• Repet - material para campanha eleitoral - 16 de maio de 2024
sexta-feira - 07/09/2012 - 13:58h
Para entender

Nuances de uma pesquisa à Câmara Municipal

Há uma série de dúvidas quanto a qualquer pesquisa a vereador. Cada vez que uma sondagem é publicada, as queixas, críticas e arroubos são praticamente os mesmo. Sempre os mesmos.

A maior parte do murmúrio advém do desconhecimento. Mas claro que existe uma parcela, minoritária, que aposta na leviandade por pura má-fé. O importante é conturbar e não esclarecer.

Muita gente afirma com peito estufado, descrença em pesquisa, com base numa estupidez: “Não acredito em pesquisa porque nunca fui entrevistado!” Eu também nunca fui. Pesquisa é um instrumento científico de aferição de vontade popular num determinado espaço de aglomeração humana.

Muita gente confunde pesquisa com “censo”.

Censo é um levantamento social realizado pelo Governo Federal a cada dez anos, com o intuito de identificar uma série de informações necessárias à gestão da coisa pública. No censo, cada habitação – de luxo ou casebre – é visitado e em tese todos os habitantes ou seus representantes em cada endereço são entrevistados.

Pesquisa a vereador, bom que repitamos pela milésima vez: tem enorme margem de erro, porque são enormes as variáveis para infuenciar na eleição.

A disputa a vereador é com base em critério proporcional e não majoritário. É uma disputa muito mais difícil do que um embate a prefeito, porque depende não apenas do seu desempenho próprio, mas da performance de outros candidatos de sua coligação/partido.

É raro alguém ser eleito apenas com seus próprios votos. Normalmente a soma à vitória é feita com votos pessoais e aqueles dados a outros companheiros de partido/coligação e o voto de legenda.

Uma pesquisa, é bom que salientemos, não identifica essas minudências. Ela aponta os nomes mais citados, ou seja, uma aferição majoritária. Alguém que apareça com índice pequeno pode ser eleito e outro candidato com desempenho melhor nos números, não.

O atual vereador mossoroense Manoel Bezerra de Maria (DEM) teve mais de 3.217 votos nas eleições de 2008 e não foi eleito. Em todas as pesquisas apareceu nas primeiras colocações. Já Maria das Malhas (PSL, hoje no DEM) conseguiu esse feito obtendo bem menos, ou seja, 1.956 votos.

Àquele pleito, oito dos 13 eleitos tiveram menos votos do que Manoel Bezerra e assim mesmo ele ficou fora. Só assumiu a cadeira em 2010, com a morte da vereadora Niná Rebouças (DEM), que alcançou 3.938 votos.

O mapeamento quanto à área em que o candidato é citado, levando-se em conta a densidade de votos, ajuda a estimar seu potencial à disputa. Entretanto é algo vago e inconsistente.

Majoritária

É sempre bom aparecer em uma série de pesquisas, pois revela que seu nome está no imaginário popular. Isso é fato, porque na pesquisa “Espontânea” o entrevistado cita naturalmente em quem pretende votar, sem acesso a qualquer lista de candidaturas.

A pesquisa segue um modelo de “estratificação social”, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assentados em critérios de renda, nível de escolaridade, localização e idade. Em cima dessas informações é que se forma o conjunto de ouvidos, totalizando as informações coletadas.

Não deve ser ignorado ainda, que muitas vezes são citados nomes que sequer são candidatos. Xuxa, Pelé, Ayrton Senna etc. podem surgir e o entrevistador faz a anotação.

Seria praticamente impossível se fazer uma pesquisa “Majoritária” a vereador, devido ao grande volume de candidaturas e a complexidade para se coletar essas informações e tabular material. A sondagem teria custo elevadíssimo, além de perder em agilidade.

Este ano, Mossoró tem mais de 280 candidatos a vereador. Imagine só cada entrevistador andando com uma lista bíblica à mão, mostrando a relação dos candidatos, para cada entrevistado escolher o seu…

É isso.

Espero ter contribuído para melhor compreensão do que seja uma pesquisa para cargo proporcional (vereador, o caso do pleito deste ano no país).

Compartilhe:
Categoria(s): Eleições 2012

Comentários

  1. Odemirton Filho diz:

    Claro que sim, dileto amigo, contribuiu, como sempre, para o bom debate e o conhecimento sobre a política local. O fato é que faltando trinta dias para as eleições, parece-me que o quadro está definido no tocante à chapa majoritária. Em relação aos vereadores, como bem disse, leva-se em conta o quociente eleitoral e partidário, mecanismos que poucos conhecem.

  2. Aparecida Castro. diz:

    O povo só quer 40 nós bairros só dá 40 \o/ e vamos lá, 40 neles,

  3. Carlos Santos diz:

    Por João Paulo Jales: Olá Carlos, como vem sempre sendo questionada a eleição proporcional aqui em seu blog venho com muita ousadia externar minha opinião em relação a esse assunto. Faço essa exposição com base em dados, análises, e observando o comportamento do atual cenário político-eleitoral na corrida ao legislativo mossoroense. Primeiro ponto creio que todas as cadeiras serão ocupadas por coligações das duas candidatas que aparecem em primeiro e segundo lugar em todas as pesquisas de opinião pública divulgadas até aqui, Larissa Rosado e Cláudia Regina, respectivamente. Vou começar pelas coligações proporcionais que dão base a candidatura governista. A chapa Dem-PR-PMN, elege quatro cadeiras, podendo fazer uma quinta, porém creio que essa possível quinta não é tão confiável, mas vamos aos possíveis eleitos nessa chapa, como tem quatro cadeiras garantidas, Dão Dantas (Dem), Flávio Tácito (Dem), Genivan Vale (PR) e Manoel Bezerra (Dem) devem ser os eleitos, uma possível quinta vaga, que acho difícil até o momento, deve ser disputa entre Arlene Sousa (Dem) e Maria das Malhas (Dem), porém a primeira saindo com certa vantagem. A coligação formada por PMDB-PSC tem uma nominata muito forte, nominata essa, diga-se de passagem, praticamente do PMDB, e faz cinco cadeiras, Alex Moacir(PMDB), Claudionor dos Santos(PMDB), Daniel Gomes(PMDB), Zé Peixeiro(PMDB) e Izabel Montenegro(PMDB), a última candidata citada deve disputar a quinta vaga com Aluízio Feitosa(PMDB) e Benjamim Machado(PMDB), porém Izabel larga na frente. PV-PSL deve fazer apenas uma cadeira mesmo, e quem deve ser eleito aqui é o ex-secretário Francisco Carlos (PV), essa coligação não deve ter forças pra conseguir uma segunda possível vaga. PSDB-PTN deve fazer duas cadeiras, Tassyo Mardoni (PSDB) é o nome forte aqui, e deve conseguir a maior votação nessa coligação, a segunda vaga deve ficar com Narcízio Silva (PTN), é sempre bom lembrar que para a segunda cadeira devem pintar outros nomes, pois o PTN é um partido que possui alguns certos candidatos que devem ter um considerável contigente de sufrágios, porém Narcízio é o nome mais forte mesmo pra ocupar a segunda cadeira. Pelo lado da oposição… A chapa formada pelos cinco partidos PSB-PT-PDT-PTB-PPL, deve fazer quatro cadeiras, e quem sabe conseguir uma quinta, porém essa quinta deverá ser muito disputa com a coligação Dem-PR-PMN, porém vejo que a chapa formada por esses cinco partidos que endossam o lado da oposição possuem mais chances de fazer cinco, do que esses três partidos que sustentam o governismo, digo isso porque essa coligação pelo campo oposicionista vem com uma nominata bem forte, e muitos dos candidatos dessa coligação vem com uma estrutura maior se comparada com a eleição de 2008, pois bem, como estou aqui pra arriscar mesmo, PSB-PT-PDT-PTB-PPL, devem fazer cinco cadeiras, e os possíveis eleitos são, Lahyrinho Rosado(PSB), Luiz Carlos(PT), Ricardo de Dodoca(PTB), Vingt-un Neto(PSB), e Tomaz Neto(PDT), Tomaz que deve enfrentar a forte concorrência de Pedro Eugênio(PTB) pra ocupar a quinta vaga, porém Tomaz sai na dianteira e deve mesmo ser eleito. PCdoB-PTdoB-PRP, deve eleger somente um nome, e aqui nessa chapa a coisa pega fogo, a disputa será acirradíssima, será um verdadeiro degladiamento, e é muito difícil citar quem deverá ser eleito (a), não dá mesmo, porém digo que pelo menos cinco nomes figuram como os mais fortes, mas mesmo assim não dá pra citar o (a) possível eleito (a). E a coligação PSD-PP-PRB-PPS-PHS-PTC, deve fazer três cadeiras, e esses três nomes tudo indica devem ser todos do PSD, Cícera Nogueira (PSD), Francisco José Junior (PSD) e Jório Nogueira (PSD) devem ser os possíveis eleitos. Depois de toda essa minha avaliação, os possíveis 21 nomes que em 2013 devem formar a Câmara Municipal de Mossoró, serão: Alex Moacir (PMDB), Cícera Nogueira (PSD), Claudionor dos Santos (PMDB), Daniel Gomes (PMDB), Dão Dantas (Dem), Flávio Tácito (Dem), Francisco Carlos (PV), Francisco José Junior (PSD), Genivan Vale (PR), Izabel Montenegro (PMDB), Jório Nogueira (PSD), Lahyrinho Rosado (PSB), Luiz Carlos (PT), Manoel Bezerra (Dem), Narcízio Silva (PTN), Ricardo de Dodoca (PTB), Tassyo Mardoni (PSDB), Tomaz Neto (PDT), Vingt-un Neto (PSB), Zé Peixeiro (PMDB), e o outro nome sai da mais que congestionada chapa PCdoB-PTdoB-PRP. É isso. Vir aqui fazer essa análise, pois sou um observador de todo esse cenário político-eleitoral. Pra chegar a essa conclusão de nomes não foi tão fácil assim, pois como se sabe, uma eleição proporcional é muito equilibrada e acirrada, se bem que algumas candidaturas já estão bem encaminhadas, enquanto outras irão para aquele já bem conhecido pinga-fogo. Quero agradecer o espaço Carlos Santos, dizer que todos os dias leio seu blog, sou um web-leitor fiel, pode ter certeza disso, e desde já agradeço pela oportunidade que nos é dada de opinar aqui. Parabéns pelo brilhante e excelente trabalho. João Paulo Jales

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Muito bacana e construitiva sua contribuição ao debate, João Paulo. Isso é que enriquece nossa página e a torna bem diferente de outras do mesmo segmento. É o debate elevado, a informação e o pensamento livre que nos dão maior importância. Um abraço, saúde e paz.

      • Alexandro Duarte diz:

        Parabéns pela análise João Paulo Jales, mas, sempre temos que ponderá algo. Na coligação PSB-PT-PDT-PTB-PPL senti a falta de Gilberto Diógenes (PT) que sempre apareceu em varias pesquisa e que hoje tem o apoio da maioria dos petistas locais e o apoio incondicional do candidato a vice-prefeito, vale salientar que o votos do PT são difíceis de mudar, também de acrescentar que Tomaz Neto encontra-se no momento em situação melhor do que outros, Já na coligação PTN/PSDB senti a falta do nome do novato Costinha que também sempre teve seu nome lembrado nas pesquisas e tem um grande trabalho nas pastorais da igreja. Muito corajosa sua análise, já que pesquisa para vereadores sempre tem uma margem de erros (falhas) astronômicas, devido suas particularidades. Paz e bem a todos.

  4. Everton diz:

    Excelente análise, principalmente para os menos esclarecidos. Apenas uma coisa me surpreendeu: Não entendo quando um pessoa diz que vai votar em Airton Senna. Parece coisa de outro mundo.

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.