A política do Rio Grande do Norte está um “salve-se quem puder”. As eleições do próximo ano impõem uma pressão indizível às forças políticas mais tradicionais e às oligarquias familiares e partidárias.
A apreensão é compreensível.
O cenário é realmente confuso, pois vários fatores pesam e pesarão nas escolhas a serem feitas por elas até o pleito, que podem determinar eleição/reeleição ou o fracasso.
A cabeça do eleitor, em si, é uma incógnita. Uma enorme interrogação.
Em todos os segmentos sociais há revolta contra a política, os políticos e os partidos.
Há desalento.
Esse estado de espírito está generalizado e pode resultar no mais do mesmo ou em profundas mudanças de nomes, mas não necessariamente de modelo e práticas de atuação política e gestão pública.
Que direção tomará essa multidão (ou turba raivosa)?
Talvez a resposta a gente encontre num resultado eleitoral recente, no distante estado do Amazonas. Por lá, após dois turnos eleitorais de uma eleição suplementar ao governo, o resultado foi uma volta ao passado e à manutenção do mesmo de sempre.
Os candidatos que se digladiaram no segundo turno foram Eduardo Braga (PMDB) e Amazonino Mendes (PDT), que há décadas dominam a política local.
Eleição no Amazonas no 2º Turno
Branco: 70.441 (4,06%);
Nulos: 342.280 (19,73%) nulos;
Abstenções: 603.914 (25,82%);
Total: 1.016.635 (49,61%).Amazonino Mendes: 782.933 votos (59,21%);
Eduardo Braga: 539.318 (40,79%).* A soma do total de abstenções, brancos e nulos foi superior em 233.702 à votação do candidato vencedor.
Venceu Amazonino.
O eleito empalmou 782.933 votos. Ou seja, ele teve 233.702 votos a menos do que a soma dos votos inválidos e abstenções.
A indignação popular com a política, os políticos e os partidos não deu em nada. Essa repulsa foi mal calibrada e mal destilada, sendo canalizada para votos em branco/nulo e as abstenções que somaram 1.016.635 (49,61%) votos. Não mudaram coisíssima nenhuma, reitere-se.
“Virar a chave”
O Rio Grande do Norte pode experimentar essa forma mais fácil e ineficiente de contestação em 2018, principalmente se observando a essa distância do pleito a descrença do eleitor e a movimentação tensa e angustiada de potenciais candidatos e grupos, do governismo à oposição.
Diferentemente dos sonhos de muitos, não é tão fácil assim “virar a chave” para o modo “eficiência/honestidade”. O voto não tem esse poder mágico, mas pode concorrer para pelo menos o começo do fim de um ciclo que parece esgotado.
Se a escolha ficar entre sujos e mal-lavados, talvez a saída seja repetir o compositor Sílvio Brito, que nos anos 70 bradava: “Pare o mundo que eu quero descer” (veja e ouça AQUI).
O Amazonas está aí para dar o norte.
Leia também: Protesto maciço de eleitor mantém o mesmo de sempre AQUI.
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O amazonense queria mudança, e mudou.
Tirou o sujo e colocou o mal lavado KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Após 517 anos, o brasileiro ⇨ de-fi-ni-ti-va-men-te ⇦ ainda não sabe votar.
Aqui, os políticos não são do ramo e os eleitores não conhecem o ramo KKKKKKKKKKKKKKK
O atraso é geral.
Cuidado e avisem as crianças para saírem da traseira do gigante adormecido. É que, quando ele anda, costuma andar apenas em marcha ré.
Sai de baixo, digo, sai de trás.
Perfeito! Desalento. Revolta mal canalizada. Mais do que Perfeito.
Há poucos dias, recebi um texto incentivando o voto nulo, como salvação. Não é.
Agora, quem vai orientar o povo? Claro que não são os políticos atuais. Quem vai juntar a multidão para explicar o que acontece, de fato, com as abstenções, o voto nulo e o anulável ?
Quem vai explicar que, desse modo, permanecerão as mesmas pessoas.
Talvez, o exemplo de Amazonino seja o gancho para o esclarecimento. Grande chamada, Jornalista Carlos Santos.
Concerteza o que deve ocorrer nas próximas eleições é o eleitor votar pele manutenção dos mesmos candidatos de sempre,mesmo a grande maioria optando por votos nulos e brancos, os Políticos e as tradicionais famílias agradecem.