma das maiores quadrilhas do hemisfério sul, ou é PTralha até a medula ou passa o dia chupando bila de vidro e cagando rodando com um chapéu de cangaceiro na cabeça, em torno da Igreja de São Vicente.
Escrevi esse comentário ao som de ‘Você é doida demais’, by Lindomar Castilho.
Não esqueça de colocar a bandeira do Brasil na janela.
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VÃO DESARQUIVAR AS INVESTIGAÇÕES DE ARRASTÕES EM MOSSORÓ? VERDADE?