“Os homens amam a verdade quando os ilumina e a odeiam quando os acusa.”
Santo Agostinho
Jornalismo com Opinião
“Os homens amam a verdade quando os ilumina e a odeiam quando os acusa.”
Santo Agostinho
A presidente do PSB, Wilma de Faria, se reuniu com a deputada federal petista Fátima Bezerra na noite desta segunda-feira (19). Em pauta, além da análise dos últimos acontecimentos da conjuntura política nacional e estadual, os objetivos dos seus partidos rumo às eleições 2014.
Para elas, o bom momento para a oposição – diante da alta rejeição ao Governo Rosalba Ciarlini (DEM) – é um fato que precisa ser bem trabalhado. Desta maneira, discutiram sobre as alianças possíveis, assim como candidaturas que estão sendo sinalizadas dentro do grupo e fora dele e suas chances de êxito nas eleições 2014.
A ideia é viabilizar o crescimento da oposição construindo um projeto de resgate do Rio Grande do Norte para ser apresentado em breve ao eleitor potiguar.Wilma observou que continuará reuniões com partidos da oposição (já se reuniu com o PT, PC do B, PSD e próximos encontros devem ser com PDT, PPS, PHS e PRB) e Fátima informou que após uma rodada de conversa com partidos aliados no primeiro semestre, o PT está agora na fase de conclusão dos ciclos de seminários regionais. Mas que deve retomar diálogo e algumas reuniões já estariam sendo marcadas.
Nota do Blog – E o PMDB?
O peemedebismo em seu triângulo político com Rosalba e Dilma Rousseff (PT) ainda tem cartas na manga.
Deputado estadual, ex-vice-governador e ex-governador do Estado, Vivaldo Dantas faz algumas reflexões sobre o presente e futuro da política potiguar.
“É possível esta aliança! Pelo faro político que tenho o PMDB está se distanciando do DEM, de Rosalba Ciarlini(DEM), e tudo indica que vai ter candidato próprio”, afirma.
“Sem Wilma de Faria (PSB) no palanque, o PMDB não elege nem Garibaldi Filho (PMDB). Acho que a fase de Henrique Alves (PMDB) querer continuar com Rosalba, passou. Creio que tanto Henrique quanto Garibaldi pensam em chapa própria, e planejam se unir à Wilma, que é quem tem mais votos hoje”, argumenta.
“Em seguida, acrescenta: “Todo descontentamento da população do Rio Grande do Norte com o atual governo, quem faturou foi Wilma. Está ai a preocupação do PMDB se compor com Wilma: para garantir o Governo do Estado”, disse.
Nota do Blog – Matreiro, Vivaldo saúda xarias e canguleiros, palestinos e israelitas, em benefício próprio.
Wilma não é indispensável ao PMDB, nem tem-se capitalizado com a crise para ser “a bola da vez”. Se assim o fosse, não seria ela a ajudar ao PMDB, mas o contrário.
O discurso do astuto Vivaldo em relação à Rosalba mudou diametralmente.
Compreensível. A “Rosa”, em sua ótica, já deu o que tinha que dar.
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) disse esta noite, após reunião com o secretariado, que seu governo, ao contrário do que vem ocorrendo em outros estados, “optou pela preservação dos empregos dos servidores”.
A governadora se referia ao decreto que assinou no mês passado proibindo despesas com passagens, diárias, combustível, energia, telefone e locação de carros.
O enxugamento nos Estados chega a R$ 9,6 bilhões, com saldo ainda de 4.000 funcionários dispensados e seis secretarias extintas.
Os governos afirmam que as medidas são necessárias diante da queda de receita. No Rio Grande do Norte, a frustração de receita supera os R$ 400 milhões.
Rosalba disse que todos os secretários de Estado estão colaborando com a redução do custeio.
Com informações do Governo do Estado.
Duas instituições públicas federais, com papeis distintos, mas estratégicos, estão em choque silencioso em Mossoró.
Pior para quem?
Para usuários de seus serviços.
Os Correios e a Caixa Econômica Federal (CEF) vivem relação conflituosa. A empresa postal sobrecarrega a instituição financeira sem entregar centenas e milhares de correspondências emitidas por ela.
Um exemplo grotesco é o conjunto Monsenhor Américo Simonetti, com mais de 800 unidades do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Os Correios não entregam uma única cobrança aos mutuários.
Com a falha em massa, CEF precisa se virar para cobrir esse vácuo. O assunto promete ser tratado administrativamente, num nível superior.
A prefeita Cláudia Regina (DEM) entregou na manhã desta segunda-feira, 19, a Unidade de Educação Infantil Júlio Galdino, no bairro Aeroporto. A prefeitura investiu cerca de 250 mil reais na reforma da unidade.
A UEI que atende a população do bairro e áreas adjacentes já conta com de 250 alunos matriculados.
A prefeita acompanhada de secretários, vereadores e auxiliares, participou da visita inaugural e foi recebida pelos alunos.
A Unidade é composta por 07 salas de aula, 01 sala para secretaria/ direção, 02 banheiros para funcionários, 02 banheiros para alunos, 01 cozinha, 01 dispensa, 01 área de serviço com lavanderia, 01 área de recreação com refeitório e um 01 playground. O equipamento atende o padrão exigido pelo MEC, garantindo a acessibilidade aos portadores de necessidades especiais.
A UEI funciona através de parceria entre o município e o Centro Social Francisco Dantas, responsável pelo acompanhamento das atividades da unidade. Atualmente, 250 crianças com idades entre 2 e 5 anos são atendidas, com alimenta& ccedil;ão e educação de qualidade.
Com informações da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Mossoró.
Do Blog Território Livre
Sabe-se que uma imagem vale mais que mil palavras, assim como o corpo fala mais que muitos diálogos.
No registro de Márlio Forte durante o Motores do Desenvolvimento esta manhã, a sintonia – gestual – entre os primos Garibaldi, Henrique e Carlos Eduardo Alves.
Mão no queixo… em compasso de espera!
A ministra Izabela Teixeira (Meio Ambiente) falou sobre sustentabilidade no evento promovido em Natal pelo jornal Tribuna do Norte, Fiern e outros parceiros.
Graça Foster, presidente da Petrobras, abordou investimentos da estatal para retomada da produção em terra, no RN.
O Governo do Estado do Rio Grande do Norte publicará nessa terça-feira (20), no Diário Oficial, convocação de 222 aprovados no concurso público para provimento de cargos efetivos realizado em 2010 pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
Os convocados ficarão lotados no Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, em Mossoró.
O Governo Rosalba Ciarlini (DEM) levou um ano e cinco meses para fazer o que o Ministério Público recomendava e os concursados apelavam de forma aflitiva.
Nesse ínterim, duas entidades terceirizadas passaram pela gestão, além de se implantar uma intervenção judicial de 90 dias, renovada por igual período.
Anote também milhões de recursos públicos comprovadamente desviados.
Pobre RN Sem Sorte.
Valéria Torres da Costa e Silva, pernambucana que atuou na equipe de marketing da campanha de Rosalba Ciarlini (DEM) ao governo, em 2010, está “engatilhada” para ser titular da Comunicação do Estado.
Valéria há tempos que é, de fato, quem dá as cartas nessa pasta, como adjunta.
A iminente mudança, em lugar do jornalista Edilson Braga, “Braguinha” (veja postagem abaixo), aprofunda a “Micarlização” do Governo Rosalba Ciarlini (DEM).
O troca-troca de auxiliares foi uma das características da gestão Micarla de Sousa, ex-prefeita do Natal.
Do Blog Panorama Político
O Governo Rosalba Ciarlini (DEM) fará mais uma mudança no primeiro escalão. Desta vez será na pasta da Comunicação.
Informações extra-oficiais apontam que está em curso um novo planejamento para a área.
Um novo nome para assumir a pasta, atualmente ocupada pelo jornalista Edilson Braga, está em análise.
Nota do Blog Carlos Santos – O novo nome deverá sair da própria equipe da Comunicação.
É nome oriundo do Pernambuco.
Aguardemos.
Pela Comunicação já passaram Alexandre Mulatinho e Paulo Araújo.
Por enquanto está Edilson Braga.
“Qualquer pessoa pode encolerizar-se. É fácil. Mas encolerizar-se com a pessoa certa, no grau certo, no momento certo, pela razão certa e da forma certa – isso não é fácil.”
Aristóteles
O diretor-geral do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), pela terceira vez, médico Eider Medeiros, desabafou. Despejou o que queria dizer à própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM). De corpo presente.
Recebido na Governadoria, em Natal, disparou com aquele seu jeito compassado no falar: se o governo tivesse botado mais de R$ 2 milhões/mês no HRTM e Hospital da Polícia, em vez de despejá-los na aventura do Hospital da Mulher, o quadro de saúde pública em Mossoró e região daria resultados infinitamente maiores, inclusive à imagem governista.
A conversa entre ambos deixou Rosalba desconsertada. Como é de praxe, ela voltou a prometer mudanças, novidades e investimentos.
Eider – com a proximidade política que possui – falou o que muitos temem comentar ou afirmar claramente, para não desagradar a governante e o líder do seu grupo, chefe de Gabinete Civil e ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM).
O HRTM, apesar de sua enorme importância, ficou em segundo plano nos projetos do governismo, que enxergou na implantação do Hospital da Mulher um meio de se capitalizar mais politicamente. Essa era a prioridade, não a saúde.
O diretor Eider não entende tamanho desatino, porque seu olhar não alcança as estepes frias do pensamento político do rosalbismo. A criação do Hospital da Mulher surgiu para fazer frente à Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR), em termos de resultados e conceito público, para produzir resultados eleitoreiros imediatos.
A meta foi alcançada, do ponto de vista político-eleitoral e com um custo milionário. O próprio governo admitiu, numa auditoria interna, que mais de R$ 8,4 milhões foram desviados.
Tarcísio Maia
Esse equipamento de saúde foi usado fartamente como peça de divulgação na campanha municipal do ano passado. Paralelamente, uma rede de comunicação-propaganda satanizava e tentava fechar a CSDR, controlada por esquema político adversário.
Noutra frente, com saúde municipalizada, a Prefeitura de Mossoró criava dificuldades de manutenção da CSDR. Chegou a segurar por cerca de nove meses a liberação de cerca de R$ 560 mil, comprometendo vidas e espalhando ressentimentos de médicos e outros servidores da institituição.
Na verdade, utilizar essa estratégia de manipulação da Saúde não é algo raro ou isolado na história política de Mossoró e Rio Grande do Norte.
O próprio Tarcísio Maia, que “nasceu” com o nome de “Tancredo Neves”, foi parido com um objetivo prioritariamente político-eleitoral pelo grupo Maia, gestão do governador José Agripino (PFL, hoje DEM) – em 1986.
“Remédio”
Brigado com o sistema político do primo e deputado federal Vingt Rosado, o ex-governador Tarcísio Maia e seu filho Agripino identificaram a saúde como umas das principais forças catalizadoras de votos adversários durante décadas. Precisava ser combatida.
O “remédio” a ser usado para aplacar essa influência seria na mesma moeda.
Daí veio a ideia do hospital regional, que pesquisa de opinião pública reforçou como necessário. Coube ao então secretário da Saúde, Leônidas Ferreira, agilizar providências para implantação desse equipamento.
De lá para cá, como sempre, milhares e milhares de pessoas indefesas, manipuladas e usadas, sofrem com essa guerra pelo poder.
As maiores e contínuas baixas não estão de um lado nem do outro. A patuleia indefesa – no meio das batalhas – paga às vezes com a própria vida por tamanho desatino.
Por Martha Medeiros
Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente… É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.
Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.
Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes. Será que nada dá errado pra eles?
Dá aos montes.
Só que, para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.
O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote.
Que “audácia” contrariá-los!
São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.
Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente.
O mundo versus eles. Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça… Pra ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco pra tudo o que eu tenho que fazer, então não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.
Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a “porta do lado” e vou tratar do que é importante de fato.
Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado.
Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não estrague o seu dia… Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
Lembre-se, o humor é contagiante – para o bem e para o mal – portanto, sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
A “Porta do lado” pode ser uma boa entrada ou uma boa saída…
Experimente!
Martha Medeiros é jornalista, escritora e cronista
Cá pra nós e o povo da rua: aquela voz anasalada e arrastada, de quem parece sempre à beira do rio, pescando, sob a sombra de uma oiticica, não me convence.
O senador-ministro Garibaldi Filho (PMDB) descartou – mas não está descartado à campanha 2014 – como candidato a governador pela quarta vez (venceu em 1994 e 1998, perdeu em 2006).
Faz o de sempre: contorcionismo verbal.
Plano de voltar a ser governador está sepultado?
Nadica de nada.
Com aquele jeito manso, de quem caiu da rede e resolveu brincar com a varanda, Garibaldi bota bode na chuva, escala paredes de costas e conserta relógio com luvas de boxe.
Vamos aguardar os acontecimentos.
Ouvido ao chão.
A hipótese da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) continuar no mandato até o final e não ser candidata à reeleição, no próximo ano, passou a ser listada no governismo e entre aliados de peso. Seu governo está fragmentado, sem qualquer sinalizador de reação ou de apoio popular.
Rosalba é refém do PMDB e do grupo Alves. Depende deles, mais do que nunca, para ganhar sobrevida ou até mesmo sonhar com uma pouco provável reeleição.
Permanecer no Governo do Estado até o final dos quatro anos, pode ser o possível e algo até honroso, diante de tudo que tem vivido e ainda pode se meter.
Sua compensação viria adiante, com ingresso em nova sigla aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), em caso de reeleição dela, tendo espaço num alto cargo da República.
Os “pauzinhos” estão sendo mexidos para formatação de um conjunto de interesses, que aposta na manutenção do poder, mesmo que com algumas sequelas e defecções.
Claro que nessa “arrumação”, o senador José Agripino, visceral adversário de Dilma, não está incluído.
Na oposição, lideranças do PSB, PT e PSD parecem que finalmente se tocaram.
Depois de muito esperarem pelo PMDB, procuram se mexer na montagem de uma aliança alternativa à Rosalba e às vontades dos líderes peemedebistas.
Infelizmente, para o cidadão comum potiguar, nada parece diferenciado, arrojado e digno de galvanizar a massa.
O vereador Soldado Jadson (PT do B) é autor de um projeto de lei que autoriza a Prefeitura de Mossoró a pagar a conta de energia elétrica do Hospital da Solidariedade em Mossoró com parte dos recursos oriundos da Contribuição para Iluminação Pública – CIP. Uma proposição de largo alcance social.
O hospital, apesar de receber ajuda governamental, depende de doações para funcionar e por isso as dificuldades são muitas. Recentemente a unidade chegou até mesmo a ter o seu fornecimento de energia elétrica cortada por falta de pagamento, fato que por pouco não comprometeu os caros equipamentos de radioterapia.
O Hospital da Solidariedade, administrado pela Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC), passou a realizar procedimentos de radioterapia com equipamentos sofisticados fazendo com que Mossoró seja hoje destaque a nível nacional neste tipo de tratamento.
Importância
“O mais importante é que tudo isso é gratuito para a população de Mossoró e região que não mais precisará se deslocar para outras cidades e mesmo outros estados na busca de tratamento”, argumenta o vereador.
Para o Soldado Jadson, “a idéia é fornecer meios legais da Prefeitura ajudar esse importante centro de tratamento o qual passa por muitas dificuldades para se manter. Por isso entramos com esse projeto de lei e esperamos contar com o apoio de nossos colegas vereadores e da própria prefeita Cláudia Regina (DEM),” destaca Jadson.
O projeto, que já foi protocolado na secretaria da Câmara Municipal de Mossoró, também já foi lido em plenário e agora tramita nas comissões da Casa. Caso aprovado na Câmara o projeto seguirá para sanção da prefeita. A LMECC enviou, esta semana, telegrama a todos os vereadores pedindo o apoio para o projeto.
Por Franklin Jorge
Tucídides, historiador e comandante naval que viveu em 460 antes de Cristo sobreviveu à peste e a descreveu, objetiva e subjetivamente, como depoimento pessoal e como testemunha ocular dos fatos narrados em curto e contundente relato.
Assim pode escrever que, enquanto homens morriam como mosquitos, à sua volta, “nenhum temor às leis divinas os refreava”. Era cada um por si e pela hora da morte.
Escreveu e pôs em palavras a própria experiência que desde então dá uma descrição da peste.
Como uma presa da epidemia que avassalou Atenas, sentiu Tucidides em seu íntimo – como os seus demais companheiros de infortúnio – que uma sentença bastante mais severa lhes fora, irrevogavelmente, proferida e esta anulava decretos e costumes humanos. E, antes que a sentença se cumprisse, queriam todos ainda extrair algum prazer da vida.
Ora, a ordem do mundo se inverte tão logo a peste é reconhecida, adverte-nos Elias Canetti [1905-1994] em sua obra magna de pensador provocado pelo fenômeno das massas, quando ele se reporta em um denso e curto ensaio sobre o horror que reina sob o domínio da peste. Sabe-se já que a peste não desaguará em outra coisa senão na morte conjunta de todos, e isto, por si, explica toda descrença e revolta.
Na iminência do extermínio físico, os vínculos morais entre os homens são extintos e prevalece como padrão a ânsia e o instinto de sobrevivência que faz o homem, ainda que agonizante, lutar pela vida até o último suspiro. Eis, pois, o que a peste tem em comum com o terremoto: a aniquilação total, segundo a síntese de Tucidides que a vivenciou na alma e na própria pele.
Em sua ação cumulativa, parece ter a peste sobre os homens o efeito de um cataclisma. No começo da peste, poucos são os apanhados. E no fim do ciclo pestilencial – que pode durar meses e até um ano inteiro -, poucos são testemunhas de uma grande mortandade, como nos terremotos.
Por um processo semelhante ao da peste, sorrateiramente, um partido da mais alta periculosidade, encapuzado de PT, infiltrou-se por toda a parte contaminando com o vírus deletério da corrupção a máquina do Estado e, de maneira contundente desconstruindo os costumes, urdindo em surdina a dissolução da família e estimulando conflitos raciais e de fé entre brasileiros que antes não se digladiavam e viviam em paz.
E, como resultado desse processo de desmonte da nação, instituições abaladas; corrupção e impunidade como faces de uma mesma moeda em que se transformou, aos olhos do mundo, o país de Macunaíma regido pelo lullupetismo.
Foi o que aconteceu no último decênio que solapou a paz pública sob a bandeira de um partido – ou facção partidária – oriunda do sindicalismo e amamentada de ideias marxistas e gramscianas, em uma permanente luta pelo poder através da doutrinação e do aparelhamento do estado por hordas de militantes dispostos a tudo.
O Brasil tornou-se um subproduto dessa ideologia que aspira ao totalitarismo. A república da esbórnia, do crime e duma pseudo democracia, isto é, do populismo irresponsável e incontinente, para ludibriar incautos.
Nenhum partido terá produzido entre nós uma herança mais deletéria. O PT, do qual resultou esse caldo de culturas socialistas que contaminou e infeccionou a democracia, fazendo do país o que é sob o desgoverno petista.
Mancomunados com dirigentes das mais execráveis tiranias – como as que integram o Foro de São Paulo -, armou o PT uma teia criminosa e tem tentado em todas as ocasiões controlar e amordaçar a imprensa e a internet, privando-nos a todos da liberdade de opinião, dos principais pilares de uma democracia firme.
Promoveu a cultura dos trabalhadores que, como sabemos, prega o ressentimento, separa e confronta, acirrando a luta de classes.
A participação de membros do governo ou dele beneficiários em confrontos de rua, agindo como vândalos, tenta desacreditar um movimento que brotou da indignação dos brasileiros. Todo esse descalabro sem nome sedimentou-se e expandiu-se ao longo desses últimos dez anos sem que nos déssemos conta da sabotagem do PT contra a democracia e o seu empenho incansável em domesticar a opinião e manietar a imprensa, sempre em seu ansiado projeto de transformação do Brasil em um gulag bolivariano.
Em resumo, o PT tem sido uma peste em nossas vidas. E, se Hannah Arendt tivesse conhecido essa realidade que todos de alguma maneira vivenciamos a cada momento, diria: Quem sobreviver ao lullismo viverá entre ruínas.
Franklin Jorge é escritor e jornalista
Por Luiz Campos
Se a deusa inspiradora
Não negar-me inspirição
Eu vou versar uma cena
Que me chamou a atenção
De um velho e um político
Numa época de eleição.
Numa noite eu ia às trelas
Sem saber pra onde ia
Fui sair numa hodega
De uma periferia
E vi uma multidão
Fui saber o que havia.
Cheguei lá era um político
De paletó, de colete,
O bucho cheio de Whisky,
Caviar e rabanete
Improvisando um comício
Trepado num tamborete.
Como essas coisas chamam
Atenção do curioso
Eu pensei com meus botões
Não é hora de repouso
Eu vou ouvir meia hora
O político mentiroso.
O moço falava bem
Devido ter muito estudo
Puxava os “érres e ésses”
Caprichava o ponto agudo
Mas para iludir matuto
Nem precisa disso tudo.
No discurso prometia
Que se ganhasse botava
Água e luz em todo canto
Até emprego arranjava
Mas só da boca prá fora
Porque nisso nem pensava.
E prometia também
Fazer a Maternidade
Praça com parque infantil
Melhorar toda a cidade
E o povo de boca aberta
Pensando que era verdade.
De vez em quando ao outro
Candidato ele atacava
Partido bom, era o dele;
O do outro, não prestava
Apontava erros alheios
Mas os dele não mostrava.
De vez em quanto uma salva
De palmas aparecia
Porém um batia palma
Mas já outro, não batia
Um dizia: – Já ganhou;
Mas já outro não dizia.
E ele continuou
No rosário de promessa
Dizendo: – Vamos mudar
Pra melhor, a vez é essa.
Só porque todo político
Só confia na conversa.
Pedia voto pra ele
E pra outro candidato
E saiu mais de um moleque
Distribuindo retrato
Eu até recebi um
Mas joguei logo no mato.
Fiquei prestando atenção
Ouvi tin-tin por tin-tin.
Um dizia: – O homem é bom;
Outro dizia: – ele é ruim
Porque se ele prestasse
Não tava mentindo assim.
Ouvi um negro dizer:
– Vamos votar no rapaz
outro negro respondeu
– Quem votar nele só faz
retirar Jesus do trono
pra colocar satanás.
Vendo o povo dividido
Eu fiquei meio indeciso
Nisso falou um senhor,
Desses que possuem juízo
Quem votar em qualquer um
O povo tem prejuízo.
E ele continuou:
– Faço isso, faço aquilo
pois político demagogo
nem pra falar tem estilo
quando fala é “intirisse”
como cantiga de grilo.
Nesse momento um velhinho
Da idade de Noé
Desses que só dá um metro
Depois que se põe em pé
Gritou no meio do povo:
– me dê licença, seu Zé.
O senhor já falou muito;
Sei que o senhor fala bem
Mas se o senhor tem direito
Eu acho que a gente tem
Dê licença dez minutos
Que eu quero falar também.
Eu sou do século passado
Nem da minha idade eu sei.
Me criei sem ter escola
Não cresci, atrofiei
Mas em mulher e político
Até hoje não confiei.
O senhor vai desculpando
Que eu sou meio arigó
Político é como menino
Desses criado por vó
Que quer tudo quanto vê
Pede muito e come só.
Você prometo água e luz
Dizendo que é prá JÁ
Eu tenho plena certeza
Que não acontecerá
Mas se isso acontecer
De nós pobres, o que será?
Se o senhor botar luz
Todo mês cobra uma taxa
E só chega taxa alta,
Nunca chega taxa baixa
Que água e luz só dão certo
Pra quem tem grana na caixa.
E a luz tem outro troço
Entre os outros mais nojentos
Todo mês chega um papel
Cada papel, um aumento
E a gente fica sem luz
Se atrazar o pagamento.
Aumento em cima de aumento
Que de nós ninguém tem dó
Água e luz já estão mais caros
Do que mesmo o ouro em pó
Garanto que ninguém paga
Dois papéis de um preço só.
A água é do mesmo jeito
Dia tem, oito não tem
O órgão que distribui
Nunca explicou pra ninguém
Mas todo final de mês
Espere o papel que vem.
E se o asfalto passar
Acaba o nosso aveloz
Depois do tapete preto
O carro passa veloz
Pra matar nossas crianças,
Passar por cima de nós.
E essa maternidade
Isso é um plano perdido
Porque mulheres daqui
Quase todas têm marido
E as que não são ligadas
Só vivem no comprimido.
Quando o velho falou isso
O povo reconheceu
E quem gritou: – Já ganhou
Ai gritou: – já perdeu
E ele desconfiado
Do tamborete desceu.
Ainda tentou falar
Porém tudo foi em vão
Trepado não ganhou nada
Avalie tando no chão
Ainda estirou o braço
Mas ninguém pegou na mão.
Ele meio desajeitado
Pegou o carro e saiu
Com tanta velocidade
Chega a poeira cobriu
Em menos de um segundo
Numa curva se sumiu.
Mas como a derrota é triste
Eu sentí pelo rapaz…
Falar tanto, ganhar nada,
Mas quem promete e não faz
Só é bom que seja assim
Goze menos, sofra mais.
Me aproximei do velho
Perguntei: – como é seu nome?
Ele disse: – Sou José,
Mas me chamam “Deus da Fome”
Porque vivo revoltado
Com quem trabalha e não come.
Aí voltei para casa,
Fui dormir e não dormi
Passei a noite acordado
Pensando no que ouvi
E como estava sem sono
Este folheto escrevi.
Luiz Campos – (1939-2013) – Poeta mossoroense falecido à semana passada
Por Honório de Medeiros
Flanando pela Europa, mais precisamente no Leste Europeu, em abril deste, fiz uma anotação na minha agenda que tomo a liberdade de repassar para vocês:
“Todos os guias que contratamos nesta viagem, e foram quatro, falaram mal dos políticos de seus países. Será um fenômeno universal?
Às vezes tenho a sensação de que algo está para acontecer, ou seja, o desprezo, a impaciência, do povão vai se transformar em revolta – mesmo no Brasil, covarde, atoleimado – e muita desgraça acontecerá.
Nossa guia tcheca, quando lhe perguntei acerca do seu novo Presidente, respondeu: “vocês conhecem o modelo: é ignorante, demagogo e beberrão”.
Eu quis esboçar um protesto, mas deixei para lá em homenagem ao filho que ela teve com um nordestino.
A guia austríaca apontou-nos um belo prédio e comentou: “esta é a Casa do Absurdo, mais conhecida como Parlamento”.
O guia português, extremamente formal – usava o vós majestático de quando em vez – era mais sutil, mas desceu a peia verbal nos governos europeus, generalizando.
E a guia húngara, uma bela balzaquiana de pele de criança, loura, nariz afiladíssimo, olhos azuis, azuis, nos apontou a sede permanente do Circo Húngaro e nos apresentou a sua vertente irônica: “este é o segundo maior circo do País.”
“Qual é o primeiro”, perguntei. “O Parlamento”, respondeu.
Percebam que aqui as instituições funcionam, mesmo assim há essa irritação, esse desprezo, achaque constante em relação aos políticos. E esses sentimentos existem no Brasil, agravados pelo absoluto descompasso entre nossa elite dirigente, a se comportar como predador esfaimado ante o patrimônio público, e o resto do povo.
Desprezo, essa é a palavra chave. Irritação é o sentimento que está surgindo, lento, firme e constante.
Tomara que toda essa carga negativa não se transforme em ódio, mas é difícil acreditar que tanto descaso possa durar para sempre, mesmo em ditaduras…”
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN
“Muitas vezes nosso orgulho toma o lugar da nossa virtude.”
Sidney Biddulph
Os delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte entraram em estado de greve nesta sexta-feira (16). Depois de três paralisações de advertência, continuam cobrando do governo melhores condições de trabalho e pedem a nomeação dos delegados aprovados no último concurso.
Além disso, pressionam pela retirada de presos nas delegacias do interior e a desobrigação dos delegados em fazer a custódia.
Até a próxima quinta-feira (22) haverá uma nova assembleia para avaliar o resultado da reunião.
Possibilidade de tornar o que está ruim, algo ainda pior.
Rosalba Ciarlini, se dormisse de cabeça para baixo, ainda teria os morcegos como aliados. Quem sabe, até o Batman.
Mas nem isso.
Não existe um único segmento da sociedade civil, universo político ou ambiente institucional no Rio Grande do Norte, que esteja lhe estendendo a mão.
Está só.
Cada discurso que é entonado em sua defesa, coisa raríssima, é muito mais um ato de indulgência e liturgia fúnebre do que ombro solidário.
Esse governo é um cadáver insepulto. Mas nem todos os abutres vão se banquetear agora.
Ah, imprescindível que eu sublinhe: não falo com traço de sadismo.
Tenho compaixão. Esse ocaso não nos faz bem, nem ao meu estado.