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quarta-feira - 06/10/2010 - 09:22h

O atordoante voo eleitoral da “borboleta” – Eleições 2010

Simbolizada por seu marketing com a imagem de uma "borboleta", a jornalista Micarla de Sousa (PV), prefeita do Natal, é um fenômeno: conseguiu a proeza de não eleger sequer o próprio marido a deputado estadual ou uma irmã à Câmara Federal.

É uma das derrotadas das eleições 2010, apesar de não ter concorrido a nada.

As eleições de 2010, nas urnas, apenas atestam o que pesquisas de opinião pública têm demonstrado há vários meses, desde que assumiu a Prefeitura do Natal em 1º de janeiro de 2009: ela é um fracasso político e administrativo.

Seu marido, o radialista Miguel Weber (PV), foi candidato a deputado estadual e sempre incluído na lista dos virtuais eleitos. Ledo engano dos analistas. O povo disse "não" a Weber, mas claramente reprovou a própria prefeita.

Ele empalmou apenas a 10ª colocação entre os mais votados na capital, com sofríveis 9.474 votos num universo de mais de 358 mil votos válidos. Comparativo pode ser feito com o primeiro colocado o vereador Adão Eridan (PR), que conseguiu 22.651 em Natal.

Rosy

No plano estadual, Weber alcançou 27.011 votos. Ficou apenas na quinta suplência da coligação PMDB-PR-PV.

Já Rosy de Sousa (PV), irmã da prefeita, candidata à Câmara Federal, recebeu 13.800 votos em Natal e 32.341 em todo o estado. Na capital foi a nona mais votada, atrás de Paulo Wagner (PV), do mesmo partido, com 20.364, que ficou em oitavo.

E olhe que Rosy ainda teve o apoio considerável de outra estrutura de peso:  a facção da prefeita de Mossoró, Fátima Rosado (DEM). Seu irmão e chefe de Gabinete, Gustavo Rosado (PV), comandou campanha de Rosy na cidade, em que ela só ganhou 2.971 votos.

Dos males o menor: pelo menos ficou na primeira suplência da coligação PMDB-PR-PV à Câmara Federal, apesar da votação pífia.

Na Assembleia Legislativa, o seu PV deixa de três cadeiras para ficar apenas com a de Gilson Moura (PV), reeleito.

Se há uma vitória que Micarla não pode atribuir para si ou à hipotética força partidária, é à de Paulo Wagner, vereador e apresentador de TV.

Ele foi bombardeado internamente durante a campanha. Sobreviveu com o resultado de apenas 55.086 votos. Puxado pelos deputados Henrique Alves (PMDB) e João Maia (PR) da mesma coligação, é deputado federal eleito.

Paulo não deve o mandato à sua antiga madrinha. Sobram queixas e desapontamento.

"Estufa"

Entretanto, além dessas provas numéricas patentes da fragilidade da borboleta, o que há de pior não apareceu: a própria. Passou a campanha toda em alguma "estufa", impedida de botar a cabeça fora. O marketing da candidata que apoiava ao Governo do Estado, senadora Rosalba Ciarlini (DEM), recomendou o sumiço.

Quando apareceu, logo as pesquisas atestaram sua impopularidade. Jogada nos programas de rádio e TV dos adversários Carlos Eduardo (PDT) e Iberê Ferreira (PSB), como apoiadora de Rosalba, ela puxou para baixo o desempenho da candidata em Natal.

A prefeita "verde" tem que passar por necessária autoavaliação e não apenas promover uma chacoalhada em seu governo. De balanço a prefeitura está além da conta. Só auxiliares diretos já foram quase 30 modificações em tão pouco tempo.

As urnas apenas atestaram o que qualquer pessoa com o mínimo de bom senso já sabia. Falta a borboleta fazer seu mea culpa.

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Categoria(s): Blog

Comentários

  1. Graça Sabino diz:

    Carlos, concordo plenamente. Na minha opinião, Micarla não se elege mais nem a síndica do condomínio em que reside.

  2. Everton Carlos da Costa Cardoso diz:

    E essa tal de Rosy ainda ganhou os votos de 2.971 idiotas aqui em Mossoró? Quando o brasileiro vai aprender a votar?

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