Por Carlos Duarte
A notÃcia do fechamento do aeroporto de Mossoró (Dix-sept Rosado) por uma determinação da Anac – Agência Nacional de Aviação Civil, no último dia 15 de janeiro, não chega a ser nenhuma novidade.
Aliás, é um fato recorrente, há muitos anos, e sempre motivado pelos mesmos fatores: insegurança; falta de estrutura; e, principalmente, a inexistência de um estudo sério de viabilidade técnica-econômica capaz de atrair investimentos privados para formação de parcerias consistentes.
O que causa surpresa é a nota de repúdio das entidades de classe de Mossoró (Acim, Sindivarejo e CDL), quando, na verdade, também elas são corresponsáveis pelo que está acontecendo no aeroporto de Mossoró e com a atual insustentabilidade do desenvolvimento da economia local.
Essas e outras entidades de classe do setor produtivo de Mossoró, historicamente, têm sido salas contiguas do Palácio da Resistência. São grupos fechados que sempre financiaram as campanhas eleitorais de prefeitos, vereadores, deputados, senadores e até mesmo de governadores. Em troca, ocuparam e/ou indicaram cargos de secretários e de outros escalões.
Ficaram silentes e não apresentaram ao longo do tempo alternativas viáveis, sustentáveis ou projetos para o desenvolvimento e o futuro de Mossoró. Ao contrário, muitas vezes, de pires na mão, ainda mendigam patrocÃnios do poder público para promoção de seus eventos poucos significativos.
Mesmo quando Mossoró teve expressiva representatividade polÃtica no Estado, com deputados (federal e estadual), senador e a governadora Rosalba Ciarlini – que foram eleitos com a ajuda de tais entidades e empresários – os atuais paladinos do desenvolvimento econômico do municÃpio não foram capazes de se indignarem, nem de saÃrem da inércia e da posição de conforto dada pelo compadrio, para lutarem pela viabilidade do aeroporto de Mossoró ou por qualquer outro projeto relevante ao progresso regional.
Nesse Ãnterim, assistiram (em silêncio) correr pelos ralos vários bilhões de reais dos royalties, da arrecadação de impostos e dos repasses federais, gastos com projetos de fachadas que não deixaram legados para o futuro de Mossoró.
A crise que vivemos hoje no municÃpio é potencializada principalmente pela falta de visão dos governantes que essas mesmas entidades apoiaram.
Mossoró precisaria ter decolado bem antes, quando essas entidades estavam a bordo das naves de cores rósea, azul….
Agora, o piloto Sumiu!
O comando está à deriva, sem radar, sem plano de voo e rumo ao desconhecido, procurando desesperadamente uma saÃda imprevisÃvel.
Carlos Duarte é economista, consultor Ambiental e de Negócios, além de ex-editor e diretor do jornal Página Certa
Muito boa e larga a sua colocação em relação aos descasos com Mossoró. A nossa cidade, precisa ter uma classe empresarial forte, também no sentido de se sentir responsável pela questão como um todo. Eu moro em Natal. E sempre vou a Parnamirim e todas as vezes que passo voltando de Parnamirim\Natal, do alto do viaduto de Parnamirim, vejo um grande Aeroporto, fechado e se deteriorando e assim fico pensando na situação de Mossoró. Penso comigo: Puxa aqui em Natal, sobra aeroporto em Mossoró fatal; Em Natal destrói um belo estado de futebol para construir a Arena do ENDIVIDAMENTO DO RN; a grande Natal está recebendo muitas obras estruturantes em Mossoró faltam obras estruturantes. E penso novamente! Será que Mossoró e região só serve para manda frutas, sal…e outros para movimentar o porto\aeroporto de Natal e dá estatÃstica para a Codern? Temos que fazer as nossos levar as autoridades competentes, sem que eles trate-as como bairrismos de nossa parte…muito Obrigado!
Parabéns, não precisa falar mais nada, disse tudo!!!
Sem dúvida alguma, bastante assertiva as colocações do economista e consultor ambiental Carlos Duarte.
Esse traço de manifesta omissão de parte dos empresários, pra não falar cumlicidade da maioria com os desmandos, a falta de planejmento, de critério e de responsbilidade com a res pública dos entes da dminstração publica em nosso paÃs, infelizmente se faz quase regra.
Torçamos pra que, o atual quadro de manifestações, supostas indignações, reuniões e propostas, não sejam apenas discursos…fogo de palha na direção de obscuras negociações futuras.
Assim me posiciono, pois é público, notório e até histoirico essas espúrias vinculações entre o poder público e privado em nosso paÃs O trabalho diário da mÃdia mostra que, em diversas esferas e instâncias, o poder público brasileiro é permeável a pressões empresariais pontuais em defesa de benefÃcios particulares, por meio de corrupção, tráfico de influencia e outras demandas tão marcadamnte verticais da nossa cultura.
No caso, deveras notável a sua atuação comodista, individualista e um tanto omissa do empresariado brasileiro com relação à s suas responsabildades no âmbitoda sociedade, sobretudo no que tange à sua responsabilidade social. No caso, o que mais se eviencia é o manjado e batido discurso do Estado MÃnimo e patati e patatá, só que, quando chamado à responsabilidade, no mais das vezes prefere, apenas e tão somente socllaizar os prejuÃzos, esquecendo deveras sua direta e implÃcita responsabilidade na condução dos destinos do nosso paÃs, como Estado e Nação.
Um baraço
RANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
Excelente Artigo. Fechar entradas e saÃdas de cidades é dar-lhes a extrema unção para o desenvolvimento.