segunda-feira - 30/12/2024 - 13:02h
Governo do RN

Estado paga dezembro terça, mas só fecha 13º dia 10 de janeiro

Há muitos anos servidor não recebia salário/remuneração dentro do mês trabalhado (Foto ilustrativa)

Pagamento em 2025 tem calendário definido (Foto ilustrativa)

O Governo do Rio Grande do Norte paga, nessa terça-feira (31), o salário de dezembro dos servidores públicos estaduais. O pagamento amanhece na conta de 110 mil servidores ativos, aposentados e pensionistas. O valor bruto da folha deste mês é de R$ 837 milhões.

No mesmo dia, também amanhece na conta de 14 mil servidores ativos da Educação o complemento do 13º salário de 2024. O investimento é de R$ 37 milhões.

O restante dos servidores – aqueles que recebem mais de R$ 4.200, incluindo os aposentados e pensionistas da Educação, receberá o pagamento do 13º de 2024 no dia 10 de janeiro de 2025.

No dia 20 de dezembro, mais de 42 mil pessoas receberam o pagamento do 13º salário, entre servidores ativos, aposentados e pensionistas que recebem até R$ 4.200 (valor bruto) e os servidores ativos da Educação que recebem até essa faixa.

Calendário

A partir de agora, todos os servidores voltam a receber o salário integralmente no final do mês, garantindo assim a isonomia no pagamento do funcionalismo estadual. O calendário seguirá desta forma ao longo de 2025.

Os servidores que possuem portabilidade bancária, entretanto, devem consultar o prazo acordado junto ao banco escolhido para o recebimento do salário.

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Categoria(s): Administração Pública
segunda-feira - 30/12/2024 - 12:30h
João Dias-RN

Mortes de prefeito e pai têm enredo que envolve até o PCC

Marcelo, Damária e Leidiane: quadro letal na política e no submundo (Fotomontagem: Web)

Marcelo, Damária e Leidiane: quadro letal na política e no submundo (Fotomontagem: Web)

Do portal da 96 FM de Natal

A Polícia Civil do RN divulgou detalhes da investigação que apontou os supostos mandantes do duplo homicídio que vitimou o prefeito de João Dias, Francisco Damião de Oliveira (UB) – Marcelo Oliveira, 38, e o pai dele, Sadi Oliveira, 58, dia 27 de agosto deste ano (veja AQUI). E um detalhe que chamou a atenção foi a motivação para o crime: vingança e a possível participação da maior facção do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ideia mesmo de executar o prefeito partiu da ex-companheira de chapa dele, a vice-prefeita afastada Damária Jácome, e a irmã dela, a vereadora reeleita Leidiane Jácome, que também é conhecida como “Leida de Laete”, pai das duas e que foi vereador e presidente da câmara.

Recentemente, inclusive, Leidiane Jácome foi diplomada como vereadora reeleita em João Dias. Ela conseguiu um lugar na Casa Legislativa Municipal ao lado do marido e ainda publicou o seguinte nas redes sociais: o amor venceu.

Nas redes sociais das duas, inclusive, uma série de críticas a gestão de Marcelo Oliveira e do substituto dele, Jesse Oliveira, que é irmão do prefeito morto e que assumiu o cargo na condição de interino, por ser presidente da Câmara na época do assassinato.

Mas, além da questão política, por que Damaria e Leidiane teriam tramado o assassinato do prefeito? Elas queriam vingança, pelo que afirmou o delegado Alex Wagner, diretor da Polícia do Oeste e responsável pela investigação.

A família Jácome acreditava que foi o prefeito Marcelo que denunciou para a Polícia Civil o paradeiro de dois irmãos de Damaria e Leidiane: Deusamor e Leidjan. Os dois, procurados por tráfico internacional de drogas, foram mortos em confronto com a Polícia Civil, numa cidade localizada no interior da Bahia.

Damária e Marcelo, uma aliança que não se sustou muito tempo (Foto: Reprodução da Web)

Damária e Marcelo formaram chapa e tiveram aliança com desdobramento trágico (Foto: Reprodução da Web)

Na época da morte dos dois, o prefeito Marcelo Oliveira havia renunciado ao mandato e deixado Damaria assumir. Ela chegou a decretar luto oficial no município. Marcelo Oliveira foi ao velório dos dois, mas depois entrou na justiça alegando que só renunciou, porque havia sido ameaçado pela família Jácome.

Foi isso, inclusive, que teria feito familiares do prefeito assassinado começarem a montar uma espécie de milicia privada para resguardar a segurança de Marcelo Oliveira. Foi isso que, inclusive, evitou que ele tivesse sido morto antes, em uma região que era dominada pelo crime organizado, apesar de ter baixissimo índices de violência urbana registrada.

PCC

Abra-se um parêntese: a família Jácome, por meio de Deusamor e Leidjan e outros familiares presos, tinham uma relação direta com a maior facção do Brasil: o PCC. Essa informação não foi confirmada pela Polícia Civil e sim pelo Ministério Público do RN (MPRN), em reportagem publicada pelo portal Metrópoles, já em 2024.

Segundo a reportagem, a ideia da família, quando chegou ao poder na Prefeitura de João Dias, era utilizar o poder municipal para lavar o dinheiro do tráfico. Na matéria é citado, inclusive, o ex-número 2 do PCC nas ruas, o potiguar Valdeci Alves, o Colorido, que teve um irmão, também pastor evangélico, condenado por lavar dinheiro da facção criminosa por meio da compra de igrejas e de fazendas no RN.

Caso isso seja confirmado, o Rio Grande do Norte se tornaria o Estado do Nordeste com maior influência, confirmada, nos planos do PCC para lavagem de dinheiro. Recente denúncia do MPRN apontou que já foram bilhões lavados de dinheiro do tráfico no Estado.

Bom, voltando ao caso de João Dias, o fato é que, além do pastor e das irmãs, a Polícia Civil também pediu a prisão preventiva de outros três suspeitos de mandar matar o prefeito Marcelo Oliveira e o pai dele, Sadi Oliveira:

Weverton Claudino Batista: o Everson ou Dodô. Chegou a ser secretário municipal de Finanças de João Dias. Ainda são procurados Olanir Gama da Silva, conhecido como Véi; e Carlos André Claudino, o Carlinhos.

Leia também: Viúva de prefeito assassinado ganha eleições.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
segunda-feira - 30/12/2024 - 11:26h
Mossoró

Sindilojas esclarece horários do comércio no fim de ano

Banner informativo do Sindilojas Mossoró

Banner informativo do Sindilojas Mossoró

O Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró (SINDILOJAS) esclarece como será expediente do comércio mossoroense nesse fim de ano e também no dia 1º de janeiro.

Nesta segunda-feira (30), funcionamento normal;

Terça-feira (31), amanhã, funcionamento até às 14 horas.

Na quarta-feira (1º), o comércio estará fechado.

Partage Shopping

No Partage shopping, funcionamento normal nesta segunda-feira.

Na terça-feira, último dia do ano, será assim: lojas, quiosques, praça de alimentação, cafeterias e equipamentos de lazer estarão em atividades entre 10 e 16 horas.

Porém, o cinema fechará no dia 31.

Já no dia 1º de janeiro, o shopping não abrirá.

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segunda-feira - 30/12/2024 - 09:44h
Esporte e cidadania

Projeto Cestinhas tem apoio de lei federal e deverá expandir atuação

Crianças e adolescentes são atraídas pelo esporte, numa iniciativa inovadora Foto: Sade)

Crianças e adolescentes são atraídas pelo esporte, numa iniciativa inovadora Foto: Sade)

O Projeto Cestinhas, desenvolvido com crianças e adolescentes de Mossoró pela Associação Atlética Santa Delmira (SADE), originária do conjunto Santa Delmira, encerra o ano de 2024 com uma ótima notícia: a aprovação na Lei Federal de Incentivo ao Esporte (Lei nº 11.438/06).

Com amparo na lei, a associação fica autorizada a captar, junto a empresas e pessoas físicas, recursos provenientes de renúncia fiscal para aplicação no projeto de ampliação do Cestinhas para outros bairros de Mossoró. O Cestinhas é um projeto social que envolve crianças e adolescentes no estímulo à prática do basquete, como forma de socialização, educação, saúde e lazer.

Desenvolvido pela Sade, o Projeto Cestinhas conta com apoio da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), da Trevo Embalagens e do Governo do Estado, por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte “RN + Esporte e Lazer”. É trabalhado numa moderna estrutura aguardada há muitos anos e entregue ano passado pelo município (veja AQUI), o que fomentou mais ainda o alcance dos jovens (veja AQUI).

Neste ano, cerca de 150 crianças e adolescentes participaram das atividades. Para 2025, a previsão é ampliar essa quantidade, com o projeto funcionando em outro bairro mossoroense.

“Desde que começamos o Cestinhas temos focado na profissionalização do projeto, com o objetivo de chegarmos a mais pessoas atendidas. Dessa forma temos conseguido aprovação na lei estadual de incentivo ao esporte, garantindo a manutenção do projeto, e agora a felicidade de aprovação na lei federal, o que abre possibilidade para levarmos o Cestinhas a outros bairros da cidade. Para isso precisaremos do apoio de pessoas e empresas que possam destinar parte do seu imposto de renda para o projeto”, comenta Lucas Negreiros, presidente da Sade.

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segunda-feira - 30/12/2024 - 08:30h
Aneel

Sistema de energia solar ganha enorme expansão no RN

Expansão do negócio tem sido facilitado por financiamentos (Foto ilustrativa)

Expansão de sistemas solares tem sido facilitada por financiamentos (Foto ilustrativa)

O Rio Grande do Norte registrou o maior crescimento no número de unidades de geração distribuída no Nordeste em 2024, com alta de 45,5%, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O avanço dos sistemas solares em residências, comércios e indústrias também garantiu ao estado o quarto maior crescimento do país.

Além disso, o RN alcançou um aumento de 20,2% capacidade total de geração de energia por placas fotovoltaicas, o terceiro maior do Nordeste e o nono do Brasil. Com esse resultado, o estado passou a responder por 14,4% de toda a capacidade de geração solar da região.

A geração distribuída, caracterizada pela produção independente de energia elétrica em pequenos sistemas instalados em telhados ou propriedades privadas, tem sido fundamental para a expansão desse mercado. Esse avanço é impulsionado pelo acesso facilitado a linhas de crédito e financiamentos, que vêm reduzindo os custos de implantação e acelerando o movimento de transição energética no estado.

O Sicredi, por exemplo, instituição financeira cooperativa, registrou em 2024 um saldo total de R$ 52,2 milhões em sua carteira de crédito para financiamento de sistemas de energia solar no Rio Grande do Norte. No ano, foram realizadas 932 operações na carteira, o que representa um crescimento de 26,6% em relação ao acumulado em 2022.

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domingo - 29/12/2024 - 23:50h

Pensando bem…

“Eduquem os meninos e não será preciso castigar os homens.”

Pitágoras

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
domingo - 29/12/2024 - 20:36h
Brasília

Flávio Dino libera parte das emendas parlamentares, mas com crítica

Dino insiste em questionamento às emendas (Foto: Gustavo Moreno)

Dino insiste em questionamento às emendas (Foto: Gustavo Moreno)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a criticar os argumentos da Câmara dos Deputados em relação à indicação de emendas parlamentares e afirmou que a necessidade da investigação da Polícia Federal (PF) sobre o tema “torna-se a cada dia mais nítida”. Dino, por outro lado, concordou em liberar parte dos recursos bloqueados, para evitar prejuízo dos municípios.

Em decisão deste domingo, o ministro do STF autorizou a continuidade de execução de emendas de comissão que já haviam sido empenhadas antes da decisão que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões. Dino também permitiu o empenho, até o dia 31 de dezembro, de emendas destinadas a saúde, e a movimentação até 10 de janeiro de recursos já movimentados em fundos da área.

Dino afirmou que há uma “nulidade insanável” no ofício, assinado por 17 líderes da Casa, que pediu a liberação dos R$ 4,2 bilhões, e que “ao Poder Executivo fica definitivamente vedado empenhar o que ali consta”. Entretanto, para “evitar insegurança jurídica”, o ministro decidiu admitir “excepcionalmente” a continuidade da execução do que foi empenhado até o dia 23 de dezembro, quando ele determinou a suspensão.

O ministro afirmou que as suspeitas envolvendo o ofício serão esclarecidas no inquérito da PF, aberto por determinação dele. De acordo com ele, a necessidade da apuração “torna-se a cada dia mais nítida”, e ela foi aberta “a partir de documentos constantes dos autos, oriundos de partidos políticos, entidades da sociedade civil e de pronunciamentos de parlamentares”.

Na segunda-feira, Dino determinou que o governo suspendesse o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares que estavam previstas para serem pagas até o fim do ano, por considerar que as indicações não atenderam aos critérios estabelecidos. O ministro ainda mandou que a PF apure se houve irregularidades em manobra feita pela Câmara para executar os recursos.

Na sexta-feira, a Câmara pediu a Dino o desbloqueio dos recursos, alegando que não houve descumprimento das regras vigentes.

Com informações de O Globo e outras fontes.

Leia tambémAdvogado de Mossoró defende Câmara dos Deputados perante o STF

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Categoria(s): Política
domingo - 29/12/2024 - 18:38h
13º salário

Decisão que mantém calendário é um alívio para governo estadual

Amilcar Maia atendeu argumentações do Governo do RN: decidido (Foto: arquivo)

Amilcar Maia atendeu argumentações do Governo do RN: decidido (Foto: arquivo)

Chegou como um alívio, na Governadoria, decisão do presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), desembargador Amílcar Maia, suspendendo decisões judiciais em primeiro grau, para que o Governo do Estado fizesse o pagamento do 13° salário ainda neste ano a algumas categorias de servidores estaduais. A gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) segue o calendário já estabelecido, a ser concluído dia 10 de janeiro de 2025.

O governo já tinha deixado claro em declarações públicas e nos autos, que a cobertura do 13º seguia a disponibilidade do erário. Não era uma questão de se recusar a pagar, mas não ter como. O desembargador acatou argumentos do governismo e suspendeu as liminares na sexta-feira (27).

Segundo o magistrado, o pagamento a algumas categorias poderiam trazer prejuízos a outros servidores da administração direta do Estado do Rio Grande do Norte.

Para honrar o 13º salário, mesmo com atraso, o governo estadual recebe suporte extraordinário do Governo Federal, em números que chegam a R$ 270 milhões (veja AQUI).

Governo do Estado possui 117.242 servidores, entre pessoas da ativa, aposentados e pensionistas.

 

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Categoria(s): Administração Pública / Justiça/Direito/Ministério Público
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domingo - 29/12/2024 - 17:44h

A pessoa que faltava

Por Ivan Lira

Ilustração de crônica postada Instagram do autor

Ilustração de crônica postada no Instagram do autor

Gentil Alves da Silva foi, por muitos anos, o titular do único cartório de registro civil de pessoas de Doutor Severiano, uma pequenina e simpática cidade do oeste potiguar, na fronteira com o Ceará. O termo era vinculado à Comarca de São Miguel, onde fui Juiz de Direito e vivi tempos felizes na década de oitenta.

Seu Gentil era um tipo formidável: gordinho, de estatura mediana, com a cabeleira farta e um bigode bem cuidado. Vinha quase todos os dias a São Miguel, carregando processos de habilitação de casamento ou registros de nascimento fora de prazo, para receber o meu despacho. Colocava-se de forma discreta ao lado do balcão do cartório de Zé Rocha (à época não havia fórum, e o juiz atuava diretamente nos cartórios, sem espaço reservado), observando tudo atentamente.

Aos poucos, conquistou minha confiança e amizade, tanto que, algumas vezes, fui almoçar em sua casa. Confessou-se admirador da poesia popular e, bastante encabulado, mostrou-me alguns versos que havia escrito. A partir daí, de vez em quando, escondia entre os autos cartoriais umas quadrinhas, sextilhas e até décimas. Em seus versos, exaltava a natureza, as belezas da serra, as presepadas de um oficial de justiça “ad hoc”, as desventuras de um bêbado, a beleza das moiçolas e outras trivialidades.

Talvez preocupado com o meu doce exílio voluntário naquela distante Comarca, convidou-me para um baile em sua cidade. Fui, dancei e gostei. Algum tempo depois, repetiu o convite, mas, dessa vez, não pude aceitar, pois estava em viagem à capital.

Quando voltei, o pesar pela minha ausência foi traduzido em versos. Um deles trazia um neologismo que jamais esqueci: masculinizou o qualificativo “bacana” para não perder a rima. O mote era: “A pessoa que faltava era só Doutor Ivan”. E lá veio ele:

“Domingo teve uma festa
em Doutor Severiano.
Veio um grupo ‘bacano’
trazendo uma boa orquestra.
Muitas meninas passando
com as faces cor de romã,
e eu de longe observava
que a pessoa que faltava
era só Doutor Ivan!”

Ivan Lira é professor da UFRN, juiz federal e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANRL)

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Categoria(s): Crônica
domingo - 29/12/2024 - 15:42h

A sinfonia dos Arys

Por Marcos Araújo

Ary Neto, em foto de autoria familiar

Ary Neto, em foto de autoria familiar

O nosso pai se chamava ARY. Não faço a menor ideia como o meu avô, um campesino e analfabeto, vivendo nos grotões do Seridó, possa ter registrado um filho com este nome. A única razão lógica da origem do nome, penso eu, é que se tratava de uma homenagem ao compositor Ary Barroso, nascido em 1903. Não há outro homógrafo “Ary”, com “Y” no final, antigo, que a história registre. Embora remanesça internamente também uma dúvida porque, em 1934, ano do nascimento de papai, Ary Barroso, com apenas 31 anos de idade, não tinha fama nacional. A canção pela qual ele ficaria famoso (o samba-exaltação “Aquarela do Brasil”), somente seria gravada e apresentada ao público em 1939.

De certo é que o homenageado ARY Barroso, mineiro de Ubá/MG, primeiro brasileiro a ser indicado ao Oscar (pela música “Rio de Janeiro”, do filme Brasil, de 1944), ficaria muito feliz com o seu antropônimo seridoense ARY Araújo, especialmente pelos qualificados dotes musicais. Afinação, ritmo e interpretação fizeram de nosso pai um cantor diletante. Com um pendor natural para a exibição de seus dons sem qualquer convocação. Seja na Padaria, no Supermercado, ou em qualquer lugar que houvesse público ouvinte, ele puxava um canto de inopino, causando surpresa aos circunstantes.

Em festas privadas – nossas ou de amigos, ele “sequestrava” o microfone, e emburrava-se na hipótese de o músico profissional contratado querer resgatá-lo. Cantava de tudo, mas sua preferência era por guarânias e boleros, tendo como ídolo Francisco Alves (o “Rei da Voz”).

Em 2015, nosso pai foi diagnosticado com câncer, impactando toda a família. Fui minimizado pela dor, na época, ao saber que seria pai de gêmeos. Em consenso com Carla, um dos neonatos foi batizado com o nome do avô, acrescido de Bernardo, em referência ao santo companheiro de São Francisco, de modo a pactuar simbolicamente a unidade com o irmão gemelar (João Francisco). ARY Bernardo é o nosso caçula, com a inegável transferência genética artística do avô.

O ARY (neto) logo nos primeiros meses/anos de vida demonstrou pendor pela música e pelo canto. De bebê embalado pelo ninar dos compositores clássicos instrumentais, engatou de logo suas primeiras palavras com as letras infantis do grupo “Palavra Cantada”, pulando em pouco tempo para o canto das músicas de Vitor Klein, Merlin, AnaVitória, Kell Smith, entre outros. Agora, seu “passeio” sonoro comporta apreço por sambistas da velha guarda como Ivone Lara, Beth Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho e Arlindo Cruz, e os da nova geração a exemplo de Diogo Nogueira e Ferrugem.

Sofisticado nas preferências e um Lord no comportamento, seu gosto musical transcende a explicação humana. É sobrenatural. Um eflúvio do espírito. Outro dia, ele me apresentou a canção americana “Old Yazoo”, das irmãs Boswell (The Sisters Bolswell), de 1932. A letra fala de um lugar ideal (“Yazoo”) para se viver; um alento existencial como a Pasárgada de Manuel Bandeira.

Com a sensibilidade aflorada, acessa por vezes o Spotify do meu carro, a caminho do colégio, para ouvir um repertório que inclui “Retalhos de cetim” (composta em 1973 por Benito di Paula), ou “Corazón Partío”, de Alejandro Sanz (1998).  A conclusão que se chega é de que um “velho” habita o corpo de um garoto de apenas 09 anos…

Seu apuro e harmonia vocal credenciaram-no a fazer parte – por uma temporada – do Coral do Colégio onde estuda. Claro que, sendo criança, recebe a influência do meio social, tornando-o um pouco eclético. Não causa nenhuma estranheza quando em dado momento ele está cantarolando Ana Castela ou MC Kevinho.

Aliás, eclético o seu avô também era. Mesmo não sendo do seu gosto primevo, nem de sua época, vez ou outra ele cantarolava “La belle de jour”, de Alceu Valença. Grandes músicos são sinfônicos. Gostam de todos os sons. A palavra sinfonia tem origem grega, significando “todos os sons juntos”. Ary Barroso associou, pioneiramente, o pandeiro a outros instrumentos de sua época. E não só isto: unificou sons, geografia e raças na sua Aquarela do Brasil.  Como diz a letra: “Deixa cantar de novo o trovador / À merencória luz da Lua / Toda canção do meu amor …”.

Viva a música! Viva a sinfonia artística dos Arys!

Marcos Araújo é advogado, escritor e professor da Uern

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Categoria(s): Crônica
  • Repet
domingo - 29/12/2024 - 13:08h

Meu amor de salvação

Por Marcos Ferreira

Foto ilustrativa de Bruno Marques (Canção Nova)

Foto ilustrativa de Bruno Marques (Canção Nova)

Após não sei quantas publicações, eis que agora me dou conta de que não escrevi sobre a mais importante personagem que, vez por outra, menciono neste meu exercício de cronista. Pois é, não escrevi. Embora a tenha inserido nalguns textos prolixos acerca de assuntos vários, não a expus, todavia, como protagonista, com uma página apenas dela: minha adorável noiva Natália Maia.

Então, prezado leitor e gentil leitora, peço licença para discorrer, neste domingo de pássaros cantantes e céu azul, sobre alguém que, ao longo dos últimos seis anos (nosso namoro teve início aos 7 de setembro de 2015), só me tem dado alegria e orgulho de tê-la em minha vida. Exatamente! Se em outros momentos a enalteci em merecidos versos, que tornei públicos sem qualquer receio, hoje repito a indiscrição em prosa, nesta crônica de natureza tão pessoal quanto amorável.

Sei do risco que corro, em se tratando do interesse dos leitores, ao abordar um assunto tão íntimo. Tem nada, não. Creio que possuo algum saldo com vocês. Se não, botem aí na conta, que qualquer dia eu pago esse débito literário. Hoje não me furtarei em falar sobre Natália, ela que, antes do meu editor, é quem primeiro lê todas as produções que publico. Exceto esta. Porque é surpresa.

Imagino que agorinha ela acabou de acessar o Canal BCS (Blog Carlos Santos), já tomada banho e decerto bebericando a sua xícara de café matinal, para saber enfim o que danado escrevi para este domingo, posto que desta feita (estranhando desde ontem as minhas esquivas) ela não viu meu texto em primeira mão. Sim, inventei algumas desculpas, escondi-lhe a verdade com esse propósito bem-intencionado, e mantive estas páginas longe dos olhos de Natália até bem pouco.

— Cadê a crônica, hein? — ela perguntava.

Neste minuto, porém, não há mais segredo. O pano caiu; estou a descoberto perante ela. Muito em seu louvor eu gostaria de dizer, contudo sei que nada do que escreva será o bastante para dimensionar as qualidades de Natália Maia, uma pessoa cujo caráter e senso humanitário poucas vezes se encontram em meio ao rebanho da vida em sociedade, como diria o querido amigo Antônio Alvino.

O que mais posso referir sobre Natália? Há tanto o que ser dito de bom a respeito dela, eu que sou o seu maior admirador, mas agora reparo que as palavras começam a me faltar. Acontece. Entre outras coisas, às vezes ela tem o poder, a sutil capacidade de me deixar sem argumentos. Por outro lado, e com firmeza, é a grande incentivadora das minhas letras, da minha escrita. É quem me diz (na saúde e na doença, na tristeza e na alegria) que tenho futuro enquanto escritor.

Não sou um sujeito religioso, nunca fui, entretanto ouso dizer que Natália é um anjo bom que Deus colocou em meu caminho. Hei de ir embora primeiro, sinto que não vim a este mundo caótico para me demorar, mas desejo viver ao lado dela todo o tempo que ainda me resta. Portanto, agradeço ao Altíssimo por todos os dias, horas e minutos que tenho usufruído da companhia de Natália.

Foi ela, com o facho de luz do seu lindo coração, com a aura de um espírito superior, quem me resgatou das trevas em que estive durante tanto tempo, desacreditado de todos e até de mim próprio. Natália, prezado leitor e gentil leitora, devolveu-me a alegria de viver, convenceu-me de que a vida vale a pena, e me trouxe de volta o prazer da escrita, da leitura, meu gosto pela música e pelo cinema. Exatamente, senhoras e senhores, não foi apenas o arsenal de psicotrópicos.

Cheguei ao fundo do poço, a ponto de passar noites amarrado a uma cama de hospício desta cidade, dopado, o corpo cheio de dores, num deplorável estado de semiconsciência e torpor. E quando eu estava lá, caído nas sombras, na sarjeta mental, foi dela a mão que me resgatou. Cuidou dos meus ferimentos e todo dia me ensina a conviver com as cicatrizes que ficaram na minha alma.

É difícil falar sobre esta Natália sem exibir um pouco do meu histórico, por mais que o objetivo destas palavras seja prestar uma simples homenagem à musa do meu coração. Penso que outras mulheres (não culpo ninguém por isso) teriam me voltado as costas, desistido de mim nos primeiros sinais da minha doença. Ela, contudo, não o fez, não me largou naquele manicômio. Apostou no meu restabelecimento, não fraquejou, a todo instante apoiada na sua infinda, inabalável fé.

— Você vai ficar bom! — sempre afirmava.

Por que expor aqui coisas tão íntimas? Alguém deve questionar. Não me constranjo, não há problema algum em sermos justos e verdadeiros. Não perco mais tempo com certos pudores e hesitações. Hoje tenho mais passado que futuro e quero dizer às pessoas — inclusive a Natália — o que penso sobre elas, ainda que publicamente. Deixar isso para amanhã pode ser para nunca mais.

Os pássaros cantam, redemoinham na mangueira da residência aos fundos, numa incessante babel que me serve de trilha sonora para este depoimento em homenagem a Natália. O vento também produz barulho nos ramos e folhas da grande árvore, impulsionando o voejar do passaredo ao redor. Então eu gostaria que este relato fosse leve como o vento, agradável e alegre como o canto desses seres alados que orbitam a velha mangueira da senhora Francisca, minha vizinha.

Não só da mangueira advêm as aves que ouço nas imediações. Aqui próximo, por trás das casas do outro lado da rua, passa um córrego (talvez seco nesta época do ano) de onde vez por outra, além do estrídulo das nhambus, escuto o que me parece o pio de uma sericoia e também das rasga-mortalhas. Sobretudo durante as eventuais horas mortas em que me encontro nesta escrivaninha.

Antes, durante um longo período, eu não mais me dava conta de nada disso, da vida que pulsava no meu entorno, das coisas simples e belas da natureza. Tive que reaprender a enxergar e a ouvir muito do que havia esquecido. Natália, que posso chamar de meu amor de salvação, sem pieguice ou exagero, tal qual no romance do Camilo Castelo Branco, é responsável por tudo de bom que me tem acontecido ao longo destes seis anos que abarcam o nosso namoro e noivado.

É possível que o prezado leitor e a gentil leitora considerem esta declaração algo açucarado, quiçá démodé. Podem achar o que quiserem. Estão no seu direito. Acontece, porém, que de amargo hoje em dia eu só estou aceitando café. No mais, ao menos em literatura, um pouco de açúcar, só uma vez perdida, não faz mal a ninguém. Até porque o amor também é doce e nunca sairá de moda.

Marcos Ferreira é escritor

*Texto originalmente publicado no BCS no dia 10 de outubro de 2021.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 29/12/2024 - 12:36h

Poco dopo

Por Bruno Ernesto

Obra de Salvador Dalí (Reprodução)

Obra de Salvador Dalí (Reprodução)

Certamente você já leu e releu que, para a maioria das pessoas, o rito de final do ano segue um roteiro: férias, confraternizações, comemorações, encontros, reencontros, tempo de fraternidade, orações, enviar mensagens de final de ano via whatsapp e, para poucos, reflexão.

De fato, é um período muito bom. Pena que dura pouco. Deveria ser assim o ano todo. Entretanto, seria paradoxal. Como alguns comportamentos.

Ter um período para descansar é extremamente necessário. Não é preciso fazer uma pesquisa acadêmica para chegar a essa conclusão. Experimente passar uma semana sem dormir.

Há uma expressão italiana para se dizer que está sem fazer nada. Só aproveitando o ócio: Dolce far niente. Seria tipo, “O bom de não fazer nada”.

Pois bem. Mas, e quanto a refletir? Penso que também demanda tempo. Pode nem parecer, mas leva muito tempo.

Nesse período os restaurantes estão abarrotados, o comércio fervilha, os aeroportos e estradas um caos; muitas pessoas postando nas redes sociais suas árvores de Natal, presentes, ceias, encontros e reencontros, declarações de amizade e amor. Alguns, até um pouco de caridade e religiosidade, genuínas ou não.

Nessas mesmas redes sociais, começam a fervilhar os memes relacionados ao período festivo. Uns bem engraçados e debochados. Porém, bem realistas.

Também há uma enxurrada de mensagens via whatsapp. Em especial nos grupos. Além daquelas distribuídas em forma de listas automatizadas, e aquelas distribuídas a esmo. Não vou nem mencionar as enviadas na virada do ano.

            De todas as celebrações de final de ano, certamente, o Natal é a mais simbólica de todas.

A simbologia dessa data é inigualável, do ponto de vista espiritual. Ou deveria ser.

É um momento de reunião e reflexão com a família e os entes queridos. É uma oportunidade, inclusive, de se aparar eventuais arestas.

Além do aspecto religioso desse momento – Sim, o Natal é uma celebração religiosa -, há uma carga axiológica que permeia todo esse momento.

Veja que esse valor, ou aquilo que é valorizado pelas pessoas, é uma escolha individual, produto da cultura em que o indivíduo está inserido.

O escritor russo Liev Tolstoi é o autor de uma das frases mais representativas acerca de um sentimento abstrato: “Todas as famílias felizes se parecem. As infelizes, são infelizes à sua maneira.”

Apesar dessa frase falar sobre família, ela dever ser trazida para as relações interpessoais hoje além da própria família. É bem mais abrangente. No fundo, diz respeito ao fato de que o que deveria prevalecer seria o sentimento genuíno e não o contrário.

Veja que muitas pessoas sequer cumprimentam as outras durante o ano. Mesmo aquelas com que mantém contato diariamente, quer seja no seu condomínio, na academia, supermercado, faculdade, igreja, ou mesmo no trabalho. Não há o mínimo de empatia para com o próximo. Percebe-se que, muitas vezes, sequer há cordialidade.

Todavia, o final do ano, paradoxalmente, tem esse poder mágico de convergir o espírito de confraternização adormecido durante o longo do ano que vai se expirando.

No Natal, celebra-se o nascimento. Entretanto, paradoxalmente, parece que muitos só podem celebrar a Páscoa.

Essa ressignificação foi brilhantemente abordada pelo pintor Salvador Dalí, em sua obra denominada Cristo de São João da Cruz, de 1951. Obra que marcou seu retorno ao catolicismo, depois de um período de ateísmo.

Nela, Jesus Cristo não possui coroa de espinhos; quem observa Jesus, o observa de um ângulo superior, que seria o ângulo de observação de Deus; não há pregos em suas mãos ou pés, nem sangue ou mesmo a inscrição em latim, “Iesus Nazarnus, Rex Iudeum” (INRI), que significa, “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. Entretanto, a simbologia continua lá e é de nítida compreensão.

Porém, há um outro detalhe nessa obra de Salvador Dalí que passa despercebido, porém tem grande significado.

Salvador Dalí não a assinou. E não o fez por um motivo que requer muita reflexão e genuinidade em sua omissão.

Para ele, sobre Deus, não há outro criador possível. Nem mesmo o egocêntrico Dalí ousou, em uma raríssima demonstração de humildade, se contrapor a essa simbologia do poder do Criador.  Nem em nome da arte.

Assim, como Salvador Dalí, parece que se passa um período de afastamento espiritual durante o ano inteiro e, ao final, adota-se uma postura que deveria ser do ano inteiro. E, ao que parece, ao contrário de Dalì, se faz de uma forma irrefletida.

Dessa maneira, iniciado um novo ano, uma outra expressão italiana seria bem colocada: Poco dopo. Que, traduzida, significa, logo após. Ou seja, poco dopo, tudo volta à normalidade.

Afinal, reflexão precisa de tempo.

Bruno Ernesto é professor, advogado e escritor

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
domingo - 29/12/2024 - 12:04h
Infraestrutura

Nova ponte será entregue nessa segunda-feira por Dnit e Estado

Nesta segunda-feira (30), a governadora Fátima Bezerra (PT) participa da solenidade que marca a inauguração da nova ponte construída pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na BR-304, em substituição à estrutura que foi levada pela força da enxurrada do Riacho Bonfim, região do Sertão Central do RN. O incidente aconteceu no dia 31 de março deste ano (veja AQUI), quando uma forte chuva na região causou danos significativos à ponte antiga.

Segundo o superintendente regional do DNIT, Getúlio Batista, as obras de reconstrução tiveram início efetivo em 3 de junho, com a demolição dos escombros da antiga ponte de 75 metros. A nova estrutura, com 125 metros de extensão, foi concluída em 20 de dezembro, cumprindo o prazo estabelecido.

O custo total da obra foi de R$ 14,4 milhões.

Com a inauguração, a infraestrutura viária local será novamente aprimorada, garantindo mais segurança e fluidez para o transporte na principal rodovia que liga diversas cidades do Rio Grande do Norte.

*Veja no topo desta postagem, um vídeo feito no local no dia do incidente.

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Categoria(s): Administração Pública
domingo - 29/12/2024 - 11:42h

Esperança

Por Odemirton Filho

Arte ilustrativa com uso de Inteligência Artificial do BCS

Arte ilustrativa com uso de Inteligência Artificial do BCS

Os primeiros versos de um poema de Mario Quintana dizem assim: “lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano vive uma louca chamada Esperança”…

Terminamos mais um ano. Aos trancos e barrancos? Talvez. Mas terminamos. Começaremos uma nova jornada. Jornada de lutas, alegrias e tristezas. A vida é essa eterna batalha, e precisamos estar preparados.

O que nos espera? Sei lá! Só Deus sabe. Contudo, temos que estar firmes e fortes pra o que der e vier. Cada um tem os seus problemas, suas lutas e objetivos. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.

Em um mundo tão cheio de guerras, onde se matam milhares de pessoas em razão da irracionalidade e ganância de uns poucos, inocentes padecem. Não é de hoje que o homem se digladia, é de sempre, e sempre será. Sem esquecer da fome, da miséria e das doenças, mundo afora.

No Brasil dividido entre a direita e a esquerda, os problemas e o radicalismo político-ideológico continuarão. As promessas descumpridas, a roubalheira nos quatro cantos do país, o velho compadrio, o toma lá, dá cá, também.

Nas famílias, e todas se parecem, só mudam de endereço, as picuinhas e as desavenças acontecerão. Relacionamentos são difíceis, é da natureza humana. Sentimentos menores, infelizmente, fazem parte da alma do homem.

Entretanto, apesar dos pesares, não devemos desesperançar. A vida é uma mistura de emoções, há bons e maus momentos. Estamos vivos, vivos! E isso é motivo para agradecer. Peçamos a Deus saúde pra enfrentar a vida, peçamos ao bom Deus amor no coração.

Agradeçamos pelo ano de 2024; e esperemos que o ano de 2025 seja um dos melhores de nossas vidas, pois “a sabedoria humana está nessas palavras: esperar e ter esperança”.

Na inspiradora reflexão do cardeal José Tolentino de Mendonça: “a esperança mantém-nos vivos. Não nos permite viver macerados pelo desânimo, absorvidos pela desilusão, derrubados pela força da morte. Compreender que a esperança floresce no instante é experimentar o perfume do eterno”.

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
domingo - 29/12/2024 - 10:38h

Outros natais

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa com uso de Inteligência Artificial do BCS

Arte ilustrativa com uso de Inteligência Artificial do BCS

Nesta véspera de Natal, chafurdando no site da BBC, seção de cultura, dei de cara com uma matéria cujo título dizia: “A melhor história natalina de fantasmas: como o filme de terror dos anos 1980, A Mulher de Preto, aterrorizou a Grã-Bretanha”. A matéria faz referência ao filme “The Woman in Black”, direção de Herbert Wise (1924-2015), originalmente exibido pela ITV na véspera do Natal de 1989, a partir de uma adaptação do romance homônimo, de 1983, de Susan Hill (1942-).

Consta que assustadoramente arruinou o sono de muitas pessoas naquela noite de Natal. E, segundo a BBC, a tal “Mulher” representa o pináculo de uma tradição britânica de festivas estórias de fantasmas. Tem boa razão.

Com pequenas variações que decorrem das naturais adaptações, a aterrorizante estória de “A Mulher de Preto” basicamente gira em torno da experiência do jovem advogado Arthur Kipps, em viagem de trabalho, na pequena e chuvosa cidadezinha de Crythin Gifford (que, embora imaginária, estaria situada na costa leste da Inglaterra). Em dado momento, o jovem advogado vê uma estranha “mulher de preto”. Os locais temem falar do assunto. Trata-se, segundo a crença local, do fantasma de uma mãe, que em vida foi separada do filho, em busca de vingança.

A vingança, para infelicidade de pais e mães, recai sobre as crianças do lugar, já que, após cada aparição da “mulher de preto”, uma ou mais delas inesperadamente morrem. Para dar ares ainda mais sombrios à coisa, boa parte da trama, temporalmente situada no começo do século XX, se passa em uma abandonada mansão, localizada em uma remota ilhota na costa, cujo acesso só é possível quando a maré está baixa. Uma ilhota tipo o Mont Saint-Michel, na Normandia francesa, algo que, aliás, embora menos conhecido, a Inglaterra também tem: o St Michael’s Mount, na Cornualha (que nome terrível!), no extremo sudoeste da Ilha Britânica. De toda sorte, os montes reais, o francês e o inglês, são belíssimos e (quase) nada aterrorizantes.

Morando/estudando em Londres, tive a oportunidade de assistir a duas “versões” de “A Mulher de Preto”. O filme “The Woman in Black”, de 2012, com direção de James Watkins (1973-) e Daniel Radcliffe (o queridinho Harry Potter) e Ciarán Hinds nos papéis principais. E a célebre peça homônima, então já há vários anos em cartaz no Fortune Theatre (bem no miolo de Covent Garden).

Em dois atos, com só dois atores no elenco, esta tinha um ambiente ao estilo filme noir, onde, dentro da peça, se encenava outra peça. Com essa habilidosa mistura de “peças”, inconscientemente o espectador ficava transitando entre dois (assustadores) mundos e, em dado momento, não sabia mais se lidava com fantasmas imaginários ou reais. Adorei.

É verdade que assistir aos filmes “The Woman in Black” e (necessariamente) à peça na cidade de Londres dá um toque a mais à coisa. Tem um “espírito assustador” londrino que é sentido/vivido in loco. E esse eu conferi, já impressionado e tarde na noite, voltando para casa, cruzando estranhas ruelas e becos. A verdade é que basta olhar para o lado – ou, para os mais incrédulos, ir checar nas inúmeras publicações sobre a “Haunted London” – para se enxergar que fantasmas e Londres têm tudo a ver. Em Covent Garden mesmo, são “histórias” e mais “estórias” de violência, morte e aparições nas cercanias. Uma pequena amostra da cidade de “Jack, o estripador”, da Torre de Londres, seus enforcados e seus espíritos. Sinistro.

Mas é verdade também que, para aqueles desejosos de espantar seus fantasmas, sobretudo os imaginários, havia sempre – e ainda há – os pubs de estilo.

Bons tempos, posso dizer, embora correndo o risco de parecer demasiadamente saudosista – mas quem não o é no Natal? –, quando o mundo era grande e pequeno e, nos natais, nos preocupávamos apenas com os fantasmas festivos.

Hoje, com a terra e a vida tão estreitas, temos outras preocupações maiores. E nada sobrenaturais.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 29/12/2024 - 09:22h

Teste

Por François Silvestre

Arte ilustrativa com uso de IA do BCS

Arte ilustrativa com uso de IA do BCS

Não é uma crônica,

nem verso, só teste.

 

uma tentativa de volta,

sem revolta, sem vista ou veste.

 

Nua, quase crua, sem casa,

na rua.

 

E por falar em nua, a velhice no banheiro

é pior do que espelho.

No reflexo espelhado há cortes, escolhas de lados.

Disfarce.

Lá, recanto do banho ou descarrego,

não há escape, revela-se.

 

Pele? Que nada, descasca, sem casca.

E no despenar-se vai o resto. Que nem merece narrar.

Foi teste.

 

Viver é esperar na porta do banheiro.

Após a fila, impaciência, do desassossego que desbanca,

o alívio enfim,

E o fim é contemplar as pelancas!

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Poesia
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sábado - 28/12/2024 - 23:50h

Pensando bem…

“Felicidade é feita para ser consumida na hora. Não se guarda alegria para o futuro.”

Fabrício Carpinejar

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sábado - 28/12/2024 - 08:50h
Leis

Novo IPVA alcança carros elétricos e reduz taxação no veículo a gás

Carro movido a GNV é alcançado pela nova legislação (Foto ilustrativa)

Carro movido a GNV é alcançado pela nova legislação (Foto ilustrativa)

A governadora Fátima Bezerra (PT) sancionou nesta sexta-feira (27) duas leis ordinárias e uma complementar no âmbito das medidas para recompor as finanças do Estado do Rio Grande do Norte, afetadas pelas leis federais 192 e 194, de 2022, e pela redução da alíquota do ICMS em 2024.

Uma delas é a Lei 12.026/2024, que reduz pela metade o Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de carros movidos a GNV – Gás Natural Veicular. A partir de 2025, a alíquota cai dos atuais 3,0% para 1,5%. A medida contempla 55 mil proprietários de veículos movidos a esse tipo de combustível no Rio Grande do Norte, dos quais 8 mil motoristas de aplicativos em Natal que utilizam o gás natural como alternativa econômica à gasolina e ao etanol.

Carros elétricos

Em contrapartida, passa a ser cobrado IPVA dos veículos movidos a motor elétrico de forma escalonada, até atingir 1,5% em 2027. No primeiro ano da cobrança, a alíquota será de 0,5% do valor do veículo. Para um automóvel de R$ 150 mil, o IPVA será de R$ 750, equivalentes hoje ao preço de dois tanques de gasolina de um carro popular.

Essa medida, já adotada em diversos estados da federação, está em sintonia com o novo contexto do mercado automobilístico nacional e com as adequações decorrentes da Emenda Constitucional nº 132/23 (Reforma Tributária). De acordo com levantamento da Secretaria da Fazenda, a frota desse tipo de veículo no Rio Grande do Norte é hoje de pouco mais de 2 mil unidades.

A governadora também sancionou a Lei Complementar 776/2024, acrescentando mercadorias como refrigerantes, bebidas energéticas, cosméticos, entre outras, à lista de produtos como armas e munições, bebidas alcoólicas, cigarros, joias, que terão recolhimento adicional de 2% para ampliar a arrecadação destinada ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza.

O Fecop financia programas sociais como o da distribuição de leite para famílias em situação de vulnerabilidade social e de refeições a preços simbólicos nos restaurantes populares. Antes da sanção das leis federais 192 e 194, em 2022, a arrecadação mensal do Fecop era de R$ 13 milhões, valor que caiu para R$ 4 milhões em 2024.

Já a lei 12.205 faz alterações na Lei Estadual nº 5.887, de fevereiro de 1989, sobre o Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCD).

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Categoria(s): Administração Pública / Gerais
  • Repet
sábado - 28/12/2024 - 08:22h
Aneel

Ano de 2025 vai começar sem tarifa extra de energia

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

O ano vai começar mais leve para os consumidores de energia elétrica do país. A Agência Nacional de Energia Elétrica (AEEL) confirmou nesta sexta-feira (27/12) que não haverá cobrança extra nas contas de luz em janeiro de 2025.

A bandeira ficou verde de abril de 2022 até julho de 2024, quando foi interrompida com o anúncio da bandeira amarela, seguida de bandeira verde em agosto, vermelha, patamar 1, em setembro, vermelha, patamar 2, em outubro, amarela em novembro e retornou ao patamar verde em dezembro.

Mesmo com manutenção da bandeira verde, sem cobrança adicional na conta, a Neoenergia Cosern chama atenção para a necessidade de adoção de consumo consciente de energia elétrica.

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Categoria(s): Gerais
sábado - 28/12/2024 - 07:52h
Imunização

Mossoró terá vacinação contra Covid-19 neste sábado

Vacinação alcança de crianças a idosos (Foto: Arquivo)

Vacinação alcança de crianças a idosos (Foto: Arquivo)

Neste sábado (28), a Prefeitura de Mossoró disponibiliza ponto extra de imunização para proteção da Covid-19, conforme grupos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. No município, a vacinação será na Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria Soares da Costa, no bairro Alto de São Manoel, das 8h às 16h.

A vacinação contra a Covid-19 contempla grupos de rotina e especial.

Confira os públicos:

  • Criança de 6 meses a menores de 5 anos;
  • Gestantes;
  • Idosos, a partir de 60 anos ou mais idade;
  • Pessoas vivendo em instituições de longa permanência;
  • Pessoas imunocomprometidas;
  • Indígenas vivendo em terra indígena;
  • Indígenas vivendo fora da terra indígena;
  • Ribeirinhos;
  • Quilombolas;
  • Puérperas;
  • Trabalhadores da saúde;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Pessoas com comorbidades;
  • Pessoas privadas de liberdade;
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • Adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas;
  • Pessoas em situação de rua.

A vacinação contra Covid-19 para a população em geral será ofertada, eventualmente, mediante disponibilidade de doses.

A Secretaria Municipal de Saúde também ofertará outros imunizantes para a população, conforme a situação vacinal e faixa etária.

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Categoria(s): Saúde
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
sábado - 28/12/2024 - 07:24h
Bloqueio de emendas

Advogado de Mossoró defende Câmara dos Deputados perante o STF

Jules Michelet é advogado da Câmara dos Deputados (Foto: Web)

Jules Michelet é advogado da Câmara dos Deputados (Foto: Web)

Bacharel em direito pela Universidade Federal do RN (UFRN), doutor em direito tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), mestre em direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB), o mossoroense Jules Michelet Pereira Queiroz e Silva é o advogado da Câmara dos Deputados em mais um delicado imbróglio. Faz a defesa da Casa na questão do bloqueio de emendas de comissão no montante de R$ 4,2 bilhões – determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), através de decisão monocrática do ministro Flávio Dino.

Com atuação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (CARF), professor, escritor, poliglota (fala quatro línguas), Jules Michelet tem a tarefa de esclarecer e arrimar a “plena legalidade” adotada pelos líderes partidários na indicação das emendas. Nessa sexta-feira (27), fez a defesa da posição desse poder perante o STF.

Segundo ele, a “Casa seguiu as orientações apresentadas pelo governo federal.” O ministro Flávio Dino sustentou sua decisão ao assinalar que faltavam “transparência e rastreabilidade” às emendas.

Ex-procurador da Fazenda Nacional em Brasília, Jules Michelet é filho do jornalista/economista/professor Canindé Queiroz (in memoriam), fundador do extinto jornal Gazeta do Oeste, com a promotora pública aposentada Maria Emília Lopes Pereira.

Nota do Blog – Mês passado, em Brasília, onde estive cerca de cinco dias a trabalho, encontrei-me com Jules casualmente. Rebobinei um tempo em que o via chegar à Gazeta do Oeste, menino ainda. Desde cedo, além de brinquedos comuns à infância, era nítido seu apego aos livros – como assim ocorria com o pai. Hábito salutar da boa extração.

Ave, Jules!

Veja AQUI matéria completa sobre o assunto das emendas bloqueadas, em que é citado o papel de Jules Michelet.

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Categoria(s): Gerais / Justiça/Direito/Ministério Público / Política
sexta-feira - 27/12/2024 - 23:54h

Pensando bem…

“As lágrimas de piedade consolam quando é um amigo que as derrama.”

Alexandre Herculano

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