Por Odemirton Filho
Reli o livro O Velho e o Mar, do escritor norte-americano Ernest Hemingway. Dessa vez, porém, reli o livro devagar, apreciando o desenvolver do texto, as palavras, a cadência da história.
Enquanto escritor, Hemingway adotou um estilo direto, talvez, valendo-se de sua formação em Jornalismo. No decorrer da vida escreveu vários clássicos, a exemplo de Adeus às Armas e Por quem os sinos dobram.
Em apertada síntese, O Velho e Mar trata da vida do velho pescador Santiago e do seu único amigo, o garoto Manolin.
O livro conta a história de um velho pescador que passa dias e dias sem fisgar nenhum peixe, trazendo para os seus sofridos dias um enorme desalento. Aliás, não sei por qual razão essas histórias de pescador me fascinam.
Talvez, seja porque eu sempre encontro pescadores lá pelas praias das areias brancas e, vez em quando, troco um dedo de prosa com eles. Quantas vezes eu tive que esperar pescadores voltarem do alto-mar para que pudesse efetivar a intimação? Muitas e muitas, não conto as vezes.
No livro, o velho Santiago parte mais uma vez para o alto-mar em busca de uma farta pescaria. Depois de alguns dias, consegue fisgar um grande peixe. Inicia-se, então, uma luta renhida para conseguir mata-lo e colocá-lo junto ao barco.
São dias de uma batalha que parece interminável. O grande peixe puxa o barco do velho pescador mar adentro. Porém, o velho, apesar de cansado, e sofrendo com a linha que feria as suas mãos, com pouca água e comida, permanece firme, fazendo-se forte.
“O homem não feito para a derrota, pensava, um homem pode ser destruído, mas nunca derrotado”. Assim é a nossa vida, repleta de batalhas. Umas conseguimos vencer, outras, não. Entretanto, precisamos continuar firmes, mesmo que machucados, pois a vida não é fácil para ninguém.
Como diria o velho pescador, “é uma estupidez não ter esperança, acho que é um pecado perder a esperança”.
E lá vamos nós singrando nossos mares. Às vezes, navegamos por mar calmo, outras vezes, revoltos. Além disso, enfrentamos tubarões, como fez o velho pescador. Tubarões de todas as espécies e tamanhos. Vencê-los é a nossa luta diuturna. Sem esquecer, decerto, que inúmeras vezes a nossa luta é solitária, sem ninguém para nos ajudar a remar o barco.
Ao fim e ao cabo de vários dias, depois de uma longa e exaustiva batalha, o velho pescador voltou pra sua humilde cabana. Ao seu lado, somente o garoto, seu único e fiel amigo.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
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