A Câmara Municipal de Natal realizará amanhã (sexta, 25), às 8hs, sessão solene em homenagem aos 45 anos do PMDB.
Estarão presentes o senador licenciado e ministro Garibaldi Alves Filho (PMDB), deputado federal Henrique Alves (PMDB) e outros nomes representativos do partido ao longo desse período.
Nota do Blog – O PMDB é filho, natural, do combativo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a oposição permitida durante o regime militar.
Tem história. É uma grife, como uma vez escrevi e recebi ligação do ex-ministro Aluízio Alves para saudar a expressão.
Mas esse partido precisa se reinventar, voltar aos primórdios, para ser um pouco daquele MDB de outor.
É bom lembrar que Aluizio Alves NÃO FOI FUNDADOR DO MDB, que depois seria o PMDB, Aluízio Alves fez parte do movimento militar, tendo dado a ele , ao movimento militar o seu integral apoio, e participado ativamente no estado e no pais, fazendo parte aqui da ARENA. Eram duas as arenas, a verde de aluizio e a vermelha de Dinarte. atenciosamente Paulo Negreiros
NOTA DO BLOG – Você está certíssimo em sua recapitulação histórica, Paulo. Aluízio não é dos primórdios do MDB, pois ele seguiu a trilha da UDN de fomento e apoio ao golpe militar. Contudo, encastelados no poder, a turma verde-oliva resolveu agir por conta própria, passando a cassar até mesmo colaboradores iniciais, como Aluízio e Carlos Lacerda. Um abraço, saúde e paz
O MDB na verdade teve origens no varguismo, pois foi originado pela turma do PTB que sobreviveu ao expurgo dos milicos e pela minoria do PSD que se posicionou contra o golpe (Tancredo Neves e Barbosa Lima Sobrinho).
PTB e PSD foram partidos fundados sob a tutela de Vargas após o Estado Novo. O primeiro foi concebido para ser o partido do operariado, visando justamente minar a influência do PCB. E o segundo era um partido altamente burguês e altamente apegado ao poder, fiel da balança no espectro político. Que lembra e muito o atual PMDB.
O MDB era um saco de gatos, pois abrigava gente das extremas esquerda e direita. Tinha de tudo, de comunista a democrata-cristão.
O partido ganhou força com as eleições de 1974, quando do exílio lideranças de esquerdas como Brizola, Jango, Arraes e Prestes passaram a recomendar votos nos candidatos do MDB.
O velho MDB foi minado pela Reforma de 1979 e dele foi desovado os seguintes partidos: PDT, PMDB, PDC, PTB (que nessa reencarnação ressurgiu ironicamente sobre a inspiração lacerdista), PCB, PSB, PCdoB (essas 3 agremiações na verdade foram incorporadas ao MDB porque estavam na clandestinidade) e até mesmo o PT. Anos depois, parte do PMDB virou PSDB.
Como podemos ver, o MDB era uma enorma frente ampla, mais heterogênea que nos dias atuais.
NOTA DO BLOG – Gustavo, bela exposição científica do nascimento e vida do MDB-PMDB. É esse tipo de interação, debate, troca de informações, que alimenta o Blog. Enriquece-nos. Outros webleitores, mesmo que apenas acompanhem a leitura, devem se deliciar com esse nível de discussão. Valeu.
Há um livro de fundamental importância para o resgate histórico do apoio dado por Aluízio Alves ao golpe de 1964. Quando o mesmo se achava investido da função de governador, trouxe, de Pernambuco para o RN, milicos treinados na CIA e no FBI, nos EUA, para obterem, sob torturas físicas e psíquicas, depoimentos dos esquerdistas potiguares. Esse livro tem o título: “1964 – Aconteceu em Abril”, de autoria de minha parente MAILDE PINTO GALVÃO, que no dia do golpe era Secretária de Educação do prefeito de Natal Djalma Maranhão. O Aluízio era amigo íntimo do Magalhães Pinto, um dos mentores do golpe militar de 1964. Deus não perdoa aos que agem pérfidamente – O Aluízio foi cassado pelos mesmos milicos aos quais ele apoiou. Recomendo a leitura do livro da Mailde, no qual ela revela nuances pouco recomendáveios e por pouco conhecidas, do líder populista Aluízio Alves.