A região Oeste do estado tem testemunhado em anos recentes o surgimento de, pelo menos, duas novas lideranças capazes de contribuir para a mudança dos maus costumes políticos, em vigência havia tanto tempo que parecia aos olhos de todos já estratificados e sem possibilidade alguma de vir a ser corrigidos.
Refiro-me aos prefeitos de São Miguel, o médico Galeno Torquato, e de Pau dos Ferros, o contabilista Leonardo Rego, que se destacam, especialmente, como administradores sérios e competentes. E, por isso mesmo, aptos à implementação duma nova cultura política mais próxima da cidadania.
Do primeiro, reeleito no último pleito, já não se trata mais de uma esperança, mas de um realizador que vem em dois mandatos consecutivos dando uma nova feição ao município, historicamente um dos mais representativos do Rio Grande do Norte. Afilhado de um dos políticos mais retrógrados, presentemente ocupando uma cadeira de deputado, Galeno frustrou todos aqueles que esperavam dele senão a subserviência, a concordância à vontade do chefe, remanescente de uma cultura inspirada no coronelismo. Mas, não.
Galeno, administrador cheio de personalidade, disse logo a que veio e hoje pode ser considerado, efetivamente, uma das lideranças emergentes mais importantes e um político, sem os vícios dos políticos, de grande futuro. Em pouco tempo ele implementou reformas e realizou ações importantes que superam, com proveito para a sociedade local, todas as administrações que antecederam a sua, marcada por um espírito novo e por compromissos que valorizam a cidadania.
Pena que não tenha entrado na política há mais tempo, para defender e salvar o patrimônio histórico de São Miguel, dilapidado por prefeitos viciados numa cultura de clientelismo e postergação.
Leonardo parece seguir o mesmo caminho de realizações, ao exercer o seu papel de administrador zeloso dos interesses públicos. Em pouco mais da metade do seu mandato, conta em seu favor com obras que impressionam até aos seus adversários, que, não sendo parvos, são capazes de comparar a sua administração com a do ex-prefeito Nilton Figueiredo: em apenas um mandato, tendo encontrado a prefeitura emborcada, fez mais do que Nilton em três.
E tudo à vista do público, sem mistificação e sem os 11 milhões oriundos da venda da Cosern, enterrados por Nilton num cemitério que, por seu avantajado custo, devia estar arrolado entre as Sete Maravilhas do Mundo! Não sei de outros municípios potiguares com mais sorte, atualmente, que São Miguel e Pau dos Ferros, ambos localizados na região Oeste.
São dois exemplos dignos de nota, que fazem com que o eleitor não se desespere.
Há bons administradores sim, desde que saibamos procurá-los em meio às quadrilhas que assoberbam a vida pública.
Franklin Jorge é escritor e jornalista – franklinjorge@yahoo.com.br
Em meio a um monte de bobagem, fruto de um “amor mal curado” nas eleições de 2004, uma foi demais… Galeno nunca foi reeleito, partirá para a reeleição agora. Falta de informação como a maioria já pregada no artigo. Pobre Franklin Jorge, nada, nada e sempre morre no seco…