Dos governadores do RN, a partir da redemocratização de 1945, somente dois se elegeram se insurgindo contra os aparatos comuns dos chamados grandes partidos. Essa ajuda veio posteriormente ao ato do lançamento de suas candidaturas rebeldes.
Para defender o que se argumenta aqui, façamos um ligeiro retrospecto das eleições travadas para governador desde a primeira realizada em 1946. Reestruturados os partidos políticos, o Partido Social Democrata (PSD) apresentou como seu candidato o deputado constituinte José Augusto Varela que venceu seu contendor, candidato da União Democrática Nacional (UDN), o desembargador Floriano Cavalcante de Albuquerque.
No pleito eleitoral de 1950, o então governador, José Varela, impôs o nome do procurador e insigne professor universitário, Manoel Varela de Albuquerque. Nas hostes pessedistas houve uma insatisfação contra o nome apresentado.
A UDN, que então fazia oposição ao Governo de José Varela, através do seu líder, Dinarte Mariz, apoiou o candidato governamental. Aí, verificou-se uma grande dissidência no PSD. Os descontentes vieram buscar em Mossoró o seu prefeito, Dix-sept Rosado, udenista, que fazia uma brilhante administração. Votos contados, o mossoroense vence o candidato oficial, inscrito no Partido Republicano (PR).
Um acidente aviatório, logo nos primeiros meses, impede Dix-sept de completar o seu mandato. O vice-governador, senhor Sílvio Pedrosa, substituiu o companheiro vitimado.
No ano de 1955, no pleito que ficou conhecido como o dos "quatros jotas" (Juscelino, Jango, Jocelyn e Jessé), o então senador Dinarte Mariz supera na votação o senhor Jocelyn Vilar. Até aqui nenhum político se aventurara a se lançar candidato sem o apoio devidamente acordado.
Na campanha de 1960, surge o primeiro caso. O governador Dinarte Mariz tira da sua algibeira o nome do deputado federal Djalma Marinho, para fazê-lo governador. O senhor Aluízio Alves, igualmente deputado, e também seguidor do político seridoense, rebela-se ante a escolha do seu colega de bancada e se lança candidato, saindo vitorioso.
1965, já no período chamado revolucionário, Aluízio Alves faz o seu sucessor na pessoa do então senador Walfredo Gurgel, que bate o também senador, Dinarte Mariz.
Registre-se, para mostrar a desambição política de um cidadão, o episódio da renúncia do doutor Raimundo Soares de Souza, então prefeito de Mossoró. Convidado insistentemente, por Aluízio para ser o candidato a governador, o que seria, inapelavelmente, uma nomeação, Raimundo abdica do convite, deixando de ser, de graça, governador do RN.
Depois do pleito de 1965, até antes do de 1982, houve os governantes votados indiretamente, sob a chancela do Poder Central. Em 1982, o povo é convocado a dar o seu voto. José Agripino derrota Aluízio. 1986, 1990, 1994 e 1998 é a mesma aguinha açucarada: candidatos apresentados pelas suas facções.
Em 2002 aconteceu a segunda insubordinação. Aqui um pouco diferente porque surgiu a novidade do Segundo Turno. A então prefeita do Natal, professora Wilma de Faria, vendo-se alijada pelos grandes partidos, PFL e PMDB, lança-se candidata e se habilita para concorrer no turno final.
Ganha de Fernando Freire (PP). É eleita governadora. Fernando Bezerra (PTB) foi o menos votado no primeiro turno. 2010 a vista! Aparecerá alguém para completar o pódio dos rebelados vitoriosos?
Resta aguardar!
Francisco Rodrigues da Costa é escritor
OLHA CARLOS – A CANDIDATURA DE DIX-SEPT JÁ VINHA SENDO ARQUITETADA PELO CUNHADO ALDO FERNANDES DESDE O ANO DE 1946,QUANDO ELEGEU DIX-HUIT DEP. ESTADUAL, QUE POR SUA VEZ PASSOU A ESPALHAR A CIZÂNEA NAS BASES GOVERNISTAS. EM 1948 LANÇOU DIX-SEPT CANDIDATO À PREFEITO DE MOSSORÓ. COMO SE SABE, DE 1935 A 1946 ALDO ERA SECRETÁRIO GERAL DO ESTADO, E QUEM ASSUMIA O GOVERNO NAS FREQUENTES AUSENCIAS DE RAFAEL FERNANDES. DIX-SEPT TINHA RANCOR PESSOAL EM RELAÇÃO À MANOEL VARELA,PELO FATO DESTE TER ENVIADO CERCA DE 40 PRAÇAS PARA EFETUAREM A PRISÃO DE FAMOSOS HOMICIDAS/ JAGUNÇOS QUE SE ENCONTRAVAM HOMIZIADOS NA MINERAÇÃO DE GESSO, NA ANTIGA S. SEBASTIÃO, SOB A PROTEÇÃO DE DIX-SEPT. HÁ MUITAS NUANCES AINDA NÃO DIVULGADAS SOBRE OS BAIXOS EXPEDIENTES UTILIZADOS PELOS ROSADOS PARA ELEGEREM DIX-SEPT AO GOVERNO.
ERRATA:
o ex-governador Fernando Freire, candidato a governador a sucessaão do senador Garibaldi Filho (PMDB) pertencia ao Partido Progressista (PP).
A observação que fez o meu amigo Marcos Pinto não invalida o que dissemos: Dix-sept não se lançou candidato. Lançaram-no. Ao contrário de Aluízio e Wilma
Verdadeira aula de história do RN…
Parabéns ao amigo Chico de Neco Carteiro.
Abraços
David Leite