• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 19/09/2010 - 12:15h

O “Super G” como exemplo de campanha – eleições 2010


Olhando como tem ocorrido algumas campanhas eleitorais no Rio Grande do Norte, nos últimos anos, transporto-me para a experiência do "Super G", há 24 anos. Merece ser contada em livro. Documentada.

O que é ou o que foi o Super G?

Foi o formato de organização, comando e ação de uma das mais célebres campanhas eleitorais do Rio Grande do Norte, ocorrida em 1986. Catapultou à vitória o nome do ex-vice-governador Geraldo Melo (PMDB).

Foi uma eleição emblemática no país.

Na prática, seria a primeira grande disputa eleitoral do Brasil, sem amarras do voto vinculado, sem a figura do senador biônico e sob a batuta do primeiro governo civil desde 1964 (José Sarney-PMDB).

Seriam, ainda, as primeiras eleições para  o Legislativo do Distrito Federal (Brasília). Além disso, os dois senadores eleitos por cada um dos 23 estados federados e 487 deputados federais fariam a sétima Constituição do Brasil, a primeira após a ditadura militar de 1964. 

Os três Maia

Com um país tomado pela euforia do Plano Cruzado, programa econômico que dava sinais de sucesso no controle inflacionário, distribuição de renda e empregabilidade, o PMDB arrasou a tênue oposição. Só perdeu o governo em Sergipe e assim mesmo para o PFL, que fazia parte da base de apoio a Sarney.

No Rio Grande do Norte, o deputado federal João Faustino (PDS), apesar de favoritíssimo, apoiado pelos ex-governadores Tarcísio Maia (PDS), Lavoisier Maia (PDS) e José Agripino Maia (PFL), sucumbiu à avalanche do "Efeito Cruzado" à boa performance pessoal do adversário Geraldo Melo e à gestão profissional da campanha.

O Super G era um grupo de alto nível, formado por sete pessoas, sob o comando do professor-advogado Pedro Simões. Recebeu plena autonomia para gerir a campanha, sem que o próprio Geraldo pudesse intervir diretamente ou o ex-governador Aluízio Alves (PMDB), principal líder oposicionista no estado.

Esse núcleo central chegou a sofrer ataques internos. Pedro Melo, médico e irmão de Geraldo, em determinada situação tomou decisão sobre acordos políticos no Alto Oeste. Com sinais de defecções, o Super G agiu: desautorizou-o e impôs sua autonomia e soberania.

Num comparativo com o que pode ser visto de uns tempos para cá, na política potiguar, temos em evidência a "ditadura do marketing". O modelo do Super G poderia ser lembrado com maior possibilidade de eficácia, sobretudo estancando vaidades, autosuficiência e centralismo doentio que tanto prejudicam campanhas e candidatos.

Foto – Arquivo – Geraldo Melo soube gerir campanha dando plenos poderes a Pedro Simões e demais membros do "Super G".

Compartilhe:
Categoria(s): Blog

Faça um Comentário

*


Current day month ye@r *

Home | Quem Somos | Regras | Opinião | Especial | Favoritos | Histórico | Fale Conosco
© Copyright 2011 - 2024. Todos os Direitos Reservados.