A chamada blogosfera e a rede de microblogs denominada de Twitter, principalmente, viveu um dia de estresse e frisson ontem no Rio Grande do Norte, sobretudo em Natal.
Espalharam-se notícias falsas sobre dezenas de ataques a ônibus, empresas etc., com centenas e milhares de pessoas reproduzindo essa boataria sem qualquer critério de avaliação ou checagem. Só reproduzindo. Ninguém queria ficar de fora, sendo “furado”.
Criou-se um pandemônio. Superdimensionaram uma situação real; espalharam o pânico.
– Por enquanto a tuitelândia natalense exibe o trofeu “Espalha boato”, favorecendo a bandidagem. Lamentável! – comenta o jornalista Aluísio Lacerda, do Diário de Natal.
Assustador. A pressa em “dar furo” tem transformado as redes sociais num ambiente propício à boataria e à leviandade. Claro que em alguns casos a origem de tudo é mesmo a má-fé, em que estão incluídos incontáveis endereços falsos, os chamados “fakes”, ambiente próprio para calhordas, vermículos que se envergonham do próprio nome.
São pessoas, que de certo modo, são atormentadas por desvios psicossociais.
Com o advento da comunicação “online”, o furo deixou de ser o paroxismo do jornalismo, assim vejo. Importante é conteúdo. Entretanto, o que testemunho no Twitter (onde também tenho endereço), é a obsessão pelo “furo”.
Furo de segundos, minutos? Pra quê? Absurdo. Bobagem!
Muitos praticamente largam sua atividade laboral, seus afazeres comuns, suas obrigações elementares, para o exercício doentio do leva-e-traz de notas, notícias ou coisa nenhuma no Twitter.
Outros tantos apostam que estão revolucionando a humanidade no exercício do jornalismo. Twitter não é jornalismo e mesmo nele, exigências mínimas precisam ser obedecidas, para que evitemos o pior.
Esse episódio de Natal não é fato isolado. Infelizmente.
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Veja também AQUI, notícia apontando que 16 presos do Presídio de Alcaçuz são transferidos para o Presídio Federal de Mossoró, depois de suspeita de que alguns estejam ligados a vandalismos ocorridos em Natal e Parnamirim, ontem.
seráa que esses ai fazem parte dos ILUMINATIS>?!
Algo interessante de se observar: a “boataria”, a divulgação de notícias falsas não é privilégio do twitter. Poderíamos aproveitar o neologismo “twittelândia” para falar numa “midialândia”. Afinal, revistas, jornais, programas de televisão são sistematicamente utilizados para divulgação de informações que privilegiam e beneficiam determinados grupos e/ou pessoas. Ou será que não? E viva a “twittelândia”, onde a informação é tão frágil e passível de desconfiança quanto aquelas divulgadas em jornais, revistas, televisão etc., mas, pelo menos, a “mentira”, o “furo”, a “desconfiança” é democrática e podem não estar a serviço de grupos hegemônicos. As mídias tradicionais não me parecem tão confiáveis!