“O Príncipe”, livro de Nicolau Maquiavel, uma das pérolas da Ciência Política, parece sempre atual, quando a gente observa o frisson desses tempos.
Ele data de 1513.
De lá até nossos dias, parece ser crônica do poder cotidiano.
E olhe que já se passaram 503 anos do seu lançamento.
Atualíssimo, que se diga.
Mergulho em um de seus trechos, para descobrir que parece ser uma crônica de nossos dias, em nossa cidade, por exemplo:
“(…) O príncipe que defenda seus domínios com o apoio de mercenários, nunca terá uma posição firme ou segura, pois são soldados desunidos, ambiciosos, sem disciplina e infiéis, ousados entre amigos, covardes frente aos inimigos; não temem a Deus nem são leais aos homens.”
Tem mais: “Os que entregam a sua proteção aos mercenários são despojados na guerra pelos inimigos, e na paz por eles próprios (…)“.
Não precisamos ir longe para encontrarmos esses personagens: os príncipes e seus mercenários nunca saem de cena.
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Os domínios , os principados estão sobre cupins e estes últimos que já desesenvolveram mandíbulas , destroem tudo…assim como os mosquitos, antes temerosos dos aparelhos de ar refrigerado, hoje dão gargalhadas na frente deles.
Um grande manual para o governante e mais ainda para o povo, se este o entendesse e adotasse na escolha daquele que o comandará.
Uma das grandes falhas dos cursos de direito atuais é o desprezo por obras como essa, cito ainda o Contrato Social de Rousseau, ou outras obras primas da filosofia jurídica e política de Autores como Kant, Hegel, entre outros.
Produzimos cada vez mais Advogados, cada vez menos instruídos, o que reflete o declinou intelectual de toda uma sociedade.
Um livro como O Príncipe deve ser leitura obrigatória para todos, mais ainda àqueles que se colocam como debatedores da política. Infelizmente, a maioria só lê a tabuada que seu cacique ensina, para recitar como prece vazia.
Precisamos evoluir.