Em entrevista à imprensa de Natal, o deputado federal e pré-candidato a presidência da República, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), deixou claro que num eventual governo seu, a polícia terá ordem para “matar bandido”.
Simples assim.
Sua eloquência no trato do tema que se esmera em falar, como suposto especialista, me remete a um momento delicadíssimo da vida nacional, quando o Conselho de Segurança Nacional (CSN) – nascido no Estado Novo de Getúlio Vargas – se reuniu para definir o Ato Institucional número 5 (AI-5). Episódio ocorreu no governo Costa e Silva e no dia 13 de dezembro de 1968 o AI-5 foi assinado.
Foi o recrudescimento do regime militar.
Integrado por 24 membros, entre eles o presidente da República e seus principais ministros, o CSN transformou-se em instrumento para cassar oposicionistas, suprimir direitos individuais e radicalizar a ditadura.
Na reunião decisiva à sua elaboração, o ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, bradou: “Às favas com os escrúpulos”.
Delfim Netto, ministro da Fazenda, ponderou que era preciso um ambiente de estabilidade política para avanços na economia. Votou pró AI-5, por considerar importante esse instrumento legal, mesmo que imoral.
Medo
Gama Filho, ministro da Justiça, defendeu com fervor o AI-5, mas ouviu uma voz solitária ser contra: o vice-presidente e ex-deputado federal mineiro Pedro Aleixo.
– O senhor não confia nas mãos honradas do presidente? – fuzilou Gama Filho na direção de Aleixo.
Sóbrio, sem alterar a voz, Pedro Aleixo é voto vencido (único contra o AI-5), mas emite um comentário que ecoa até hoje à nossa reflexão:
– Eu não tenho medo das mãos honradas do presidente da República, mas do guarda da esquina.
Passados quase 50 anos, temos um presidenciável que acredita em “carta branca” para matar como “solução final” à violência.
O enredo a partir daí já é conhecido: começa matando bandido, depois mata o desafeto pessoal, em seguida mata a soldo e por fim forma sua milícia para matar, matar e matar qualquer um e por qualquer razão.
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Esse cidadão é fruto de um país institucionalmente à deriva.
O que espanta não é Bolsonaro em sua cavalgada maluca. Ele encontrou um caminho para a formação da sua oligarquia (lembrando que 3 dos seus filhos também detém mandato eletivo) e o está percorrendo.O que me espanta, de verdade, são os néscios que o dão sustentação.
Num país onde há juízes bandidos, senadores bandidos, deputados bandidos e, por fim, um Presidente bandido e todos em seus cargos, nada mais me surpreende!
Perdi totalmente as esperanças no meu país!
Foi com profunda tristeza que cheguei a esta conclusão, mas os fatos e acontecimentos diários não me permitem mais qualquer tipo de manifestação contrária!
Deus tende piedade de nós!
Ah! Se minha idade e meus proventos me permitisse, deixaria essa possilga já já! Argh!!
O povo está tão desenganado com os políticos ladrões, que a essa altura qualquer bosta é bem vinda.
Se Bolsonaro é a favor de policial matar bandido, então tem que defender que a Polícia Federal também “meta bala” nos seus colegas de Congresso envolvidos em esquemas de corrupção, pois furtar galinha e furtar os cofres públicos é a mesma coisa e, como dizem por aí: “bandido bom é bandido morto”.
NOTA DO BLOG – Genial, Ângelo.
Por aí mesmo.
Abração
Tenho repetido um chavão, que alguem já deve ter dito:-) a questão não é falta ou excesso de leis, mas a aplicação da lei. Ê com profunda tristeza que vejo pessoas ee bem, e se definem por esclarecidas, buscar soluções bolsarianas para todas as nossas mazelas. Francamente, ufa!
Esse deputado lembra aquele presidente que dizia que tinha uma só bala para acabar com a inflação e, que acabaria também com os marajás. O resultado todos conhecemos: Pagamos a conta!
Jair Bolsonaro só tem um discurso: Acabar com a bandidagem!! Se começar por seu pares…
Já falei por várias vezes, e, repito, estamos a vivenciar, ao mesmo tempo um´periodo muito fecundo, oportuno à reformas necesssárias e e igualmente perigoso à estabilidades das poucas e frágeis instiuições de estado Democráticas que ainda vigem de pé.
Um desses fatores, é que definitivamente a extrema direita saiu do armário com toda sua roupagem, onde “resplandecem” com nítido e espantoso vigor o racismo, a misoginia, a homofobia, e um claro sinal da violência clássica daqueles que tem no facismo sua porta-bandeira política, social e cultural.
O fato é que, definitivamente o fascismo aqui como em outras plagas começa a se espraiar por todos os cantos do planeta. Não esqueçamos dos Trump’s da vida, da direitista xenófoba Marine Le Pen, herdeira da Frente Nacional fundada por seu pai, o lendário extremista Jean-Marie, que ela acabou expulsando do partido por ser radical demais.
O fato, é que, em função de uma série de equivocos, inclusive das esquedas em nosso país, o fenômeno Bolsonaro despertou a atividade das células neonazistas que atuam no Brasil. Até então, a internet servia apenas como canal de comunicação intergrupos. Encorajados, no entanto, os neonazistas começaram a usar o Twitter como campo de batalha, um lugar para expor suas ideias, praticar o ódio e angariar simpatizantes. “Acabam se sentindo legitimados e encorajados”, afirma ele.
Outro personagem público que contribuiu para o despertar dos nazistas nas redes foi Danilo Gentili, do mesmo programa em que Bolsonaro tornou-se astro. “Entendo os velhos de Higienópolis temerem o metrô. A última vez que chegaram perto de um vagão foram parar em Auschwitz”, afirmou o “humorista” em sua conta do Twitter.
Diversas manifestações antissemitas, ainda que em menor quantidade do que os outros tipos de manifestação, inundaram a rede.
Hoje, o Brasil tem cerca de 300 células neonazistas. Segundo a antropológa Adriana Dias, mestre pela Unicamp e que estuda o tema há dez anos, cerca de 150 mil brasileiros baixam mensalmente mais de cem páginas com conteúdos nazistas. Desse total, 15 mil são líderes e coordenam as incitações de ódio na internet.
Nesse contexto, oportuno assinalar que, a sociedade brasileira, em grande parte analfabeta, e, sobretudo, desconhecedora da história do seu póprio páis, imaginem quanto a história política, economia e social dos povos que direta e (ou) indiretamente formataram e almagamaram a nossa formação histórica condcionaram politicamente, o colonialismo e o neo-colonialismo entre nós, com todas as suas viscitudes, vícios, virtudes e defeitos inerentes a essa longeva troca e interação histórica.
Temos que paria passu analisar o fatos e acontecimentos, por conseguinte, ficar alertas quanto ao fenônimo, seus protagonismos e protagonistas, sob penas de entrarmos defintivamente em mais um sombrio e pesaroso período de trevas.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
”…oportuno assinalar que, a sociedade brasileira, em grande parte analfabeta…”
…se deixa encantar por um encantador qualquer e…tome fumo.