• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 16/08/2009 - 10:34h

O que eu vi e não esqueço de uma farsa “cultural”

Era dezembro de 1992, Dix-Huit depois de diplomado, convocou uma reunião com a vice-prefeita  eleita (Sandra Rosado-PMDB), seu esposo (deputado federal Laíre Rosado-PMDB),  o então deputado estadual Frederico Rosado (PMDB) e, para minha surpresa, eu. Era o único não-Rosado à mesa.

Eu, que mesmo antes de terminarem de contar os votos, mas com a vitória já assegurada, já recebera o convite para ser o secretário de Obras.  O convite partiu de todos os caciques.

Silenciei, sem antes dizer que preferia ser "amigo do rei e não o rei". 

Dix-huit me pediu que aceitasse, pois senão teria que colocar um Rosado, no caso, Marcelo, dada a pressão que dona Trezieme Rosado (irmão do prefeito) fazia sobre ele. Dix-huit não queria mais Rosado na administração.

Conversei longamente com ele, mas, perdi esta batalha.

Vamos voltar à reunião, depois desse atalho. Realizou-se na antiga fábrica de gesso. O objetivo da mesma era escolher o secretariado. 

De certo até aquele dia, só eu estava "apalavrado". E aí, Sandra começou, fulano para tal secretaria, beltrano para esta outra e assim por diante. Dix-Huit concordou com quase todos, indicou apenas "Chico Pinto” e eu que já era unanimidade.

Foi quando Sandra apontou Gustavo Rosado para presidir a Fundação de Cultura. De pronto, ele (Dix-Huit ) não aceitou. 

Argumentou que seria mais um Rosado na Prefeitura e isto não pegaria bem.  Mas Sandra, muito persuasiva, alegou que seria uma homenagem à dona Odete e ao já falecido Dix-Neuf Rosado, pais do indicado, que até então nunca tinha feito nada de expressão a justificar o cargo.

O fato é que Dix-Huit engoliu o "sapo" e aceitou. Os meses de governo com Gustavo na Fundação provaram que o experiente Dix-huit Rosado parecia ter mais do que razão.

Agora, vamos ao início da demissão dele que, dava sinais de ser o "rei da cocada preta".  

Gustavo convocou uma equipe imensa com cargos comissionados 1 e 2. Dix-Huit, manso que só ele, começou a reclamar para os outros secretários. Orientava para que fôssemos comedidos, para que nós não fizéssemos tudo o que era colocado pelo sobrinho na fundação.

A Fundação da Cultura tinha mais DAS do que a Secretaria de Urbanismo e Obras.

Veio o primeiro evento sob a total responsabilidade deles, era o carnaval do ano de 1993. Prepararam não um projeto planejado, mas umas folhas de cartolina com vários desenhos e simulações. Coisa de amadorismo, informalidade, inaceitáveis no serviço público.

Isso eu soube por Dix-Huit.

Envolveram a extinta Rede Ferroviária Federal e ainda foram me obrigar a consertar a estrada de ferro.   Eu me neguei e não o fiz, pois, estaríamos gastando dinheiro da Prefeitura em outro órgão, dinheiro este não previsto no orçamento e o mais grave: sem rubrica na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O trem veio, partiu de uma cidade que, se a memória não me trai, foi Alexandria ou Patu.  A mando do prefeito, que já estava escabreado, fui assistir a chegada e presenciei a orgia que dezenas, talvez, centenas de pessoas vinham praticando dentro do mesmo.

Aconteceu o  carnaval, e, quando o secretário das Finanças apresentou o que foi gasto com diárias, bandas de fora e outras despesas e despesas, o velho quase morre.  Não acreditou, mas pagou a todos.

A partir daí, o senhor presidente da Fundação da Cultura passou a ser uma espécie de Rainha da Inglaterra – reinava mas não governava.  Até material de expediente, ele tinha que pedir à Comissão de Licitação do Gabinete do prefeito para conseguir, quando conseguia.

Para Dix-Huit, a Fundação deixou de existir e, não demitiu sumariamente todos por conta de Sandra.

O tempo foi passando e chegamos ao final do ano de 1993, aí se deu o segundo rompimento entre as duas facções.   Quem foi inteligente, pediu demissão, mas, no caso dele, isso não aconteceu, e aí Dix-Huit o demitiu a bem do serviço público.

Nesse período ainda houve um escândalo denunciado pelo jornalista Canindé Queiroz e a Gazeta do Oeste. Envolvia facilidades e favorecimentos a uma pessoa da estima direta de Gustavo. Apuração autorizada pelo prefeito levou a medidas saneadoras, para que o caso não ficasse pior.

Essa pessoa chegava a ponto de fazer plantão na Tesouraria da prefeitura, cobrando pagamentos de processos, o que irritava o correto e sempre equilibrado tesoureiro Jeremias Escóssia.

Pois é, caro jornalista, o que acabo de lhe relatar é de minha inteira responsabilidade. Venha o que vier, dê no que der, eu sou o responsável pelo narrado. Por quê???? Porque, "meninos, eu vi".

Valtércio Anunciato da Silveira, engenheiro civil

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Categoria(s): Fred Mercury

Comentários

  1. ze roberto diz:

    Essas administrações ROSADO,na prefeitura de Mossoró,é sempre essa história que Dr.Valtércio,fala aí(lá vai aspas Valtércio),”rainha da Inglaterra”,quem é,nunca foi ou será,sempre outro manda e essa de agora,tá muito parecida com aquela de Mário,ou…Homi,vá cagar!

  2. LIA QUEIROZ diz:

    MUITO ESCLARECEDOR, VALTÉRCIO! MUITO BOM , QUE ISSO SEJA DIVULGADO E AINDA BEM QUE EXISTE ESSE BLOG PARA PERMITIR QUE FATOS DESSA NATUREZA POSSAM SER NARRADOS E ESCLARECIDOS PARA TODOS NÓS MOSSOROENSES, QUE REALMENTE AMAMOS NOSSA TERRA,MAS, NÃO ADORAMOS COMO FALAM MUITOS QUE SE CALAM DIANTE DOS DESMANDOS QUE VIGORAM NA TERRA QUERIDA DE TODOS NÓS.

  3. Edinalva Lemos diz:

    É isso que a prefeita casada com o deputado de olhar bovino tem p/ presentear aos seus eleitores O GUGUTA a DEPUTADO FEDERAL…kakakakakakakakaka

  4. karly Robson de Sousa Pereira diz:

    Sinto que todo esse lamaçal no palácio da resistência aproximará Mossoró cada vez mais de um momento há muito esperado:Um gestor não rosado.Anotem!!!!

  5. FRANSU~ELDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Caro Waltércio, a sua narrativa apenas mais uma vez configura uma realidade sócio-política que se repete ano após ano, eleição após eleição e tal qual o sol que nasce e se põe todos os dias, a monarquia rosado assim age desde tempos antanhos apenas e tão somente, porquanto, a maioria dos habitantes do “país de mossoró”, infelizmente não compreende como e por que funcionam em mossoró, instituições públicas que mais se assemelham a balcões de negócios familiares há quase um século. E, pelo visto, tudo continua como dantes no quartel de abrantes, pois a grandes maioria dos nossos eleitores no mais das vezes esquecem que a cidadania é, e deve ser exercida todos os dias, o dia do voto ou da eleição como queiram, apenas delimita o coroamento dos costumes e dos hábitos sócio-políticos que os nossos pretensos cidadãos reiteradamente continuam a repetir.
    Na querida Mossoró/RN., sempre e sempre tem-se feito e praticado valores e escolhas individuais como testemunho maior do simulacro que desemboca na pretensa democracia-monárquica.

    Hà em nossa cidade cerca 50 mil famílias, porém, os deuses da ignorância de há muito ungiram e elegeram que, apenas uma, unhíssima apenas, teria ou têm condições mínimas para governar ou dergovernar cerca de 300 mil habitantes ???????

    FRANSUELDO VIEIRA DE ARAÚJO

  6. pituleira diz:

    Carlos, será que depois dessa esse rapaz ainda será candidato a dep federal?O velho sabia das coisas.Talvez agora pinte mais um processo, desta feita para Waltércio.Mossoró tem que reagir a esse tipo de gente,não é possivel continuar aceitando passivamente as irresponsabilidades desse adepto de Touché.Hoje falei com um amigo de Mossoró e ele me contou mais algumas idiotices do “dono da prefeitura”.

  7. Daniel Dantas diz:

    Segundo o relato de Valtercio, quando prresidente da Fundação de Cultura Gustavo Rosado quase ” quebra” a prefeitura. Imagine agora que ele é o ” prefeito de fato” de nossa pobre Mossoró?
    Na época tivemos o bom senso de Dix-huit para demití-lo e agora que ira nos salvar desse flagelo chamado Gustavo Rosado. Será que o Joaquim Barbosa que irá defenestrá-lo do trono?

  8. WILLIAM PEREIRA diz:

    MOSSORÓ A CIDADE DO FUTURO
    Mossoró é a cidade do futuro. Futuro para os Rosados. No ano de 2050 noventa por cento ou mais das ruas terão nome de rosados falecidos e feito heróis com o erário público. O ginásio de esporte será O Gustavinho, o Nogueirão O Augustão. A Santa padroeira mudará de Santa Luiza para Santa Fátima. A Universidade Estadual um nome hibrido como Universidade Rosagional de Rosadolândia por que Mossoró terá mudado seu nome devido o petróleo ter acabado e quem ficou com dinheiro na cidade foram somente os rosados como donos de indústrias, comercio, escolas, cinemas, casa de shows, hipermercados, shoppin center’s, tudo, tudo. Nas entradas de Mossoró estarão erguidas estátuas dos verdadeiros combatentes dos rosados da direita, os verdadeiros esquerdistas Mossoroenses que serão cultuados em estatuas de mais de cinqüenta metros de altura, teremos A Sandralotria na entrada do Alto de São lairinho ( nome do bairro mudou é claro) Larissantia na saída de Governador Dix-sept Rosado(Mantiveram o nome) e o Lairesaldia na saída para a Rosadobeach (Tibau também terá sido atingida). Os mossoroenses muito satisfeitos estarão mais ainda idiotizados e se denominarão os rosadoladiotenses.

  9. Ricarte Balbino diz:

    Imagine só um cara desse junto dos nossos nobres deputados federais em Brasilia, ele deve fazer um PHD por lá.

  10. Anna diz:

    Só imagino as farras de Gustavo em Brasília, caso ele seja Federal. Farreando e mangando dos idiotas que votaram nele. O povo merece o Congresso que tem! Aquilo lá é canto para doutores, professores universitários, pessoas que possuam realmente uma formação acadêmica e intelectual coerente com o tipo de trabalho que é exigido. Mas, o que vemos por lá…filhos de papai e “quase” analfabetos no comando. Por isso que o Brasil só afunda! Se Gustavo conseguir essa “proeza” (dizem que dinheiro faz tudo e isso eu sei que ele tem até demais) será mais uma aberração lá dentro, pois ele não possui nenhuma qualificação para exercer qualquer cargo público.

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