Por William Robson (Bolsa de Discos)
Bartô Galeno aguardava a sua vez para se apresentar no Mossoró Cidade Junina (MCJ), em camarim montado para ele por trás do palco do Arraiá do Povo. Milhares de pessoas cantavam e dançavam ao som de Waldonys, enquanto a próxima atração era assediado por fãs e pela imprensa. O BOLSA DE DISCOS estava lá para conversar com um dos grandes nomes da música brega brasileira.
Em nova fase, Bartô não quer apostar na sorte outra vez. Agarra-se na nova chance que recebeu da vida, após fase tenebrosa em que ele revelou chegar ao fundo do poço. Mesmo na fase baixa da carreira, os fãs nunca deixaram de acompanhá-lo e sua retomada de shows pôde comprovar isso.
As milhares de pessoas ao som de Waldonys não arredaram o pé. Ficaram para ver Bartô Galeno, a última atração daquela noite.
Para o Bolsa de Discos, Bartô falou do ritmo de shows nesta nova fase, agora com 73 anos completados em maio, dos momentos difíceis e revela que não está vivendo apenas dos sucessos do passado. Músicas novas virão ai em álbum que deve ser lançado até o final do ano. Seu último trabalho é de 2009: “Paixão Errante”.
Por falar em disco, parte da sua discografia, a do início de carreira, será relançada pela gravadora Tapecar. Familiares do fundador da gravadora afirmaram que estão lançando algumas obras em streaming e em formato vinil. Disseram que alguns dos discos relançados agora vêm de masteres, enquanto outros são antigos LPs remasterizados.
E como, para eles, não faz mais sentido fabricar CDs, em baixa no mercado, a aposta está no streaming e nos LPs. Quatro discos do Bartô estão na lista: “Só Lembranças” (1975), “Pelo Menos uma Palavra” (1977), “No Toca Fita do Meu Carro” (1978) e “Tudo é Nada sem Você” (1979).
Você enfrentou problemas de saúde e agora retoma a série de shows. Como está sendo isso?
Agora está bom, graças a Deus e ao bom Jesus. Saí do álcool, do cigarro e agora melhorou muito. Minha saúde está boa e só tenho a agradecer. Eu estava no fundo do poço.
Este fundo do poço que você se refere, como influenciou em sua carreira?
Atrapalhou muito e perdi muita coisa também. Perdi shows, dinheiro, carro importado, meu contrato com a Warner. Hoje recuperei tudo.
Até os direitos de suas músicas?
Tenho músicas com muitas gravadoras, entre elas a Som Livre. Falta para estas gravadoras organizar melhor o pagamento da gente. Tá faltando só isso.
Quatro LPs seus da década de 70 serão relançados em vinil pela Tapecar. Como está sendo esta negociação?
Foram discos lançados pela Tapecar e eles abriram uma plataforma em que estão realçando e refazendo todos os trabalhos, os sucessos das antigas, remasterizando tudo com um som maravilhoso.
E sua volta a Mossoró?
Está sendo legal. Tenho uma banda aqui em Mossoró que está comigo há mais de dez anos e são músicos muito bons. Tocam naquele ritmo romântico, apaixonado.
Há perspectivas de novas composições e de disco?
Sim, inclusive já estou gravando o disco novo. Pode aguardar que vem música nova por aí. Ainda não tem nome, estamos pensando, a gente vê depois. Tenho em torno de nove, dez músicas compostas para este disco. A perspectiva é de lançar no fim do ano. São quase 20 discos lançados.
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Muito bom termos conhecimento dessa nava ascensão de Bartô Galeno, ícone desse estilo musical de natureza romântica. Merece está bem e terminar bem, mas desejo que seus anos que hão de vir, sejam promissores também.
Confesso que tentei ver o Bartô Galeno.
Fiquei a um légua e meia de distância.
O povo ama Bartô Baleno.
Bom dia
O maior sucesso do nosso rei do brega foi conseguir deixar o álcool . Agora , o passado tenebroso ” é só lembrança ” . Parabéns grande Barto.
Meu companheiro de infância nas ruelas sem planejamento lá na Feira Livre denominada de Buraco do Tatú.
Bastinho, filho de dona Carlota e o velho João de Deus, casal batalhador, não tinha hora e nem dia para o trabalho constante, dona Carlota como exímia cozinheira, vendia refeições no local em que ficava seu quiosque bem juntinho ao prédio da estação das artes, a freguesia era fiel motivada pelo sabor da comida sertaneja, e seus bolos e café também eram marcas que atraia os amantes do líquido preto.
Bastinho Silva (Bartô Galeno), ajudava e muito o velho pai João de Deus, a vender as pencas de bananas trazidas das terras paraibanas pelo comerciantes João do Carmo e dona Creuza.
As bananas eram transportadas em sacos de estopa forrados com as folhas das bananeiras, e estas serviam para abafar dentro de um caixão com carboreto, as bananas que ficavam maduras após 24 horas no calor sufocante provocados pelas pedras da matéria apropriada para fazer as frutas ficarem maduras precocemente.
Lembro que eu e Bastinho Silva (Bartô Galeno), éramos ajudantes dos nossos pais seu João de Deus e o meu saudoso velho Expedito Rocha.
Tenho certeza que o velho e saudoso Buraco do Tatú, ensinou e muito não só a mim, mais a muitos outros meninos filhos de pais humildes, a enfrentar a vida com trabalho, dedicação e responsabilidade.
O bom da vida é estar vivo e inteiro para contar estas reminiscências do passado.
E falando em passado, lembro que uma das peraltices de Bartô Galeno, foi entrar no trem que partia da estação de Mossoró para Souza/PB, sem avisar a ninguém, e quando sua família o procurou ao anoitecer, imaginem a aflição, não o encontraram, 24 horas de agonia para todos, até que os parentes da família do mesmo que é de origem da cidade de Souza/PB, mandasse um telegrama de lá, informando o seu paradeiro.
Lembro que na operação de buscas aqui em Mossoró, até eu fiz parte dos interrogatórios feito por dona Carlota e o velho João de Deus.
Bem, o restante Bartô Galeno um dia contará.
Ao pequeno notável William Robson, parabéns p matéria em tela.
NOTA DO BLOG – Meu caro Rocha, você nos deve um livro, ou dois, três, de reminiscências de Mossoró. Sua memória é prodigiosa, com um detalhismo impressionante, sobre incontáveis personagens do cotidiano de nossa terra, dos mais abonados àquelas pessoas de menor expressividade econômico-financeira. Gente, fatos, tudo parece estar cristalizado em sua memória. Vamos deixar essa herança a mais para o futuro, meu amigo.
Que beleza, meu querido Rocha Neto.
Você é um manancial de história viva e rica. Concordo plenamente com nosso Editor Carlos Santos. Você precisa tomar gosto e lançar um livro sobre sua própria história e de tantas outras personagens, a exemplo dessa belíssima narrativa acerca do Bartô Galeno aqui no Canal BCS. Precisamos nos reunir com Odemirton Filho e o Carlos Santos para debatermos esse assunto. Em tempo, parabéns ao William Robson por mais uma excelente matéria.
Abraços a todos.
A verdadeira essência do romântismo…
Nasci em 93′ eu ouço muito a musica No toca fita do meu carro, quanto sentimento <3
grande Bartô, por que pegou o trem? o que queria fazer em Souza/PB? kkk'
Nem seu João de Deus e Dona Carlota, sabem, ou souberam! Os dois já se encontra na morada eterna, e não tiveram resposta.