Setores da imprensa do RN estão surpresos com o torpedeamento da candidatura de Garibaldi Filho (PMDB) à permanência no comando do Senado. Não estranho nada.
Muitos se chocam com matérias que começaram a ser veiculadas, revelando supostos deslizes do senador e de gente em seu entorno.
A chamada Grande Imprensa abriu a “indústria da queimação”, uma espécie de Santo Ofício político à promoção de inquisições morais. Quem está na chuva é para se molhar mesmo. Na fogueira, para se queimar.
Faz parte de nossa cultura política.
No pindorama potiguar não é diferente do que ocorre em maior dimensão no plano nacional. Somos parte do todo. Um microcosmos. Do Oiapoque ao Chuí é desse jeito.
Nos anos 50, o deputado federal Carlos Lacerda (do estado da Guanabara), apareceu com a “Carta Brandi”. O documento comprometeria o governo federal. Por pouco não era cassado, devido a improcedência da denúncia que apontava.
Wilma de Faria (PSB) começou seu primeiro governo estadual caçada pela imprensa, por ter vencido seu poder e o binômio Maia-Alves. Os “caciques”. Teve que enfrentar dossiês falsos.
Em 88, no racha da família Rosado, a banda do então deputado federal Vingt Rosado soltou um jornal apócrifo na rua, apontando que seu irmão e prefeito Dix-huit Rosado tinha recebido milhões de dólares do ex-governador Tarcísio Maia, para apoiar a pediatra Rosalba Ciarlini à prefeitura. Infâmia familiar.
Enfim, em qualquer tempo e espaço geopolítico, o que acontece agora com Garibaldi é comum. Não se trata de exceção.
Não há motivo para perplexidade. Mesmo nas mais sólidas democracias, o que não é nosso caso, o jogo pelo poder costuma incluir um elenco de ferramentas sórdidas. Nada mais humanamente político.























Numa verdadeira democracia, existe liberdade. O cidadão não é obrigado a votar. Como ocorre nos Estados Unidos.