Por João Paulo Jales dos Santos
Allyson Bezerra (UB) mantém alta aprovação por seus méritos, contudo o entorpecimento que sucumbe a oposição é um combustível a mais na popularidade do prefeito. O oposicionismo, dividido em várias correntes, é composto por feudos que não conseguem convergir. O resultado é uma falta de perspicuidade política.
Se por meses a falta de entrosamento era a regra, em que cada porção trabalhava por seu próprio propósito, a oposição parece disposta a mudar esse caráter. Tentativas de encontros para afinar interesses vem se tornando mais frequente, deixando transparecer que o ajustamento da sincronia é um trabalho de exercício parcimonioso.
A oposição costuma dizer que as diversas pesquisas que dão supermaioria de aprovação a Allyson são embustes plantados pelo Palácio da Resistência. Os quadros dizem que ouvem muitas queixas da população. É desvario aos contrários à gestão municipal acharem que as queixas dos populares sejam dum volume incomensurável nas pesquisas.
Cabe aos próprios contendores do governismo o fundamento da validação das muitas queixas a que se referem. O quanto de aprovadores do governo apoiam a administração, mas num nível considerado baixo? É uma indagação, medida através de pesquisa, para a oposição começar até mesmo a nortear seu discurso.
Caso encontre algum fundamento para o que até aqui é apenas uma crença, a mansidão com que o oposicionismo sempre buscou tratar Allyson deve ser levantado como principal motivo para que possíveis desgostosos estejam na mesma fileira dos que abonam o alcaide. Se não há contestação qualificada que dê de conta de fazer um embate com o governo, as queixas correm o risco de se dissipar.
O ensaio duma transição de um papel de camaradagem para uma predisposição ao combate, vem de dois exemplos, da bancada de oposição na Câmara Municipal e do petismo. Na Câmara, a bancada veio a se configurar como tal em meados do ano passado, em que três quartos de seus integrantes já pertenceram as hostes governista. No petismo, a grita mais feroz contra o prefeito, a postura mordaz começou a partir da eleição passada.
O que se tem é um oposicionismo que viu perder seu lugar de contestação, que não ficou no vácuo e foi ocupado pelo poder municipal. É uma oposição tão rarefeita que não consegue dar corpo a um problema e elevá-lo a uma agenda pública, tornando-o uma questão pautada, que possa causar, ao menos, uma situação embaraçosa no estafe do executivo.
Ao contar com uma oposição definhada, o poder municipal ocupou o espaço que seria de contestação a seu governo, transformando-o em mais uma arena de defesa do prefeito. Por mais perplexidade que isso possa causar, acaba comprovando o arsenal político do alcaide, que o faz ter sustentáculos em diversas esferas da sociedade.
Quando na eleição de 2022 Mossoró viu Pablo Aires (PSB), Tony Fernandes (SD), Isolda Dantas (PT), Isaac da Casca (MDB) e Marleide Cunha (PT) amealharem, no agregado, bons resultados nas urnas, e a banda governista com uma votação aquém das expectativas, chegou-se a cogitar que o antagonismo, enfim, daria corpo alvissareiro no enfrentamento ao burgomestre, o que até aqui não passa de uma ilusão de ótica.
No oposicionismo ninguém lidera ninguém e o panorama é a falta de debate público qualificado. A agenda de questões se baseia em temas de nicho, restritos a enclaves da classe média. O que é de interesse das massas de excluídos e assalariados, a miríade eleitoral que irá bater o martelo em 2024, passa longe das discussões. O que a oposição se preocupa não passa de perfumaria no debate político-eleitoral.
Os temas pautados ganham inteligibilidade quando se observa a corrida que a oposição está preocupada, a proporcional. Com o interesse residindo na montagem de nominata à vereança, a confluência é em micro focalizar a pauta temática. No entanto, um palanque majoritário enfraquecido pode causar transtornos aos planos na proporcional.
Caberá ao flanco contrário mostrar que a corrida à prefeitura não será uma mera formalidade de cumprimento de tabela a qual Allyson terá que se submeter. Se existe bússola política que possa indicar um pleito com os elementos mínimos de competividade, cabe a oposição, por si mesma, localizar a direção do eixo para disputar o Palácio da Resistência, sede da municipalidade.
João Paulo Jales dos Santos é cientista social e graduando em História pela Uern
Na Câmara Municipal o que falta é representantes do povo, com razão. Ao longo do tempo o povo foi ensinado a trocar o voto em notas de cor azul e não se preocupar em cobrar nada dos srs vereadores.
Cada eleição quem tem mais se dá bem.
Exceção: no máximo a turma ideológica que não ” come ” dis sindicatos.
É O QUE ESCUTO DA COBAL AO MERCADO DO ALTO DA CONCEIÇÃO.
Acho que essas pesquisas de aprovação do prefeito são mentirosas ,pois o mesmo não conseguiu eleger um simples deputado estadual,onde Rosalba elegeu até o cachorro dela .
Eu concordo com você plenamente; e está muito difícil da pessoa dele chegar ao governo do Estado do Rio Grande do Norte.