Por Edmo Sinedino
Gosto de, aos domingos, resgatar alguns textos que publiquei no blog. E hoje vou premiar vocês com Danilo Menezes (é o do centtro, agachado, no time inesquecível de 1972). Lembrei desse bate-bola que publiquei no seu aniversário em 2008. Me parece que ele estava completando naquele dia 83 anos, mas depois eu confirmo com Fabíola.
Danilo sempre vai ser uma grande referência como craque de bola que foi e como ser humano, maravilhoso, que tantos ensinamentos nos proporciona. Ando com saudades de Menezes, estou torcendo para que ele se mude logo para mais perto, quem sabe o Palácio dos Esportes. Essa semana falei com ele, por telefone, e ele me deixou muito feliz ao elogiar meu trabalho como comentarista na Rádio 96 FM. Um elogio do “Último Maestro” é coisa para se guardar.
Vejam abaixo:
No ataque – Queria que você contasse como foi o dia que Danilo Menezes virou “João´´? (João era o apelido que Mané Garrincha colocava em todos os seus marcadores).
Danilo Menezes – Tá bom…vai lá. Foi o meu primeiro jogo pelo Vasco contra o Botafogo. Os caras falavam demais do Mané. Diziam maravilhas, mas eu havia chegado há pouco, nem tinha visto direito o “hôme´´ em ação. Mas pensava comigo: “ não deve ser grande coisa.´´ Fomos para o campo. Eu ia jogar nesse dia de ponta-esquerda, Oldair era o lateral, lateral mesmo. “Seu´´ Zezé (Moreira, técnico) pediu para eu fechar o espaço e voltar para ajudar Oldair. Entramos em campo e eu tive a curiosidade de olhar para o Garrincha. Nunca tinha visto ele de perto. Olhei, olhei, e pensei comigo: “pô, o cara é um aleijado, anda todo torto, como é que os caras levam drible dele?´´ Questionei.
Oldair chegou perto de mim e apontou para Mané dizendo: “o cara é esse, cuidado! Não esqueça! Você dar o primeiro combate, e eu chego depois para roubar a bola.´´ Concordei. Ainda me alegrei, nem sei porque: “vou me consagrar hoje.´´ Ah! se eu soubesse!!!
Pois bem, na primeira bola que deram pra ele eu cheguei pesado, ligeiro, vupt! Nem vi, ele passou por mim e Aldair de uma vez só. Deu mais um drible em Fontana que deu `carrinho´ no vento, cruzou na medida para Amarildo fazer 1 a 0.
A torcida delirando feliz no Maraca e tome vaia na gente. E o jogo seguiu. Fiquei p. da vida. Olhei para Oldair e disse com raiva: ” na outra a gente pega, deixa ele se alegrar, eu vou dar o combate e na hora que eu chegar junto nele você chega logo depois, para não ter como ele escapar.” Oldair concordou.
E lá vem ele, balançou uma vez, duas, passou por cima da bola, voltou, repetiu a firula e preparou o bote. Tinha certeza que ele ia partir com tudo. Fechei os olhos e me joguei em cima dele, caiu o bolo nós dois, eu pensei, mas, estranhei as risadas e as vaias da torcida…
Quando abri os olhos, menino! Eu estava no chão agarrado com Oldair, a gente caiu junto, ele driblou nós dois e já tava cruzando de novo da linha de fundo. Olhei com raiva para Oldair e disse: “tu cuida dele sozinho, pois você é o lateral, eu é que não vou mais aí.´´ E não fui. Perdemos, acho que de 3 a 1.
Nota do Blog Carlos Santos – Essa postagem captada do Blog No Ataque do jornalista e ex-jogador de futebol Edmo Sinedino é uma homenagem a todos os torcedores do Botafogo, que hoje se sagrou campeão carioca pela 20ª vez em cima do meu Fluzão. Título mais do que justo e merecido.
Obrigado Carlos Santos!!!
Caro amigo/jornalista/beatlemaníaco Carlos Santos. Muito obrigado pela parte que me toca. Devo lembrar-lhe que, na próxima quarta-feira, haverá o jogo entre Flamengo x Vasco em disputa da uma taça de lata, para ver quem é o pior do RJ/2013. Rarará!!!
Maravilha, essas histórias envolvendo o Mané são divinas.
Parabéns por resgatar tanta coisa boa do nosso futebol. No momento só nos resta chorar. O nosso futebol atual é uma vergonha, talentos, temos pouquíssimos, treinadores de ponta, nenhum. Teremos de importar.
Um abraço, siga seu trabalho, conterrâneo.
Veloso Cazumba – São Tomé-RN