O incidente na Padaria Mercatto (veja AQUI), envolvendo um desembargador, um empresário, garçom etc. deixa-me renovado de esperança para 2014. Até me emociono.
Reação de um estranho, em defesa de alguém humilde, que nem sabia quem era, nome etc., é algo de uma dignidade sem tamanho. Orgulha a espécie e certamente aos filhos.
O senhor Alexandre Azevedo, que botou voz e corpo em defesa de um semelhante, humilhado pelo desembargador Dilermando Mota, é o tipo do cara que preciso conhecer. Abraçar.
Falo isso com considerável empolgação, porque sei o que é ser acuado e não ter a solidariedade dos amigos/colegas, por medo ou cumplicidade.
É normal o “espírito de corpo”, a defesa dos “seus”, mas enfrentar o arroubo alheio para escudar alguém desconhecido, é digno de honrarias.
Meu caro Alexandre Azevedo, não sabes como estou robustecido na crença na vida, no homem, na Justiça.
Você me entrega assim para 2014.
Muito Obrigado.
Feliz Ano Novo.
Veja AQUI repercussão nacional do caso.
As esperanças se renovam para 2014 meu prezado Carlos Santos. A vida é muito mais simples do que a fazemos. Se todos soubessem, o mundo poderia ser melhor. Quem as pessoas descobrirão a virtude da humildade.
Um forte abraço,
Aldemir
A AUTORIDADE NÃO RESIDE EM NENHUM DIPLOMA LEGAL, MAS SIM, NA SUPERIORIDADE PESSOAL.
(Romance MARANHÃO, pag 32).
Isto eu escrevi neste romance, edição esgotada, no ano de 2003.
Cada dia vejo que MARANHÃO fica mais atualizado.
Um dia ainda me animo a tirar uma segunda edição romance.
Infelizmente as secretarias de cultura só se interessam por alguma obra se o autor tiver QI (quem indique). E como eu não tenho quem me indique a nada, MARANHÃO caminha para ficar mesmo na edição única.
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O BOM HUMOR TORNA TUDO SUPORTÁVEL.
Inácio Augusto de Almeida
PARA AGUÇAR A CURIOSIDADE DOS LEITORES.
Sobre MARANHÃO Cássio Portela escreveu:
“Em MARANHÃO, Inácio Augsuto de Almeida se utiliza das aventuras de um boêmio para, de um forma sutil, fazer uma crítica aos valores sociais vigentes numa sociedade vazia de sentimentos verdadeiros.
Ao mesmo tempo desperta no leitor o interesse pela história do Maranhão, desde Alonso de Ojeda, passando por Beckman, Manoel dos Anjos, Raimundo Vieira e tantos e tantos outros heróis que escreveram com o próprio sangue a história desta terra mágica.
Num vaivem constante, Inácio leva o leitor pelo tempo afora, indo do ontem ao agora e chegando até ao amanhã, pois desloca a ação nos três tempos.
O autor é antes de qualquer coisa um contador de casos e a sua característica mais marcante é a linguagem simples.
Aguça a curiosidade do leitor do início ao fim do romance e desperta em quem não conhece São Luís o desejo de ver o cenário das peripécias dos seus personagens.
Lopes é o boêmio que vê o mundo com um olhar crítico, mas sempre bem humorado.
Sandoval é o batalhador, o homem que com muita luta cria as suas próprias oportunidades.
Fernando é um jogador de baralho que aprecia as coisas boas que a vida oferece.
Conversinha, o jornalista bom caráter, mas que as circunstâncias obrigam a que viva numa corda bamba.
Personagens mais do que humanos. Vivos, tão vivos que o leitor tem a impressão de conhecê-los, de ter estado com eles ontem ou hoje.
Mas, MARANHÃO é um livro em que também há lugar para o riso. Crítico mordaz, Inácio brinca de colocar em situações hilariantes tipos que tem no alpinismo social e no enriquecimento a qualquer preço suas únicas metas de vida.
E ao leitor fica uma decisão. Consegue Lopes, personagem principal do romance, se deslocar no tempo e no espaço, ou tudo não passa de uma pândega do bom boêmio?
Cássio Portela
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E pensar que existe uma lei para estimular os escritores e autores brasileiros…
Só que se não tiver o famoso QI…
Que Deus nos abençoe.
Caro Jornalista Carlos Santos, concordo em gênero, número e grau acercar do seu depoimento, mesmo porque ser cidadão significa, além de tudo, ser um indivíduo extremamente humano, que apresenta carisma e seja solidário diante de tantas situações trágicas e alarmantes que vivenciamos, tendo a sensibilidade de prestar o apoio necessário de compreender, de se dedicar ao máximo com o próximo e, sobretudo, de fazer o possível para querer mudar esta realidade.
Desde a antiguidade, muito tem se falado sobre traços da personalidade humana, mas jamais esse aspecto chegou ao estágio em que se encontra. Isso devido a várias e indiscutíveis razões: a sociedade mudou e, consequentemente, as pessoas mudaram. Hoje prima-se mais pelo ter do que pelo ser, o que vem desgastando e afligindo as pessoas. Devemos encontrar meios para que essa situação diminua seu ritmo e, finalmente, os cidadãos prefiram, primeiramente, ser. Ser em todos os sentidos, mais humildes, sensíveis e solidários, como já mencionado. Podemos afirmar que um dos meios para a minimização dessa situação é a educação para a cidadania e direitos humanos, direitos humanos tão incompreendidos, manipulados e comprometidos em sua razão de ser e sua verdadeira compreensão.
O episódio ocorrido em Natal quando do entrevero entre o Desembargador e o empresário, sendo que este saiu em defesa e em auxílio a dignidade de um garçom, bem demonstra e exemplifica que vivemos e vivenciamos diariamente, acontecimentos, ocorrências e situações emblemáticas, as quais manifestamente dão o verdadeiro e manifesto perfil cultural de uma sociedade, autoritária e avessa a qualquer tipo de mudança que de alguma forma venha atingir interesses estabelecidos e malferir privilégios e instâncias formais e informais de um Brasil secularmente conservador.
Há de se evidenciar que a existência de tais problemáticas é também de responsabilidade do cidadão, pois o mesmo se omite diante de situações de desrespeito, de solidariedade, de participação. Entretanto, o que vem a ser omissão, o que é ser um cidadão omisso?
Se omissão é a ação de omitir, deixar de fazer ou dizer alguma coisa, um cidadão omisso é aquele que não assume suas responsabilidades, preocupa-se somente consigo, deixa ao encargo dos demais sujeitos (esses que nem sempre fazem ou dizem as coisas certas em tarefas que não lhe são cabíveis) ações consideradas suas, dificultando, assim, a resolução de determinadas situações.
No caso, importante ressaltar que o estado de letargia e de omissão de que é normalmente é acometido o cidadão, sobretudo em situações tais e quais, torna-se o moto, a energia e a principal razão de que acontecimentos dessa natureza se repitam e por consequência aprofundem uma deletéria e já conhecida cultura que ao fim e ao cabo dão voz , corpo e alma a famosa…uns são mais iguais que outros.
Oportuno ressaltar e se faz e se prestar oportuno repetir, que, é preciso repudiar, criticar e cobrar os devidos esclarecimentos e apurações. Uma sociedade comprometida com a igualdade, o grande triunfo das democracias, não pode de modo algum tolerar ou ser cúmplice por tais atitudes. Assim como o garçom e o cliente da padaria, qualquer dia pode ser um de nós, meros mortais e plebeus, a esbarrar com estes nobres e aristocratas diplomados e de anel no dedo.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
Alexandre Azevedo merece todos os prêmios de reconhecimento. Fico imaginando um fato dessa natureza sem a existência dos celulares com câmeras potentes e da internet (redes sociais), seria mais um fato triste que ficaria no anonimato. Quero acreditar que gente como esse desembargador vai pensar duas vezes antes de fazer algo parecido.
Caro
Carlos Santos
Se você agir sempre com dignidade, você pode não mudar o mundo mais uma coisa é certa haverá na terra um canalha a menos, pois somos julgados a cada momento sempre de maneira errada não pelo que somos mais sim pelo que temos.
Um caso exemplar para um quadro de uma TV brasileira “O que você faria?” (acho que o nome é esse).
Esse episódio fez-me voar no tempo…Era recém formada, mas ainda atuava como estagiária numa das Varas Criminais do RJ. O Juiz titular daquela Vara tentava localizar um Desembargador para entregar uma correspondência, um convite e encontrava dificuldades. Dirigiu-se a mim para cumprir tal missão. Fiquei até lisonjeada já que a tarefa era difícil. Ao chegar no prédio indicado, perguntei à secretária onde localizaria aquele Desembargador. Ela respondeu: “Olhe, ele está entrando naquele elevador…” Corri e cheguei a tempo. Dentro do elevador, dirigi-me a ele: Trouxe uma correspondência para V. Exa. Aos berros, ele me interrompeu e disse: : “Sua FEDELHA, quem lhe deu permissão para se dirigir a mim num elevador?” Por alguns segundos, permaneci incrédula…mas, o amor próprio e a dignidade ferida despertaram toda a minha coragem e prossegui: Sou advogada, trago uma correspondência do Juiz fulano de tal e, se V. Exa se recusar a receber, vou arrolar todos os que estão neste elevador, como minhas testemunhas…garanto que conseguirei, salvo se forem covardes. O elevador parou. Desembargador recebeu a carta. E, num sorriso irônico, disse: “Fedelha corajosa.” Sou, respondi, não deixo nada pelos caminhos!
Quando me lembro disso, sinto uma dor no peito…talvez porque naquele momento devo ter reprimido um choro. Quando Serra Grande chegou, contei a ele o episódio…ele sorriu me abraçando e disse: ” Minha grande advogada, parabéns!”
Aqui, tantas vezes, caminho pelo meu passado…Recordei aquela arrogância…ser chamada de FEDELHA na frente de outras pessoas…Hoje, acho que muitos deles, os togados, têm a “síndrome de Deus”.
NOTA DO BLOG – Que relato interessante, Naide. Mas acredito que essa “Síndrome de Deus” esteja se desmanchando. Existem juízes e juízes. Os demiurgos são minoria. Assim penso; assim espero. Abração.