Há tempos que se arrasta uma crise em torno da UTI Neonatal de Mossoró (veja abaixo), mas praticamente não aparece qualquer nome da política no caso. Nem para assumir responsabilidades ou tomar posição em favor do povo.
Não se trata apenas de omissão.
É também uma estratégia para não se complicar. Em alguns casos, o estágio é de pura cumplicidade.
Quando chegar o período de campanha, todos estampam um sorriso de orelha a orelha, evitando temas delicados e provocando uma pauta própria e desinteressante.
A senadora Rosalba Ciarlini (DEM), ex-prefeita de Mossoró, não dá um "piu".
O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do RN, deputado estadual e ex-diretor clínico da Casa de Saúde Dix-sept Rosado, Leonardo Nogueira (DEM), mergulhou faz tempos.
O deputado federal Betinho Rosado (DEM) prefere se esconder dessa e de outras polêmicas.
Quanto à prefeita Fafá Rosado (DEM), que já dirigiu a regional de Saúde, não sai do gabinete de trabalho. Não vê nada, não sabe nada.
A deputada Sandra Rosado (PSB), que tem obrigação de se pronunciar, pois a UTI deveria funcionar numa instituição controlada por sua família há anos, some do tema.
O ex-deputado federal Laíre Rosado (PSB), no olho do tufão, passa toda a responsabilidade de desgaste a um mero empregado da Casa de Saúde Dix-sept Rosado. Comportamento obliquo. O que não causa estranheza.
Deputados federais como Felipe Maia (PT), Fátima Bezerra (PT), Rogério Marinho (PSB), Henrique Alves (PMDB), João Maia (PR) e Fábio Farias (PMN) – votados densamente no município, passam longe do problema.
Os senadores José Agripino (DEM) e Garibaldi Filho (PMDB) podem ser vistos em festas populares organizadas pela prefeitura, onde acenam para o povo e riem da falta de sorte da patuléia.
A governadora Wilma de Faria (PSB), mossoroense da gema, apenas repete o que o antecessor Garibaldi Filho já fez. É parceira de grupo, virando as costas às necessidades do povo mais carente.
Quanto à Câmara Municipal, não conta. É caso perdido. Até porque a vereadora Gilvanda Peixoto (DEM), em conversa com um jornalista já adiantou seu parecer após visita à "UTI Viúva Porcina", aquela que foi sem nunca ter existido: "É de primeiro mundo," comentou a parlamentar, que é pediatra. Sem comentários.
Sindicatos, maçonarias, clubes de serviço, parte considerável da imprensa, conselhos comunitários e outros setores fazem o coro do silêncio, numa cidade que festeja a liberdade para sonegá-la, exalta a democracia para negá-la e fala em direitos humanos para encobrir um morticínio torpe.
Um dia essa terra ainda vai cumprir seu ideal. Tenho fé. Tenho dito.
Parabéns Carlos Santos! Belíssimo texto aonde retrata a OMISSÃO TOTAL DOS políticos DO NOSSO ESTADO. Só para tomar conhecimento: Geovani, fundador da Comunidade Renascer, teve que pagar R$ 2.000,00 para levar seu filho para Natal, na UTI móvel da Oitava Rosado, senão seria, seu filho, mais uma morte na estatística, pela falta de escrupulos de todos os que diretas ou indiretamente, são responsáveis por este infanticídio que acontece na província de Mossoró.