Foi em 2004, lembro muito bem.
Essa história que começo a narrar, já postei outras vezes. Mas vale a pena exumá-la, para tentarmos contextualizar tudo e transferir seu conteúdo ao nosso tempo. Talvez nos ajude a compreender a pré-campanha municipal mossoroense.
O ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) justificava, num telefonema a este repórter, o porquê de escolher a enfermeira, prima e ex-adversária Fátima Rosado (DEM), “Fafá”, à disputa da Prefeitura de Mossoró, sucessão de sua mulher Rosalba Ciarlini (DEM).
Sua frase foi incisiva, sem rodeios:
– Carlos Santos, eu não tenho mais idade para perder!
Simples assim.
À ocasião, escanteava Cláudia Regina (DEM), envolvida com Fafá numa fantasiosa disputa fabricada pelo próprio Carlos, para saber quem seria ungida. Claro que desde o princípio o nome era o de sua prima.
Retruquei, profetizando que ele e seu grupo seriam traídos adiante. Ficou silente alguns segundos, mas não quis esgrimar sobre o tema.
O tempo, sempre o tempo, me deu razão.
O grupo de Carlos e facção de Fafá, comandada por seu mano menor, Gustavo Rosado (PV), mantêm um permanente convívio de aparências, em poses para fotografias e acenos para câmeras de TV. Tudo de mentirinha.
De verdade, já disse antes, o que há de mais verdadeiro entre eles é uma sincera hipocrisia.
Um engolirá o outro na sucessão.
A dificuldade do grupo de Carlos e a facção de Gustavo se entenderem, é porque fundamentalmente um lado não confia tantinho assim no outro.
Carlos superou o medo de perder? Toparia apoiar um nome indicado por Gustavo, para perder mesmo vencendo?
Explico: se Chico Carlos for eleito prefeito, claro que Carlos e Rosalba serão penduricalhos, com influência da escadaria do Palácio da Resistência, para fora.
Nos tempos da colonização da Austrália, um irlandês foi preso acusado de antropofagia e outros crimes. Num vacilo da guarda prisional, ele conseguiu escapar ao lado de um colega de cela. Dias depois, esse companheiro de fuga foi encontrado aos pedaços dentro de uma mochila. O amigo, comedor de gente, o fizera de refeição.
A vítima confiou demais em quem, por sua natureza, devora gente.
O exemplo vale também para a política.
[…] AQUI a postagem O medo de ser devorado” assusta Carlos Augusto Rosado e AQUI a postagem Rosalbismo […]