domingo - 04/11/2018 - 11:18h

“Je suis” (somos todos) Padre Sátiro

Por Marcos Araújo

Não se nega que vivemos um momento de grave convulsão social, moral, política e econômica. Tempos difíceis em que são tênues (ou até inexistentes!) as linhas limítrofes da tolerância e da agressão desnecessária; do amor e do ódio; da educação e da incivilidade; do respeito e da barbárie…

Alguns dizem que vivemos uma “guerra”, dado aos altos índices da violência física e comunicacional. Porém, mesmo nas guerras (bélicas, sobretudo) existem limites morais intransponíveis. Quando a Organização das Nações Unidas (ONU) organizou uma conferência diplomática que resultou no chamado Estatuto de Roma, em 1998, colocou como preceito a ser cumprido por todas as nações a proibição de “fazer ataques contra civis não engajados nas batalhas”.

Também há uma regra, um consenso internacional, de que nas guerras não se atacam ou se destroem obras de arte, monumentos e patrimônios culturais e educacionais, e que não se violam instituições…

Como exemplo, mais até do que as crianças e as jovens violentadas (o que é abominável!), quando o Estado Islâmico destruiu os monumentos históricos e culturais de Palmira, Nimhud e Hatra, o mundo inteiro chorou.

Se faz este preâmbulo para trazer à lembrança coletiva duas premissas: i) Padre Sátiro é um civil que não estava engajado na “batalha” política que vinha se travando nesses últimos dias; e, ii) ele é um “monumento”, um patrimônio cultural e educacional do nosso Estado, e além-fronteiras. Ele não  pode ser atacado, ou utilizado maldosamente, ainda que em tempos de “guerra”.

Qualquer pessoa que o conheça minimamente saberia que ele nunca pronunciaria palavras ou ilações contra quem quer que seja.
Padre Sátiro, ao contrário, é comunicador da não-violência. A sua linguagem é do amor, respeito, compreensão, gratidão, compaixão e preocupação com os outros.

Seu prestigio intelectual, sua inatacável condição moral, sua insuspeição de intenções, sua voz altíssona em defesa da educação, o fizeram baluarte e pilastra da nossa sociedade. Não se destrói, em vão, uma base social.

A aridez espiritual do momento traz uma apatia a nós,  ditos cristãos, que nem mesmo  temos tido coragem para se pronunciar vivamente contra as injustiças praticadas, sejam elas individuais ou coletivas.

Tendo Padre Sátiro sido vítima de uma injusta armação, todos os mossoroenses que o amam devem pôr-se de pé, altíssonos, em repúdio aos injuriadores daquele que em toda sua vida foi refúgio de paz, amizade, apreço, orientação e tranquilidade.

Aproveitando a metáfora do dia de finados, devemos contribuir para o fim dessa cultura de morte, da comunicação violenta, da fake news, do desrespeito ao próximo…​Rogo a Cristo, o Senhor da vida, para que nos conduza a um mundo de paz e esperança.

Se o mundo está obscuro, em trevas, resta esperar a ação profética trazida por Ezequiel, prometendo ele que Deus vai tomar conta das suas “ovelhas” e “resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas, num dia de nuvens e escuridão.”

E mais ainda, diz o Senhor Deus: “eu farei justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes”. (Ez 34, 11-19)

Padre Sátiro é a última unanimidade humana viva de Mossoró! Por isso, reitero: Je suis Padre Sátiro!

Marcos Araújo é professor e advogado

* Leia também: Fake News envolve nome de Padre Sátiro.

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domingo - 04/11/2018 - 10:08h

Liderança

Por François Silvestre

A liderança é um fenômeno animal que nasce das relações intergrupais. Seja no mundo dos racionais ou irracionais. Nas manadas, alcateias, rebanhos, enxames, matilhas, etc, onde os irracionais também elegem seus líderes. E a liderança se consolida pela força ou habilidade do líder. No caso das abelhas, a rainha é uma liderança passiva, de sobrevivência. Imitada pela Inglaterra.

No mundo dos animais “racionais” a liderança também pode ser imposta pela força ou adquirida pela empatia que o líder angaria dos liderados. Numa relação de troca intergrupal, que vem desde o terreiro da caverna. No caso da liderança imposta, há impropriedade semântica.

No mundo pós-feudal a liderança tomou fisionomia humanizante, no sentido político, negando a repressão do feudo ao restaurar relações da era clássica.

A democracia praticada na Grécia antiga diferia muito dos conceitos atuais, mas guarda semelhança de princípios. Assim como as cidades-estados; gregas, latinas ou germânicas, serviram de modelos para os Estados contemporâneos. A obra “A cidade Antiga” de Fustel de Coulanges é um painel dessa realidade passada.

No caso específico do ocidente, a democracia estabeleceu-se pela via eleitoral, com o voto universal; e o constitucionalismo, pelo meio político-jurídico. Nessa seara, a liderança cumpre a definição de origem. Conquista de confiança, pela empatia, e entrega de confiabilidade, por delegação do grupo.

Mas deixo essa assertiva de lado para tratar do fenômeno da liderança no campo estritamente político e no espaço restrito do Brasil.

É de bom alvitre acentuar que a exemplificação reduz o alcance genérico do pensamento abstrato. Mas, não resisto e vou ao exemplo.

O fenômeno Getúlio Vargas. Após a revolta de 1930, erradamente chamada de revolução, Getúlio assumiu o poder como líder, após ser derrotado nas eleições. Liderança de legitimidade questionável.

Pouco tempo depois, outro golpe. O Estado Novo e uma ditadura de quinze anos.

Ao ser deposto, Getúlio elegeu-se senador por dois Estados e deputado federal por outros tantos. Inédito antes e depois. Mesmo na legislação que permitia isso, ninguém conseguiu tal feito, nem próximo disso. Nascia aí o líder na acepção mais plena que o termo alcança.

Nas eleições seguintes, em 1950, Getúlio volta e diz que “volto como líder de massas e não como chefe de partido”. E assim foi.

Na carta de despedida, erroneamente chamada de “carta testamento”, Getúlio dá a última rasteira nos inimigos. E ocupa as ruas, que os adversários ocupavam. E estes fogem com medo dos liderados de Vargas.

Por que a expressão “carta testamento” está equivocada? Porque em nenhum momento Getúlio nomeia ou delega sucessor à sua liderança. O que é um testamento? Uma partilha ou doação de bens. O patrimônio de Getúlio era sua liderança, que não foi atribuída ou delegada a ninguém.

Os líderes getulistas que se seguiram, Juscelino, Jango, Tancredo, Brizola, fizeram-se por si mesmos. Ninguém ousou dizer “eu sou Getúlio”. Mesmo alinhados em princípios doutrinários, cada um preservou sua individualidade. Por isso angariaram a legitimidade grupal de liderar, por conquista própria e não por imitação.

Getúlio respeitou a própria liderança ao respeitar a decisão de escolha dos liderados. Liderança nasce, não se nomeia. Té mais.

François Silvestre é escritor

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domingo - 04/11/2018 - 09:12h

Guinada à direita

Por Odemirton Filho

A eleição de Jair Messias Bolsonaro (PSL) à Presidência da República Federativa do Brasil é um ponto de inflexão na política brasileira.

Desde 2003 com a ascensão de Lula da Silva (PT) ao comando do Poder Executivo Federal o país estava sendo conduzido por um viés de esquerda ou centro-esquerda.

Agora um candidato de direita, para alguns de extrema-direita, assoma ao Poder depois de uma campanha eleitoral marcada pelo radicalismo, pelas fakes news e agressões de lado a lado.

Bolsonaro percebeu o vácuo deixado pelo PSDB, tendo em vista os escândalos de alguns próceres tucanos, que há anos polarizava com o PT na disputa pelo comando do país, e construiu a sua vitória.Fez o discurso que a sociedade queria ouvir e precisa, qual seja, combate à violência e insegurança, bem como contra a corrupção endêmica das instituições brasileiras, sobretudo, a desnudada pela Operação Lava Jato.

O Partido dos Trabalhadores, fragilizado pelas denúncias de corrupção, e tendo seu líder preso, não conseguiu barrar o ímpeto do capitão, perdendo as eleições à Presidência. Embora tenha feito a maior bancada na Câmara Federal sofreu, sem sombra de dúvida, um duro golpe.

O que esperar do Presidente eleito?

Com uma agenda conservadora e firme em seus posicionamentos, Bolsonaro deverá tentar implementar, de logo, as mudanças que prometeu durante a campanha. Sabe-se que são nos primeiros meses de governo que o gestor deve tentar aprovar suas propostas. Com o passar dos tempos perde-se fôlego perante o Legislativo e a sociedade.

O Estatuto do Desarmamento deve ser uma de suas principais bandeiras. Foi baseado nessa proposta que o presidente eleito angariou simpatizantes a sua causa. Ainda não se conhece em plenitude quais são os pontos em relação ao Estatuto das Armas que Bolsonaro vai encaminhar ao Congresso.

Há, na mesma linha da segurança pública, uma proposta que garanta uma excludente de ilicitude ao policial que agir no exercício de suas funções.

A indicação do juiz Federal Sérgio Moro para o Ministério da Justiça causou um alvoroço no meio político e jurídico. Alguns questionam a aceitação do Ministério por parte de Moro, pois parece denotar falta de imparcialidade nos julgamentos contra o ex-presidente Lula. Por outro lado, parcela da sociedade assinala que foi bastante acertada a escolha do magistrado.

A fusão de Ministérios é outro ponto que tem sido alentado pelo presidente eleito. Com foco no ajuste fiscal, diminuindo o déficit público, enxugando a máquina e otimizando as Pastas, era bandeira de quem assumisse o Poder Central.

Não se pode olvidar que o desarranjo das contas públicas, com pouco espaço para investimentos, é a pedra angular de qualquer gestão. Não se pode gastar mais do que se arrecada, princípio comezinho de finanças.

O mentor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, Ph.D pela Universidade de Chicago, escola do liberalismo, tem uma agenda ultraliberal.

O futuro ministro é defensor do Estado mínimo, isto é, devendo este atuar somente em áreas básicas. Segundo ele, a ideia é privatizar tudo ou quase tudo, reduzindo o peso do Estado.

Em entrevistas já concedidas, Paulo Guedes diz que pretende vender 700 000 imóveis da União e, com isso, arrecadar, quase um trilhão de reais, o que servirá para abater a dívida pública.

O novo governo terá que atrair investimentos estrangeiros, fomentar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para gerar milhões de vagas de empregos em todos os setores da economia. Tudo isso sem descuidar do tripé macroeconômico, ou seja, o câmbio flutuante, a meta de inflação e a meta fiscal.

Outro ponto fulcral é a reforma da Previdência. O guru econômico do futuro Governo diz que urge a aprovação dessa reforma, sob pena de a União, em curto espaço de tempo, somente gerir a folha de pagamentos, sem capacidade para investir nos serviços básicos da sociedade.  É um tema sensível que, com certeza, irá ensejar acalorados debates no Congresso Nacional.

Após o resultado das urnas, o presidente tem sustentação política junto ao Congresso Nacional para implementar essas e outras reformas que defendeu ao longo de sua campanha.

Entretanto, Bolsonaro sabe mais do que ninguém que não é fácil dialogar com o Parlamento. O fisiologismo que sempre marcou a política brasileira pode dificultar sua vida na aprovação de seus projetos. Arroubos autoritários não serão suficientes para conseguir aprovar o que pretende.

Sem esquecer, é claro, da forte oposição que terá de alguns partidos políticos que não irão facilitar a sua gestão à frente do Executivo.

Com o fim das eleições é ensarilhar as armas do radicalismo. O processo eleitoral foi de acordo com as regras, os eventuais excessos devem ser analisados pela Justiça Eleitoral.  A maioria dos eleitores escolheu uma guinada à direita.

Para se consolidar o Estado Democrático de direito é fundamental que se respeite o resultado das urnas.

Portanto, vamos dar um voto de confiança ao novo governo. Afinal estamos no mesmo barco.

Odemirton Filho é professor e oficial de Justiça

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domingo - 04/11/2018 - 08:34h

Fátima e o desafio de um governo além da reta Tabajara

Por Esdras Marchezan

A expressiva votação em municípios do interior, acrescida da ampla vantagem em relação ao seu adversário Carlos Eduardo Alves (PDT) em muitos desses locais, impõe um desafio à governadora eleita Fátima Bezerra (PT): a necessidade de um governo que olhe o estado muito além da grande Natal.

Não fosse a larga vantagem obtida no interior, sua eleição poderia ser comprometida com os resultados apresentados na capital e em algumas cidades da região metropolitana, onde a vitória foi do seu adversário. Não se trata aqui de privilégios a cidades do interior em detrimento à Natal, mas sim de uma política administrativa que enxergue o estado como um todo, com suas especificidades, potenciais e necessidades.

Um olhar justo e igualitário, muitas vezes prejudicado em governos anteriores pelo lobby empresarial e político concentrado na capital.

Olhar além dos limites da grande Natal é dar a devida importância aos setores e instituições importantes para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte, mas localizados no interior do estado.

Setores como a fruticultura irrigada, o salineiro, o petrolífero e o mineral, junto à instituições, como a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), têm no novo governo a aposta e esperança de mais abertura e oportunidades para contribuir com o fortalecimento do estado à altura de todo o trabalho que já realizam.

Ao defender em Brasília, na semana passada, junto à bancada federal, a necessidade de uma das seis emendas impositivas para a Uern, no valor de R$ 20 milhões, a governadora eleita deu um primeiro e importante passo num diálogo com as forças do interior que constroem o desenvolvimento potiguar. E mais, incorporou em seu ato o entendimento da Uern como instituição de ensino superior pertencente a todos os potiguares e de responsabilidade do governo estadual.

O conhecimento dos potenciais e necessidades do Rio Grande do Norte, obtido durante toda sua vida pública, assim como sua permanente ligação com movimentos sociais, empresários e instituições de ensino, devem dar o tom do trabalho a ser realizado por Fátima Bezerra e todos que irão compor sua equipe administrativa.

É isso que se espera.

Como em qualquer estado, a capital é o centro do poder administrativo e base econômica fundamental.

Entretanto, é preciso saber que o coração pulsante do Rio Grande do Norte é grande e bate muito além da Reta Tabajara.

Esdras Marchezan é jornalista e professor da Uern

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domingo - 04/11/2018 - 08:00h

De volta ao passado?

Por Paulo Linhares

Charles Baudelaire, imortalizado como “poeta maldito”, afirmou certa vez “que a mais bela das astúcias do Diabo é persuadir-vos que ele não existe” (“la plus belle des ruses du Diable est de vous persuader qu’il n’existe pas!”). Sem dúvida, uma tática literalmente infernal para coletar almas ingênuas daquelas pessoas candidamente crédulas de que o mal não lhes pode atingir. Ledo engano.

Não se deve esquecer, caro leitor,  que quando nos deslumbramos com o vertiginosos progresso da iluminação filosófica, das ciências e da tecnologia, a obsolescência do mal e a inexistência de Lúcifer, essa enganosa “estrela da manhã”, são perigosos equívocos e sua é a voz dos falsos profetas, que procuram satisfazer desejos egoístas, como ter poder, dinheiro ou influência; usam do engano, da chantagem emocional e do medo para conseguir seus intentos, segundo  a advertência  bíblica contida em Romanos 16:17-18.

Isto vem a ser lembrado, nestes ásperos tempos de incertezas e inquietações, em que os verdadeiros valores da dignidade humana e  da convivência pacífica dos povos são olvidados e substituídos pelo culto da violência e da intolerância. Isto faz lembrar a história daquele rapaz de humilíssima origem que, depois de galgar confortável posto na hierarquia estatal, conseguiu  precocemente um razoável aposentadoria e passou a viver às expensas do Erário, porém, não antes de defender com doentia obstinação valores canhestros perfilados no ideário daquilo que a filosofia política entende como “extrema direita”.Ver os seus olhos esbugalhados, o rosto crispado, a boca a babar numa gratuita demonstração hidrófoba de ódio, parecia ser apenas algo exótico de um fascista temporão que se consumiria em seu próprio delírio olavocarvalheano e no fraquejar das débeis coronárias. É bem certo que, vê-lo nessas insanas performances, faz lembrar o personagem da peça “Apareceu a Margarida”, o vitorioso texto do dramaturgo Roberto Athayde, escrito em 1973, que se tornou um dos clássicos da dramaturgia brasileira e que teve uma primeira montagem de sucesso com direção de Aderbal Freire-Filho e Marília Pêra no papel-título, no Teatro Ipanema, Rio de Janeiro.

Uma hilariante e bem construída metáfora do poder: numa louca viagem, dona Margarida esgrime seus dotes autoritários no exercício da bela arte de ensinar e defende valores que de há muito deveriam estar banidos da vida social. O mesmo ideário que nos rondam, nestes dias que correm.

O mais engraçado é que esse Dom Quixote às avessas, vendo em seu gorducho interlocutor a imagem irritante de um Sancho Pança a dizer incômodas verdades, rebatia com rútilos olhos e aos berros que “no Brasil não existe direita; todo mundo é de esquerda: Sarney, Fernando Henrique, Sobral Pinto, José Serra etc.” E se estas lideranças nacionais não eram suficientes, completava esse time ‘esquerdista’ com Adolf Hitler e Benito Mussolini.

O mais intrigante, e não menos hilário, era o ódio seminal que essa criatura temível dedicava a Antonio Gramsci, filósofo italiano cuja obra principal fora escrita  na prisão romana de Regina Coele, no longínquo 1934 que, após posto em liberdade, morreu precocemente aos 46 anos de idade. E deixou uma invejável produção intelectual que até hoje divide opiniões. Um pensador gigante, compreenda-o ou não.

Para tão bizarra figura – um Dom Quixote ao avesso, repita-se – esse tal Gramsci  irremediavelmente envenenou o “espírito universitário” brasileiro com suas teorias malsãs que tratam do conceito de hegemonia e de bloco hegemônico,  ademais de focar no estudo dos aspectos culturais da sociedade, tendo como eixo a chamada superestrutura na condição de fator  primordial para realização de uma ação de prevalência dos mecanismos políticos e ideológicos do Estado, bem assim das formas capazes de criar e de reproduzir o domínio político, a hegemonia.

Quando o interlocutor, numa  atitude de santa ingenuidade, argumentou que se Gramsci, com seus “Quaderni del carcere”, vem espraiando suas influência sobre pensadores de universidades do mundo inteiro, marxistas  e não necessariamente marxistas, é porque sua obra tem enorme vigor filosófico, foi ‘brindado’ com uma avalanche de impropérios dos mais chulos, óbvio, contra o desventurado pensador que foi vítima do fascismo de “Sua Excelência, Benito Mussolini, Chefe de Governo, Duce do Fascismo e Fundador do Império”, na verdade um ridículo e  caricato troglodita cujo fim foi ser dependurado, como algo menos que um reles suíno, num posto de gasolina de Milão. Aliás, um fim adequado para alguém que tanto mal fez ao seu povo e mesmo ao mundo.

Incrível que, com acertos e erros, Antonio Gramsci, continue vivo no pensamento de tantos estudiosos; é vigorosa presença no chão libertário das “universitas”. Bem a propósito disto, colaciona-se aquela assertiva de Lord Keynes, para quem “as ideias dos economistas e dos filósofos políticos, tanto quando estão certas ou quando estão erradas, são mais poderosas do que se pensa. Sem dúvida, o mundo é governado por pouco mais do que isso. Os homens práticos, que se acreditam imunes a qualquer influência intelectual, geralmente são escravos de algum economista já falecido. Os líderes loucos, que ouvem vozes vindas do ar, destilam sua exaltação de algum escrevinhador acadêmico de alguns anos atrás. Tenho certeza de que o poder de capitais investidos é enormemente exagerado em comparação com a gradual usurpação de ideias.”

Esta reflexão fragmentária e ligeira não deixa de estar centrada no momento ímpar e, até pouco tempo inimaginável, que vive a sociedade brasileira, uma das maiores democracias formais do mundo. Aliás, não deixa de ser ingênua a presunção de que os avanços das sociedades são sempre contínuos e irrefreáveis. Ora, os recuos e retrocessos lastimáveis estarão sempre na pauta das coisas humanas: de repente, um indivíduo civilizado pode regredir ao estado mais precário de barbárie, dadas as condições que o cercam, segundo a percepção de pensadores do porte de Robert Heilbroner e Karl Popper.

A extrema direita brasileira, que não existiria na alegoria daquele figadal inimigo do fantasminha Gramsci, ou queria fazer-nos crer que inexiste, embora definitivamente esteja no palco da política brasileira. E o mais grave é que essa versão outonal do extremismo de direita tupiniquim fica cada vez mais visível, animada pela campanha do seu candidato Jair Bolsonaro, vencedor da corrida presidencial no primeiro turno e vencedor no segundo turno com expressiva votação que ultrapassa os 57 milhões de votos, dez milhões a mais, em números redondos, do que obteve seu adversário Fernando Haddad.

A despeito da sua enorme aceitação popular, Bolsonaro apresenta elementos arcaicos e grosseiros que o diferenciam das experiências da extrema direita da maioria dos países europeu, exceto os fascistas de Mussolini e os nazistas do Alemanha. Por isto, será difícil fazê-lo entender, e aos seus seguidores também, que os 47 milhões de votos dados a Fernando Haddad merecem republicana consideração e respeito: na democracia contemporânea, a vitória da maioria jamais pode significar o esmagamento político da minoria.

Para quem já viu a chegada desses novos inquilinos do Palácio da Alvorada, finda sendo de enorme enfado essa “entrée triomphale” de mais uma trupe exótica que fala o dialeto do interior de ‘SanPaulo’,  assim mesmo, bem cantado e arrastado. Em primeiro de janeiro de 2019, os seguidores do capitão-presidente  amarrarão seus cavalos no mastro daquela bandeira enorme. E não adianta desejar outro cenário.

Aliás, em entrevista à imprensa nacional Bolsonaro declarou que o objetivo de seu governo é fazer “o Brasil semelhante àquele que tínhamos há 40, 50 anos atrás”. Essa nostálgica viagem “back to past” (ideal seria grafar isto em itálico que, porém, não serve para postagens nas redes sociais), é assustadora uma perspectiva de retrocesso de tudo o que a sociedade brasileira evoluiu nas conquistas da cidadania, sobretudo, na valorização social do papel das mulheres ou na inclusão política, social e econômica de extensos segmentos da população historicamente ‘tatuados’ com o signo da exclusão.

Mais curioso é que o dístico da campanha de Bolsonaro à presidência da República – “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” – é uma tradução quase literal do lema nazista “Deutschland Über Alles”, que significa “Alemanha acima de tudo” e do “Gott mit uns” (“Deus conosco”) que os soldados nazistas usavam na fivela do cinto. Como alento aquela advertência do filósofo Karl Marx, a quem a tosca extrema-direita chama de “vagabundo”, “beberão” etc., de que “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Vai ser o que dessa feita: tragédia ou farsa? Independentemente de qualquer resposta, certo é que a eleição de Jair Bolsonaro, em 28 de outubro de 2018, se constitui, ainda, num voo cego de imprevisíveis consequências.

Uma coisa é certa: os extremistas de direita já aparecem nas ruas e praças, nas universidades, igrejas,  nos quartéis e parlamentos, com suas próprias caras e não mais usam da astúcia de persuadir as pessoas de que a extrema direita não existe. Ainda mais agora, que venceram nas urnas, escorados em bordões rasteiros, factóides, “fake news” e num amontoado de propostas difusas. O mais grave é que pessoas de boa índole passam a incorporar o discurso granítico do ultraconservadorismo e deixam no meio do caminho os postulados que imantam o Estado Democrático de Direito.

Inolvidável que Jair Bolsonaro chega à presidência da República com alto grau de legitimação política, o que lhe permite colimar algumas promessas de campanha, em especial se tiver jogo de cintura para domar o Congresso Nacional, na configuração que tomará a partir de 1º de fevereiro de 2019. Manda o credo republicano que seja acatada a fala das urnas, que é a expressão maior da soberania popular: Bolsonaro é o presidente eleito, deve tomar posse e tentar fazer um bom governo, não apenas para retribuir a confiança depositada nele por 57 milhões de brasileiro, como também para convencer os outros 47 milhões, que apostaram em Haddad, do seu propósito de respeitar a Constituição, preservar o sistema de direitos e garantias fundamentais do cidadão, sobretudo, aqueles referidos às liberdades civis.

O nostálgico olhar de retrovisor de Bolsonaro soa como uma piada de péssimo gosto, justo quando todos os indicadores mostram que, a partir de 1º de janeiro de 2019, o imponderável será sempre uma possibilidade, e mesmo os mais avançados segmentos da sociedade brasileira podem retroceder cinco décadas, num enorme salto do tipo “de volta para o passado”, para aterrissar perigosamente em 1968, “o ano que não terminou” tão dramaticamente retratado na obra homônima de Zuenir Ventura. Quem viver, ou sobrevier, verá.

Paulo Linhares é professor e advogado

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domingo - 04/11/2018 - 07:48h

Dívida dos Estados foge do controle

Por Josivan Barbosa

Sem conseguir avançar nas conversas com o governo federal, Estados que renegociaram a dívida com a União estudam recorrer ao Legislativo ou até ao Judiciário para garantir a mudança do indexador para o cálculo do teto de despesas. Os dois caminhos estão sendo discutidos secretários de Fazenda que formam o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).

Horta: dificuldades apontadas (Foto: Blog Carlos Santos)

A informação é de André Horta, secretário da Tributação do Rio Grande do Norte e coordenador dos Estados no Confaz. Segundo ele, dos 19 Estados que renegociaram a dívida, cerca de 13 não conseguirão cumpri-lo neste ano.

Em ofício da Secretaria do Tesouro Nacional enviado a secretários de Fazenda na semana passada, é assinalado que pelo menos oito Estados já projetam descumprimento do limite de despesas em 2018.

Confusão nos ministérios

No futuro governo, o Ministério da Educação será fundido com Cultura e Esportes; Integração Nacional com Cidades e Turismo; Casa Civil com Governo, e Assistência Social com Direitos Humanos. A equipe de Bolsonaro já anunciou a fusão da Fazenda com Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços, e Agricultura e Meio Ambiente. A gestão terá também as pastas de Saúde, Defesa, Trabalho, Relações Exteriores e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Rasteira na academia

O futuro governo pretende direcionar as universidades para a pesquisa e desenvolvimento, ao repassar a responsabilidade do ensino superior do Ministério da Educação à Ciência e Tecnologia. “Pesquisa e desenvolvimento estão muito ligados à Ciência e Tecnologia. Tem que aproximar isso porque nós estamos atrasados na produção de conhecimento, em inovação, porque as nossas universidades não estão produzindo. Quando produzem, é perdido esse conhecimento. Temos um problema sério de gestão do conhecimento no país”, afirmou Mourão.

A razão é outra

Ao deslocar do MEC para o MTV o Sistema Federal de Ensino Superior, um dos mais robustos do mundo e parte  do legado de Lula,  Dilma e Haddad para a educação do país, o futuro governo passará a ter condições de reduzir por decreto ou portaria os recursos para manter a atual matriz orçamentária das universidades públicas. Não tem nada a ver com transferência do conhecimento abordada pelo general eleito vice-presidente, Henrique Mourão.

Banco menor ou rumo ao fim

Está em discussão, na equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), o grau de encolhimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos próximos quatro anos.

É dado como certo que a instituição de fomento reduzirá sua dimensão no ciclo presidencial 2019-2022. A dúvida gira em torno da velocidade desse processo. E se, no fim do caminho, o banco ficará apenas menor ou chegará a um cenário inimaginável tempos atrás: sua própria extinção.

Reforma da Previdência

A equipe do governo eleito mudou de percepção sobre a possibilidade de aprovar a reforma da Previdência neste ano. Bolsonaro disse apoiar a aprovação até dezembro, mas a leitura feita durante a semana é que o ambiente político do Congresso depois das eleições não é favorável. Muitos não se reelegeram e poderão tumultuar o processo. “É preciso ver para onde o vento leva”, afirmou. Mourão, no entanto, defendeu que a reforma seja feita o quanto antes. “Tem um avião que vai cair no nosso colo. Se a gente passar a reforma, o avião vai voar mais para a frente.”

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

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  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
sábado - 03/11/2018 - 23:52h

Pensando bem…

“O coração tem as suas prisões que a inteligência não abre.”

Marcel Jouhandeau

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sábado - 03/11/2018 - 16:40h
Pendências

Campanha suplementar começa com movimentação de rua

Gustavo e seu vice puxaram carreata-passeata (Foto: cedida)

A campanha municipal suplementar em Pendências (região do Vale do Açu) ganhou as ruas nesse final de semana. A chapa oposicionista formada pro Gustavo Queiroz (PSD) e Alexandre de Dida (PSC), nome a prefeito e vice, realizou significativa mobilização pública nessa quinta-feira (1º).

Os dois puxaram carreata-passeata.

Eles enfrentam na campanha o prefeito interino Flaudivan Martins (MDB) e vice Preta da Cerâmica (PSDB). Ambos começaram campanha também no dia, mas com corpo a corpo no bairro Rocas.

As eleições suplementares vão acontecer no próximo dia 25, em face da cassação de Fernando Antônio Bezerra de Medeiros (MDB), o “Fernandinho”, e José Maria Alves Bezerra (MDB), respectivamente prefeito e vice.

Foram cassados por abuso de poder econômico e político e prática de captação ilícita de sufrágio (compra de votos).

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sábado - 03/11/2018 - 16:02h
Cristiane Dantas

Deputada deverá reforçar bancada do Solidariedade

Cristiane: decisão (Foto:Eduardo Maia)

Reeleita no pleito de 7 de outubro deste ano, a deputada estadual Cristiane Dantas (PPL) deverá fazer outra opção partidária na próxima legislatura.

Está a caminho do Solidariedade, que reelegeu Kelps Lima e o estreante mossoroense Allyson Bezerra.

Mulher do vice-governador dissidente Fábio Dantas (PSB), Cristiane tem como uma das motivações à mudança, o fato de que o PPL não atingiu a cláusula de desempenho exigida pela legislação eleitoral.

Assim, o partido poderá participar de fusão com com outras legendas ou ser extinto.

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sábado - 03/11/2018 - 15:38h
PSL

Bolsonaro ganha “Portal da Transição” do seu partido

Apesar de estar no ar, publicações devem ser feitas no site a partir da próxima semana

Do Poder 360

O PSL lançou 1 portal intitulado Muda de Verdade“O Portal da Transição”, para informar sobre as decisões do presidente eleito Jair Bolsonaro durante o governo de transição.

Apesar de já estar no ar, publicações no site só devem ser feitas a partir da próxima semana.

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sábado - 03/11/2018 - 15:06h
Mossoró

Filha de prefeita volta à titularidade de secretaria

Lorena e a mãe Rosalba: cargo (Foto: Mossoró Hoje)

Lorena Ciarlini (PP) está de volta à titularidade da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de Mossoró. O Jornal Oficial do Município (JOM) do dia 1º de novembro oficializa a posse.

Tinha sido exonerada a pedido no dia 19 de agosto, para se integrar à campanha eleitoral, como força de trabalho em prol dos candidatos do grupo governista.

Em seu lugar, nesse ínterim, esteve a adjunta Fernanda Kallyne Rego de Oliveira.

Lorena foi durante bom tempo um nome cotado para ser candidata a deputado estadual. Mas por decisão pessoal deixou claro à sua mãe-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e ao pai e ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (PP), não pretender ingressar na carreira política.

O nome passou a ser então o de seu irmão, Kadu Ciarlini. Ele acabou sendo deslocado para chapa majoritária, nos acertos políticos do seu grupo, como vice do ex-prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (PDT). Não obtiveram êxito eleitoral.

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sábado - 03/11/2018 - 06:30h
Rádio Difusora

Blog Carlos Santos faz balanço sobre Eleições neste sábado

Neste sábado (3), às 10h, na Rádio Difusora de Mossoró, o Blog Carlos Santos vai bater papo com Haroldo Jácome, seus ouvintes e internautas.

Espaço aberto no programa Super Manhã Difusora.

Vamos falar sobre Eleições 2018 e seus desdobramentos.

Sintonize o prefixo 1.170 kHz.

Você também pode acessar o programa AO VIVO pela Internet clicando neste link AQUI.

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  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
sexta-feira - 02/11/2018 - 23:58h

Pensando bem…

“O divórcio é tão natural que, em muitas casas, dorme todas as noites entre os cônjuges.”

Sébastien-Roch Chamfort

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sexta-feira - 02/11/2018 - 18:56h
Em Mossoró

Evento vai reunir vereadores e assessores do estado

Será promovido no próximo dia 16 de novembro em Mossoró, no auditório do Hotel Vitória Palace, o 4º Congresso de Vereadores e Assessores promovido pela União dos Vereadores do RN (UVERN).

Começará às 8 horas.

O evento conta ainda com a parceria da União dos Vereadores do Brasil (UVB) e Federação das Câmaras Municipais do RN (FECAM).

Segundo o presidente da Uvern, vereador Hanne Bruno Figueiredo (PSDB) de Severiano Melo, “serão abordados temas como O Município na Constituição Brasileira, Contratos Públicos e Licitações”.

Maiores informações por este número: (84) 99621-7321.

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sexta-feira - 02/11/2018 - 15:46h
Livro-álbum

“Terra do mar – Rio Grande do Norte” será lançado dia 8

Com um olhar singular e revelador das belezas do litoral potiguar, o novo livro-álbum do fotógrafo Fernando Chiriboga tem lançamento marcado para o próximo dia 8 de novembro, a partir das 18h, no 3º piso do Midway Mall, na galeria que leva o nome do autor.

Intitulado “Terra do mar – Rio Grande do Norte”, o lançamento é o 15º livro de sua carreira e contempla o litoral potiguar, pertencente a linha de costa do Oceano Atlântico, o que compreende uma faixa de 410 km de extensão, predominantemente de praias arenosas e falésias, guardando uma diversidade ambiental de recifes, corais, mangues, campos de dunas e estuários.

Fernando Chiriboga capta a beleza singular de Tibau do Sul e mostra em seu novo trabalho no livro-álbum

São essas belezas capturadas pelas lentes do equatoriano, radicado em Natal, Fernando Chiriboga, que compõem o seu mais novo livro-álbum.

Sobre o autor

Apaixonado por fotografia, Fernando Chiriboga é fotógrafo profissional com produção autoral e dedica-se a pesquisas fotográficas com ênfase nos temas natureza e aventura.

Nascido em Quito, Equador, veio para o Brasil em 1985, mais precisamente para o Nordeste brasileiro, onde vive até hoje. Ao longo desses anos vem percorrendo as terras nordestinas, retratando sua beleza e diversidade.

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sexta-feira - 02/11/2018 - 13:08h
Crise

Prefeitura “fatia” pagamento de folha e irrita servidores

Do Blog Diário Político e Blog Carlos Santos

No dia em que a Prefeitura Municipal de Mossoró anunciou pagamento dos salários dos servidores municipais, a presidente do sindicato que representa os trabalhadores do município, Marleide Cunha, afirmou pelo Facebook a insatisfação diante da medida do Executivo de não repassar os valores adicionais aos servidores.

Chegou a lembrar que a prefeita Rosalba “Ciarline” repete o antecessor, ex-prefeito Francisco José Júnior.

Por meio de nota, a prefeitura confirmou este fato programando para dia 10 o restante da folha:

Presidente Marleide Cunha desabafa (Print)

“Hoje (31/10) estão sendo pagos os valores que correspondem aos salários. As vantagens adicionais devem ser efetuadas até o dia 10 deste mês, isto é, décimo terceiro, 1/3 de férias, plantões, entre outros.”

Crise poderá se agravar

Em postagem sob o título Rosalba prepara pacotão com exonerações e forte arrocho, no último dia 29 (segunda-feira), antecipamos que esse quadro tende a se agravar.

O complicador maior é que a gestão não tomou medidas emergenciais e profiláticas no começo, ainda em 2017, caindo na tentação do empreguismo, contratações milionárias de terceirizadas etc.

Agora, precisará dar um choque de gestão com série de medidas impopulares ou simplesmente não pagará salários em dia. Os atrasos de fato já começaram, com o “fatiamento” da folha, mesmo que a propaganda oficial venda outra imagem.

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sexta-feira - 02/11/2018 - 12:20h
Novembro

Êxito de operação em Mossoró leva Azul a ampliar voos

Do Blog Saulo Vale

A Azul Linhas Aéreas confirmou que a partir do próximo domingo (4), vai operar com seis voos semanais para Mossoró, o que deve incrementar ainda mais o fluxo de turistas para cidade.

Desde junho, quando Mossoró passou a integrar a malha da Azul, a empresa aérea opera com voos aos domingos, segundas, quartas e sextas. A partir do dia 4 de novembro, os passageiros também terão a opção de voos às terças e quintas.

A média de passageiros/mês em Mossoró com os vôos disponíveis em quatro dias tem sido de 2240 pessoas.

“Com a ampliação, a expectativa é de que mais de 3 mil pessoas por mês trafegando pela malha que parte de Mossoró”, avalia o presidente do Aeroclube de Mossoró, Diomar Freitas.

Propaganda "Fake" da PMM (Print)

Nota do Blog Carlos Santos – Os frutos de um trabalho contínuo do Governo Robinson Faria (PSD) estão aparecendo e tendem a ter melhores desdobramentos ainda.

Apesar de tantas críticas e problemas, outra vez não deixamos de atestar o êxito dessa sua iniciativa que começou ainda em 2015, primeiro ano de governo.

A propósito, a ampliação dos voos já estava programada, com base na boa demanda.

O lamentável nesse caso, é que mais uma vez a Prefeitura Municipal de Mossoró tenta se apropriar do êxito alheio, produzindo propaganda que tenta induzir a opinão pública a acreditar que esse feito é seu, da gestão Rosalba Ciarlini (PP).

Em junho, no início dos voos, já tinha recorrido a essa tática desonesta. Mas o caso não é único ou isolado (veja links abaixo).

Que coisa feia. Francamente!

Leia também: Rosalba volta a assumir ‘obra’ que não existe nem lhe cabe;

Leia também: Rosalba reforça propaganda enganosa sobre voos da Azul.

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sexta-feira - 02/11/2018 - 11:10h
Mossoró

“Palavra de Mulher” terá apresentação hoje à noite

Tânia, Lucinha e Virgínia em cena (Foto:divulgação)

O espetáculo Palavra de Mulher, em cartaz há dez anos no Centro/Sul do país, faz sua primeira turnê pelo Norte/Nordeste e chega em Mossoró para única apresentação.

Será no Teatro Municipal Dix-huit Rosado nesta sexta-feira (02).

Começa às 20h.

No palco, Lucinha Lins, Tânia Alves e Virgínia Rosa interpretam as “mulheres” de Chico Buarque de Holanda.

É um passeio teatral-musical que tem recebido aplausos do público e da crítica.

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quinta-feira - 01/11/2018 - 23:56h

Pensando bem…

“A tarefa fundamental dos líderes é instalar bons sentimentos naqueles que lidera.”

Daniel Goleman

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quinta-feira - 01/11/2018 - 19:23h
Política

Fake News envolve nome de Padre Sátiro Dantas

O ex-reitor da Universidade do Estado do RN (UERN) professor-padre Sátiro Dantas emitiu comunicado ao final da tarde de hoje (quinta-feira, 1º), para desmentir uma “fake news”.

Desde cedo que circula em grupos de WhatsApp e outros dispositivos de relacionamento virtual, uma suposta declaração de Sátiro. Segundo essa postagem inverídica, ele teria desabafado:

– “Eu falhei como educador, eu fui professor de história nessa instituição (Colégio Diocesano Santa Luzia). E é uma decepção para mim quando vejo meus ex alunos, médicos, juízes, apoiando ditador. Voltem a estudar. Se quiserem, eu mesmo debilitado me procurem”.

Veja abaixo a nota divulgada pelo educador:

Desmentido

Aos amigos e ao público em geral, informo que a mensagem que circula na internet a mim atribuída, são notícias inventadas, sendo assim, verdadeiras fake news. Diria como disse o Papa Francisco, quem sou eu para julgar, no caso de consciência dos meus ex-alunos, quanto às suas opções políticas. Com veemência, proclamo: FATO MENTIROSO EM SUA FONTE, LOCAL E PROTAGONISTAS. Cidadão, pense, sirva-se dos meios de comunicação apenas para a verdade. Deus nos proteja. Padre Sátiro Cavalcanti Dantas.

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quinta-feira - 01/11/2018 - 18:10h
Economia

Porto de Natal faz escoamento de sal para os Estados Unidos

Em meio a grande movimentação de contêineres pela safra de frutas, está em operação também no Porto de Natal um total de 13.800 toneladas de sal que serão transportadas para os Estados Unidos pelo navio Narew. Ele atracou na quarta-feira, 31 de outubro, e a previsão de desatracação é para o sábado, 03 de novembro, segundo a Gerência de Operações.

Transporte do produto não é situação nova no Porto de Natal, diz Codern (Foto: Canindé Soares)

A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN) ressalta que não é primeira vez que ocorre movimentação de sal pelo Porto de Natal, para se atender a demanda das salinas localizadas mais próximas da capital do Rio Grande do Norte, sem interferir na movimentação do Terminal Salineiro de Areia Branca, que segue em seu ritmo normal de atividades.

O setor salineiro como um todo emprega mais de 70 mil pessoas de forma direta e indireta e é parte significativa da economia do Estado. O clima, sol forte, muito vento e pouca chuva fizeram do RN o o maior produtor de sal do país.

Com informações da Codern.

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quinta-feira - 01/11/2018 - 17:28h
Apoio ou não

Ezequiel pode ajudar na devolução de sobras orçamentárias

Presidente da AL freou proposta que ajudaria governo Robinson Faria a atualizar folha de pessoal

Disposta a buscar uma via negociada com poderes e órgãos de estado que recebem duodécimo, para devolução de sobras orçamentárias, a governadora eleita Fátima Bezerra (PT) pode ter importante colaboração nessa tarefa: o atual presidente da Assembleia Legislativa e seu aliado de última hora, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB).

Basta convencê-lo a colaborar, mudando de posição. Ele liderou movimento na AL em julho deste ano, que derrubou proposta nesse sentido (veja AQUI).

No dia 19 de outubro, final do segundo turno, Ezequiel garantiu apoio seu e do seu grupo à Fátima (Foto: divulgação)

Na atual legislatura, o governador Robinson Faria (PSD) tentou assegurar dispositivo para retorno de sobras ao erário, mas coube ao próprio presidente Ezequiel Ferreira – seu aliado – frear a proposição inserida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2019. Em seu anunciado, o dispositivo garantia a devolução das sobras orçamentárias da Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça do RN ao Executivo.

Segundo levantamento feito pelo deputado estadual Fernando Mineiro (PT), eleito à Câmara Federal, “sobras orçamentárias pelos poderes e órgãos públicos é uma autêntica jabuticaba potiguar, pois só existe aqui e já foi considerada ilegal pela Secretaria do Tesouro Nacional. Nos outros Estados, o que sobra é devolvido ao Tesouro, para que o Executivo pague salários e fornecedores e aplique na prestação de serviços à população”.

Sobras questionados na AL e no TCU

O mesmo parlamentar mostrou em meio aos debates que antecederam a derrubada da proposta na AL, no dia 17 de julho deste ano, que somente em 2016, as sobras (ou o superávit orçamentário) da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Procuradoria Geral de Justiça (Ministério Público do RN-MPRN) e Defensoria Pública somaram R$ 407,6 milhões, “suficientes para para pagar uma folha mensal do funcionalismo em valores de hoje”.

Em sessão do Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 12 de dezembro de 2017, os ministros aprovaram matéria que tratava de socorro especial de  700 milhões de reais do Governo Federal ao Rio Grande, mas que terminou não vingando. Porém em uma intervenção, o ministro Benjamin Zymler levantou a questão das sobras do Tribunal de Justiça do RN (TJRN). 

Para Zymler, apesar da pretendida ajuda federal, o TJRN teria 571 milhões que deveriam retornar ao Executivo, pois seriam sobras orçamentárias. Elas permitiriam pagamento dos servidores em atraso (veja AQUI), disse.

Presidente do TJRN em 2016, o desembargador Cláudio Santos tentou viabilizar um empréstimo de R$ 100 milhões das reservas desse poder ao Governo do Estado. Mas a Associação dos Magistrados do RN (AMARN) acabou se contrapondo, conseguindo impedimento com uma liminar em novembro de 2016 e depois no pleno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), dia 7 de fevereiro de 2017.

Despesas bem maiores do que receitas

Recursos seriam para pagar diárias da Polícia Militar, cirurgias e outras despesas dos hospitais públicos do Rio Grande do Norte.

No período de 2010 a 2018, o Orçamento Geral do Estado (OGE) cresceu na ordem de 53%. Enquanto isso, o orçamento dos poderes e órgãos chegaram a 110%. Enfim, é claro que as contas não batem e continuarão sem bater diante de tamanha disparidade.

Segundo o Portal da Transparência, em 2017 o fluxo de recursos do Poder Executivo para quem recebe duodécimo aconteceu assim: Poder Judiciário (R$ 608.804.951,55), Poder Legislativo (R$ 273.565.170,10), Ministério Público (R$ 254.886.589,04), Tribunal de Contas (R$ 60.348.211,39) e Defensoria Pública (R$ 20.726.641,22), num total de R$. 1.218.331.563,30, o equivalente a mais de 10% do orçamento (veja AQUI).

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