Em rápido espaço de tempo, o Rio Grande do Norte entrará noutra dramática estatística: ter a polícia que mais mata em operação.
A versão é a de sempre: reação do bandido. Reagiu, morreu.
Começa matando bandido, depois desafetos pessoais, inocentes etc.
O Estado que mata nos devolve à barbárie e gera a falsa sensação de segurança. Pior ainda: de justiça. Justiça alternativa, feita de chumbo e não leis, como convém a um Estado Democrático de Direito.
Boa parte do cidadão de bem, acuado, chega a vibrar com essa eliminação em série, sem perceber que pode ser a próxima vítima.
É por isso quando telefonamos para o 190 o caso não tiver sangue ou risco de morte eles não tão nem aí. Continuo com a afirmativa do Prefeito de Nova York quando ele diz que para acabar com os grandes crimes teremos de combater os pequenos primeiro. Vão cansar de matar bandidos, mas sempre haverão mais. O Brasil é uma máquina de fazer bandidos e alias, dentro da polícia tem muitos bandidos fardados, assistimos todo dia na televisão as gangues incorporados dentro das policia militar no RJ. Todo mundo sabe onde vai parar com essas execuções, no abuso de autoridade da polícia que se considerará a toda poderosa, esta resolvendo o problema da bandidagem e fazendo um grande favor a comunidade, ledo engano.
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A MÁQUINA DE FAZER BANDIDOS
Por William Pereira da Silva
O Brasil vive um dos piores momentos em relação à criminalidade devido ao uso das drogas, especificamente o crack. É do conhecimento de todos da realidade das ruas com assassinatos, troca de tiros, assaltos, roubos, furtos, flanelinhas impondo leis, trânsito caótico, corrupção nas instituições e tantas outras mazelas que imperam em nossa sociedade, inclusive com barbáries que nem o cinema conseguiu produzir. Resta uma pergunta, mas porque tudo isso acontece? É que o Brasil é uma máquina de fazer bandidos. Quem deveria respeitar as leis, dar o exemplo é quem mais incentiva a desobediência as leis.
O Prefeito de Nova York por dois mandatos, de 1994 a 2002, Rudolph W. Giuliani, que implantou a Tolerância Zero na cidade e obteve sucesso diminuindo a criminalidade em NY, em entrevista na revista veja, citou um fato que me chamou a atenção. Ele relatou que o primeiro passo para reduzir a criminalidade é o combate aos crimes pequenos, desde a pichação, as leis básicas que o cidadão deve cumprir até chegar aos grandes chefões do tráfico, acrescenta que o pichador pode ter relação com o grande chefão e se uma cidade que não zela por sua limpeza de ruas, fazer obedecer as leis básicas do trânsito, leis municipais, fazer com que o cidadão comum veja e sinta que esta sendo feito algo de verdadeiro, real, para o combate a criminalidade, nada vai mudar. Atacar as instituições corruptas, principalmente as responsáveis pela segurança, isto é, polícia civil, militar, empresas de vigilâncias privadas colocando-as para agir honestamente com rigor.
Como exemplo de fatos que geram a Máquina de Fazer Bandidos, tem esse em que minha filha, que esta na autoescola, me pergunta o porque de os moto-vigias poderem utilizarem de avisos sonoro e buzinas noite adentra e ninguém os proíbe, já que existe lei para isso, que ela estudou nas instruções, tem na Lei do CTB os artigos 41, 227 e 229 que trata da proibição de buzinas e avisos sonoros. Respondi que é a ineficiência dos órgãos competentes, omissão da polícia Militar, Ambiental e ausência da Polícia de Trânsito que não realiza Blitz para coibir, então os moto-vigias se sentem impunes e deitam e rola desrespeitando a população com aquele barulho absurdo e incompreensível. Além de poder haver grupos na polícia em conluio com a empresa que age na cidade sendo elas até de propriedade de policiais. Além das pessoas que contratam o serviço não ter um mínimo de respeito a cidadania, incentivando ao crime e desobediências leis, os quais julgo como indivíduos insensatos, egoístas, mau caráter que esta contribuindo diretamente para o aumento da criminalidade.
Esse pequeno exemplo vai gerar nos jovens a certeza da impunidade, se a própria polícia, tanto militar, de trânsito e ambiental, e alguns elementos da comunidade que deviria defender a população de ações criminosas com esta de buzinar ou acionar avisos sonoros na madrugada, se omite em agir, como ficará a cabeça destes jovens quando forem dirigir? Vão obedecer as leis? E sabemos que são dos pequenos delitos que começam os grandes.