Nos últimos anos, o termo “classe média” tem sido cada vez mais questionado. Antes símbolo de estabilidade financeira e ascensão social, esse segmento vem enfrentando uma dura realidade: a perda de poder de compra e a pressão por um padrão de vida que se torna cada vez mais difícil de sustentar. Afinal, o que aconteceu com a classe média? Quais fatores levaram ao seu enfraquecimento?
Para entender essa transformação, André Charone, contador, consultor financeiro e autor do livro “A Verdade sobre o Dinheiro: Lições de Finanças para o Seu Dia a Dia”, explica os desafios enfrentados por esse grupo e oferece uma análise profunda das causas desse declínio.
Custo de vida
Segundo Charone, um dos principais problemas que afetam a classe média é o aumento acelerado do custo de vida, sem que os salários acompanhem essa alta. “Nos últimos dez anos, vimos uma inflação crescente em itens essenciais como alimentação, habitação, educação e saúde, mas os reajustes salariais para a classe média ficaram aquém dessa elevação. Com isso, essa faixa da população passou a ter mais dificuldade em manter o padrão de vida que antes era considerado normal”, explica.
A crise econômica provocada pela pandemia e os choques externos, como a guerra na Ucrânia, apenas intensificaram esse problema. “Famílias que antes podiam pagar por educação particular para os filhos ou manter um plano de saúde de qualidade agora se veem obrigadas a fazer cortes significativos. É um processo de empobrecimento silencioso, onde o padrão de vida se deteriora gradativamente”, alerta Charone.
Endividamento
Outro fator que contribuiu para o enfraquecimento da classe média é o endividamento crescente. Charone aponta que, para manter o estilo de vida, muitas famílias recorreram ao crédito fácil, criando uma bolha de endividamento. “As pessoas se viram entre a necessidade de consumir e a ausência de uma renda que acompanhasse essa necessidade. Isso levou ao aumento de dívidas, principalmente no cartão de crédito e financiamentos”, comenta.
O consultor financeiro ressalta que, em seu trabalho, ele viu casos de famílias que, na tentativa de manter a fachada de estabilidade, acabam comprometendo seu futuro financeiro. “A classe média foi empurrada a financiar seu padrão de vida com crédito, mas sem planejamento adequado, as consequências são devastadoras, como inadimplência e até perda de patrimônio.”
Reforma Tributária
Charone destaca ainda o papel da tributação nesse processo de queda da classe média. “No Brasil, temos uma estrutura tributária que penaliza o consumo, o que atinge diretamente a classe média. Quanto mais essa faixa da população consome, mais tributos ela paga, enquanto os mais ricos, com investimentos e ganhos de capital, acabam se beneficiando de brechas fiscais.”
Ele ressalta a necessidade urgente de uma reforma tributária que seja mais justa e redistributiva. “Precisamos de um sistema que alivie o peso sobre o consumo e transfira parte dessa carga para a renda dos mais ricos. Isso pode ser uma solução para reequilibrar o poder de compra da classe média e possibilitar sua recuperação”, sugere.
E o Futuro?
Apesar do cenário preocupante, Charone acredita que ainda há esperança para a classe média, desde que haja uma mudança significativa na forma como o governo e a sociedade enxergam esse grupo. “Precisamos de políticas públicas que incentivem o crescimento econômico e gerem empregos de qualidade, com salários condizentes com o custo de vida. Além disso, é necessário educar financeiramente essa população para que ela saiba como administrar melhor seus recursos, evitando o endividamento excessivo”, conclui.
Ele reforça que seu livro “A Verdade sobre o Dinheiro” nasceu justamente dessa necessidade de dar ferramentas práticas para a classe média entender e gerenciar suas finanças de maneira mais eficaz. “As pessoas precisam de educação financeira para enfrentar esse novo mundo econômico. Sem isso, o ciclo de empobrecimento tende a continuar”, finaliza.
Reflexo
O que está acontecendo com a classe média é um reflexo direto das políticas econômicas e da falta de planejamento a longo prazo. Se essa situação não for tratada de forma séria, o país corre o risco de ver um aumento significativo da desigualdade social, onde a tão sonhada ascensão social se tornará uma lembrança distante. Para André Charone, a resposta está na educação financeira e em reformas que promovam uma justiça fiscal real, abrindo caminhos para que a classe média volte a crescer e prosperar.
Sobre o autor:
André Charone é contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA).
É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e dezenas de artigos na área contábil, empresarial e educacional.
André lançou recentemente o livro ‘A Verdade Sobre o Dinheiro: Lições de Finanças para o Seu Dia a Dia’, um guia prático e acessível para quem deseja alcançar a estabilidade financeira sem fórmulas mágicas ou promessas de enriquecimento fácil.
O livro está disponível em versão física pela Amazon e versão digital pelo Google Play.
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Instagram clicando – @blogcarlossantos1, no X (antigo Twitter) clicando – //x.com/bcarlossantos e no Threads clicando – @blogcarlossantos1
Acabou de passar pelo congresso o projeto de taxação das grandes fortunas. Adivinhem o que os congressistas, em sua maioria pessoas de bem, patriotas, defensores do boi, da bíblia e da bala votaram?! Isso mesmo: que a classe média continue sendo a principal fonte de renda do governo enquanto a classe alta venha gastar seus ricos milhões na Zoropa.
Parabéns aos envolvidos. Selva!
Na razão direta da ignorância, estupidez, escrotice e alienação de parte majoritária do nosso eleitorado, enquanto r. eleitorado continuar elegendo figuras do naipe de um Nikolas Ferreira, Abilio Brunini, Eduardos e Flávios Bolsonaros da vida, sem falar em milicos, milicianos e Pastores Picaretas, que diuturnamente de tudo fazem pra que o Cassino que desde os anos 80 passou constituir o pilar da nossa economia, faça pari passu girar marcha a ré (DO PONTO DE VISTA COLETIVO) a roda da nossa macro-economia na mão dos agiotas do grande capital, seja, legalizados ou não.
Enquanto os orçamentos secretos continuarem objeto de apropriação do orçamento público e, consequentemente sendo subtraído pelo ralo da corrupção dos DEPUTAS dos centrões da vida, nossa dita classe merdia mais que entreguista e alienada, tire o cavalinho da chuva e preparem mais um golpe contra os anseios populares em nosso, pois a extrema direita juntamente com o neo pentecostalismo latente e sedento de poder teocrático, deveras estão com a faca mais que afiada nos dentes e os galões de gasolina à postos.
Nesse sentido, o dito povo brasileiro , mesmo a despeito da eleição de LULA, reconhecidamente por uma margem quase miríade. Por obséquio, observem a matiz ideológica majoritariamente conservadora, pra não dizer mais que ignorante e reacionária, que orienta nossos maviosos congressistas eleitos no estuário caudaloso e corrupto estuário do orçamento secreto por esse mesmo povo e sociedade que supostamente se dizem contra corrupção…!!!
A turma do PT não usa o orçamento secreto ? Só o centrão seu babão.
Você que se diz um sujeito do bem, inteligente e capaz seja candidate para algum cargo .
O consumismo da nossa população, a influência das redes sociais sobre uma juventude ignorante e os pais que não dizem não piora a situação da classe média.
Hoje os profissionais que ganham 20 salários por mês se acham pobres. Querem ter carros de 200 mil reais, ele e a mulher, querem morar, sem ter como em bairros luxuosos, tome frustração.