segunda-feira - 10/10/2016 - 08:32h
Hospital da Mulher

O silêncio que não inocenta em Mossoró

Estou sentindo falta de pronunciamento de algumas lideranças políticas de Mossoró, na defesa do Hospital da Mulher Parteira Maria Correia.

Vou continuar aguardando.

Sentado, claro.

Risível!!!

* Veja AQUI posicionamento do Governo do Estado.

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Categoria(s): Política / Saúde
domingo - 09/10/2016 - 23:58h

Pensando bem…

“O importante é não parar de questionar.”

Albert Einstein

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domingo - 09/10/2016 - 19:14h
Economia

Rosalba precisará correr contra prejuízo causado por Francisco

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP), eleita no último dia 2, certamente vai realizar um trabalho instantâneo e que precisará ser ainda lapidado ao longo dos anos, para reconquistar quem o prefeito Francisco José Júnior (PSD) espantou.

Refiro-me aos responsáveis por despejarem na cidade a maior parte da população flutuante de Mossoró: táxis intermunicipais, alternativos etc.

Eles são os modernos comboieiros, os tropeiros dos séculos coloniais e das primeiras décadas da República. Eles ajudaram a construir nossa identidade como civilização, uma comuna acolhedora e terra de oportunidades para todos.

Eles contribuíram de forma decisiva para que Mossoró ganhasse essa dimensão de entreposto comercial, miscigenada, capaz de receber gente das mais diversas plagas para compra, reabastecimento de víveres, busca de serviços e aquisição de bens imóveis, estudos etc.

Meio circulante

Desde a “Grande Seca” de 1877/1878/1789 que Mossoró definitivamente virou cidade polo, de esperança, de oportunidade, quando sua população saltou de pouco mais de 6 mil pessoas para mais de 24 mil.

Em sua gestão caótica, Francisco espantou milhares de pessoas vindas do Vale do Açu, Costa Branca, região Central, Oeste, Vale do Jaguaribe e até sertão paraibano. Produziu uma antipatia generalizada, além de enormes prejuízos financeiros para o município.

Criou impedimentos à circulação dos alternativos e táxis intermunicipais; tratou quem irrigava o meio circulante local como se fosse fora-da-lei. O propósito nuclear seria “organizar o trânsito” no centro da cidade, viabilizando o transporte coletivo urbano. Nem uma coisa nem outra conseguiu.

Chegamos a ponto de testemunhar integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) “invadindo” Governador Dix-sept Rosado para hostilizar taxistas e alternativos (veja AQUI e no vídeo acima).

Os reflexos dessas estupidezes podem ser sentidos no comércio mossoroense.

A população flutuante de Mossoró encolheu drasticamente pela própria conjuntura econômica, além dessa “colaboração” da Prefeitura de Mossoró, que restringiu circulação de quem pretendia desembarcar na cidade.

Segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN), mais de 90 municípios da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e outros estados da Federação irrigavam densamente a economia de Mossoró (veja AQUI).

Os próprios segmentos empresariais reagiram às medidas do prefeito, mas não foram ouvidos e chegaram a ficar cerca de dois meses esperando uma simples audiência com o governante. Ficaram com a maior parte do prejuízo e o próprio erário, que tem redução em sua arrecadação direta.

Correr atrás desse enorme prejuízo é urgentíssimo.

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Categoria(s): Administração Pública / Economia
domingo - 09/10/2016 - 17:34h

O princípio da presunção de inocência e a decisão do STF

Por José Herval Sampaio Júnior

STF golpeou a Constituição? E existe terceiro e quarto grau de jurisdição? A presunção de inocência é princípio absoluto? E o direito fundamental da sociedade como fica?

As perguntas supra são questionamentos que precisam ser feitos nesse momento e a primeira delas, fiz de propósito nesse sentido pitoresco, justamente porque a moda agora é falar em golpe quando não se concorda com uma dada posição. Meu Deus aonde vamos parar desse jeito?

E responderei uma a uma, trazendo ainda mais fundamentos para a legitimidade e pertinência total da decisão do último dia 05 de outubro, que em boa hora interpretou a nossa Constituição, assegurando ao mesmo tempo a presunção de inocência ou não culpabilidade [1] com outros valores constitucionais de igual jaez, logo o que mais o intérprete deve fazer quando se depara com textos normativos constitucionais é justamente buscar o equilíbrio entre valores contrapostos, que indiscutivelmente foram introduzidos a partir da complexidade dos temas e até mesmo pluralidade de nossa sociedade à época da elaboração e que talvez hoje tenha até aumentado.

Sem embargo do possível acerto das críticas técnicas quanto ao erro na forma feita pelo STF, apontado por Lênio Streck //www.conjur.com.br/2016-out-07/streck-stf-presuncao-inocencia-interpretacao-conforme , entendemos que a decisão ora analisada, no aspecto meritório, interpretou os dispositivos constitucionais de modo plausível e que mesmo podendo assumir a posição de outrora, também plausível, o fez dentro de suas atribuições e em momento algum extrapolou a sua função primordial de dar a última palavra sobre como deve ser compreendida a Carta Magna, sendo absurdo enunciar que tivemos um golpe à Constituição.

Isso, afinal, tem de ser compreendido, pois bem ou mal, cabe ao STF dizer como devemos compreender dado texto normativo e por mais que a doutrina possa não concordar e isso é positivo para a construção do Direito, que nunca deve ser tido como imutável, pelo contrário, deverá sempre estar aberto a dinamicidade da sociedade, não se pode chamar de golpe uma decisão de nossa Suprema Corte.

Não concordar com a mesma e trazer possíveis contradições, até mesmo em um caso em que cinco ministros adotam posição distinta faz parte do exercício normal de crítica, contudo bradar, em um momento de plena evolução democrática de nossas instituições, de forma desrespeitosa contra uma decisão que restabeleceu uma jurisprudência remansosa até então, pois não podemos olvidar que mesmo depois da Constituição de 1988, a decisão ora combatida ferozmente prevaleceu por mais de vinte anos e só foi reformada em 2009, prevalecendo por mais ou menos seis anos e agora retomada, daí a pergunta os ministros que compunham a Corte até a reforma passada também golpearam a Constituição? [2]

A decisão do último dia de 05 de outubro que ratificou a decisão de 17 de fevereiro deste ano, com a mudança de posicionamento de Dias Toffoli é uma das posições possíveis dentro do que estabelece os textos normativos da CF, pois em momento algum a mesma enuncia textualmente que não se pode iniciar a execução de uma pena depois de confirmada a condenação por Tribunal de Apelação. E acaso tivéssemos dessa forma, aí sim talvez as críticas, nessa linha tão deselegante, fizesse algum sentido. Aonde encontramos essa clareza solar de que há vedação ao início do cumprimento da pena, depois de duas decisões de mérito confirmando a materialidade do crime e autoria?

O resumo dos votos dados na decisão que ora analisamos pode ser visto aqui //papini.jusbrasil.com.br/noticias/392447668/stf-admite-execucao-da-pena-apos-condenacao-em-segunda-instancia e tive o cuidado de rever na TV Justiça todos os detalhes e não encontro essa discrepância toda que, por exemplo, se trouxe nessa matéria //www.conjur.com.br/2016-out-06/moro-aplaude-lenio-lamenta-veja-repercussao-decisao-stf .

Com todo respeito à matéria supra e fiz questão de trazê-la justamente para que os leitores percebam que não estamos falando sem o devido contraditório, vê-se claramente que os entrevistados são em sua grande maioria advogados criminalistas e mesmo tendo outro profissionais, não espelha a devida divisão que o tema suscita, dando a impressão de há uma maioria considerável dentre os juristas que não concordam com a decisão.

É obvio que existem juízes que também pensam da forma trazida pela maioria na matéria, por exemplo, inclusive dos dois ouvidos, um para cada lado, contudo o que interessa espelhar aqui é que estamos frente a uma decisão que indiscutivelmente é polêmica e que com certeza voltará a ser analisada pela Corte, porém não se pode tê-la como teratológica e falo com propriedade de quem analisa o tema prisão há algum tempo e que inclusive se posiciona como garantista frente ao indispensável cumprimento dos direitos e garantias fundamentais por todos os operários de Direito. [3]

Além de dois livros citados em nota de rodapé que confirmam a nossa posição de total respeito aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, coração de nosso constitucionalismo contemporâneo, ainda menciono um curso recente nosso, inclusive que pode ser assistido pelos leitores de forma gratuita a partir desse link//institutonovoeleitoral.com.br/ead/index.php/curso/guruPrograms/10-gratuitos/18-processo-penal ,que de modo indiscutível comprova nossa posição quanto à necessária justificação plausível e concreta quanto a cautelaridade que se exige para conformação da prisão provisória/processual.

Entretanto, o assunto ora em debate assume outro viés, pois estamos falando agora da culpabilidade já assentada em dois julgamentos a partir de uma cognição exauriente e que deve se presumir que houve obediência ao devido processo legal em sua acepção substancial. Não podemos presumir nunca a má-fé e não cumprimento das garantias constitucionais processuais, estas devem ser comprovadas e acaso tenham efetivamente ocorridas podem e devem ser suscitadas por Habeas Corpus, remédio constitucional expedito e eficaz para essas situações e que não foram vedados na decisão ora analisada. Plagiando meu amigo Lênio Streck, Bingo.

Antes mesmo de responder ao segundo questionamento, enfrentarei esse detalhe importantíssimo, em momento algum, se fecha a possibilidade de que até mesmo o mérito em caso de serem as decisões de condenação teratológicas, possa chegar ao controle dos Tribunais Superiores como sempre o foi e continuará sendo, pois o manejo do Habeas Corpus sempre foi mais utilizado do que os recursos excepcionais e sempre o será, logo permitir o início do cumprimento da pena não obstará tais direitos, bem como a sua possível suspensão.

Esse fato é facilmente comprovado pela análise estática trazida pelo Ministro Teori, a qual enuncia que em apenas 1,7% dos processos houve assentimento da tese da defesa quanto aos recursos apresentados e até mesmo Habeas Corpus, que sequer foi contraditada pelos votos vencidos.

Na realidade, os votos vencidos, com todo respeito aos mesmos, em momento algum enfrentaram os vencedores e estes, pelo contrário, fizeram questão de ratificar a presunção de inocência na linha dos vencidos, somente não os dando a mesma força. Ainda retomaremos essa temática.

Entretanto, vamos agora à pergunta chave em nosso sentir, existe um direito do condenado a um terceiro e quarto grau de jurisdição?

A resposta, com todo respeito a quem pensa em contrário, é um categoricamente não e vale para toda situação e não só para o processo penal, pois como temos dito em nossas aulas e palestras, essa compreensão equivocada de nosso sistema jurídico é um dos problemas crônicos e que para nós se constitui como um dos pontos de estrangulamento de nossa Justiça, já que as pessoas insistem em querer submeter, por exemplo, ao STJ,TSE, TST, STM e STF o acerto ou desacerto das decisões, ou melhor, a justiça do caso concreto, ou então, querer revisitar os fatos. Isso não existe juridicamente falando.

As decisões dos Juízes e Tribunais desse país precisam ser respeitadas. E a Constituição foi mais do que categórica nesse sentido e só deu aos Tribunais Superiores a reanálise dos fatos quando de suas competências originária e recursal ordinária e não na função excepcional e tanto é verdade que os demais recursos assumem claramente a peculiaridade de serem diferentes, justamente porque têm a função política na acepção do termo, definindo a pertinente tese jurídica da competência particular de cada Tribunal Superior, uniformizando objetivamente o direito nessa via restrita e não tendo o poder de reapreciar tudo como querem alguns, na realidade muitos e porque será isso?

Portanto, querer dar aos condenados o direito de reapreciar o mérito das decisões dos Juízes e Tribunais de forma ampla e irrestrita vai de confronto á nossa Constituição e, por conseguinte, não é corolário do princípio da presunção de inocência, este tem a sua conotação no sentido de que quem tem de provar o culpa do investigado, denunciado e condenado duas vezes se for o caso é o Estado e nesse peculiar caso o fez, duas vezes. Logo, a presunção de inocência perde a sua força inicial, cedendo a outros valores, como muito bem pontou Luís Roberto Barroso e logo após Teori chamando atenção a necessidade de que o sistema penal seja efetivo, justamente porque protege outros valores também e não só o do réu.

A presunção de inocência e na realidade qualquer outro direito e garantia fundamental não é absoluta e nem podia o ser, com todo respeito a quem pensa em contrário, pois a nossa Constituição tem no próprio corpo do capítulo que assegura a referida presunção outros valores, como a vida propriedade e em especial nesse momento a moralidade administrativa, logo porque só prestigiar a presunção de inocência?

Esta presunção é respeitada sim pela decisão ora analisada e guerreada, tão somente não se pode se dá a ela toda essa dimensão, justamente porque houve duas condenações que afirmaram categoricamente a culpa e materialidade do crime, logo razoável que o condenado dê início ao cumprimento da pena, não pela cautelaridade que sempre defendemos como elemento indispensável a prisão processual, mas como elemento fático autorizador de uma situação em que a presunção não mais se afirma como razoável, devendo se inverter a situação, tudo sem prejuízo de que alguma possível violação a direito do acusado/condenado seja reapreciada pelos Tribunais Superiores, contudo sem efeito suspensivo e muito menos cognição ampla.

Mais uma pergunta ainda se se faz pertinente, os recursos excepcionais tiveram em algum momento efeito suspensivo automático como, por exemplo, ocorre com a apelação? [4]

Não, nunca tiveram, logo o momento do trânsito em julgado segundo os vencidos é que se encontra o problema, pois para estes se faz necessário que não tenham mais nenhum recurso que possa ser aviado e o que é que vemos na prática, o uso infindável desses recursos para obstar o cumprimento da pena e o pior para conseguir, por incrível que pareça, a prescrição da pretensão punitiva. Parece brincadeira, mas não é.

Ou seja, o réu condenado duas vezes pode recorrer quantas vezes o próprio ordenamento permite, mesmo sem que tais recursos tenham efeito suspensivo, mas não se pode dá início ao cumprimento da pena, contudo a prescrição não é interrompida. Isso é razoável? Na linha da moda agora, não soa a golpe?

E por mais que se diga que nem sempre vai ocorrer casos em que haja duplo juízo de mérito, pois existem as competências originárias dos Tribunais, isso foi uma escolha da própria Constituição em algumas situações e tem que ser respeitada, logo a análise expeccional tem que ser sempre expeccional e não servir como instrumento de postergação do cumprimento das normas penais e por conseguinte da própria Justiça.

Ora, se utiliza de todo tipo de recurso e detalhe quem se utiliza mais é quem tem dinheiro para bancar bons advogados, que saibam deduzir esses recursos excepcionais junto aos Tribunais Superiores em Brasília, contudo nesse interstício não se tem mais nenhuma causa interruptiva. Se for para prevalecer a tese de outrora, que pelo menos se traga de algum modo, mesmo que por interpretação como se condena a atual, uma solução para essa incongruência.

Não temos a menor dúvida a partir de inúmeros casos concretos que se utiliza de um número infindável de recursos, muitas vezes sequer questionando a possível inocência do condenado, tão somente para evitar que se dê início ao cumprimento da pena e o pior na busca da ocorrência da prescrição, logo como explicar ao povo que alguém, por exemplo, condenado por homicídio duas vezes, sem questionar junto ao STJ e STF, sendo réu confesso, como já vimos, fique mais de dez anos solto normalmente como se não tivesse cometido crime algum?

Ou então alguém condenado por crime de desvio de dinheiro público em duas diversas facetas, consiga depois de condenado duas vezes, que não se opere o início e sequer se cumpra a condenação por prescrição, tudo isso em ambos os casos, sem enfrentar o mérito?

Os ministros que acabaram vencendo com a tese mais que plausível que agora se ratificou chamaram atenção a esse peculiar fato e em momento algum, os vencidos enfrentaram tais aspectos, e a doutrina agora o máximo que enuncia é no sentido de que a decisão foi política e não poderia o STF ter agido assim.

Ora a decisão com todo respeito foi jurídica e tão somente respondeu aos aspectos que ora repassamos e quanto ao penúltimo questionamento, temos a resposta quase que automática, pois a presunção de inocência e nem um outro direito pode ser absoluto, inclusive o da sociedade, que a partir desse ultimo questionamento respondemos, fica sendo prestigiado como deve ser, ou seja, a partir das peculiaridades tem que ser respeitado e nesse caso em que temos duas condenações quanto ao acusado, nos parece que deve ser intensificado.

Ou vamos continuar com um sistema em que as pessoas cometem crime e não se têm a devida eficácia de nossa Justiça. Ou então esta só vale, com todo respeito, aos Três P, e que aqui para não ser ousado demais ficarei só com o primeiro, pobres, que sempre sentem a força de nossa Justiça e abarrotam os nossos presídios, tanto provisoriamente quanto de forma definitiva e sequer têm o direito, por não terem condições, de ir aos Tribunais Superiores, com raríssimas exceções, por trabalho árduo e operoso de algumas defensorias públicas.

E serei que também serei acusado no presente texto de utilizar a decisão como instrumento de nossa luta pessoal contra a corrupção, e já estou acostumado, contudo quero pelo menos não ser chamado de golpista, pois na linha dos votos vencedores, por enquanto, trouxemos fundamentos jurídicos e não políticos para a plausibilidade da retomada da posição, tudo com a esperança de que a partir de agora os criminosos desse país, independentemente de sua condição social, possam cumprir as suas penas e não se beneficiem da prescrição, através de recursos infindáveis, que sequer podiam analisar o mérito em si dos fatos.

Tudo isso sem obstaculizar que possíveis violações ao devido processo legal pelas instâncias inferiores, o que realmente pode vir a acontecer. Contudo, indiscutivelmente, como exceção, possam ser analisadas pelos Tribunais Superiores tanto pela via do Habeas Corpus como sempre fizemos, bem como pela possibilidade de se conseguir o efeito suspensivo com pleitos cautelares, só não podendo continuar esse estado de impunidade que vimos atualmente: os poderosos, desse país, no mais sentido amplo do termo continuam a zombar de nossa Justiça Penal, pois esta só vem sendo sentida pela outra parte da população, diferente do que acontece em todas as outras sociedades democráticas, que mesmo respeitando a presunção de inocência, como aqui defendemos, tem o início do cumprimento da pena logo após dois julgamentos de mérito em seu desfavor, o que é mais do que razoável, bem como nos casos de competência originária por escolha do constituinte.

Por fim ainda reforço o nosso entendimento com a ponderação de que não existe conceito na Constituição do que seja trânsito em julgado como deixei entender no texto, logo a interpretação trazida na decisão tão somente trouxe o marco deste a partir da jurisdição ordinária, com a peculiaridade de haver na maioria dos casos o duplo juízo meritório, o que se coaduna com a sistemática e principalmente a necessidade de termos uma Justiça mais efetiva, em especial quanto ao cumprimento dos textos normativos de caráter penal, que encontram muito problemas justamente na parte processual.

Uma pergunta final sem resposta, até quando continuaremos com uma Justiça Penal sem efetividade e a quem isso interessa?

José Herval Sampaio Júnior é professor, juiz de Direito, escritor forense e palestrante

* Veja artigo completo (com referências bibliográficas) clicando AQUI.

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domingo - 09/10/2016 - 16:12h
Revelação

Robinson afirma que apoiou nome de Rosalba em Mossoró

Governador diz que faltou "humildade" a "Francisco" e seu interesse era aliança com ex-governadora

A decisão do prefeito mossoroense Francisco José Júnior (PSD), o “Francisco”, de ser candidato à reeleição este ano não tinha e não teve o endosso do governador Robinson Faria (PSD), seu líder político. A preferência de Robinson foi a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP), vencedora do pleito no domingo (2) passado.

Ele chegou até mesmo a estimular o voto nela, em contatos com eleitores e liderados em Mossoró, contrariando o projeto pessoal de Francisco, que em sua ótica não teve humildade, pois “as pesquisas mostravam que ele não tinha nenhuma chance de reeleição.”

Robinson fez essas confissões e revelou outros detalhes de bastidores relativos à sucessão municipal 2016, no programa “Diógenes Dantas Entrevista” (veja boxe acima, a partir dos 20 minutos de gravação), exibido hoje pela TV Tropical, afiliada da Rede Record de Televisão.

Robinson afirmou que após se reunir em Natal com o prefeito no período da pré-campanha (sem precisar o tempo), “ele tomou uma posição em Mossoró sem me consultar. Sem consultar o governador. Apoiou o candidato Tião da Prest (Tião Couto-PSDB), levou o PSD, sem consultar o governador. Então eu não tenho motivo de ir a Mossoró” (sic).

O governador deixou claro que se desembarcasse na cidade não seria para defender a candidatura do prefeito do seu partido, mas para “apoiar o nome de Rosalba. Rosalba era o nome que eu desejaria que o PSD apoiasse em Mossoró”.

Conversas com Carlos Augusto

Informou que chegou a conversar com várias vezes com o líder do rosalbismo (Carlos Augusto Rosado), marido de Rosalba, e adiantar para “alguns amigos meus: você vote em Rosalba.”

Sobre as relações político-administrativas, com eleitos em outubro deste ano, deixou patente que não adotará seletividade com base em afinidades partidárias ou não. “Eu sou o governador de todos os partidos, tenho que governar com as cidades”.

Disse que já telefonou para Carlos Eduardo Alves (PDT), vislumbrando uma parceria administrativa necessária e importante para a capital entre Prefeitura e Estado.

As relações com o prefeito mossoroense que está nos últimos meses de gestão, é que parecem esgarçadas. “Eu disse a ele, aqui, que o nome dele não tinha nenhuma viabilidade para reeleição”, destacou o governador, relembrando reunião no primeiro semestre do ano, com Francisco.

– Falei que ele pensasse, tivesse humildade, que as pesquisas mostravam que ele não tinha nenhuma chance de reeleição. E depois ele desapareceu, lançou-se candidato, sem conversar comigo (…), botou o bloco nas ruas – disse a Diógenes Dantas.

Rosalba cumprimenta o sucessor Robinson pela vitória, no dia 31 de outubro de 2014, ao lado do marido Carlos (Foto: arquivo)

Amélia Ciarlini

O que Robinson Faria parece não ter digerido mais ainda nesse enredo da sucessão mossoroense, conforme expôs na entrevista, foi a forma como o prefeito e sua mulher Amélia Ciarlini tentaram satanizá-lo, num episódio burlesco (veja AQUI e AQUI):

– Ele foi para as redes sociais com a primeira-dama, querer questionar o governador, querer cobrar uma conta que não era minha. Além de renunciar a candidatura, teve aquela questão de sua esposa, da rede social que eu nem respondi, nem ia responder – isolou.

Quem terminou se envolvendo na polêmica à ocasião foi a primeira-dama do Estado, Juliane Faria (veja AQUI), que tratou Amélia como farsante, precipitando dias depois a desistência da candidatura do próprio Francisco José Júnior  (veja AQUI).

Robinson e Rosalba foram eleitos governador e vice em 2010, após ele romper com o grupo da então governadora Wilma de Faria (PSB), insatisfeito com inclinação dela a apoio à sua própria sucessão, ao vice-governador Iberê Ferreira (PSB).

Com menos de um ano de mandato, ele rompeu com Rosalba e começou a pavimentar caminho à sua sucessão em 2014. Foi eleito e Rosalba sequer conseguiu se viabilizar à reeleição, devido estrondosa reprovação popular.

Rosalba e Robinson estão ‘juntos’

Nesse espaço de tempo, os dois não chegaram a alimentar um fosso político entre si. Muito pelo contrário. Em 2014, Rosalba orientou seu eleitorado a votar em Robinson em Mossoró, na disputa ao Governo do Estado entre ele e Henrique Alves (PMDB), seu ex-aliado.

Meses antes, fizera o mesmo na eleição suplementar à Prefeitura de Mossoró: insuflou seus eleitores a descarregarem votos em Francisco José Júnior, para frustrar possibilidade de vitória da adversária (hoje aliada) e então deputada estadual Larissa Rosado (PSB).

Ainda em 2014, a transição de governo foi pacífica e alimentada por interesses de parte a parte. Robinson não criou dificuldades para que Rosalba aprovasse matéria para uso do Fundo Previdenciário do Estado (FUNFIR), para completar folha de pessoal. Ela sabia que precisaria pegar quadro menos dramático em relação aos servidores.

Robinson também deu sinal verde para que Rosalba nomeasse a sua secretária de Infra-estrutura, engenheira Kátia Pinto, como diretora Agência Reguladora de Serviços Públicos do Rio Grande do Norte (ARSEP), em dezembro de 2014. O cargo tem mandato de quatro anos, dentro justamente da administração do seu sucessor.

Vale ser anotado, que além de Kátia Pinto, a professora Isaura Amélia (cunhada da ex-governadora) é titular da Fundação José Augusto (FJA), órgão da cultura do Estado.

Um vice para Rosalba

O PP, partido controlado no RN pelo ex-deputado federal Betinho Rosado, cunhado de Rosalba, é da base aliada do governador.

Na campanha municipal, o marketing de Rosalba poupou a gestão de Robinson e procurou exaltar a passagem dela pela prefeitura em três mandatos, num contraponto com a administração de Francisco José Júnior.

Em Natal, o Blog ouviu ainda no final do primeiro semestre deste ano, em várias oportunidades, que o Governo alimentava hipótese de indicar um vice de Rosalba, mas sem influência direta ou indireta do prefeito Francisco José.

Sua entrevista de hoje confirma o que era notícia corrente entre auxiliares próximios de Robinson, que ele não acreditava em candidatura à reeleição do prefeito. Não estimulava essa aventura e teve que engolir o delírio do aliado, que realmente não teve humildade.

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domingo - 09/10/2016 - 12:43h

A eternidade em um segundo

Por Francisco Edilson Leite Pinto Júnior

“O professor que sabe expor suas ideias com vida, com amor, com alegria, é insubstituível”.

(Gabriel Perissé)

Recentemente, na aula inaugural de oncologia da UFRN, a aluna Cinthia me perguntou: “Professor, por que o senhor resolveu fazer medicina?”. Parei alguns minutos para refletir. Em questão de segundos, veio o poema de T.S. Eliot em minha mente:

O tempo presente e o tempo passado. Talvez estejam ambos presentes no tempo futuro, E o tempo futuro no tempo passado”.

Pois bem, essa resposta que eu teria de dar no segundo próximo, para a aluna, sua explicação estava no passado.

“Perdi meu pai quando tinha três meses de idade. Aí resolvi fazer medicina para combater a morte. Para lutar contra ela, dia após dia. Para que ela nunca mais seja capaz de tirar o pai de alguém tão cedo…”, foi assim que eu respondi para a minha curiosa aluna. Tentei continuar dando a aula, mas, a cada segundo, surgia em minha mente fatos do passado, influenciando o futuro da minha exposição (o passado presente no futuro, como lembrou T. S. Eliot).

E como foi difícil falar do paciente oncológico, lembrando-me dos terríveis dias dos pais que passei na minha infância sem tê-lo ao meu lado. Lembrei-me de que certa vez, indagado por um colega de classe sobre o que eu daria de presente no dia dos pais, a minha resposta foi: “uma passagem de volta!”. Ele não entendeu nada e nem muito menos eu entendia porque o destino tinha selado a sua sentença e contra ela não haveria recurso nenhum a ser impetrado…

Pois bem! Vinte anos buscando lutar contra a morte. Mais precisamente, no dia 03 de março de 1986, às 13:30h, já cursando medicina, eis que me entra um coração enorme, vestido de branco, com uns óculos fundo de garrafa, abre um sorriso cativante e diz: “Boa tarde! Sejam bem vindos à Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UFRN. Meu nome é Ernani Rosado”.

Depois de apresentar cada um dos outros professores da disciplina, iniciou a sua aula sobre história da cirurgia. Logo me apaixonei por aquela disciplina. Logo me apaixonei por aquele professor. Nas entrelinhas dos seus ensinamentos, o amor estava presente em tudo.

Ali, a carne se fazia verbo e o verbo era sempre o mesmo: amar! Amar o paciente sobre todas as coisas. Amar a missão. E nunca, jamais vender a sua alma ao diab o se alinhando com interesses escusos para ganhar benesses de laboratórios e indústrias farmacêuticas.

Saí daquela aula radiante. E com um desejo enorme no meu coração: como eu queria que aquele homem fosse meu pai, afinal, poderíamos lutar juntos contra a morte… Rainer Maria Rilke, na sua “Carta a um jovem poeta”, nos alertou: “Há de se reconhecer, aos poucos, que aquilo a que chamamos destino sai de dentro dos homens em vez de entrar nele. Muitas pessoas não percebem o que dela saiu, porque não absorveram o seu destino enquanto o viviam, nem transformaram em si mesma”…

Logo, de forma impetuosa – atitude incomum para quem tinha a timidez como algo a vencer tanto quanto a morte-, passei a frequentar a enfermaria da 1aDCC. E de tanto insistir, eis que um dia, o professor Ernani perguntou o meu nome, e ao respondê-lo, vi o seu olhar assustado: “Você é de Mossoró? Filho de Edilson Pinto?!”. No dia seguinte, às 07:00h, entendi o motivo daquele espanto. O professor Ernani entrava na enfermaria, carregando debaixo do braço um livro gasto pelo tempo. Era o diário de sua mãe, onde estava escrito: “Ernani ontem, brincou com fulano, beltrano e com Edilson Pinto”.

– Pois é, meu caro, seu pai foi um grande amigo meu de infância. E eu lamentei muito a sua morte.

Após dito isso, colocou o diário debaixo do braço direito e o meu ombro debaixo do seu braço esquerdo, e nunca mais me deixou longe dele. Estava concretizada a adoção feita no mais importante de todos os tribunais, o do coração… Realmente, não foi à toa que Lucas, no seu Evangelho (11: 10-11), diz: “Por que qualquer um que pede, recebe; e quem busca, acha… E qual é o Pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?”.

Tem razão Vinícius de Morais, quando diz que a vida é a arte do encontro. Encontrei e ganhei ali um pai, um professor, um mestre, um amigo, um parceiro de futebol (Flamengo e ABC). Eram tantas as coisas em comuns, que ficava nítida a interferência divina. Resolvi fazer cirurgia e segui a docência. Eu precisava do meu pai adotivo para lutar contra a morte. E foi assim, durante trinta anos.

Inúmeras foram às vezes que operávamos juntos. Algumas me marcaram, como no dia que estávamos operando um caso extremamente difícil e chegou uma hora em que nem eu e nem ele sabíamos o que fazer, diante de tanto envolvimento e por estarmos tão perto da solução, na qual não conseguíamos enxergar… Aí uma voz, de fora do campo cirúrgico de um aluno do quinto período de medicina, disse: “Professores, que tal irem por aqui? Acho que vai facilitar a retirada desse tumor”.

Dr. Ernani, ao invés de mandar o aluno se calar – atitude bastante comum nesse mundo cirúrgico de tanta empáfia e soberba – olhou para mim e rindo disse: “Boa, garoto! Vamos por aqui mesmo, Dr. Edilson! Como é o seu nome? Flaubert Sena, você será um grande cirurgião”. O professor Ernani também era um grande profeta, viu naquele aluno, o que o futuro nos confirmou (o tempo presente no futuro, como lembrou T. S. Eliot).

Ele nunca perdia a capacidade de ensinar. Quando escrevi o meu primeiro artigo “Medicina no fundo do posso: o preço da desunião”, logo cedo recebi o seu telefonema: “Grande artigo, Dr. Edilson! Só um adendo: eu não teria colocado aquela parte”.

Ele se referia a uma crítica que eu tinha feito a uma determinada pessoa. Eu o indaguei: “Mas professor, não é verdade o que eu escrevi?!”. Aí veio a sua lição: “É, Edilson, é verdade. Mas existem verdades que a gente não deve dizer nem para nós mesmos!”. Ali estava outra qualidade do professor Ernani: lealdade aos amigos. Defendê-los sempre.

Outro momento mágico que vivi com o professor Ernani foi na aula da saudade da turma de medicina da UnP, no dia 14/07/2014. Fui escolhido orador daquela solenidade e resolvi fazer o discurso esclarecendo o porquê de ter escolhido a docência como missão de vida. Falei que, na infância, eu achava que minha mãe tinha enlouquecido por sair de casa tão cedo para trabalhar como professora em três turnos e era feliz mesmo ganhando pouco.

Depois, disse que passei a entender que essa “loucura” era contagiante, pois tinha visto esses mesmos sinais e sintomas em outros professores meus, como: Coquinho (história), Fernando Suassuna (biologia), Luiz Alberto (infectologia) Marcos Leão (hematologia), Aldo Medeiros (cirurgia), Celso Matias (clínica Médica), Francisco de Lima (clínica Médica)… Até chegar ao mais “louco” de todos: o professor Ernani Rosado, já que o melhor dos vinhos deve ser servido no final…

Quando escrevi o discurso, nunca imaginei que o professor Ernani Rosado estivesse na plateia. Não havia, a meu ver, motivos para ele estar ali. Mas ele estava. Ele e a sua inseparável companheira, D. Madalena – o ser humano mais simpático e educado que eu já conheci.

Quando entrei no auditório da UnP e vi Dr. Ernani sentado lá, o coração beta-bloqueado disparou… Mais uma vez Deus tinha aprontado das suas… Pois bem! Eis o trecho do discurso que li, naquele dia, chorando, como é comum quando o coração fica pequeno demais para aguentar tanta emoção:

“Meus queridos e eternos alunos,

Permitam-me falar daquele que mais me influenciou com a sua ‘loucura’, com a sua paixão: Prof. Ernani Rosado. O mestre de todos os mestres desse Estado. Com ele, aprendi filosofia, futebol, artes, cirurgia, enfim, muita coisa mesmo. Mas a maior lição aprendida foi a humildade.

Numa manhã de janeiro de 2010, recebo o convite para auxiliá-lo em uma cirurgia de hérnia inguinal. Tudo ocorreu sem problemas. E na sala de estar médico, após prescrever o paciente, ele olhou para mim e disse: ‘missão cumprida, Dr. Edilson! Esta foi a minha última cirurgia. Vamos para casa. E muito obrigado pela sua ajuda’. Terminava ali, uma das maiores carreiras cirúrgicas do nosso Estado e por que não dizer do nosso país. E de forma simples e humilde. Sem alardes, sem pompas. Apenas com a sensação de dever cumprido! Nunca esquecerei esse momento…

O professor Ernani tinha a maior característica dos grandes homens: a humildade.

No dia em que soube da sua cirurgia de urgência e da gravidade do seu caso, fiquei desnorteado. Vi que, mais uma vez, perderia meu pai… Corri para a UTI, onde ele estava internado. Ainda não tinham proibido visitas. Mesmo assim, falei com o médico de plantão, um ex-aluno meu, que disse: “Professor, na UTI em que eu estiver dando plantão, as portas estarão sempre abertas para o senhor”.

Agradeci. Fiquei parado, sem coragem de me aproximar. Meu ex-aluno, percebendo a minha insegurança – afinal, não queria me despedir dele assim, com a frieza das máquinas- disse: “Vá lá, professor. A sedação está bem superficial e se o senhor falar, ele vai ouvir”.

Tremendo, me dirigi ao leito e disse: “Prof. Ernani, eis um flamenguista que veio visitá-lo!”. Ele abriu os olhos, mesmo com um tubo na garganta, deu um sorriso. O sorriso de sempre. O sorriso alegre e tranquilo. O sorriso de um guerreiro que não estava perdendo a batalha para a sua doença, mas sim, que tinha vencido a guerra contra a insensibilidade, contra a desumanidade e a falta de carinho tão comum hoje em dia na profissão médica.

Ontem, meu mestre/pai descansou. Depois de lutar o bom combate. Semeando o sonho de lutar desesperadamente para mudar o caráter de um menino, através da educação, para mudar, assim, o seu destino e, consequentemente, o destino do mundo…

Quanto a mim, resta a tristeza da sua partida e também a alegria de ter convivido com alguém tão grande, que viveu muito à frente do seu tempo… E por falar em tempo, recorro-me agora a Wiliam Blake que, certa vez, escreveu: “Ver o mundo em um grão de areia/ E um paraíso numa flor selvagem. Segure o infinito na palma da sua mão/ E a eternidade em uma hora”.

Aquele último sorriso, de alguns segundos que ganhei naquela UTI, estará eternizado para sempre dentro do meu coração, pois “o que a memória ama, fica eterno!”.

Vá em paz, querido professor e pai, Ernani Rosado!

Francisco Edilson Leite Pinto Junior – Aluno do segundo período do curso de Direito da UnP, professor, médico e escritor. E agora, definitivamente, órfão de pai.

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domingo - 09/10/2016 - 11:38h

Poucos sabem viver sozinhos

Por Honório de Medeiros

Houve um tempo no qual eu morei em uma cidade pequena. Sentia tédio, principalmente aos domingos, quando tudo parava e as pessoas se recolhiam as suas casas.

Um dia me perguntaram: “como suporta viver aqui? Não há nada para se fazer.”

Depois fui para a cidade grande. Às vezes também sentia tédio, principalmente aos domingos. Menos, entretanto, pois perambulava por lugares onde pessoas se encontravam, falavam, riam, cantavam, brigavam, se deslocavam em vaivém incessante.

Tentando compreender, eu pensava com meus botões: “deve ser porque, aqui, há movimento, pois lá também existiam coisas para se fazer, embora a sós.”

“Mas não, não é o movimento, o bulício, o frenesi, uma vez que, mesmo assim, sinto tédio, embora em menor quantidade.”

“Então não é algo que está fora de mim, ao contrário, está dentro.”

“É minha alma inquieta, que se entorpece, em alguns momentos, com a aparência do algo-sendo-feito fora de mim.”

Pois a noção de que não nos sentimos entediados em lugares onde muitos estão em atividade, de que sempre há algo para se fazer, típica da e na cidade grande, é uma ilusão, entorpece nossa alma inquieta, e nos permite sobreviver à rotina.

Na verdade o tédio é uma consequência de nossa alma inquieta, viciada em não ficar a sós. Queremos movimento, cores, sons, sentir que estamos participando.

Mas quem não parou em alguma festa, por um momento, e se perguntou: “o que faço eu aqui?”.

Como somos empurrados, algumas vezes sutilmente, outras brutalmente, para participar desse convescote que é a vida comum, somos eternos inadaptados.

Poucos sabem viver sozinhos.

Poucos têm serenidade na alma.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN.

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domingo - 09/10/2016 - 10:48h
Entrevista

Estado pode decretar “estado de calamidade”, admite Robinson

No programa Diógenes Dantas Entrevista, da TV Tropical, afiliada da Rede Record de Televisão, o bate-papo deste domingo é com o governador Robinson Faria (PSD).

Na conversa com Diógenes Dantas, Robinson admite que tem perdido noites de sono com a gestão pública estadual, com perdas de receitas em larga escala, o que tem comprometido o simples custeio da máquina.

As contas do Estado não fecham. O governador conta os trocados para pagar servidores e fornecedores/prestadores de serviço do governo estadual.

O governador admite que o RN caminha para decretar calamidade nas finanças públicas, ao lado de outros estados.

A propósito, ele afirma que o Estado do RN é o que menos deve no país ao lado do Tocantins.

Garante que o RN tem a menor percentual de cargos comissionados do país, cerca de 0,5% da folha estadual.

Mesmo assim, precisa de socorro e aponta possibilidade de que entre 18 e 20 estados decretem esse estado de calamidade.

Veja a entrevista clicando no boxe contido nesta postagem.

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domingo - 09/10/2016 - 08:44h
"Governador da Segurança"

Robinson é destaque negativo em Cláudio Humberto

O governador Robinson Faria (PSD) é destaque negativo, hoje, na coluna Diário do Poder do jornalista Cláudio Humberto.

A página mostra uma marca que começa a estigmatizar Robinson, o epíteto que vendeu em campanha como “O Governador da Segurança”.

A realidade confrontada com a promessa é dilacerante, como reitera Cláudio Humberto.

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domingo - 09/10/2016 - 07:52h

O gigante apequenado

Por François Silvestre

O Brasil é grandioso na geografia, na exuberância da natureza, na cultura popular. É grandioso na arte. No festivo e nos folguedos. Mais ou menos no esporte, menos que mais no futebol. É um dos maiores, na hipocrisia.

Porém, entretanto, mas porém, como dizia Zé Limeira, é o Brasil um país institucionalmente apequenado. Historicamente duvidoso, juridicamente inseguro, socialmente injusto, culturalmente abandonado.

Acabamos de sair de uma eleição municipal, no meio de uma crise quase sem precedentes. Falência do erário e quebradeira empresarial. Promiscuidade nas relações do poder público com a atividade empresarial.

Eleições livres? Sim e não. Livres na forma da Lei. No aparato formal, na lisura da apuração. Não se nega. Mas a liberdade é muito mais do que isso.

Eleição realmente livre não se atrela ao poder econômico. Não depende de quem detém o poder, principalmente nos municípios, onde a dependência da população é quase insuperável.

Há exceções? Sim. Porém, o raciocínio analítico sustenta-se na regra. Mesmo reconhecendo as exceções.

E é com o arrazoado do excepcional que temos visto e lido todo tipo de constatação sobre o resultado dos pleitos. Das constatações pueris aos argumentos mais fronteiriços da asneira.

Uma coisa é certa: O Brasil vive um dos seus momentos históricos de maior pobreza. Aqui a palavra pobreza sai do campo da exceção generosa para a regra generalizada.

Pobreza política, institucional, social, econômica. Saímos de uma vasta mentira de inclusão social. Esmola sob a farsa dessa “generosidade”, que era apenas um projeto de poder. No processo de esmolar, só o doador se sai bem. Pois faz a catarse de consciência e aquieta o necessitado

Quando cessa o efeito da esmola, o “status quo” anterior retorna com mais violência e mais pobreza.

Abstenção, voto branco ou nulo, conscientemente, tem a força da contestação. Infelizmente, num país nivelado pela mediocridade de cidadania, fica difícil aquilatar o nível dessa consciência.

O voto obrigatório é uma demonstração de que nem os políticos nem a Justiça Eleitoral confiam no próprio taco. Na Democracia respeitável, o voto é direito e não dever.

Mediocridade política e institucional; na vida pública e privada, onde o que é privado se locupleta na teta pública, e o que é público se completa na privada. Com todos os sentidos.

Exemplo dessa promiscuidade deu-se no quase assassinato da nossa maior empresa. Um orgulho acabrunhado. A Petrobrás foi assaltada com uma brutalidade que a corrupção superou a si mesma. Caiu o mito da eficiência privada, com a constatação da roubalheira praticada por grandes empresas, cooptadas pelo poder público larápio.

É esse o nosso tempo. Sem segurança, sem saúde, sem educação. Sobra a ideologia da estultice e da mediocridade!

Té mais.

François Silvestre é escritor

* Texto originalmente publicado no Novo Jornal.

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domingo - 09/10/2016 - 06:25h
Conversando com... Ernani Rosado

Mossoroense por ascendência, por nascimento e por vocação

Por Cid Augusto (O Mossoroense)

Ernani: entrevista para O Mossoroense mostra um pouco de sua vida (Foto: Web)

“Eu sou mossoroense por ascendência, por nascimento e por vocação”. Assim se define o médico Carlos Ernani Rosado Soares, 70, que no dia 1º de dezembro tomará posse na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, passando a ocupar a cadeira nº 2 daquela instituição, cujo patrono é a escritora Nísia Floresta Brasileira Augusta e pela qual passaram Henrique Castriciano, Hélio Galvão e Grácio Barbalho. O futuro imortal é médico pela antiga Faculdade de Medicina do Recife e licenciado em Língua e Literatura Inglesas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A sua obra é vasta e inclui desde escritos memorialistas a artigos publicados em revistas científicas do Brasil e do exterior. Ele foi professor de todos os médicos graduados na UFRN, até 1995, e ajudou a implantar a Faculdade de Ciência da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a qual lhe concedeu o título de Doutor Honoris Causa. Nesta entrevista, Ernani, um conformado sofredor do Flamengo, narra também como se tornou locutor esportivo da Rádio Iracema, de Fortal eza-CE, e da campanha de Dix-sept  Rosado para o governo do Estado,  em 1950.

* Entrevista originalmente feita pelo jornalista Cid Augusto, para o jornal O Mossoroense, veiculada na edição do periódico no dia 30 de novembro de 2004. É uma homenagem do Blog ao professor-médico-escritor Ernani Rosado, falecido (veja AQUI) ontem.

O Mossoroense – Até que ano você morou em Mossoró?

Ernani – Até 1938 ou 1939. Meu pai era comerciante, teve dificuldades no comércio, procurou um emprego e conseguiu. Foi nomeado para a primeira Previdência, que se chamava Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Operários da Estiva (Capoe). Ele começou a carreira previdenciária em Areia Branca, na Rua da Frente. Essa permanência em Areia Branca, da qual tenho boas recordações, marcou uma coisa: o agente morava no Instituto. A sede ficava na frente e o agente morava nos fundos. Foi assim em Areia Branca, em Cabedelo, em São Luís e em Manaus.

O Mossoroense – Como foi participar do esforço pela implantação da Faculdade de Medicina da Uern?

Ernani – Muito gratificante, porque tudo o que diz respeito a Mossoró me toca profundamente. Eu sou mossoroense por ascendência, por nascimento e por vocação. Foi batalha por Mossoró, eu já estou na linha de frente.

O Mossoroense – Antes desse trabalho, você já era Doutor Honoris Causa da Uern…

Ernani – Já, porque na realidade, sem falsa modéstia, eu dei algumas contribuições à Uern. E ela, generosamente, reconheceu essas contribuições. Eu trabalhei em favor da Escola de Serviço Social. Eu e doutor Hélio Santiago. Posteriormente, contribuí com a implantação da Escola de Enfermagem, que deu um trabalho muito grande e hoje é uma das mais florescentes da Universidade.

O Mossoroense – Você se tornou médico por decisão pessoal ou encaminhamento familiar?

Ernani –  Opção pessoal. Não houve influência de ninguém lá de casa para coisa nenhuma. Houve até uma fase que eu pensei em ser engenheiro, porque sempre fui bom aluno de matemática.

O Mossoroense – Há muitos médicos na família e…

Ernani – Talvez tenha sido isso. Eu não sei exatamente, lá se vão mais de 50 anos, qual foi o fator preponderante dessa escolha.

O Mossoroense – E a formatura em Letras?

Ernani – Formei-me depois, em 1965. Eu me formei em medicina em 57, aí eu tinha o diploma de proficiência em inglês da Universidade de Michigan. Toda vida estudei inglês, sabia falar bem inglês, e havia uma lei que nos facultava a matrícula na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, fazendo apenas o último ano, que era a parte de didática. E eu fiz, me licenciei em Língua e Literatura Inglesas. Eu, Dalton Melo, dona Marieta Guerra, Patriota, Zé Melquíades.

O Mossoroense – É verdade que, até há poucos anos, você foi professor de todos os médicos formados pela UFRN?

Ernani – É verdade. Eu vim para cá em 1958 e a Faculdade de Medicina tinha começado em 1956. O cirurgião com quem eu trabalhava, doutor Travassos Sarinho, era professor da cadeira de Técnica Operatória, que começava no quarto ano, como começou em 1959. Então, eu peguei desde a primeira turma até 1995, quando me aposentei forçado pelas circunstâncias, porque sempre ameaçaram e continuam ameaçando o funcionalismo público, o professorado, e eu não podia correr certos riscos. Mas confesso que me aposentei constrangido.

O Mossoroense –  Dizem que a sua memória é prodigiosa. Então, vamos ao teste: qual o filme exibido na inauguração do Cine Pax?

Ernani – “Formosa Bandida”. Nós morávamos em Manaus e chegou a notícia de que havia sido inaugurado outro cinema em Mossoró, que ainda era do tempo do Cine Almeida Castro.

O Mossoroense – Como as notícias de Mossoró chegavam a Manaus naquela época?

Ernani – Longas cartas que demoravam muito tempo para chegar e telegramas inseguros, quando era o caso, porque naquela época, 42, 43, 44, morar em Manaus era morar no fim do mundo, era uma aventura cívica. Não havia praticamente comunicação. Telefone nem pensar. Navios lentos, que seguiam pelo rio Amazonas, aviação incipiente.

O Mossoroense – Como foi participar, na condição de locutor, da campanha de Dix-sept Rosado?

Ernani – Essa é uma página que relembro com extrema saudade, porque rádio é uma coisa que injeta, fica no sangue, nunca sai. Tenho muita saudade do meu tempo de rádio e, inclusive, um dia desses pensei em ir ao campo de futebol. Transmitir, eu acho que não saberia mais não, mas fazer o comentário do jogo, lá no campo, para reviver aqueles tempos, eu tenho vontade.

O Mossoroense – Você chegou a ser locutor profissional de rádio?

Ernani – Muito tempo. E bom!

O Mossoroense – Qual emissora?

Ernani – Rádio Iracema, de Fortaleza. Essa história é engraçada. Durante muito tempo eu fui filho único e possuía uma coleção de botões, mas não tinha com quem jogar, aí eu botava os dois times para jogar e jogava só. E como toda vida gostei de ouvir futebol, acompanhei meu pai com o Flamengo dele, de 1943. Eu transmitia os jogos de futebol de botão. Era aquela gritaria em casa. Aí o meu padrinho sugeriu: “Messias, cuidado, se não Ernani vai acabar ficando doido”…

O Mossoroense – Quer dizer que você é da “terceira” divisão?

Ernani – Não! Não! Eu ainda não entreguei os pontos… Pois bem, papai tinha um amigo na rádio, o nome dele era Peixoto de Alencar. Papai contando essa história para ele, Peixoto disse “Mande ele falar comigo lá na rádio, pode ser que ele tenha jeito”. E eu fui, e teve jeito. Comecei a trabalhar na Rádio Iracema, dando as notícias do Sul do País. Depois me mandaram fazer uns escritos, eu fiz. Depois comecei a me insinuar e, um dia, deixaram eu transmitir um pedaço de jogo. Eu me tornei um bom locutor. Eu era renomado no Ceará.

O Mossoroense – E onde entra a campanha de Dix-sept?

Ernani – Muito fácil. Na campanha de Dix-sept houve um mutirão da família Rosado para ajudar. Naquele tempo, não havia tanta facilidade quanto há hoje. Eu vou lhe dar alguns exemplos que marcaram a época de Dix-sept. Seguramente foi a primeira campanha com músicas de campanha, que tio Duó (Duodécimo Rosado) conseguia no Rio de Janeiro, através de amigos.

O Mossoroense – Quem eram esses amigos?

Ernani – Outro dia conversando com uma pessoa, ela me disse que aquelas letras eram de Elano de Paula, irmão de Chico Anísio. Os discos de acetato eram rodados na campanha, na amplificadora e nos jeeps volantes. Em Natal, o grande locutor da campanha foi o jornalista Marcelo Fernandes. Por todo Estado, nós tínhamos Zé Leite de Aragão Mendes, Edmilson Andrade e Jin Borralho Boa Vista. Eu fiquei em Mossoró, na amplificadora, que era ali, perto da Câmara Municipal. O estúdio era lá e as bocas de som ficavam na Rua do Comércio, na Praça do Pax e em outros pontos estratégicos. Hélio Santiago redigia os textos. Eventualmente eu fazia campanha nos bairros.

O Mossoroense – Então, você foi um dos pioneiros na locução de campanhas políticas.

Ernani – Nessa parte de locução política, acredito que sim.

O Mossoroense – Voltando à Faculdade de Medicina, por que você foi contra a realização do vestibular este ano?

Ernani – Eu tinha receio de que acontecesse o que aconteceu. O serviço público tem uma série de obstáculos, uma liberação de verba aqui, uma firma que não entrega acolá, uma licitação que não se completou, essas coisas. O reitor José Walter achou que devia fazer – ele realmente é muito obstinado – e fez o vestibular. Como os equipamentos ainda estavam para chegar, não havia como se ministrar as aulas práticas do primeiro período. Aí a gente teve de adotar uma solução para contornar o problema. Qual foi essa solução? Foram colocadas para o primeiro período disciplinas que não exigem laboratório. O importante é que não haverá prejuízo.

O Mossoroense – Qual a expectativa para a posse na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras?

Ernani – Essa Academia de Letras… Eu sou um homem amante das letras, eu não sou um literato. Os meus escritos são escritos esparsos. São instantes de vida, são recordações. A minha vertente de escrita é uma vertente essencialmente memorialista. As honrarias que recebi de meus alunos na Faculdade de Medicina, em ser paraninfo e dar aulas da saudade. Eu tenho uma coleção grande disso. Na realidade, elas devidamente enfeixadas dão uma panorâmica na vida médica do Estado e do País. Eu também escrevi a respeito de vários vultos da medicina potiguar que já nos deixaram do doutor Sarinho, do doutor Silvino Lamartine, do primeiro Raul Fernandes da medicina potiguar – houve três -, Varela Santiago, Sérgio Guedes. A memória de vários médicos ilustres foi resgatada por mim.

O Mossoroense – Mas a sua produção acadêmica também é vasta.

Ernani – Eu tenho mais de 40 trabalhos publicados no Brasil e no estrangeiro. E tenho também uma coisa que me agrada muito, porque é um exercício muito interessante: eu fui honrado através do tempo em fazer sucessivas apresentações de livros.

O Mossoroense – O elogio ao patrono e ao seu antecessor já está pronto?

Ernani – O elogio ao patrono e aos antecessores, que são três. Sabe quem é o meu patrono? Nísia Floresta Brasileira Augusta. E sabe quem foi o primeiro ocupante da cadeira? Henrique Castriciano, primeiro presidente da Academia, seguido por Hélio Galvão, outra grande figura, e por Grácio Barbalho, a quem eu estou substituindo. O meu grande problema é enxugar o discurso. O negócio é comprido.

O Mossoroense – A Academia tem alguma finalidade prática?

Ernani – Poderia ter mais. A reunião dos acadêmicos com maior regularidade ensejaria a realização de uma série de movimentos culturais. São cabeças muito boas que estão ali reunidas. A academia é um corte transversal da intelectualidade, então, quando ela aceita e pode receber as mais variadas tendências intelectuais, pode atuar em qualquer campo. Talvez esteja faltando um diálogo maior entre a academia e a sociedade.

O Mossoroense – Quem lançou a sua candidatura foi Vingt-un…

Ernani – Ave Maria! Foi quem inventou essa candidatura. E teimar com doutor Vingt-un dá um trabalho danado.

O Mossoroense – Você foi eleito por unanimidade, logo após uma crise entre os grupos de Vingt-un e de Diógenes da Cunha Lima, num episódio que culminou com a vitória de Elder Heronildes. O seu nome pacificou a Academia?

Ernani – Qualquer candidatura que doutor Vingt-un lance tem um respaldo muito grande. Por outro lado, eu vivo nesta cidade (Natal) há quase cinqüenta anos e tenho muitos amigos dentro da academia, amigos pessoais, e eu fui a cada acadêmico, porque a academia é, acima de tudo, um exercício de humildade e de pertinácia.

O Mossoroense – Você morou em Recife, Manaus, Fortaleza…

Ernani – Falta ainda: Areia Branca, Cabedelo, Natal pela primeira vez, em 1941, São Luís do Maranhão, Manaus, Belém do Pará, Fortaleza, Natal a segunda vez, em 1951, Recife, Maceió e Natal pela última vez, em 1958, de onde não saí mais.

O Mossoroense – Por que Natal?

Ernani – Nós estávamos todos cansados de andar para cima e para baixo. Nessa época, eu já estudando medicina, passava as férias em Natal trabalhando com doutor Sarinho, e doutor Sarinho me convidou para trabalhar com  ele em Natal logo que terminasse o curso. Papai perguntou se eu viria para Natal, eu disse que sim, e ele pediu transferência, terminando aqui o ciclo dele como funcionário da Previdência.

O Mossoroense – Família?

Ernani – Uma beleza. Minha mulher e meus filhos fazem o encanto da minha vida, ao lado do meu irmão, que é o único irmão que eu tenho, Roberto. E dentro de tudo isso, uma saudade enorme de meus pais.

O Mossoroense – Esquecemos alguma coisa?

Ernani – Esquecemos! Você falou mal do meu Flamengo, deu uma insinuação altamente maliciosa e, antes do final, eu quero dizer que times como o Flamengo e o ABC, que também anda ruim das pernas, são velhos guerreiros. E os velhos guerreiros nunca morrem.

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sábado - 08/10/2016 - 23:58h

Pensando bem…

“Persistência é a irmã gêmea da excelência. Uma é a mãe da qualidade, a outra é a mãe do tempo.”

Marabel Morgan

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sábado - 08/10/2016 - 20:37h
Eleitas

O que a nova bancada feminina pode fazer por Mossoró

Do Blog Carol Ribeiro

A nova Câmara Municipal de Mossoró, que assume em 2017, traz, entre os vereadores eleitos, cinco mulheres. Elas passam a representar 23% da casa e ultrapassam a média nacional de mulheres nas casas legislativas, que é de 10%.

Mas por que o feito tem sido comentado e comemorado?

O aumento de uma bancada feminina, assim como toda a participação de mulheres na política, representa o retrato de sua participação na sociedade. No Brasil, a discriminação cultural à mulher perdura até hoje em várias formas. Um exemplo disso é a ideia de que existem posições destinadas somente às mulheres e outras somente aos homens, como o espaço doméstico e um plenário, respectivamente.

Aline, Isolda, Izabel, Maria e Sandra formam "bancada feminina"

As mulheres já provaram, no entanto, e é óbvio, que possuem capacidades e habilidades para ocupar cargos e responsabilidades bem além do que a sociedade tem permitido. Isso quando são incentivadas a vencer os preconceitos e furar os bloqueios de grande parte das comunidades.

Seria importante modificar a mentalidade da sociedade, para que abrisse os diversos espaços e possibilidades à igualdade dos gêneros, com objetivo do fim da discriminação e o aumento da diversidade.

Um grupo de indivíduos que têm experiências homogêneas ao longo da vida – por partilhar das mesmas condições sociais, ter a mesma cor, o mesmo sexo ou o mesmo nível de escolaridade – tende a tomar decisões sem discussões mais profundas nem elementos diversos, o que pode gerar decisões limitadas.

Dessa forma, a luta por essa inclusão passa por englobar, nos espaços de poder e tomada de decisão política – que afetam toda a sociedade – pessoas com perspectivas e experiências diversas. O que não significa que a simples presença da mulher – ou de outros grupos de minorias – possa afastar a possibilidade de decisões limitadas.

Mas aumentam as chances de se alcançar decisões de visões amplas a partir do ambiente plural. Por isso, se espera que a nova bancada feminina na Câmara Municipal possa ter consciência de que possui a chance de promover – sob um novo olhar – a discussão de projetos diversos, além de causas voltadas às mulheres no âmbito municipal.

Feminismo e política no Brasil

Grupos feministas costumam afirmar que a composição partidária brasileira reflete o patriarcalismo da sociedade.

O discurso de que as mulheres são minoria nos espaços de poder simplesmente por que não gostam de política é bastante questionável: ora, a maioria das mulheres não se interessa por política porque nunca foram inseridas em espaços políticos. Pelo contrário. Não tem sido pequena, nem recente, a luta das mulheres por inserção no país.

No Brasil,  as mulheres são mais da metade da população (51%) e também são a maioria do eleitorado do País (52,05%).

Porém, são poucas as que têm acesso aos cargos eletivos na política formal, onde são definidas as principais diretrizes e políticas públicas da nação.

Atualmente, temos 51 deputadas federais – de um total de 513 assentos – o que equivale a 9,9% do total.

No Senado Federal, por sua vez, temos 13 senadoras, totalizando 16% das cadeiras.

No ano passado, o Congresso Nacional rejeitou uma Proposta de Emenda à Constituição que pedia a reserva de 10% das vagas para deputadas, senadoras e vereadoras, aumentando gradativamente, pelos próximos 12 anos, a proporção para 15%.

O Código Eleitoral estabelece a exigência de se investir 5% do Fundo Partidário na formação de lideranças femininas e a reserva de 10% do tempo de propaganda partidária para as mulheres, mas não há comprovação de que a regra é cumprida.

Nota do Blog Carlos Santos – As vereadores eleitas no último domingo (2), em Mossoró, foram Aline Couto (PHS), Isolda Dantas (PT), Izabel Montenegro (PMDB, reeleita), Maria das Malhas (PSD) e Sandra Rosado (PSB).

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sábado - 08/10/2016 - 19:42h
Mossoró

Futuro das UPA’s é uma incógnita para próximos meses

UPA's têm 146 médicos atuando (Foto: ilustrativa)

O atendimento médico nas três Unidades de Pronto-Atendimento (UPA’s) de Mossoró está garantido até o final deste mês. Depois… Bem, depois é ainda uma incógnita.

O Governo Francisco José Júnior (PSD) tenta administrar um déficit milionário e ainda não dimensionado pela população, até o final da gestão em 31 de dezembro próximo.

Mas para os meses de novembro e dezembro, a atuação de 146 médicos da Serviços de Assistência Médica e Ambulatorial Ltda (SAMA), empresa terceirizada que atua nas UPA’s, não tem qualquer definição. Garantia mesmo só até final deste mês.

Atendimento

O próprio futuro das UPA’s é algo incerto na próxima administração, tamanha a complexidade do sistema de saúde do município e o custo de três equipamentos desses funcionando.

A média é de 1.333 atendimentos por dia nessas UPA´s, volume cumulativo da ordem de 40 mil por mês.

Em dias de pico, principalmente em épocas de viroses, já ocorreram mais de 2.500 atendimentos em 24 horas.

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sábado - 08/10/2016 - 19:28h
Mossoró

Aeroporto realiza operações perigosas envolvendo altas somas

Só esta semana, o Aeroporto Dix-sept Rosado registrou três movimentos de pouso/decolagem de aeronave com transporte de valores. O procedimento acontece há anos, mesmo sem que haja obediência de todas as exigências de segurança.

O fato é do conhecimento da administração do aeroporto, que é da responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) do Governo do Estado.

Aeronave foi abordada por bandidos que levaram cerca de R$ 20 milhões (Foto: Web)

Os malotes com altas quantias são entregues à empresa responsável pelo transporte terrestre em carros-fortes. A partir daí é feita a logística de distribuição na cidade e região.

Todo aeroporto que faz esse tipo de operação tem que ter o PSA (Plano de Segurança de Aeroporto), estabelecido pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

A Anac cientificou a Administração do Dix-sept Rosado sobre esse tipo de operação no primeiro semestre de 2013.

Assalto milionário

No interior de São Paulo, essa semana, ocorreu um assalto cinematográfico à aeronave que transportava malotes com numerário. Ao pousar no aeroporto de Ourinhos, o avião foi cercado por bandidos com armamento pesado e carros blindados.

De acordo com informações da Polícia Militar (PM), entre oito e dez homens fortemente armados invadiram o aeroporto em duas caminhonetes Toyota Hilux de cor preta por volta das 16h20, no momento em que a aeronave pousava com oito malotes.

Levaram cerca de 20 milhões.

Veja detalhes AQUI.

Nota do Blog – No início dos anos 80, ficou célebre na crônica policial do RN, com repercussão no país, o assalto dos 94 milhões em Mossoró.

O operação teve desdobramentos a partir do aeroporto local, com enredo carregado de fugas, assassinatos etc.

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sábado - 08/10/2016 - 19:00h
Aberração

Arena das Dunas é bancado por Estado, mas times se afastam

Segundo o jornal Folha de São Paulo em sua edição de hoje, os principais times da capital do Rio Grande do Norte – ABC e América – se afastam de compromissos com o estádio Arena das Dunas, por ser inviável financeiramente. O próprio Governo do Estado convive com um prejuízo que poderá chegar a R$ 451,77 milhões ao final da negociação com o consórcio que administra esse equipamento multiuso.

Arena das Dunas teve recursos reduzidos, mas soma é ainda considerável para o Estado (Foto: Canindé Soares)

Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte aponta que o prejuízo com o estádio pode chegar até a R$ 451,77 milhões caso não haja alterações no atual contato de administração do estádio.

A empreiteira OAS e o governo potiguar dividem a administração do estádio, cujos custos operacionais são estimados em R$ 90 mil, mas tem atraído pouco público a seus jogoga, com o América tendo uma média de público de 4 mil pessoas durante a temporada.

Decisão equivocada

O Mecão inaugurará um estádio próprio em breve e, enquanto jogar na Arena das Dunas, apenas usa parte da capacidade total do estádio para evitar mais gastos. Já o ABC decidiu romper o contrato de uso do campo e voltou ao seu estádio próprio, o Frasqueirão.

“Jogar na Arena da Dunas foi uma decisão equivocada da administração anterior. A operação de lá é caríssima e não serve para nossa realidade”, declarou o presidente abecedista, Judas Tadeu.

“Quando jogamos lá, não sobra quase nada para o clube. O importante dessa experiência é que nos forçou a encarar o futebol mais profissionalmente. Até a inauguração de nosso estádio, temos que continuar jogando na Arena” apontou o diretor jurídico americano, Diogo Pignatário.

O Estado repassava quase R$ 12 milhões mês para o consórcio comandado pela OAS. Mas decisão judicial obstruiu esse pagamento de abril a agosto deste ano.

O consórcio conseguiu, também na Justiça, a retomada do desembolso, mas dessa feita num montante mais “modesto”, que fica em cima de R$ 9 milhões por mês.

Nota do Blog – Estava escrito que isso iria acontecer. A megalomania de alguns lunáticos e a politicalha produziram esse crime contra os potiguares, a grande maioria impedida de entrar no Arena, em face de seus ingressos proibitivos.

Veja matéria completa AQUI, mostrando a aberração do Arena das Dunas, num estado em que a Saúde Pública e a Segurança estão em situação caótica.

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  • Repet
sábado - 08/10/2016 - 18:31h
Nota

Governo explica o porquê de decisão sobre Hospital da Mulher

O Governo do Estado emitiu Nota Oficial sobre sua decisão relativa ao fechamento do Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, situado em Mossoró.

Nessa sexta-feira (7), movimento formado por servidores, sindicalistas e segmentos organizados da população defendeu em passeata a manutenção dos serviços do hospital.

Protesto nessa sexta-feira lutou contra fechamento do Hospital da Mulher (Foto: redes sociais)

Veja a nota abaixo:

O Governo do Estado esclarece que a transferência de serviços do Hospital da Mulher para a Apamim, em Mossoró, é uma decisão que resulta de acordo Judicial, feito em reunião onde estavam presentes três juízes e promotores estaduais e federais, Conselho Regional de Medicina, secretária municipal de Mossoró e secretário estadual de Saúde.

Em Mossoró estavam coexistindo duas instituições de saúde com mesmo perfil assistencial que não estavam cumprindo seu papel de forma minimamente aceitável, pois competiam pelos escassos recursos financeiros do SUS. Portanto, a decisão foi pela realocação dos serviços, a fim de melhor atender a população.

A fusão dos dois serviços visa ainda a otimização dos recursos financeiros, tecnológicos e humanos, tornando uma das unidades mais resolutiva. Nesta unidade, no caso a Apamim, a oferta de serviços será ampliada em mais de 20 %.

Só os leitos de UTI neonatal passarão dos atuais 10 leitos para 17 leitos equipados adequadamente e assistidos por profissionais em número suficiente e altamente qualificado.

A perspectiva é de serem realizados aproximadamente 600 partos ao mês, entre outros serviços que também serão ampliados, sem prejuízo à parte mais importante nesse processo, a população mossoroense.

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Categoria(s): Administração Pública / Saúde
sábado - 08/10/2016 - 17:44h
Hoje

Morre em Natal o médico mossoroense Ernani Rosado

Faleceu hoje em Natal, o médico e professor Ernani Rosado, 82.

Ernani: perda (Foto: Web)

Estava internado há alguns dias na Casa de Saúde São Lucas.

Deixa legado incomensurável e muitos amigos.

Mossoroense, um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do RN  (UFRN), ele foi professor de todos os médicos graduados na UFRN, até 1995, e ajudou a implantar a Faculdade de Ciência da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), a qual lhe concedeu o título de Doutor Honoris Causa.

Militou na radiofonia esportiva, enveredou pela literatura e compôs a Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL).

Foi sepultado no final da tarde de hoje em Natal, no Cemitério de Nova Descoberta.

Que descanse em paz.

O homem e alguns depoimentos

Médico e professor Francisco Edilson Leite Pinto Júnior:

“Perdi meu PAI quando tinha três meses de idade em um acidente de carro. Resolvi adotar outro PAI nos tribunais do coração quando estava fazendo Medicina aos dezenove anos. Hoje, ele resolveu partir novamente. E pela segunda vez estarei enterrando-o  Estou muito triste”

Médico Ion Andrade:

“Uma perda. O professor Ernani tinha uma memória prodigiosa. Uma vez, vejam só, quinze anos depois de formado, ou mais, encontrei com o dr. Ernani. Ele me disse com aquele jeito afável e amigo:

– Ion, o seu nome não está em nenhuma placa.

Perplexo com a capacidade de observação do professor eu disse:

– É verdade professor. Eu fiz um estágio rotativo de pediatria fora, fechei durante o ano em que fui presidente do DVR, as disciplinas da manhã num semestre e as da tarde no outro e, por isso, colei grau em separado.

Então, incrivelmente, naquela altura dos quinze, vinte anos de formado, só duas pessoas sabiam que o meu nome não constava de nenhuma placa, eu e o professor Ernani. Então aquele ser humano notável tinha um zelo por todos os seus alunos. Independentemente do tempo.”

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sexta-feira - 07/10/2016 - 23:56h

Pensando bem…

“A maioria das pessoas pensa que, no diálogo, o mais importante é a palavra. Engano: o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão”.

Nelson Rodrigues

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sexta-feira - 07/10/2016 - 22:52h
Hoje

ABC vence no Frasqueirão e retorna à Série B do Brasileirão

Por Heilysmar Lima (do Portal Noar)

O ABC está de volta à Série B do Campeonato Brasileiro. Na noite desta sexta-feira (7), o Alvinegro venceu o Botafogo-SP por 1 a 0 e garantiu o acesso. O gol do acesso foi marcado pelo meia Erivelton, no segundo tempo de jogo.

Com a vitória, além da subida, o time potiguar se garante na semifinal da Série C do Brasileirão. O adversário será Guarani ou ASA-AL, que se enfrentam neste sábado (8). No jogo de ida, os alagoanos venceram por 3 a 1.

O jogo

Com as duas equipes precisando do resultado, o primeiro tempo foi truncado no estádio Frasqueirão e as chances de gols foram escassas. O ABC tentou aos 6 minutos, mas o chute de Jones passou por cima da trave.

Aos 9 minutos, após cobrança de falta, o goleiro Edson saiu mal do gol e se chocou com o atacante Tiago Marques. O camisa 1 sentiu uma pancada no pé esquerdo e foi atendido. Depois de alguns minutos, o jogo foi reiniciado.

Aos 16, mais uma tentativa. Após bola alçada na área, Neneca saiu mal, a bola sobrou para Lúcio Flávio, que jogou novamente na direção do gol. No entanto, nenhum abecedista apareceu para marcar.

O confronto seguiu equilibrado. Aos 45, o ABC conseguiu marcar. Porém, o desvio de Erivelton foi anulado pela arbitragem, que flagrou o jogador em posição irregular. Em seguida, o susto foi dado pelo Botafogo. Depois de cruzamento, Daniel Borges tentou desviar, mas mandou para fora.

O lance sacramentou o fim do primeiro tempo e deu início a uma confusão entre os jogadores das duas equipes, rapidamente apaziguada. Por causa da confusão, Nando, do ABC, e Filipe, do Botafogo, foram expulsos pelo árbitro Bráulio da Silva Machado.

Sem sentir falta do centro-avante, o ABC foi ao ataque e chegou ao gol aos 9 minutos. Gustavo Bastos foi mais esperto do que o adversário, roubou a bola e tocou “de três dedos” para Erivelton. O meia ajeitou de cabeça e bateu na saída do goleiro.

Veja os melhores momentos:

O revés acordou o Botafogo, que foi ao ataque. Aos 14 minutos, o time paulista assustou. Serginho invadiu a área, se livrou da marcação e bateu cruzado. O goleiro Edson fez linda defesa. Em seguida, aos 17, o camisa 1 do ABC apareceu novamente. Desta vez, em chute de Tiago Marques, que ficou com a bola em saída errada do alvinegro.

Travado e nervoso, o jogo seguiu sem muitos lances ofensivos. Em contrapartida, com muitas faltas e cartões. Aos 42, o Botafogo perdeu o atacante Isac, que agrediu o meia Echeverria e foi expulso.

Já nos acréscimos, Caio Mancha teve a chance de “matar o jogo”, mas o chute foi defendido por Neneca. O time visitante ainda tentou o empate, mas não conseguiu. O acesso ficou mesmo com o ABC.

Ficha Técnica

Local: Estádio Frasqueirão, Natal-RN;

Árbitro: Bráulio da Silva Machado – SC;

Cartões amarelos: Anderson Pedra, Caio Mancha (ABC); Guly, Isac (Botafogo-SP)

Cartões vermelhos: Nando (ABC), Filipe (Botafogo-SP);

ABC: Edson, Filipi Sousa, Gustavo Bastos, Cleiton e Márcio Passos; Anderson Pedra, Guedes, Erivelton e Lúcio Flávio (Echeverria); Nando e Jones. Técnico: Geninho.

Botafogo-SP: Neneca, Daniel Borges, Filipe, Matheus Mancini e Diego Pituca; Rodrigo Thiesen (Mirita), Derli (Diogo Campos), Guly e Zotti; Tiago Marques (Isac) e Serginho. Técnico: Márcio Fernandes.

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Categoria(s): Esporte
  • San Valle Rodape GIF
sexta-feira - 07/10/2016 - 22:21h
RN

Fim de mandato tem exonerações e mais cortes em prefeituras

Final de ano será de muito mais arrocho em dezenas de prefeituras no RN. Principalmente, naquelas em que o prefeito não se reelegeu ou não fez o sucessor.

Duas explicações para apertar o “cinto”: Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e dificuldade real de cobertura dos compromissos no final de ano.

Abundam as portarias com exonerações e o quadro deverá ser esse nos próximos dias e semanas.

As contas não fecham e a corrida é contra o tempo também.

Em alguns casos, fala-se até em “caça às bruxas”, àqueles eleitores infiéis.

Mais do que isso: é questão de matemática mesmo.

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Categoria(s): Administração Pública
sexta-feira - 07/10/2016 - 19:06h
Hospital da Mulher

A “agilidade” da Câmara Municipal de Mossoró

A Câmara de Mossoró vai realizar quinta-feira (13), às 9h, Audiência Publica sobre fechamento do Hospital da Mulher Parteira Maria Correira.

Até lá, fecha.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) faz as últimas transferências para a Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR) – ou Hospital Maternidade Almeida Castro (HMAC), como queira.

Vá entender.

Sostô!

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Categoria(s): Política / Saúde
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