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sexta-feira - 05/02/2016 - 11:55h
Poder em família

Oligarquias controlam Câmara Federal; RN é maior exemplo

Do Congresso em Foco

Conhecida por debates acalorados quando se trata de discussões sobre a “família tradicional”, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara foi cenário de um debate inusitado sobre outros tipos de famílias – as de políticos – no fim de outubro, durante a votação do Projeto de Lei nº 6.217, de 2013.

Felipe Maia: outro Maia (Foto: Alex Ferreira/ Agência Câmara)

Proposta pelo deputado Esperidião Amin (PP-SC), a iniciativa pretende chamar a BR-101 em Santa Catarina de Rodovia Doutora Zilda Arns, excluindo naquele trecho a homenagem ao ex-governador Mário Covas. O nome do paulista batiza todos os quase 5 mil quilômetros da estrada desde setembro de 2001, seis meses após o falecimento do político.

O clima ficou tenso na CCJ. Ninguém diminuía a importância de Zilda Arns, brasileira indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1999, mas muitos se mostravam incomodados com a retirada do nome de um político de uma obra. Durante as discussões, houve exemplos – críticos ou elogiosos – de pontes no Piauí e em Santa Catarina com dois nomes: cada sentido da via para um cacique local.

Só família

“Há certamente novas rodovias, novas obras que serão construídas em Santa Catarina e a que, de forma consensual, o nome da Zilda Arns poderia ser definido. Se começarmos a abrir aqui um precedente de ratear uma rodovia, uma estrada, para homenagear vários nomes, vai se criar, além de uma atitude desagradável, até um conflito para quem vai pegar o endereço”, protestou o deputado Mainha (SD-PI).

A discussão ilustra um mecanismo muito antigo da política nacional e especialmente significativo na atual legislatura na Câmara. De teor fortemente conservador, ela é também a que possui maior porcentual de deputados com familiares políticos desde as eleições de 2002. Um estudoda Universidade de Brasília (UnB) publicado no segundo semestre de 2015 analisou os 983 deputados federais eleitos entre 2002 e 2010 para concluir que, no período, houve um crescimento de 10,7 pontos percentuais no número de deputados herdeiros de famílias de políticos, atingindo 46,6% em 2010 – número próximo aos 44% encontrados pela Transparência Brasil no mesmo ano.

Logo após a última disputa eleitoral, a ONG divulgou outro levantamento que concluiu que 49% dos deputados federais eleitos em 2014 tinham pais, avôs, mães, primos, irmãos ou cônjuges com atuação política – o maior índice das quatro últimas eleições.

Atualmente, o estado que ilustra melhor o poder das dinastias nas eleições é o Rio Grande do Norte, onde 100% dos oito deputados eleitos se encaixam no perfil das pesquisas. A lista contempla Fábio Faria (PSD), filho do atual governador do estado, Robinson Faria (PSD); Felipe Maia (DEM), filho do senador José Agripino (DEM); Antônio Jácome (PMN), pai de Jacó Jácome (PMN), eleito deputado estadual em 2014 aos 22 anos; Rogério Marinho (PSDB), neto do ex-deputado federal Djalma Marinho (UDN, Arena, PDS); Zenaide Maia (PR), esposa do prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado (PR); Walter Alves (PMDB), de um dos clãs mais tradicionais do estado, com ex-ministros, ex-governador e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB); Rafael Motta (PSB), filho do deputado estadual Ricardo Motta (Pros); e Betinho Segundo (PP), da família Rosado, que domina a segunda maior cidade do estado, Mossoró, é neto de governador e bisneto de intendente – nome que se dava aos prefeitos até 1930.

Veja matéria completa AQUI.

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Categoria(s): Política

Comentários

  1. nildo silva diz:

    Eles querem mudar o Brasil? Pra pior,não é!!?

  2. João Claudio diz:

    Os netos já estão sendo preparados para ganharem salários astronômicos para não fazerem nada.

    É só no gogó, e nada como gargarejo de água de Romã para aliviar a garganta. Ou pastilhas Valda. Remédios baratinhos e encontrados em toda bodega.

    E o povão otário, ó, aplaudindo de pé, servindo de capacho, correndo atrás deles e, embora sabendo, tomando na tampa todo santo dia.

    Axepôco 3 vezes. Axepôco! Axepôco! e Axepôco!

  3. Lair Solano Vale diz:

    Nenhum foi nomeado. Foram democraticamente eleitos. E porque outros não se elegem ? porque a população deseducada, politicamente, só VOTA em quem apresenta-se com ESTRUTURA / DiNHEIRO. Quando tivermos uma lei proibindo reeleição para cagos majoritários e impedidindo que o cidadão não seja vereador ou deputado por mais de três vezes, teremos uma mudança nesse quadro. Outro detalhe, as pessoas falam dos políticos mas não se candidatam a nada, por isso temos tantos profissionais da política. A culpa é nossa.

    • Inácio Augusto de Almeida diz:

      Caro Lair Solano
      “Outro detalhe, as pessoas falam dos políticos, mas não se candidatam a nada, por isso temos tantos profissionais da política. A culpa é nossa.”
      Não é bem assim. Como ser candidato se o “DONO” do partido que sinaliza oferecer legenda fica na dependência de apoiar outro se conseguir a vice. Caso não consiga a vice sai candidato a prefeito, mesmo sem a mínima condição de eleger-se e assim condenando todos os seus candidatos a vereador a não vencer o famigerado coeficiente eleitoral, quando poderia se candidatar a vereador e coligar-se com outros partidos para que todos juntos pudessem superar o coeficiente eleitoral e eleger pelo menos um vereador.
      Isto é o que acontece. E acontece porque estes “DONOS” têm medo de ao disputar uma cadeira de vereador não ultrapassar mil votos ou ser ultrapassado por alguém que leve ao povo uma mensagem do fundo do coração pautada na honestidade e em propostas plenamente realizáveis. Têm medo até de ter como candidato alguém que possa surpreender nas urnas. Não querem ver no palanque quem tenha o que dizer.
      Como então ser candidato se os partidos grandes são controlados por políticos que preferem ceder legenda a condenado por prática de improbidade a apoiar quem deseja fazer uma Mossoró para todos?
      Eu permaneço filiado ao PMDB. Mas como ser candidato se por acaso me ofereçam legenda? Para ter ao meu lado no palanque condenado em primeira instância por prática de improbidade? Como falar ao povo em combater a corrupção? Como dizer que o partido que me deu legenda combate a corrupção?
      Armou-se em Mossoró um esquema que é só eles, eles e mais ninguém. Daí a cidade estar mergulhada no atraso e na miséria. E cada vez afundando mais. Quando se clama por um nome novo para mudar a maneira de Mossoró ser administrada não se consegue êxito.
      Quando empresários se unem, pensando criar uma frente para libertar Mossoró da mesmice política, são logo absorvidos pelos políticos profissionais. E por total falta de experiência política esta absorção acontece facilmente e terminam virando marionetes nas mãos dos que fizeram da política meio de vida. Gente que está na política para se servir ou se cevar, sei lá. A politicagem em Mossoró é o que de mais mesquinho existe. Disto você nunca duvide. Até quando isto vai durar? Não sei. Sei que não dura para sempre.
      Como eu sonhei com LAIR SOLANO candidato a prefeito de Mossoró. Patu está aí a servir de exemplo.
      ////
      OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS EM BREVE. AGUARDEM!
      TUDO PODE ESTAR POR UM SEGUNDO. OU MENOS.

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