Depois de uma quinta (4) estafante, cérebro e corpo em parte recuperados do desgaste, a gente olha melhor a decisão "salomônica" do Supremo Tribunal Federal (STF). A questão da fidelidade partidária não está concluída.
O país continua apelando por uma reforma político-partidária e eleitoral sadia. Porém é pouco provável que isso ocorra pelas mãos ladinas do Congresso Nacional.
Até aqui, há sempre o escapismo, o malabarismo de palavras e o contorcionismo legal, oferecendo brechas eternas à esperteza em favor de grupos hegemônicos e muitos sabidos.
Partidos continuam sendo valhacoutos de projetos pessoais. Poucos se salvam num cenário onde a impunidade é o principal anabolizante de um país de jeitinhos. O STF fez das suas e seguiu a regra de botar remendos e gambiarras, onde cabiam medidas mais rigorosas.
Em nome de princípios como o devido processo legal e o amplo direito à defesa – que não podem ser ignorados, terminou preservando a prática do troca-troca iníquo. Cá para nós: pelos escaninhos sinuosos do Judiciário, é possível que ninguém seja cassado até o final dos atuais mandatos.
A corte que é "guardiã da Constituição" jogou para a torcida (o povo), agradando à maioria da classe política e fazendo uns poucos de vítimas.
Por enquanto, só uns pobres diabos que passaram a linha até então imaginária do dia 27 de março de 2007, como limite à promiscuidade partidária, estão sob ameaça de perda de mandato.
Concretamente, não há muito a ser comemorado. Pelo menos do lado de cá, no que conhecemos como povo, essa entidade abstrata sem a devida representação política de sua vontade.
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