Sem nome, sem respeito, malfalada;
Com tinta no cabelo, um dente escuro.
A boca muito rubra quanto usada
No leito coletivo, atrás do muro.
O vício do cigarro e tanto nada
No olhar daquela vida sem futuro…
A cruz dentro do peito, ensanguentada,
Um feto sepultado no monturo.
A perna com platina… A tosse feia
-O busto avantajado de baleia,
A voz muito sonora, mas confusa.
Portanto, assim morreu na primavera
(Doente de si mesma e de quimera),
Na casa do meu peito, a minha musa.
Marcos Ferreira é escritor
*Extraído do livro “A hora azul do silêncio” do mesmo autor.
O nosso Marcos Ferreira, seja na crônica, conto ou poesia, brinda-nos com belos textos.
Parabéns, meu dileto.
Você é dez!
O poeta tinge as cores da alma com um matiz negro das muitas musas tristes que vagueiam nas horas notívagas como mariposas ludibriados por um sonho de amor inexistente, só presente na sua ânsia de viver o futuro nas asas da imaginação perene e instigante. Sonhando com 8 brilho do sol seguindo a frieza de uma cruviana sertaneja.