• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
sábado - 22/03/2008 - 22:57h

O meio-ambiente “Da Gente”

Faz algum tempo que venho acompanhando o desenrolar das peripécias do governo “Da Gente”, ou melhor, “Deles”, no campo do meio ambiente. Foram muitas as palavras, mas poucas as ações que pudessem colocar Mossoró na vanguarda de uma administração voltada à melhoria ambiental dos seus espaços.

Com o advento do Plano Diretor de Mossoró (PDM) inúmeros problemas foram levantados e poucos foram debatidos, haja vista que o pacote comprado pelo município não abria muitas brechas às mudanças no texto pré-definido. O PDM garantiu a criação da Agência de Meio Ambiente de Mossoró, inclusive um Código de Meio Ambiente, que aparentemente é um produto daqueles do filme do homem que copiava e que ainda não saiu do papel.

O PDM estabeleceu algum avanço no campo do meio ambiente, criando a necessidade de que os empreendimentos que pretendam se instalar na cidade apresentem um estudo de impacto ambiental, mas na realidade o que vem sendo cobrado é o Relatório de Impacto de Vizinhança. A iniciativa é boa, porém existe um problema na linha, ou seja, a prefeitura esqueceu de dar o apoio material e humano à Gerência Executiva da Gestão Ambiental para que ela possa realmente analisar e vetar, quando necessário, algum projeto que fira o meio ambiente local.

A falta de interesse se traduz, na falta de técnicos capacitados suficientes para análise dos documentos e relatórios técnicos apresentados pelos empreendedores. Outro ponto importante que merece destaque no governo “Da Gente” é com relação ao saneamento básico.

A municipalidade se orgulha de ter a cidade saneada em 52%, diga-se de passagem, com recursos do Governo Federal, mas esqueceram de um item muito importante no projeto, as estações de tratamento. Precisamos lembrar ao governo “Da Gente” que saneamento é o conjunto de ações e, não simplesmente, cavar buraco e enterrar canos, pois sem as estações de tratamento o mesmo esgoto que antes se infiltrava no solo, agora segue o caminho mais rápido ao Rio Mossoró, dessa forma, sendo concentrado em pontos pré-estabelecidos pela prefeitura, ou seja, saiu de uma contaminação difusa para uma pontual.

Dentro desse tema, gostaria de lembrar, ainda, o problema de que uma grande parcela das ruas saneadas não teve as ligações das residências efetuadas. Os motivos são vários, entre eles a falta de recurso da população carente para comprar canos e pagar mão-de-obra.

Depois do que foi exposto fica claro que a gestora municipal e, alguns de seus auxiliares, aqueles que nada entendem de meio ambiente, mas que mandam e desmandam, desconhecem deveras as boas práticas de gestão ambiental num município.

Seria bom, que os auxiliares que entendem e não dispõem de abertura plena para desenvolver as ações de interesse ambiental, fossem ouvidos. Não se faz políticas ambientais olhando apenas os bichinhos e plantinhas que aparecem nos jardins de nossas casas.

Nós, cidadãos e contribuintes, precisamos “acordar para Jesus”, como se diz em Pernambuco, e cobrar da gestora municipal a diminuição dos gastos públicos com shows e agitos nada culturais e destiná-los à defesa do meio ambiente que é patrimônio de Todos.

Gutemberg Dias é Licenciado em Geografia e dirigente municipal do PCdoB

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Categoria(s): Fred Mercury

Comentários

  1. Westerley Ramalho diz:

    No tocante ao plano diretor o pagamento a Prof. Laérci, já foi efetuado?

  2. antonio capistrano diz:

    Excelente artigo. É isso, a cidade precisa acorda, os problemas estruturais se avolumam. Como vai o tráfego Urbano, a municipalização do trânsito, a ocupação urbana, a ocupação das praças com projetos culturais e esportivos. O nosso rio é uma fossa a céu aberto. Os espelhos d’água, lagoas e corregos, que resfrescavam climatizando a cidade, foram todas aterradas. Nos últimos dez anos Mossoró arrecador entorno de 3 bilhões de reais, só de royalties foram em torno de 300 milhões, é muito dinheiro… Parbéns Gutemberg, pelo excelente artigo. É um bom sinal, temos gente com uma visão correta dos graves problemas da nossa cidade e, o importante, estão falando, escrevendo, reclamando, execendo a sua cidadania, mostrando que a cidade está viva. Até por que existe uma predominância de um tipo de jornalismo Chapa Branca que distorcem os fatos enconbrindo todos essas questões.

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