Por Odemirton Filho
Corria o mês de janeiro de 2022.
Sentado à mesa com um amigo apreciávamos a bela paisagem, ornada por coqueirais e pelo mar de Tibau.
Conversávamos sobre tempos idos; sobre a nossa infância e juventude que ficaram lá atrás.
Tomávamos umas. O amigo insistiu para que tirássemos uma foto. Talvez, pressentisse que seria o nosso último encontro.
Entre um gole e outro, brindávamos à vida. Cada um carregava no peito as suas alegrias e tristezas. Ríamos dos arroubos da juventude; dos porres homéricos; dos sonhos que sonhávamos.
É a vida com seus encantos e desencantos; erros e acertos. Era um amigo querido, que sempre fazia questão de me visitar durante o veraneio, ocasião que resgatávamos alguns momentos do junho de nossas vidas.
Ao chegar, muitas vezes “triscado”, trazia uma dose de alegria. Para ele, a vida era pra ser vivida.
Naquele janeiro de 2022 a nossa preocupação era encaminhar os filhos e netos, pois sabíamos que o caminho a percorrer era menor que o percorrido. Tínhamos razão. Infelizmente, o amigo nos deixou em outubro de 2022. Nem imaginávamos que estávamos tomando o nosso último gole.
Agora, corre o mês de janeiro de 2024. Tomo umas. Continuo a vislumbrar do alpendre da velha casa dos meus pais uma belíssima paisagem, sentindo o gosto amargo da saudade.
Entretanto, as lembranças permanecem vivas, pois, segundo o poeta Mario Quintana, “a amizade é um amor que nunca morre”.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Nunca sabemos quando será o momento da despedida! Que bom que você tem uma lembrança boa! A vida é assim! Nada é garantido! Só o minuto presente!