quarta-feira - 15/06/2011 - 14:18h
Réplica

Odontóloga rebate denúncia sobre USB do Liberdade II

Ao Sr. Carlos Santos,

Ao ser informada da denúncia envolvendo meu nome, tive o ímpeto de procurar um advogado, mas ponderei e conclui que seria “jogar pérolas aos porcos”.

Porém, fui incentivada a postar algumas considerações. Primeiro aos fatos:

Terça-feira encontrava-me de plantão no Hospital Rafael Fernandes, onde dou assistência a pacientes com doenças infecto contagiosas (aids,tuberculose e outras). Se tivesse ido no dia anterior, teria me encontrado nos dois expedientes, assim como nos outros dias da semana.

Nas regras do seu blog, fala em mediador, mas acho que ele falhou. A notícia está totalmente distorcida, e joga lama no nome de profissionais corretos. As palavras tem uma força descomunal, e como jornalista o sr. deveria ter cuidado com o que publica.

A palavra é como uma flecha depois de desferida não tem volta. Teria sido interessante que os envolvidos tivessem sido escutados, conversar com a direção da unidade, e principalmente saber a opinião do usuário sobre o meu trabalho.

Aproveito a oportunidade para informar que faz aproximadamente 16 anos que o salário do dentista do PSF permanece quase inalterado. Não tenho procuração para defender ninguém, mas para repor a verdade devo informar que o Dr.Glicério encontra-se fazendo um levantamento epidemiológico na periferia da cidade, e só retorna no mês de julho.

Discute-se muito , principalmente no meio jornalístico, sobre liberdade de imprensa, acho que deveriam debater mais sobre RESPONSABILIDADE da imprensa.

Agradeço se publicar meu texto na íntegra, estou absolutamente tranquila pois tenho muito respeito pelo meu trabalho e consciência tranquila.

Dra. Emiliana B. Cavalcanti

Cartaz à mão informa ausência de médicos, listando nomes. Ninguém foi atendido no dia indicado, como denunciado

Nota do Blog – Doutora, boa tarde. As regras do Blog não têm instrumento de aferição de “leviandades”, uma espécie de “leviômetro”. Detecta email falsos e impede o uso de expressões chulas, agressões verbais etc. Basta ler o que elas assinalam.

Outro detalhe: a denúncia foi assinada por alguém que a assumiu de público, com nome e endereço eletrônico, profissão definida, que esteve no local citado, o senhor jornalista Márcio Alexandre.

Ele atestou “in loco”, inclusive com uso de fotografias, que a Unidade Básica de Saúde (USB) do Liberdade II, em Mossoró, não abria nem tinha explicações para o cidadão na terça-feira (14).

O que ele escreveu a esta página (clique AQUI), reforçada por fotografia, reitera que os médicos citados não compareceram ao trabalho. O motivo de cada um, justo ou não, deve ser discutido pelo cidadão e pela prefeitura, seus patrões.

Claro que a senhora não tem o dom da onipresença, para estar em dois lugares ao mesmo tempo. Essa é proeza para poucos “homens de branco”.

A página continua aberta à pluralidade de ideias, ao contraditório e, em momento algum, fez juízo de valor da senhora ou qualquer outro profissional. Se olhar abaixo do texto que foi colocado como “email do webleitor”, não existe qualquer “Nota do Blog” satanizando-a ou a quem quer que seja.  Nenhum tipo de julgamento: favorável ou desfavorável.

Por favor releia o que foi postado, antes de – aí sim – julgar precipitadamente esta página. O denunciante prova que a senhora não compareceu ao trabalho. A senhora confirma o que ele declarou, mas apresenta uma explicação.

A senhora atesta que esteve ausente àquele dia na UBS do Liberdade II, quando em seu próprio texto é informado que trabalhava em outro lugar.

Leviandade desta página?

Quanto ao interesse ou não de recorrer à Justiça, manifestando um direito subjetivo, fique à vontade.

Mas, para o contraditório neste espaço, não é preciso recorrer à Justiça ou qualquer método subalterno. Ele é aberto a todos que consigam dialogar com civilidade, respeitando as diferenças e o direito alheio.

Obrigado pela correspondência. Como não poderia deixar de ser, é publicada na íntegra, de modo documental.

O e-mail do denunciante será passado para sua própria caixa de email. Qualquer queixa adicional, seria bom tratar com o próprio.

É possível que ele tenha muito mais a dissecar sobre atentimento ou falta de atendimento adequado na USB do Liberdade II.

Quanto “às pérolas jogadas aos porcos”, bela figura metafórica, é um julgamento pessoal que merece meu respeito.  Mesmo considerando-o deselegante para uma dama, respeito.

Prefiro continuar tratando-a com fidalguia, mesmo sem conhecê-la. Devo isso a mim e à minha formação, mais do que a qualquer interlocutor, seja de corpo presente ou na infovia.

É isso. E bom trabalho.

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Categoria(s): Saúde

Comentários

  1. Divanir diz:

    Como é? “Não haverá distribuição de ficha” para a doutora em 14/06 e “encontrava-me de plantão no Hospital Rafael Fernandes” em 14/06? Os funcionários da USB estão doidos ou o doutores de lá têm dois empregos nos quais precisam estar no mesmo dia? Que coisa mais esquisita…

  2. antonio pedro da costa diz:

    Destempero total. Educação mandou lembrança.
    Quem precisa dos serviços de saúde não tem obrigação de saber e nem de aceitar que o profissional que deveria atendê-lo em determinados horário e local, está noutro tipo de atividade, seja ela qual for. Se o profissional da saúde (ou da doença?) tem que se encontrar em vários empregos ao mesmo tempo para ter uma vida financeira estável, tem que entender que a maior vítima dessa situação é o usuário e este tem por direito ao menos dizer que não está feliz, ao procurar o serviço e bater com a cara na porta fechada. Se até isso lhe é negado, danou-se.

  3. Geraldo Fagundes diz:

    Em primeiro lugar gostaria de saber se essa senhora ou senhorita fez doutorado para assinar como doutora. É muito comum algumas pessoas concluírem um curso superior e exigirem que o(a) chamem de Doutor(a). Espero que não seja o seu caso.

    Em segundo lugar, se o aviso está estampado na porta (foto), seria até falta de educação perguntar a alguém ou a ela mesmo o motivo de sua ausência no ambiente de trabalho. Entretanto, se esta senhora tem dois empregos cujos horários são os mesmos, é no mínimo muito esquisito. É o que se deduz ao ler o e-mail endereçado ao blogueiro

    Em quarto lugar, eu desconheço se o Hospital Rafael Fernandes dispõe de Consultório para extração e obturação de dentes ou outros serviços ligados a área da Odontologia. Se tiver, tenho absoluta certeza que 99% da população desconhece. Se tiver, desculpem a minha falta de informação.

    Em quinto e ultimo lugar, percebe-se uma grande insatisfação dessa senhora em relação a salário. Sinceramente, 16 anos sem receber aumento eu já teria largado o emprego, antes mesmo de pensar em “queimar” expediente, até porque, na falta do atendimento quem paga o pato não são os patrões e sim os pacientes menos favorecidos financeiramente os quais eu os chamo de pobres coitados.

    Boa Noite a todos.

    • Yonara Carrilho diz:

      Sr. Geraldo.
      Desde que o mundo é mundo que dentista, advogados e médicos são titulados de doutores. Se é ou não correto, eis ai uma questão…
      Mas, a colega tem sim doutorado, e… Pasme! Em saúde publica.
      Nós que fazemos saúde nesse país, temos direito a ter dois vínculos que abarque uma carga horária de 60hs. No caso a colega, dar plantões no Rafael Fernandes nas terças feiras e finais de semana, e o resto da semana na Unidade de saúde Liberdade II
      Você pulou em terceiro lugar…
      Vamos ao quarto lugar, então… Faça uma visitinha ao Rafael Fernandes, você vai averiguar com seus próprios olhos, que esse hospital dispõe sim de Odontologos e toda a aparelhagem adequada para os acometidos de doenças infecto-contagiosa serem devidamente atendidos
      Não seria legal um soro positivo confirmado ser atendido numa unidade básica, ou você acha isso prudente?
      Em quinto lugar, se você voltar ao texto redigido pela colega, e ler devagarzinho, vai observar que ela não está reclamando a falta de aumento, porque já estamos acostumados a nos virar com o que temos, vais sim constatar uma justificativa para os plantões. Que bem queríamos nós, ganhar um salário digno, num só local de trabalho.
      Tenha uma boa noite Sr. Geraldo
      Dra. Yonara Carrilho

  4. Ronaldo diz:

    Doutora?
    Doutoramento (português europeu) ou doutorado (português brasileiro) é um grau académico concedido por uma instituição de ensino superior universitário, que pode ser uma universidade, um centro universitário, uma faculdade isolada. Com o propósito de certificar a capacidade do candidato para desenvolver investigação num determinado campo da ciência (no seu conceito mais abrangente).

    Neste grau académico espera-se que o aluno adquira capacidade de trabalho independente e criativo. Esta capacidade deve ser demonstrada pela criação de novo conhecimento e será validada por publicações em bons veículos científicos ou pela obtenção de patentes. É essencial para a seleção ao doutorado a demonstração de qualidades e experiência em pesquisa. Um bom currículo acadêmico na graduação é condição indispensável.
    Fonte: //pt.wikipedia.org/

  5. Divanir diz:

    “Tenha uma boa noite Sr. Geraldo”, muito educado, diferentemente do texto da colega doutora. Moral da história: parece que os médicos com doutorado de verdade abre mão dos benefícios da cordialidade.

  6. Ronaldo diz:

    Doutor é um título, não é um pronome de tratamento. Somente quem escreveu e defendeu publicamente uma tese de doutorado tem o direito legítimo de usar o título. De outra forma, o uso da palavra doutor é inadequado. Entretanto se tornou tradição usar doutor como pronome de tratamento para médicos e advogados, isso foi herdado de Portugal ainda no período colonial.

  7. osorio sampaio diz:

    Uma boa oportunidade, para quem fiscaliza o psf, dispensar esta doutora, pois o psf era para ser melhor fiscalizado. se ganha pouco sair, que tem novatos que nao sao doutores que querem o cargo.

  8. Neto Vale diz:

    meus caros, o foco está errado
    não vamos semear discórdias entre vítimas. tanto o Márcio Alexandre quanto a Dra. Emiliana são vítimas. o Márcio, a maior. conheço todos,por isso fico muito a vontade para dialogar. o usuário quando procura uma unidade de saúde, nem sempre, por suas condições de saúde ou de um ente próximo, está em condições de manter uma cordialidade, uma serenidade, e com toda razão, expressa seu descontentamento da forma que achar mais conveniente. Márcio Alexandre, está no seu direito. minha nobre Emiliana,conheço-a há bastante tempo e sei o quanto é comprometida com o serviço público. vc há de concordar que nem sempre o papel consegue explicar. é papel da dirigente da unidade de saúde destacar um funcionário para explicar a sua ausência, feito isso, com certeza a reclamação do Márcio seria de outra natureza. nós temos que exigir dos dirigentes, de todos, que humanize a comunicação com os usuários. acredito que os demais comentários foram gerados pela forma como foi desenvolvido vosso diálogo. acredito que todos devemos nos mobilizar para mudar o atual quadro dos serviços púbicos. a qualidade dos serviços só virá com ampla participação da comunidade, condições dignas de trabalho e profissionais bem remunerados. vcs foram/são vítimas da falta histórica de compromisso de nossos dirigentes, que ficam rindo por conseguir jogar um contra o outro. um abraço a todos.
    Prezado Carlos Santos, parabéns pelo novo visual

  9. ASSIS NETO diz:

    PARECE QUE ESSES PROFISSIONAIS SÃO DIFERENTES DE OUTRO QUALQUER FUNCIONARIO. HÁ OUTRAS CATEGORIAS DE SERVIDOR PUBLICO QUE POSSUI DOUTORADO E NEM POR ISSO É O SENHOR DA RAZÃO. QUERO AQUI DIZER QUE ESSES MÉDICOS INDEPENDNETES QUES SEJAM DEVEM SIM ATENDER COM PRIORIDADE AOS PACIENTES DO PSF, ELES SÃO MUITO BEM PAGOS PARA ISSO, INCLUSIVE A PONTO DE ALGUNS DELE DEIXAREM SEUS CONSULTÓRIOS PARTICULAR.

  10. Roberto diz:

    RESPONDEU COM MAESTRIA E COM A DELICADEZA DE UMA PLUMA,RESPONDIDO E RESPONDIDO,PREGO BATIDO E PONTA VIRADA E PASSA PRA FRENTE QUE TEM MAIS GENTE PRA SE DAR ATENÇÃO.É SÓ.

  11. Simone diz:

    Acredito eu que se a unidade é PSF deveria ter medicos, enfermeiros, tecnicos e odontologos as 40 h semanais o que geralmente so acontece com enfermeiros e tecnicos, no caso nesta unidade nem os enfermeiros estao cumprindo a carga horaria de trabalho. Se procurarmos um posto de saude os medicos so atendem alguns dias e isso acontece porque os diretores das UBS, prefeitura e comunidade aceitam. Se os profissionais estao em desacordo com a carga horaria de trabalho deveria nao aceitar o emprego afinal antes de serem contratados ja sabem como funciona o PSF … aceita se quiser. Tem medico que nem quer fazer visita domiciliar… so atende o usuario no consultorio. Oh povo chique… esses doutores de branco. A verdade e que quem mantem a maioria dos atendimentos sao os pobres dos enfermeiros… pau pra toda obra.

  12. Márcio Alexandre diz:

    Caro Carlos, e demais participantes do debate sobre a denúncia que fiz sobre a falta de atendimento na UBS do Liberdade II:

    Achei por demais salutar o confronto de ideias, posturas, afirmações e revelações. Sobre as declarações da odontóloga Emiliana, elas talvez atendam ao meu desejo de dialética enquanto cidadão, mas não satisfazem às minhas necessidades enquanto usuário do Sistema Único de Saúde (SUS).
    Nunca fui leviano em quaisquer das atividades que exerci ou exerço, seja como professor, jornalista ou estudante. Jamais incorreria na estultice de tentar induzir um profissional sério como Carlos Santos a erro. Aliás, seria burrice de minha parte achar que isso seria possível.
    Não quis atingir imagem de ninguém (atualmente, infelizmente, vem se criando uma indústria do dano moral, em que tudo é pretexto para se buscar indenização no pretório, embora, ressalte-se, entenda eu que todos devem buscar da melhor forma e da maneira que mais lhe compraz, a reparação ao direito pessoal/patrimonial/moral que julga ter sido ferido).
    Mas atentemos: que direito foi desrespeitado do cidadão que, por pelo menos 4 vezes, procurou aquela unidade de saúde e se deparou com o cartaz avisando que não teve/teria fichas a serem distribuídas?
    Mais: que mecanismos há para controlar/verificar/atestar que um médico que deixou a unidade de saúde sob a alegativa de atender um paciente na casa deste está mesmo nesse atendimento? Não abro mão do princípio da presunção da inocência nem para quem acho indigno dela, mas como alguns médicos estão sempre trabalhando e a população está sempre sem atendimento, há no mínimo uma conta que não fecha.
    Como disse, não foram poucas as vezes em que é exposto o cartaz com o aviso citado. E, tão ruim quanto o não-atendimento, é a falta de informação. Quando há uma justificativa plausível, todos entendem.
    A direção da UBS teve/teria coragem de apontar a falta dos médicos quando estes não comparecem à UBS e não têm uma justificativa legal para tal ausência?
    Alguém já se perguntou por que as demandas na UPA´s são tão crescentes? Será que é tudo urgência e/ou emergência, ou as pessoas têm ido à UPA porque algumas UBS´s, como a do Liberdade II, estão sempre com algum/alguns médico(s) impedido(s) de prestar atendimento à população?
    Para encerrar: o médico que dá plantão na UPA na noite anterior à manhã em que deveria dar expediente na UBS está desincumbido dessa segunda labuta matinal, embora receba por ambas?
    P.S: sobre os nomes dos médicos envolvidos ou não na celeuma, não os escolhi, apenas reproduzi o que estava no cartaz que, infelizmente, não apontava o motivo da ausência de quaisquer dos profissionais ausentes ao trabalho naquele dia.

  13. Johnnatas M. Lopes diz:

    Deveríamos manter o foco da discussão em torno das causas e consequências da falta de profissionais nas UBS, as quais na maioria das vezes não funcionam de forma adequada por falta de profissionais em tempo intergral e também por não contemplar outros porfissionais que não estão inclusos no Estratégia do Saúde da Família (ESF). Outra deficiência das UBS é o seu não funcionamento no período noturno, o que poderia assegurar atendimento aos trabalhadores que passam a maior parte do tempo fora de casa e impossibilitados de serem assistidos (ponto de reflaxão para os gestores).
    Outro ponto que deve ser debatido é a falta de gerênciamento da unidade, pois deixar a comunidade um dia inteiro sem atendimento…. é um pouco complicado.
    E agora, um pedido, deve haver alguma personalidade jurídica ou da promotoria da cidade que poderia fazer um levantamento das condições de trabalho, qualidade e de acessibilidade ao serviço nas UBS da cidade a fim de fiscalizar um bem do cidadão que é sua saúde e que deve ser protegida. Isso deixaria de superlotar as UPA’s da cidade, as quais são unidades de média complexidade, e não são para exercer essa função de prevenção primária e promoção de saúde, ações que devemos hipervalorizar em nossas concepções de saúde.
    PS. Parabens pelo novo layout.

  14. marcos romero diz:

    Yonara babou geral. Além disso, quer ter dois empregos trabalhe de dia e noite. e diga: não entregamos ficha pq não há “doutores” nesse horário. Menos feio. né. Hipocresia danada.

  15. George Duarte diz:

    Carlos agora eu faço como dito ali. ” SUA RESPOSTA FECHOU DE CADEADO”, Avé Maria se fosse eu ainda estava com a cabeça quente.

  16. Gilmar Henrique diz:

    Na réplica, percebe-se, logo de início, expressiva contradição entre introdução e o desfecho discursivo ao final do texto que denuncia, além da veracidade dos fatos, imperialismo e tirania lingüísticas no sentido de amordaçar a continuação dos debates.
    Não funcionou. A palavra articulada voa em direção à reverência. Não a encontrando, retorna, em velocidade maior, contra seu articulador.

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