quarta-feira - 09/06/2010 - 23:58h

O poder e o sabor do vinho

Cortez Pereira foi o primeiro governador eleito pela via indireta, no Rio Grande do Norte, pós-regime militar de 1974. Já fora senador no início dos anos 60.

Inteligente, culto, tinha uma visão de futuro para o Rio Grande do Norte, em meio a um cenário de intrigas e arengas radicais.

Perto  de morrer em 2004, com quase 80 anos, recebe em sua casa (Natal) a visita de quatro mossoroenses: os professores Crispiniano Neto e Lúcio Ney; o cantador Concriz e o fotógrafo José Rodrigues.

O que seria apenas uma estada rápida, terminou se transformando numa longa e densa conversa com o ex-governador.

– Vocês são o melhor remédio que eu poderia ter – confessava, admitindo o isolamento e melancolia.

Sobre o poder, a lembrança do último aniversário ainda ocupando o Palácio Potengi (sede do governo) e o aniversário seguinte, fora dele.

No primeiro caso, uma multidão de "amigos", autoridades, servidores públicos etc. Já apeado da cadeira de governante, o retorno à realidade:

– "Ficamos eu e Aída (ex-primeira dama) tomando uma garrafa de vinho aqui em casa…"

E mais ninguém. 

Nota do Blog – E ainda tem quem acredite que o poder é eterno.

Muitos têm dificuldade de entender que a louvação é ao cargo, à representação do poder, não a si.

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Comentários

  1. Antonio Pedro da Costa diz:

    Pois é Carlos,
    Quantos outros têm dificuldade de adaptação à vida normal, depois de passarem pelo poder e serem bajulados acintosamente até, em função do cargo que exercem.
    E isso se dá tanto no nível político quanto no econômico financeiro. Em Mossoró mesmo, quantos empresários são paparicados quando estão no auge e esquecidos pela mídia e até pelos amigos na primeira dificuldade enfrentada em seus negócios?
    Refletir isso é importante…

  2. WILLIAM PEREIRA diz:

    “É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram”
    VOLTAIRE

  3. VALTÉRCIO ANUNCIATO DA SILVEIRA diz:

    A história narrada na nota em questão faz com que nossos coraqções sangrem. Um dos governantes mais inteligentes que o nosso Estado já teve, não é lembrado nem para nome de cemitério, e o seu legado como governante continua vivo e dando ocupação e renda a milhares de famílias. Estão aí, o projeto camarão, a Serra do Mel e outros que não me chegam à memória neste mokmento. É, em casa de político sem mandato, nasce capim entre o portão de entrada e a área da casa.

  4. Everton Carlos da Costa Cardoso diz:

    E assim se comporta a maioria dos seres humanos: dinheiro vale mais do que qualquer outra coisa. E ainda dizem que o Brasil é o país mais católico do mundo. Teoricamente.

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