Neste minuto, como ocorre em parte do meu tempo, aqui me ponho frente o computador redigindo e escutando uma de minhas playlists favoritas. E embora seja melhor ouvir, que tal falarmos um pouco sobre música?
Pode ser um Raul Seixas (Ed Mota, não!) num desses dias em que me encontro inclinado para o pop rock nacional. Também gosto de música americana de vários estilos e épocas. Além, claro, de alguns compositores como Schubert, Debussy, Stravinsky. Esses eu guardo numa caixinha de nome “Produtos Zen”, para quando estou em momentos extramurais, fumando um charuto de metáforas.
Depois da literatura, portanto, música é a lombra salutar de que me permito usufruir com algumas doses de um cafezinho. Ambos aquecem e motivam o espírito deste colecionador de palavras e melodias. Palavras são a essência da literatura. A música é a maternidade das palavras. Ao menos é o que acho.
Um tal de Wolfgang Amadeus Mozart, compositor austríaco, já apregoava que a poesia tem de ser a filha obediente da música. Há quem afirme que é o contrário. Eu, particularmente, prefiro não me engalfinhar nisso.
Fico aqui em meu aconchego, neste cantinho, saboreando muitas dessas canções que ninguém fez para mim. À exceção do poeta cantador Genildo Costa, que musicou uns quatro ou cinco poemas de minha cuca, entre os quais o estrondoso fenômeno “Caminhos Opostos”, com quase dez CDs vendidos. Não é pouca coisa. Pois se trata de um artista outsider, distante dos holofotes da grande mídia.
Agora ouço um tanto do grande Belchior, do qual vai rolando a faixa “Tudo Outra Vez”. Um pouco antes passaram por aqui a Elza Soares e a Gal Costa. Não. Rita Lee ainda não apareceu. Deve estar em outra playlist.
Curto também o choque de gerações. Tenho um gosto eclético, quiçá promíscuo. Daí aprecio artistas insuperáveis como Michael Jackson, Nelson Gonçalves, Elvis Presley, Frank Sinatra, Vicente Celestino, Tim Maia, Caetano, Chico Buarque, Elton John, Lady Gaga, Amy Winehouse, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso. Ah, são tantos e tão bons que me parece ser um risco deitar nomes.
Mas quem, enfim, deseja conhecer o meu gosto musical? É provável, sendo otimista, que pouca gente. Ou, pensando melhor, ninguém. No entanto eu daria todo o meu exercício literário por uma voz e um palco para cantar. Aí a minha alma, como na letra de Gilberto Gil, teria um cheirinho bom de talco.
Marcos Ferreira é escritor
Pois bem, adoro música, tenho minhas playlists que conhecide com as suas. De verdade.
A música literalmente me salvou.
Acordei e já coloquei pra ouvir chorinhos.
Pena que esse calor da ” porra” as noites, tem estragado minhas noites de boemia.
O planeta terra é um ser vivo! Está apenas reagindo .
Um abraçaço
Prezado amigo Amorim,
Seu gosto musical, assim como o meu, é bem variado. Então, quando você mencionou ‘boemia’, só me lembrei do grande Nelson Gonçalves. Forte abraço e uma ótima semana para você.
Realmente, há momentos que ficar sozinho, escutando músicas que gostamos, não tem preço. No meu caso, nesses momentos, gosto de tomar algumas doses, mas não de café, rsrsrs.
Abraço, amigo. Bom domingo e abençoada semana.
Pois é, amigo Odemirton,
A música tem essa capacidade de enternecer nosso coração, alegrar nosso espírito. Cada qual com seu gosto, obviamente, embora alguns gostos sejam insuportáveis e discutíveis, sim. Mas, como sabemos, tal discussão é infrutífera, inútil. Grande abraço e uma ótima semana para você.
Grato por falar de música, meu acalanto para muitos momentos conflitantes da alma, ao elenco de bons compositores mostrado no texto, pinço alguns para acrescentar aos inesquecíveis Adelino Moreira, Noel Rosa, Erivelton Martins entre outros que estão na glória celeste.
Estamos órfãos de bons nomes para contar história através da música.
Vivemos numa realidade de pobreza cruel em termos de criatividade musical, chegamos ao clímax aonde rebolar a bunda ao invés de cantar, conquista até o apogeu de melhor cantora do mundo, no caso Anita.
Que lástima amigo!
Que saudades das vozes de Angela Maria, Dalva de Oliveira, Núbia Lafaiete, Nelson Gonçalves, Caubi Peixoto, Edson Cordeiro, Jessé, Jerry Adriani e tantos outros.
Querido Rocha Neto,
Seus intérpretes e compositores também são de minha preferência, embora não os tenha citado na crônica por receio de me alongar. Caubi Peixoto, Núbia Lafaiete, Altemar Dutra e Erivelton Martins estão entre esses. Hoje em dia a “música” mudou muito. E mudou para pior, salvo exceções.
Forte abraço, amigo.
E bote talco nisso, poeta! É Gil é Gal é Bel é Chico…
Nomes consagrados e iluminados. Gente de primeira grandeza musical.
Caro poeta Francisco Nolasco,
Estamos em sintonia. Nosso gosto musical reflete a nossa geração habituada a gostar do que é bom musicalmente. Geração esta que bebe em várias fontes e épocas.
Forte abraço, amigo.
Ilustre poeta, escritor. O que tá posto poético e musicalmente é a nossa cumplicidade com as palavras sentidas, palavras cantadas, simplesmente. Nada de tão extraordinário. Feliz pela lembrança e que estejamos sempre por perto mesmo que distante. Obrigado. Paz pra ti.
Poeta cantador Genildo Costa,
Nossa parceria está imortalizada e nada mudará isso. A música tem essa capacidade de eternizar talentos, a exemplo do seu, embora muitos contribuam para que sejamos tragados pelo anonimato. Um dia, porém, essa terra há de cumprir seu ideal.
Forte abraço.
Mais uma viagem, as suas crônicas! Concordei com quase tudo! Achar que ninguém possa ter interesse pelo seu gosto musical, é totalmente equivocado! Eu adorei saber, embora não duvidasse, que você tem um gosto musical eclético e que é semelhante ao meu.Eu já desejei ser loira para, vestida de anjo, desfilar num carro junto da Santa, numa procissão. Ficava só olhando e desejando! É a vida: moreninha de cabelos curtos e escuros eu jamais seria anjo de procissão. Hoje as pessoas podem ser o que quiserem, é só irem atrás do sonho. Gosto de você como escritor e suas crônicas são um alento para o meu domingo! Já acordo acessando o Blog. Se desejar cantar, trabalhe isso. Nunca é tarde! Abração e bom domingo!
Querida Bernadete Lino,
É bom saber que alguns desses artistas e canções, em diversos tempos e estilos, estão em sua relação de preferidos. E sim, como você destacou, há muitas pessoas pelo mundo afora que têm um gosto musical bastante eclético e parecido com o meu. No momento, por exemplo, estou aqui ouvindo um pouco de blues. Uma ótima semana para você e um abraço deste seu admirador.
Marcos !
O seu gosto musical é muito parecido com o meu,também sou muito eclético e muitos entram na minha lista .
Ed Mota Sim ! Ele é muito bom cantor e intérprete não é porque estava sobre efeito etílico e fez duras críticas injusta ao nosso querido Rauzito que vou deixar de ouvi-lo.
Ainda sou das antigas escuto músicas nos meus Cd’s pois tenho uma boa coleção e não vou desfaze-la só porque fiquei antiquado diante dos jovens contemporâneos.
Olá, Raniele Costa.
Você está certo quanto ao talento do Ed Mota. A verdade, porém, é que ele não se equipara a Raul Seixas enquanto artista amplamente consolidado, quase uma unanimidade. E depois que ele (Ed Mota) atacou Raul daquela forma, sem chance do outro se defender, muita gente pegou ranço dele e alguns deixaram de ouvir Ed Mota. Coisas do mundo da música.
A música é o remédio das almas tristes e alegres… E eu tô falando de boa música, música que nos eleva! Abraços poeta e escritor Marcos Ferreira.
É como você disse, caro poeta Airton Cilon. Estamos falando de música que nos eleva, que nos engrandece de algum modo. Você é um artista da música, entre outros talentos, e sabe muito bem o que está falando.
Também gosto de enveredar pela multiplicidade musical, do clássico ao brega. E me amarro em boleros.