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segunda-feira - 08/01/2024 - 08:46h
Atos antidemocráticos

O 8 de janeiro, um ano depois

Do Canal Meio e outras fontes

Pesquisa mostra maciça reprovação aos ataques, mesmo entre bolsonaristas (Foto: Arquivo)

Pesquisa mostra maciça reprovação aos ataques, mesmo entre bolsonaristas (Foto: Arquivo)

Há exatamente um ano uma turba, sob o olhar complacente das forças de segurança, invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no mais grave ataque às instituições democráticas brasileiras desde que os militares deixaram o poder, em março de 1985. Para muitos, inclusive integrantes dos próprios Poderes, foi uma tentativa abortada de golpe de Estado, cujos mentores e financiadores ainda precisam ser levados à Justiça.

Numa reportagem especial, Luciana Lima, cá deste Meio, nos mostra as implicações dos ataques sobre o país. “Foi o governo iniciado da forma mais turbulenta possível”, diz o cientista político Jorge Ramos Mizael, lembrando que a divisão política intensa dentro da sociedade permanece. Mas, para a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o saldo é positivo. “Hoje nós temos que comemorar a estabilidade política e institucional no Brasil”, afirmou. (Meio)

O primeiro ano da tentativa de golpe vai ser marcado por cerimônias em defesa da democracia em Brasília. Os atos vão começar no STF às 14h, com a abertura de uma exposição das peças do tribunal danificadas pelos golpistas. Uma hora depois, uma sessão solene no Congresso vai reunir os Três Poderes, com a discursos dos presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva; do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e do STF, Luiz Roberto Barroso, e a presença de autoridades como ministros e dos comandantes militares. (Metrópoles)

Mas uma ausência se fará sentir. Segundo o Painel, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), alegou problemas de saúde na família e cancelou a participação na solenidade, onde também deveria discursar. (Folha)

Convidados, oito governadores de partidos de oposição já avisaram que não comparecerão, incluindo o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Cláudio Castro (PL), do Rio, e Romeu Zema (Novo), de Minas, também identificados com o bolsonarismo, não responderam. Já Eduardo Leite (PSDB) foi o único governador da Região Sul a confirmar a presença. (Poder360)

Embora a ausência dos governadores de direita aos eventos de Brasília ressalte a divisão no país, o repúdio à tentativa de golpe segue generalizado, aponta pesquisa divulgada ontem pela Genial/Quaest. De acordo com os dados, 89% dos entrevistados condenam os ataques de 8 de janeiro. Mas isso representa um recuo em relação aos 94% registrados em fevereiro do ano passado. Mesmo entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), a desaprovação chega a 85%. (UOL)

Nos bastidores, os militares temem que o ato de hoje em Brasília reacenda críticas à politização da caserna durante o governo Bolsonaro. Os comandantes das três Armas pensaram em não comparecer, deixando o ministro da Defesa, José Múcio, representá-los. (Folha)

Luís Roberto Barroso, presidente do STF: “Embora impressentido, o ataque foi longamente articulado. Começou com a tentativa de desacreditar as instituições, com ofensas a seus integrantes e ameaças de desobediência aos comandos constitucionais. Depois avançou com campanhas de desinformação, discursos de ódio, mentiras deliberadas e teorias conspiratórias. Tanques desfilaram indevidamente na Praça dos Três Poderes. O fracasso da tentativa de golpe de Estado não minimiza a sua gravidade. Precisamos, é certo, virar a página. Mas não arrancá-la do livro da história.” (Folha)

Merval Pereira: “No plano político, a reação ao 8 de janeiro tem sido bem-sucedida. Não é possível achar que se pode invadir o Supremo, o Congresso, o Planalto e tudo bem. Toda rebelião tem consequências, para um lado ou para outro. Ainda bem que deu errado para quem estava querendo um golpe. Foi gravíssimo. A investigação tem que chegar rapidamente a quem planejou, a quem financiou.” (Globo)

Jamil Chade: “Em julho de 2022, uma reunião entre os chefes da pasta de Defesa do Brasil e dos EUA sinalizou aos militares em Brasília que eles não teriam o respaldo de Washington, caso optassem por uma aventura golpista. O recado era simples: um golpe poderia até ocorrer. Mas o dia seguinte do novo regime traria custos elevados para aqueles no poder.” (UOL)

Eliane Cantanhêde: “A história e as investigações vão mostrar que boa parte dos militares até trabalhou, torceu ou lavou as mãos para um golpe a favor do capitão mito, mas confirmarão também o que o próprio [ministro Alexandre de] Moraes atesta: o golpe não foi consumado, ou não deu ainda mais trabalho para as instituições, porque as Forças Armadas, institucionalmente, não aderiram.” (Estadão)

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. Wendell Stewart da Costa Silva diz:

    Ditadura, nunca mais! Nunca !

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