Por François Silvestre
Pois pois, mestre Nelson Sargento. Você, que não é imortal de nenhuma academia, não morrerá nunca na memória do samba. Nem na história dos vivos, que vivem de sustentar a memória dos mortos, talvez tentando em vão escapar da morte.
Sargento é uma patente militar. Em você, não. Mesmo não sendo, você merece todas as continências. Sargento superior aos generais da atualidade. De todos? talvez não.
Porém, entretanto, mas porém, nesse generalato que se sustenta entre a desfaçatez da disciplina dos cabides de emprego, da hierarquia de ocasião, você, Sargento Nelson, é muito mais superior. Aceite minha continência, de reservista de primeira categoria. Isso mesmo. Sou recruta reservista de primeira categoria.
E para esses generais pazuelentos, pançudos e venais de cargos, minha continência é o dedo maior de todos em pé, ladeado pelos dedos apontador e anelar, agachados, como amparo ao recado do dedo maior.
Viva o Sargento, Nelson do samba. Que igualmente à Democracia, agoniza, mas não morre.
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Emociona e diz tudo em sua crônica Mestre!
Meus respeitos e admiração.