terça-feira - 24/01/2023 - 11:33h
Marcelo Queiroz

Fôlego novo, ao trabalho

Marcelo Queiroz preside a Fecomércio do Rio Grande do Norte (Foto: arquivo)

Marcelo Queiroz preside a Fecomércio do Rio Grande do Norte (Foto: arquivo)

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN), Marcelo Queiroz, passou o fim de semana entre Mossoró e Tibau, mas com direito à passagem ainda por Angicos (Sertão Central), onde tem familiares.

Oportunidade para desacelerar e recarregar energias à temporada de trabalho 2023.

Foi recepcionado por dois de seus vice-presidentes na entidade e dirigentes do Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró, Michelson Frota e Jair Queiroz.

Fôlego novo, ao trabalho.

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terça-feira - 24/01/2023 - 09:22h
Opinião

O falso moralismo dança no seu próprio veneno

Do Blog Tio Colorau

Cena do filme "Cantando na Chuva", com Gene Kelly

Cena do filme “Cantando na Chuva”, com Gene Kelly

Falsos moralistas partiram para cima de um padre de Mossoró por ele ter cometido o “crime” de dançar.

Quiseram “ensinar o Pai-Nosso ao vigário”, como se fossem mais puros do que o próprio Deus.

Coisa de gente amargurada, de coração envenenado.

Nota do Canal BCS – Minha maior revolta é não ter sido convidado à festa, para ensinar meu “piseiro”.

Vou aguardar a próxima.

E o convite, lógico.

Os muros de condomínios em Tibau são muito altos.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 23:59h

Pensando bem…

Não importa o quão ruim ou lento as coisas vão, você ainda está muito à frente de todos que nem estão tentando.”

Tony Robbins

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segunda-feira - 23/01/2023 - 23:46h
Reportagem

A fome que envergonha e mata

Em 2001, os repórteres Marcelo Canellas e Lúcio Alves conversaram com Maria Rita, a lavadeira que morreu de fome 15 dias depois da entrevista ao Jornal Nacional. Vinte anos depois, eles mostram qual a diferença entre a fome que matou Maria Rita e a fome no Brasil de hoje.

O programa Fantástico da Rede Globo de Televisão mostrou a vida de diversas famílias e de brasileiros, que passam fome. Simplesmente acordam e vão dormir aventurando migalhas à sobrevivência.

Veja reportagem completa AQUI do programa que foi ao ar nesse domingo (22).

Segure-se para não chorar.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 23:00h
Francamente

Longe do limite da tolice

Sopa de letras, partidos, siglas, legendasPensei que “todos e todas” fosse o limite da tolice.

Mas, pelo visto, ainda estamos muito longe desse patamar.

Francamente!

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segunda-feira - 23/01/2023 - 21:50h
Dança

Diretor e coreógrafo potiguar fará residência artística na Costa Rica

Anderson Leão viaja quarta-feira (Foto: divulgação)

Anderson Leão viaja quarta-feira (Foto: divulgação)

Na próxima quarta-feira (25), o artista Anderson Leão, diretor e coreógrafo do grupo Movidos Dança Contemporânea, embarca para uma residência artística na Costa Rica. A convite do diretor Lucho Flores, da Asociación Desamparados Inclusivo – que trabalha a inclusão social de corpos diversos na dança – Anderson mergulhará em vivências e experiências coreográficas durante 60 dias.

Junto da companhia Ya danza, sediada em San José, Costa Rica, o diretor do Movidos participa da criação do terceiro espetáculo do grupo, intitulado ‘Cuerpo Libre’. A proposta da companhia é defender e promover um movimento na dança contemporânea que vai além da autoaceitação dos corpos, proporcionando liberdade aos indivíduos.

Quem é Anderson Leão?

Além de artista, coreógrafo e diretor artístico, Anderson é formado em Educação Artística, com habilitação em desenho, e possui pós-graduação em Dança pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foi bailarino da Cia de Dança dos Meninos (1997-1999), Roda Viva Cia de Dança (1999-2004) e Gaya Dança Contemporânea (2004), todos coordenados pelo Prof. Dr. Edson Claro com Direção Artística de Edeilson Matias.

Participou da fundação da companhia Giradança, da qual foi diretor artístico de 2005 a 2017. Em seguida, atuou como diretor artístico da Domínio Cia de Dança (2019-2021) e atualmente é diretor artístico do Grupo Movidos Dança, o qual também fundou.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 21:08h
2023

“Fraternidade e Fome” é o tema da Campanha da Fraternidade

Campanha da Fraternidade 2023 - Tema é fomeNeste ano, 2023, a Campanha da Fraternidade vai tratar do tema “fraternidade e fome – dai-lhes vós mesmos de comer” (Jesus).

Foi definido há 2 anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2023 propõe despertar o espírito de caridade e de compromisso que deve estar presente em todos que querem ser discípulos de Jesus.

Incentiva as comunidades a assumir suas responsabilidades ante a situação da fome que persiste no Brasil, a exemplo do Mestre Jesus.

É a terceira vez que a CNBB trata do assunto, desde que nasceu em 1962 no RN e em 1964, com abrangência nacional. A primeira foi em 1975, a segunda em 1985.

De 2020 para 2022, o número de brasileiros que convivem com a fome quase duplicou, indo de 19,1 milhões para 33,1 milhões, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (PENSSAN).

O lançamento acontecerá dia 22 de fevereiro.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 15:54h
Luto

Morre aos 99 anos o médico Clóvis Augusto de Miranda

Faleceu na manhã desta segunda-feira (23), o médico Clóvis Augusto de Miranda, 99 – primeiro anestesista em Mossoró.Clóvis Augusto de Miranda - 99 anos, falecimento dia 23-01-2023

Foi um dos sócios-fundadores da antiga Casa de Santa e Maternidade Santa Luzia.

Faria 100 anos dia 14 de julho deste ano.

Velório a partir das 16h30 na Capela do Perpétuo Socorro, à Rua Dionísio Filgueira, 444, Centro de Mossoró.

Sepultamento marcado para amanhã (terça-feira, 24), às 16h30, no Cemitério São Sebastião.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 14:32h
Porto de Natal

‘Empresário’ é condenado por tentar exportar quase 280 kg de cocaína

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte condenou o empresário Bruno dos Santos Silva por tráfico internacional de droga operado a partir do Porto de Natal, foram 279,51 kg de cocaína. Ele já está preso na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga e cumprirá 24 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão e ainda pagará multa no valor de R$ 376.750,00.

Carga foi encontrada ontem (Foto: cedida)

Carga foi encontrada em meio a caixas com frutas para exportação (Foto: arquivo)

“Para além da prática dos núcleos verbais quanto a exportar e transportar a substância, é evidente a transnacionalidade do delito. É que a cocaína foi remetida daqui do Estado do Rio Grande do Norte para a cidade de Rotterdam, na Holanda, mas restou apreendida em Sint-Katelijne-Waver, na Bélgica, atraindo a aplicação da causa de aumento prevista”, escreveu o juiz federal Walter Nunes, titular da 2ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, autor da sentença.

Durante as investigações, ainda em junho de 2020, Bruno dos Santos se apresentou como empresário e proprietário de uma carga de manga que iria para o Porto de Natal.  Inicialmente, ele se identificou como sendo Luiz Bruno Pereira Júnior. A Polícia descobriu o nome falso e concluiu que ele era foragido do sistema prisional do Estado de São Paulo. Ele residia na zona rural de Macaíba, região da Grande Natal.

Bruno operava o tráfico internacional junto com Mohamede Emerson de Brito Pereira, que teve o seu processo desmembrado do original.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 12:24h
É o 'mito'

Apesar de inclinada a seguir Fátima, Rosalba não se identifica com Lula

No primeiro turno de 2022, ano passado, a ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) foi apresentada como apoio à reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT) – veja AQUI – quando faltavam dez dias pro pleito. Porém, refugou de cravar voto em Lula (PT) à presidência. No primeiro e segundo turnos não seguiu ele.

Rosalba abraça o 'mito' Bolsonaro, dia 21 de agosto de 2020, em Mossoró (Foto: arquivo)

Rosalba abraça o ‘mito’ Bolsonaro, dia 21 de agosto de 2020, em Mossoró (Foto: arquivo)

Sua escolha pessoal foi Simone Tebet (MDB) no primeiro turno.

No segundo, ela e família fecharam com o capitão Jair Bolsonaro (PL).

Em 2018, o rosalbismo já tinha amarrado apoio e votos em Bolsonaro, que venceu o pleito presidencial.

Leia também: Rosalba vai acompanhar Fátima na campanha de 2024.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 11:24h
Festa

Programação oficial do Carnaval 2023 é anunciada

Por Luciano Oliveira (Costa Branca News)

Prefeita Iraneide Rebouças com a Banda Grafith, em Ponta do Mel, na tarde desse domingo (Foto: BAN)

Prefeita Iraneide Rebouças com a Banda Grafith, em Ponta do Mel, na tarde desse domingo (Foto: BCBN)

A prefeita Iraneide Rebouças (PSDB) anunciou, na tarde deste domingo, 22, a programação oficial do Carnaval 2023 de Areia Branca, que será realizado de 17 a 22 de fevereiro com nove atrações em seis dias de folia e muita animação.

O anúncio foi realizado na praia de Ponta do Mel durante a festa de São Sebastião, padroeiro da comunidade, com animação da banda Grafith, que também estará abrindo o Circuito Praia-Centro no sábado, 18, de carnaval, em Areia Branca.

Entre as principais atrações anunciadas pela prefeita Iraneide Rebouças, estão Banda Grafith, Solange Almeida, Henry Freitas, Hungria, Dan Ventura, Rafa & Pipo Marques, Dodô Pressão, Muny Santos, o mossoroense Núzio Medeiros e os artistas da terra que participam de todos os eventos realizados pela Prefeitura de Areia Branca, a exemplo da Festa de Agosto, Kitfest e Festival do Atum.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 10:24h
Educação

Unidade de Educação Infantil, revitalizada, será entregue hoje

A Prefeitura de Mossoró concluiu as obras realizadas na Unidade de Educação Infantil (UEI) Maria Dolores Fernandes, localizada no bairro Bom Jesus. O equipamento, revitalizado e pronto para receber alunos, professores e toda a comunidade escolar, será entregue nesta segunda-feira (23), às 16h.

UEI não passava por reforma há 20 anos (Foto: Allan Phablo)

UEI não passava por reforma há mais de 20 anos (Foto: Allan Phablo)

Após reforma e melhorias, UEI aumenta sua capacidade de atendimento (Foto: Allan Phablo)

Após reforma e melhorias, UEI aumenta sua capacidade de atendimento (Foto: Allan Phablo)

A obra foi conduzida por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos (SEIMURB),

Além da manutenção predial, a unidade recebeu investimentos em mobília e eletrodomésticos, estando agora também 100% climatizada, o que proporcionará mais conforto e bem-estar aos estudantes. Ao longo dos últimos meses foram executados na UEI Maria Dolores serviços como revisão elétrica e hidráulica, revisão de cobertura, de esquadrias, pintura completa, substituição de portas, troca de lâmpadas, entre outros.

Esta é a primeira vez que a unidade recebe amplos serviços de revitalização ao longo dos mais de 20 anos em que está instalada no seu endereço atual.

Em 2022, a UEI atendeu cerca de 100 crianças, com capacidade atual de receber 132 crianças, de três a cinco anos, distribuídas em seis turmas do Maternal II ao Infantil II. “Começar o ano entregando uma Unidade de Educação Infantil é simbólico do nosso compromisso com o futuro da nossa cidade. Investir na educação das crianças para que tenhamos cidadãos bem formados e cientes do seu papel na sociedade”, reforça Hubeônia Alencar.

Com informações da PMM.

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segunda-feira - 23/01/2023 - 04:10h
Constatação

Mais fraco que água de cuscuz

Cuscuzeira, água de cuscuzUso uma expressão popular aqui do sertão, para resumir o que constato nos primeiros dias do ministro da Defesa no Governo Lula (PT), José Múcio:

– Mais fraco que água de cuscuz.

Duvido que dure muito.

Se, será por complacência.

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domingo - 22/01/2023 - 23:58h

Pensando bem…

Não importa o quão devagar você vá, desde que não pare.”

Confúcio

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domingo - 22/01/2023 - 20:42h
Estadual 2023

Potiguar só empata com adversário de Currais Novos

Do Portal do Oeste

O Potiguar decepcionou a sua torcida é apenas empatou por 1 a 1 com o Potyguar de Currais Novos neste domingo (22), no Estádio Nogueirão, em Mossoró, em jogo da terceira rodada do Campeonato Estadual 2023.

Time local saiu na frente, mas não sustentou vantagem (Foto: Marcelo Diaz)

Time local saiu na frente, mas não sustentou vantagem (Foto: Marcelo Diaz)

O Time Macho até saiu na frente do placar, com Romeu, aos 18 minutos do primeiro tempo.

Mas a alegria dos torcedores se transformou em decepção apenas 5 minutos depois, quando Filipinho empatou para o time do Seridó.

No segundo tempo, o placar não foi alterado e o empate por 1 a 1 foi sacramentado.

O Potiguar chegou aos 5 pontos e é o vice-líder do Grupo B, 2 pontos atrás do América.

Com 4 pontos, o Potyguar também é vice-líder do Grupo A, 3 pontos atrás do ABC.

O Time Príncipe volta a campo na quinta-feira (26), quando enfrenta o ABC, às 20h, no Frasqueirão, em Natal.

Na quarta-feira (25), o Potyguar recebe o Globo, às 20h, em Currais Novos.

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domingo - 22/01/2023 - 15:20h
História

O vinho mais antigo do mundo tem quase 1.700 anos

Do portal Terra

Na Alemanha, mais precisamente na cidade de Speyer, existe o Museu Histórico do Platinado, lá é possível conhecer mais sobre a Idade Média, ver peças de ouro centenárias e ver de perto a garrafa de vinho mais antiga do mundo, com quase 1700 anos.

Garrafa tem produto há mais de 1.700 anos em seu interior (Foto: Reprodução)

Garrafa é de origem romana (Foto: Reprodução)

Estima-se que a “garrafa de vinho Speyer” tenha sido produzida em meados de 325 dC. Ela foi encontrada enterrada com um par de romanos de classe alta. Em 1867 este túmulo foi encontrado e a garrafa ainda encontrava-se intacta e completamente lacrada.

De acordo com um artigo publicado no IFL Science, sim, é possível beber o vinho que está guardado há 1700 anos nesta garrafa. “Microbiologicamente, provavelmente não está estragado, mas não traria alegria ao paladar”, disse a professora de vinhos Monika Christmann ao Futurism.

Ainda segundo a professora, o que é visto dentro da garrafa é uma mistura firme, que pode ser comparado com resina, porém, não pode ser considerado vinho, isso porque todo teor alcoólico já foi perdido.

Em um post sobre a garrafa no Instagram, o Museu escreveu que o sabor “provavelmente seria comparado ao de uma goma de mascar sem gosto“. O que pode não parecer uma ideia horrível, mas também não convence.

O chefe de coleção do museu, Ludger Tekampe, falou com o The Local sobre a garrafa, contou que era o único membro da equipe que já havia manuseado a peça e ainda afirmou que era estranho tocá-la. “Não temos certeza se ele aguentaria ou não o choque [do] ar. Há quem acredite que deva ser submetido a novas análises científicas, mas não temos certeza.”, disse ele.

Garrafa não foi aberta até hoje (Foto: reprodução)

Garrafa não foi aberta até hoje (Foto: reprodução)

DE ACORDO COM O MUSEU, os romanos colocavam azeite sobre o vinho para não deixar o ar entrar em contato com o líquido. E aparentemente, deu certo! O vinho continua estável após vários séculos. Uma fina camada de cera sobre a boca da garrafa também ajudou no processo, ela manteve o vinho lacrado com segurança.

A garrafa não foi aberta até hoje e provavelmente não vai ser, isso porque, segundo o IFL Science, os especialistas não estão seguros de que o vinho resistiria depois disso. Então, a curiosidade continua.

Além do líquido, a garrafa também é uma obra de arte, possui 1,5 litro e é adornada com alças inspiradas em golfinhos.

A entrada do Museu Histórico do Platinado é gratuita, então se você estiver de passagem pela Alemanha e quiser conhecê-la, nem terá que gastar seus euros para isso.

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domingo - 22/01/2023 - 13:34h

Confidências a Ferreira

Por Clauder Arcanjo

Foto de Marcos Ferreira (Revista Papangu)

Foto de Marcos Ferreira (Revista Papangu)

Agora habita o meu olhar 

noturno este vazio estranho, 

esta memória de chuva 

que descolore o pôr do sol, 

que emudece as palavras 

e silencia o chocalho das horas. 

Noturnos, os poetas se emudecem no silêncio das madrugadas, a fim de encontrarem a raiz poética, (re)encarnada na cumeeira do vazio.

Enquanto a cidade dorme, a poesia se apresenta, antes do nascer do sol, como oferenda legítima e mundana do (des)colorido atormentado da vida.

Pois não sou este espírito a esmo 

Que me busca entre sombras e abalos 

Na infinita procura de si mesmo. 

&&&

Os passos 

no corredor, 

a luz acesa. 

O perfume 

da inocência 

brincando 

entre as mãos 

pervertidas 

do vento. 

— Poeta Marcos Ferreira, há sempre em nós uma confissão tardia! — Assombra-se Carlos Meireles, entre palavras de pecado e farta remissão.

Eu olho para a parede alta e nua à nossa frente. Um fero obstáculo a nos usurpar da liberdade de flertar com a arquitetura das nuvens, de antever o bulício dadivoso dos arrebóis.

Apenas o céu 

emoldurado 

na janela, 

a tia nas orações 

— tateando 

o paraíso 

nas contas 

encardidas 

do rosário. 

&&&

Perdi meu romantismo. Não sou mais 

O amante, o cavalheiro, o menestrel 

— O ingênuo cantador de madrigais. 

O que se perde, Poeta, mais se nos (re)define. Defino-me mais pelo que abandonei, desrespeitoso com meus despojos, do que pelo que levo na algibeira das minhas certezas vãs.

Hoje, neste ranzinza habitáculo em que meu corpo habita, quero recobrar os meus românticos perdidos, mas o mundo, cruel engenho, já cuidou dos seus funerais.

A poesia só me encontra quando me perco, pecador por palavras, nos seus cruentos madrigais.

Estremeço à tua passagem 

e meu olhar de chumbo 

se afunda na ilusão movediça 

do teu colo de aromas. 

A tarde boceja envolta 

num pijama de arrebol 

e as últimas cardigueiras 

desaparecem na linha 

ensanguentada do horizonte. 

&&&

Ontem voltei à rua dos 

meus tempos de criança… 

O fantasma do amor imberbe 

atravessou-me num abraço diáfano. 

Sobre a laje negra do asfalto 

brincava o doido esqueleto 

do meu cavalinho de pau. 

A infância usurpa o nosso presente. De quando em vez, joga seus espectros em nossa frente. E, cabisbaixos e saudosos do ontem, caqueticamente, nos tornamos fantasmas do nosso passado.

Hoje, Poeta, esperarei a assombração do eu-menino com a roupa de homem, em frente à porta da frente. Se ele passar por mim e entrar… Bendito seja eu, Ferreira!

&&&

Acho que a velha casa 

dos meus sonhos mirins 

ameaçou um sorriso de janelas. 

Ainda hoje sonho com a velha casa de Licânia. Entre os meus, colhido pelos tipos da rua, recebi as minhas lições de maior valia. Na nossa rua, não havia pobres nem ricos, existiam amigos e amigas. Gente boa, gente crédula, gente simples.

Cresci e me formei. E o mundo, Poeta, depois de Licânia, só me deseducou; e, hoje, não sonho mais com o sorriso do nosso janelão da frente. Lições de menos-valia.

— E quando retornarás a Licânia?, você me indaga.

E Licânia algum dia saiu de mim?! Se tu te referes a este meu esqueleto, ele será plantado na terra que me viu chorar, e muito sorrir no peito.

Mesmo que a luz 

de nossas almas 

se apague e o tempo 

nos arraste para 

o mundo das sombras 

e da saudade, 

haverá sempre esta 

candeia de esperança 

ardendo na solidão 

lacrimosa do meu peito. 

&&&

Ontem concebi 

um poema 

bastardo. 

Cumpre-me agora 

escrevê-lo, 

pois larguei-o 

entre as águas 

do banho 

e ele se afogou 

na garganta 

escura do ralo 

Há versos concebidos na antevéspera do escarro; outros, na comunhão de um afago; alguns, não raros, no lusco-fusco da esperança. São raros os que resistem ao tempo, juiz cruel de muito enfado.

Não adianta te cercares das lições comezinhas dos vates de outrora, nem das homilias poéticas dos modernosos de agora, pois o poema, aprendiz de poeta, só se entrega (e se revela) a quem nunca o espera, e dele se torna um fiel escravo.

Um sopro de angústia vai movendo 

as dobradiças do silêncio. 

As teias do tempo se espalharam 

por todos os cômodos e móveis. 

Sequer o velho relógio de pêndulo 

reagiu à minha súbita presença. 

Vê, em frente ao teu espelho, o sopro lívido da tua última quimera se esvair por entre as nesgas do silêncio, e se acomodar nas engrenagens das horas extremas.

O mais é tudo sombra e frialdade. 

&&&

É tarde… Um galo canta no vizinho. 

Então ele retorna e continua 

Os versos que deixou pelo caminho. 

Levanta, Marcos, os raros leitores de poesia aguardam o recital do teu soneto esquecido na última tarde. O primeiro quarteto, em alexandrinos perfeitos, ultrajava a dor que te tornara forte; o segundo, rimado e bem urdido, decantava a flor que tu havias tido; o primeiro terceto, arejado e reverente, tecia a família que, de ti, se orgulhava. Já a última estrofe, Poeta, toma cuidado!, pois daqui antevejo o traquinas Chico de Neco Carteiro a tentar escandir-lhe os versos, com sua voz rascante de augusta e rutilante matraca.

É de lábios 

e línguas 

este anseio 

que deriva 

da curva 

do teu medo 

e se gruda 

nos fios 

do silêncio. 

Na curva do arremedo, os poetastros cevaram os espectros dos seus pretensos poemas. De paletó e gravata, cercados de muitos festejos, eles se esqueceram de convidar a musa humilde.

Acharam, por certo, que, para eles, não havia segredo. Cumularam-se de saberes, outorgaram-se detentores de uma fama de araque… e se defrontaram, fatal desencanto, com o “poema” oco, perdido na tepidez funérea do vazio.

Abracei-a com força, mas não creio 

Ter podido prendê-la muito assim… 

Ela foi e eu fiquei ali no meio 

Do silêncio noturno do jardim. 

No silêncio da noite, sem a algaravia dos falsos arpejos, aprendi que a graça da poesia só nos alumbrará se riscada em laivos transparentes, pendidos, com a força solfejante da cola de uma mísera rima, sob a platitude lírica do abismo.

Não te maldigas pela sorte escassa 

Nem pela vida muita vez tão dura… 

Aqui no mundo nada sai de graça, 

Ainda mais quando se tem ternura. 

Quando a última ternura me caiu no colo opresso, nem percebi quando se deu tão sublime esmola, obrou-se o milagre de me ver em festa, quando todos lá fora se consumiam em desenganos.

E, se ao fim e ao cabo, tu, ternura, me tornares imprestável para a lida cotidiana, só me restará a lira… e a sina malsinada de me fazer poeta.

Hoje amanheceu bonito 

Como fosse primavera… 

Sem metáforas de sombra, 

Nem pedaços de quimera. 

&&&

Declaro, para todos 

os fins que se fizerem 

necessários, que não possuo 

bem algum neste mundo 

em que os homens 

declaram a guerra 

e sonegam a paz 

E tu, Marcos Ferreira, cuida de assinar o teu último armistício poético; eu, por aqui, rabiscarei o testamento do meu degredo.

Entre os fulgores da morte, as sonegações da paz, nós, tortos poetinhas, finalizaremos o nosso espólio, declarando fé no amanhã, apesar do risco de sermos fuzilados por isso.

No coração da noite segue uma tristeza 

Com passos muito lentos e desmotivados 

Obs.: os trechos em itálico foram extraídos do livro A hora azul do silêncio, de Marcos Ferreira. — 2ª edição — Mossoró: Editora Verboletras, 2016.

Clauder Arcanjo é escritor e editor, membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras

*Texto originalmente publicado na revista Papangu

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Categoria(s): Crônica
domingo - 22/01/2023 - 12:26h

Pequena crônica

Por Odemirton Filhopés na areia da praia, mar, beira-mar

Entre um gole e outro, lembranças de tempos idos. E vividos.

Nas areias da praia de Tibau, o menino brincava. Feliz.

Hoje, já adulto, caminha na beira do mar. Vê vários condomínios. Chiques. Velhas casas ainda resistem ao tempo; a modernidade.

O menino traz no coração lembranças e saudades. De tomar banho no mar e jogar bola. De ficar tostado pelo sol.

Pra quê tanta pressa? “É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar”, diria Caymmi. Devagar e sempre.

O menino-adulto sente o vento bater no rosto e o cheiro da maresia.

O cheiro da saudade.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de justiça.

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 22/01/2023 - 11:24h

O nível do policial

Por Marcelo Alves

Arte: Breaker Maximus

Arte: Breaker Maximus

Vou tratar hoje de dois assuntos controversos nas letras. A questão do gênero ou da tipologia da literatura, que é bastante controversa. Grandes obras normalmente não se conformam às regras do gênero; e muitos críticos literários sequer reconhecem a existência desse conceito (de gênero da literatura). Eu já acho que essa classificação é possível. Reconheço que uma das minhas literaturas preferidas, a literatura policial ou detetivesca, como literatura de massa, é um gênero bem definido. E aqui eu chego à segunda controvérsia, na qual me deterei amiúde: a literatura de massa, popular, como a dos romances policiais, pode ser uma “alta” literatura?

Houve um tempo em que a divisão entre “alta” e “baixa” literatura era visível ou ao menos reconhecida/propagada pelos entendidos do assunto. Como registra Miklós Szabolcsi (em “Literatura universal do século XX: principais correntes”, Editora Universidade de Brasília, 1990), é “possível traçar uma linha divisória entre as duas espécies de literatura, com base em diversos pontos de vista, sejam os da sociologia da literatura ou da estética, sejam os referentes às diferenças de função. O comum mesmo é citar, a título de fundamentação, as narrativas reiterativas, de produção fácil e compostas por módulos já prontos, que têm o poder de emocionar e horrorizar com facilidade e são caracterizadas pela trivialidade do texto. Pode acrescentar-se, no entanto, a possibilidade de recepção rápida, a compreensão sem dificuldades e, finalmente, determinados procedimentos ligados à difusão e à produção. Mas são critérios incertos e discutíveis. (…) O fato é que as pegadas das obras arroladas nesse gênero podem ser acompanhadas a partir do século XVIII. A evidente divisão da literatura ‘alta’ e ‘baixa’ ou ‘trivial’ consolida-se no final do século XIX, simultaneamente com o fato que é sua causa: a ‘alta’ literatura vai se tornando excludente, em face das dificuldades que oferece para a compreensão”.

Todavia, sobretudo a partir do começo do século XX, os territórios da “alta” e da “baixa” literatura se expandiram causando uma mistura entre os seus conjuntos. Como explica Szabolcsi, “de um lado, porque a vanguarda destrói os limites estabelecidos entre a arte ‘elevada’ (de elite) e a ‘inferior’ (popular), de outro, porque, em função de causas técnicas e comerciais, cresce o número de obras culturais modernas que, empregando as conquistas da literatura ‘superior’ e assimilando-lhe a cosmovisão e as técnicas, passam a prometer leitura rápida e leve, diversão e esquecimento. O best seller, o êxito de livraria, não é simplesmente uma leitura soporífera e dissuasiva. Frequentemente, representa correntes formativas e excitantes, que conquistam grande parcela de leitores-consumidores”.

Já tratei até desse tema e citei Graham Greene, Morris West e John Le Carré, escrevendo aventuras, thrillers, policiais ou romances de espionagem, como perfeitos casos de best-sellers que realmente escreviam bem.

O que dizer da qualidade dos precursores do romance policial? De Edgar Allan Poe, por exemplo, “com sua reconstrução intelectual dos crimes”? Na verdade, depois de outros precursores do século XIX, como Émile Gaboriau e Maurice Leblanc, a leitura do policial assiste “ao surgimento de clássicos como Conan Doyle e Edgar Wallace e, a partir dos anos 30, com Agatha Christie e Georges Simenon. Tornam-se parte integrante da literatura, em face das exigências de um amplo círculo de leitores, que deseja a sobrevivência do romantismo dos bandidos e mostra-se ávido da investigação e das emoções da adivinhação dos enigmas.  Tanto é verdade que, a seguir, instalam-se profundamente na estrutura literária, a ponto de obras ‘elevadas’ passarem a fazer uso dos recursos e das máscaras do romance policial. Primeiro, com G.K. Chesterton; depois, com Grahan Greene, Friedrich Dürrenmatt, Max Frisch e o nouveau roman francês, a ponto de diluir, aqui também, as fronteiras entre os dois estilos”.

E podemos citar outras referências do século XX, como Dashiel Hammett e Raymand Chandler, suprassumos do policial noir, ou Erle Stanley Gardner, que nos dá o tipo jurídico do advogado-detetive, com o seu Perry Mason. E por aí vai.

Na verdade, para mim, não existe uma barreira intransponível à literatura de massas, em especial à literatura policial/detetivesca, ao país da “alta” literatura. Desconfio de Tzvetan Todorov quando afirma (em “Poética da Prosa”, Martins Fontes, 2003): “quem quiser ‘embelezar’ o romance policial, faz ‘literatura’ e não romance policial”.

Acredito que faz os dois. E dou como exemplo definitivo Umberto Eco. Alguém vai me dizer que “O nome da rosa” (1980) não é altíssima literatura detetivesca?

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 22/01/2023 - 10:24h

Poema do bicho gente

homem e macaco - site provérbio e frasePor François Silvestre

Não há bicho mais sabido

do que gente.

Não há bicho mais estúpido

do que gente.

Não há bicho mais covarde

do que gente.

Não há bicho mais valente

do que gente.

Não há bicho mais odioso

do que gente.

Não há bicho mais amoroso

do que gente.

Não há bicho mais parecido com bicho

do que gente.

Não há bicho mais diferente de bicho

do que gente.

 

De tantas diferenças e semelhanças

por que não imitar os bichos,

No que eles têm de copiar?

 

Imitar formigas,

carregando em grupo folhas para os bivaques.

Imitar abelhas,

inventando o doce no sabor do mel.

Imitar borboletas,

no voo livre de vida breve.

 

Se for pedir demais,

imitar o jumento.

E rinchar de ira, sem perdão,

Nas grotas sangrentas da civilização.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Poesia
  • Art&C - PMM- Festa do Bode 2025
domingo - 22/01/2023 - 09:46h

A velhinha de bicicleta

Por Marcos FerreiraA velhinha de bicicleta

Algumas vezes me lamentei, no mais de forma íntima, por não possuir certas coisas e precisar me expor a certas situações. Todavia, por comodismo ou trapaça do destino, sempre vivi monasticamente, porém com o mínimo de dignidade. Disponho de uma saúde claudicante, é verdade, mas a minha dieta de psicotrópicos me mantém nos trilhos, apesar do efeito colateral do sobrepeso. De um modo ou de outro, enfim, pude contar em muitas ocasiões com a mão amiga de várias pessoas, figuras que considero irmãos de espírito e de coração. Nem todos podem contar com isso.

No Centro de Mossoró, como se estivesse indo em direção ao Alto de São Manoel, avistei aquela senhora de óculos e cabelos totalmente brancos em sua bicicleta, uma Monark verde-claro com para-lamas vermelhos, cujo ano não ouso presumir. De tão usada, a tal bicicleta pareceu-me ter a mesma idade da sua condutora. Isto é, cerca de setenta anos ou mais. Naquele horário de pico, então, com o trânsito agitado e perigoso, a brava mulher se deteve no semáforo na lateral da Riachuelo.

Eu batia pernas pelo comércio em busca de orçamentos para a aquisição de materiais hidráulicos para a minha casa (tudo pela hora da morte!) e deparei com essa idosa guiando sua antiga Monark. Isso me desconcertou. Por força da necessidade, obviamente, eis que uma pessoa como Maria do Socorro (vamos chamá-la assim) via-se forçada a se arriscar em meio a carros e motocicletas, exposta à falta de zelo e cuidado para com uma ciclista frágil, e decerto já sem os reflexos e a desenvoltura nos pedais quanto um indivíduo jovem. Maria do Socorro me pareceu ofegante.

De roupas comuns, trajava um short ou saia azul e uma blusa laranja desgastada, essa anônima personagem em meio ao trânsito feroz me dava a impressão de que seria abatida, derrubada a qualquer momento. Imaginei o quanto melhor seria se ela dispusesse de alguém mais jovem para acompanhá-la (quiçá num veículo motorizado) até o destino de seu interesse. Contudo, infelizmente, ali estava a referida velhinha Maria do Socorro se aventurando, sujeita a qualquer tipo de acidente.

Que Nossa Senhora dos Idosos a proteja!

Seu rosto, o de Maria do Socorro, tinha um aspecto humilde, resignado, cara de quem enfrenta outras privações e riscos em sua vida de mulher pobre e provavelmente integrante de família tão carente quanto ela. Sim. Duvido mesmo que alguém como Maria do Socorro, rifada em meio ao rio metálico de automóveis e motos apressados, estaria pedalando naquelas condições se tivesse outra opção. Eu próprio, que tenho menos futuro que passado, não gostaria de viver tal experiência. Não me vejo aos setenta anos ou mais guiando uma bicicleta em meio a tantos perigos.

Quando criança, por volta dos dez ou doze anos, eu suspirava por uma bicicleta, mesmo que fosse velinha como a senhora Maria do Socorro. Meu coração palpitava, sobretudo quando eu via aquele antigo comercial de televisão que dizia o seguinte: “Não esqueça a minha Caloi!” Quem lembra disso? Mas só pude adquirir uma bicicleta quando comecei a trabalhar de sapateiro, economizando cada tostão, e tive a minha carteira profissional assinada com meus quinze anos de idade.

Quem será Maria do Socorro? Qual o seu verdadeiro nome? Onde será que mora Maria do Socorro? Aquele cabelo de um branco encardido, os braços e pernas já bambos, flácidos, entre outros detalhes, infundiram ao meu coração um súbito sentimento de fraternidade. Por que não a interceptei e não me ofereci para ir guiando sua bicicleta, levá-la ao seu destino? Entretanto estanquei na esquina do extinto Cine Pax e deixei que Maria do Socorro fosse embora sozinha em meio aos carros e motos, correndo o risco de ser atropelada, derrubada no asfalto áspero e quente.

Que Nossa Senhora dos Idosos a proteja!

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 22/01/2023 - 09:24h

O fio que conecta a trama

Por Gustavo SobralDe uma longa e áspera caminhada - livro de Honório de Medeiros - foto

Faltava à vertente escrita de Honório de Medeiros, jurista, filósofo, ensaísta e biógrafo, escritor, o livro pessoal. Aquele em que o escritor reúne fragmentos de sua pensata, impressões, expressões, leituras, ficções e que revela um mundo de uma viagem pelo pensamento.

De uma longa e áspera caminhada (Viseu, 2022, 148p), de Honório de Medeiros, é um tanto isso e muito mais. É aquele livro que a gente vai e volta, para, pensa, grifa, relê, anota. É aquele livro que nos faz sair do mesmo e nos faz dialogar com o autor.

Recém-lançado e disponível para compra no site das livrarias e magazines, no Brasil, Portugal e Estados Unidos, em versões impressa e digital, o livro é um navego de um leitor vocacionado pela literatura universal e que revela o escritor cuja vida foi traçada pela leitura e pelos livros, desenhando o seu olhar sobre o mundo.

O leitor há de se aventurar palmo a palmo, a cada página de um pouso no inesperado, o que faz do livro um caminho de surpresas e que faz da leitura um caminho que pode ser próprio além do preposto pelo sumário. É um livro de ir e vir, é um livro para navegar.

O áspero do título pode até ir de encontro a um certa incredulidade e ceticismo que se contrapõe ao leitor do mundo abismado, surpreso, encantado, que toma água de coco na praia e conversa, anda pelo cemitério de Paris e tece uma perfeita crônica em ode ao ipê amarelo, uma beleza à Rubem Braga.

Honório de Medeiros é também aqui filósofo, lógico, matemático, político, cidadão, literato; é também o colecionador de paisagens, sensações, surpresas.  É Rousseau acima de Voltaire e Voltaire acima de Rousseau, com Platão, Popper e outros mais caros ao seu pensamento.

Este é o livro que faltava na biblioteca potiguar pela solidez do conteúdo, forma e o jeito de sabor de conversa que nos conduz. Vale ter na cabeceira como companhia.

A pré-venda é no site da editora Viseu e o livro físico está nos sites da Amazon, Americanas, Magazine Luiza, Shoptime, Submarino. E o e-book nestas e Apple, Barnes & Noble, Google, Kobo, Livraria Cultura e Wook.

Gustavo Sobral é escritor, ensaísta e jornalista

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Categoria(s): Crônica
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