domingo - 20/04/2025 - 10:34h
Tempo rei

O fogo eterno de Gilberto Gil em sua última jornada no palco

Por Caio Barretto Briso (Do Canal Meio)

No palco, resultado de trabalho árduo, exigência máxima de si e equipe para qualidade no show (Foto: Tempo Rei)

No palco, resultado de trabalho árduo, exigência máxima de si e equipe para qualidade no show (Foto: Tempo Rei)

Gilberto Gil está no centro do palco, braços cruzados, guitarra no ombro, ouvidos atentos. É sexta-feira, dia de Oxalá, e o filho de Xangô veste branco dos pés aos cabelos. Não escolheu medicina, como o doutor José Gil sonhou, mas está mais sério do que médico em hora de cirurgia. “Tá esquisito. Não tô sentindo a harmonia”, diz o baiano de Ituaçu, 82 anos no mundo, quase 83.

O efeito de Gil insatisfeito é imediato e faz a banda emudecer. Bem Gil, baixista e diretor musical que escolheu cada um dos 15 músicos que os acompanham, responde rápido: “Vamos passar de novo e ver a harmonia pro meu pai”, e todos recomeçam Funk-se Quem Puder.

Tocam apenas três segundos. “Peraí, peraí, peraí, peraí”, interrompe Gil, erguendo os braços como um maestro. “Nesse tam tam ram ram tam tam tam tem uma coisa complicada”, repara, e todos tentam descobrir o que está complicado, ou quem está complicando. “Não é só a harmonia. Tem uma intervenção de alguém aí. Não sei se são as cordas.” Se o próprio Gil não sabe, como descobrir? Um a um, cada músico repassa suas notas. Depois de alguns minutos examinando as partes e o todo, Gil dá o diagnóstico: o problema “não é a execução, é a escrita” — a partitura da música.

Ninguém lembra a última vez que Gil cantou essa canção, gravada há 42 anos no álbum Extra. Ele mesmo demora a recordar os versos e pede ajuda à Nara Gil, sua primogênita, backing vocal e mãe do guitarrista João Gil, também no palco. Finalmente os músicos chegam ao primeiro verso: “É imperativo dançar”, ele canta, antes de parar o ensaio de novo, repetindo o verbo “dançar”, esticando a última sílaba, entoando a palavra de jeitos diferentes, buscando no baú da memória o tom exato.

Arrisca um agudo em “sentir o ímpeto”. “A nota é lá em cima”, observa, pedindo à filha e à nora Mariá Pinkusfeld, cantora e mulher do baterista José Gil — oitavo e último filho, também no palco —, que cantem mais alto.

Sua voz não estava alcançando o agudo desejado.

Ensaio e detalhismo

São os primeiros minutos de um ensaio da turnê Tempo Rei, a última de Gil, que está arrebatando multidões e lotando estádios por onde passa. Se o show tem sido definido como catártico e muitos outros adjetivos por quem o assiste, o ensaio no meio da turnê é, por sua vez, uma obra para poucos e ajuda a explicar o sucesso do espetáculo grandioso.

Flora Gil, mulher do artista há 43 anos e diretora da Gege Produções, já disse que ensaiar é o que Gil mais gosta de fazer na vida. Cada ensaio é uma costura, um dia de trabalho que começa difícil e vai se resolvendo aos poucos, ponto a ponto, linha a linha. No desafio de “repetir, repetir, até ficar diferente”, como escreveu o poeta Manoel de Barros, Gil tem a manha.

Por ser um processo com imprevistos e segredos, como os nomes dos convidados daquele fim de semana — Anitta no sábado e Caetano Veloso no domingo, nomes que precisam ser mantidos em sigilo até o momento final —, é incomum a presença de jornalistas nesse momento. E, ainda assim, lá estava eu, assistindo a um espetáculo particular de aperfeiçoamento. Aquele era um dia difícil para o artista e sua equipe, que também tem a filha Maria Gil na produção.

O motivo é que Preta Gil, que trata um câncer no intestino há dois anos e a princípio ensaiaria naquela sexta-feira para cantar a música Drão com seu pai no domingo, teve de ser internada em São Paulo e só ganhou alta no dia 17. Por isso Caetano foi convidado, fato que provocaria o momento mais emocionante desde a estreia da turnê, em março: os dois amigos cantando Super-homem (A Canção), no show do dia 7, com Gil muito emocionado e Caetano inseguro, segundo ele próprio, por Djavan estar na plateia.

Esperado no palco às 13h30 naquele ensaio de sexta-feira, véspera do show, Gil entra em cena às 13h29, mas estava no camarim havia uma hora. Cumprimenta de longe os músicos, que começaram a passar o som 20 minutos antes, enquanto é observado por uma legião de técnicos, produtores e assessores nas coxias, na frente do palco e até embaixo dele. Gil precisava ir embora às 16h e aproveitou até o último minuto para ensaiar.

Funk-se Quem Puder foi incluída naquela tarde no setlist para marcar a entrada de Anitta. A música entraria no meio de Aquele Abraço, um dos clássicos da música brasileira que ele escreveu logo após saber, no início de 1969, que iria para o exílio. Após Anitta subir ao palco ao som de Funk-se, a banda voltaria a tocar Aquele Abraço, só que num tom diferente: a pedido da cantora, em Sol maior em vez de Dó.

A “deusa-música”

A obsessão de Gil pela “deusa-música” — como ele a chama em Palco, primeira canção do espetáculo — está na forma minuciosa de Gil trabalhar. É um artista do detalhe. Não à toa o ensaio em que precisaria passar apenas três músicas — Funk-se Quem PuderSuper-homem (A Canção) e Aquele Abraço em outro tom — dura o mesmo tempo que um show inteiro, no qual ele canta 30 sem contar algumas vinhetas, como Retiros Espirituais.

“Ainda não tá clara essa harmonia pra mim”, diz ele, após 45 minutos passando Funk-se. Fora do microfone, Bem conversa com os músicos e combinam algo inaudível. De repente, a magia acontece e a música assenta. Nada mais incomoda Gil e tudo parece fluir. Mesmo assim, ele continua ensaiando a música por uma hora e meia no total — até ficar diferente. “Está bom”, diz, de repente. “A entrada da Anitta vai ser um alvoroço. O que temos agora?”, indaga, antes de Bem respondê-lo. “A mudança em Aquele Abraço e depois Super-homem.”

Além de mudar o tom, é preciso puxar o andamento de Aquele Abraço um pouco mais para frente. “Vamos cantar até a metade. Quando você sambar, a gente muda para uma levada de funk. Anitta entra e continuamos em Sol”, anuncia Bem, de 40 anos, mais velho dos três filhos de Gil com Flora. Bem cresceu sentindo um certo distanciamento do pai.

Era comum ele e seus irmãos passarem mais tempo com a empregada e o motorista — que apresentou a Bem, por exemplo, o Flamengo — do que com Gil, embora o jantar em família fosse sagrado. A música os aproximou. Aos 18 anos ele já tocava com o pai no Carnaval de Salvador. Aos 21, virou integrante oficial da banda. Hoje é um multi-instrumentista e braço direito do pai, seu herói, sua maior inspiração.

Gil pergunta que horas são. “Quinze horas”, alguém grita. “Temos tempo”, aquiesce, gostando da brincadeira. Ele está em pé há uma hora e meia e agora começa a dançar no palco, cantando em um tom mais agudo para fazer o papel de Anitta. Esse homem completará 83 anos em dois meses e parece de outro mundo. Não parou nem mesmo para beber um gole de água.

Enquanto isso, José, também diretor musical do show junto com Bem, fica de pé para se alongar. Apenas na hora de tocar Super-homem, Gil olha o banquinho ignorado antes de sentar. Logo nos primeiros acordes, um efeito especial é acionado sem querer, soltando faíscas para o alto a poucos metros do cantor. Ele está tão concentrado que não olha para as faíscas, nem sequer se move. “Ok?”, pergunta Gil às 15h54. “Ok”, responde Bem. Fim do ensaio.

O show

É sábado, dia do show. Para que tudo saia como planejado na véspera, um novo ensaio é marcado às 15h, desta vez com Anitta. Dura pouco tempo, cerca de 30 minutos. A cantora se empolga com a ideia de Gil repetir o verso Funk-se Quem Puder oito vezes, para que ela tenha mais tempo de subir ao palco entre uma e outra vez. “Assim é perfeito, Gil”, comemora Anitta.

O show está marcado para 20h, mas começará às 20h30. Enquanto Gil e a banda descansam nos camarins, um batalhão de bombeiros, seguranças, faxineiros, recepcionistas e vendedores de bebidas começa a chegar para o trabalho. Por volta das 17h, chegam também os primeiros fãs, que ficam horas esperando do lado de fora da Farmasi Arena, palco dos quatro primeiros shows no Rio de Janeiro.

Tempo Rei é a consagração de seis décadas de carreira de um dos gigantes da música, fruto de uma geração de artistas de fazer inveja a qualquer outra, de qualquer época, de qualquer país. Uma geração da qual também fazem parte Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, além de outros já falecidos, como Gal Costa e Tim Maia. De todos, ninguém está em melhor forma do que Gil — um homem, segundo sua comadre Fernanda Torres, de quem ele é padrinho do filho mais velho, “talhado para o palco, que nasceu para a estrada, com alma de Chuck Berry”.

Antes de estrear em Salvador, a turnê foi preparada ao longo de um ano inteiro. O diretor artístico, Rafael Dragaud, ainda tem no celular as anotações que fez durante a primeira reunião, no dia 1º de abril de 2024, quando Flora o convidou para a missão. “Estreia em março de 2025. Fazer algo histórico, mas não linear. Pensar na equipe de luz e cenografia. Apesar de ser a última turnê, uma despedida, tudo é recomeço, tudo evolui e retrocede ao mesmo tempo, o tempo todo”, lê Dragaud. Diretor e roteirista de TV experiente, responsável por reformular o Criança Esperança, da TV Globo, ele compara o convite a uma convocação para a seleção brasileira de futebol.

Após aquela reunião, Dragaud começou a pensar no conceito do show. Conversou com Bem e José, que tinham suas próprias ideias. Decidiram que o conceito seria o próprio Gil. “Eu tinha na cabeça que precisa ter um início impactante, começar pelas essências musicais de Gil, o início de carreira, chegar a Londres e depois enlouquecer de ácido — e, a partir de então, virar um flow musical, para que fosse histórico, para que fosse Gil, para que fosse não-linear e, principalmente, para que não fosse um show de despedida. Não é um fim de tarde, é um alvorecer”, reflete.

Para a equipe técnica, convidou profissionais como Daniela Thomas (cenografia) e Samuel Betts (iluminação). Daniela pensou em um vórtex, uma espécie de escultura em dois painéis que se entrelaçam sem se tocar. Além disso, há três telões gigantescos em LED no palco que transmitem o show em tempo real, a partir das imagens de 14 câmeras, entre elas um drone que sobrevoa Gil, sua banda e a plateia. É uma forma de usar as câmeras como nunca se viu em um show no país.

Além disso, houve um esmero nos vídeos que são exibidos: as imagens de uma romaria, na música Procissão, foram gravadas na cidade natal de Gil. O céu que aparece nos telões não é de qualquer lugar: é o céu de Ituaçu, da infância do pequeno Beto, como era chamado em casa.

Temperatura altíssima

Às 20h30, o show começa. Não por acaso, o primeiro verso cantado é “subo neste palco”. É a música que Gil compôs nos anos 80 quando pensou em parar de cantar. As primeiras três canções (PalcoBanda Um e Tempo Rei) já abrem o espetáculo com a temperatura altíssima — e ela não cai em momento nenhum.

Em seguida vem o mergulho na história do menino que sonhava ser Luiz Gonzaga, o moleque que começou na música tocando um dos instrumentos mais difíceis, o acordeon. Como a ordem das músicas não é cronológica, a canção que representa a influência de Gonzagão é um forró de Dominguinhos e Anastácia (Eu Só Quero um Xodó), que Gil gravou em 1973.

Gil tocou sanfona no grupo Os Desafinados, em Salvador, entre 1959 e 1961. O ano em que a banda nasceu foi o mesmo em que João Gilberto lançou seu álbum seminal, Chega de Saudade. Gil, que já estava encantado com o violão de Dorival Caymmi, apaixonou-se pela batida do pai da bossa nova. Logo o violão Di Giorgio que dona Claudina comprou na Mesbla para o filho se tornou seu amigo inseparável.

Enquanto alguns músicos têm rituais estranhos antes dos shows — Keith Richards, por exemplo, sempre come uma torta inglesa com carne e creme de batatas, enquanto Beyoncé reza e usa uma cadeira de massagem enquanto é maquiada —, o que Gil gosta de fazer é tocar violão. E como ele vai embora assim que o show acaba — para não ficar preso nos abraços e depois no trânsito —, costuma receber convidados antes das apresentações.

Um dos momentos emocionantes é quando Gil canta Refazenda, que ele apresenta como parte de uma espécie de trilogia de sua obra, que inclui também Refavela e Realce. Gil conta que ele e sua irmã, Gildina, não foram à escola no primário porque a avó os alfabetizou em casa. A Refazenda refere-se a Ituaçu, base de toda a permanência do mundo rural que não sai de Gil. “Todos os lugares do interior que vi no mundo me remetiam a Ituaçu, que ocupa uma função mítica na minha vida”, disse uma vez. Ele considera Refazenda a primeira música filosófica de sua obra.

A impressão que se tem durante o show é que se trata de um espetáculo cênico que não deve nada às grandes produções internacionais que chegam ao Brasil. E que se coloca acima de outras grandes turnês recentes, como A Última Sessão de Música, que marcou o adeus de Milton Nascimento dos palcos. O show de Gil é uma raridade: mal acaba e já dá vontade de ver outra vez. Passa uma semana e seu eco continua reverberando em quem o assistiu, como um bom filme ao qual voltamos em pensamento involuntariamente.

Para quem tem ao menos 35 ou 40 anos de idade, é um mergulho na própria história, embalada pelas músicas de Gilberto Gil em suas muitas fases.

Quando o show caminha para o fim, as luzes iluminam a plateia e o que se vê é uma multidão de olhos marejados sob impacto de algo profundo que acabou de acontecer — algo que nos torna maiores do que antes do show e que poucos conseguem definir com exatidão. Não é raro ouvir frases como “é o melhor show da minha vida”. Todos os grandes temas da obra de Gil estão presentes: amor, separação, liberdade, morte, Deus, tempo.

A vida é sempre ruim e sempre boa ao mesmo tempo, acredita Gil, com seu estoicismo baiano, seu taoísmo sertanejo. Enquanto todos se deslumbram com o que viram, ele volta correndo para o camarim já sabendo o que precisa melhorar para o dia seguinte. Marca um novo ensaio às 15h de domingo, antes de mais uma noite inesquecível.

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Categoria(s): Cultura / Gerais
domingo - 20/04/2025 - 09:02h

Falsas simetrias

Por Marcelo Alves

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Uma das coisas que mais escutamos hoje, para fins de crítica ao Poder Judiciário, são alegações que não passam de falsas simetrias: “absurdo! Decidiram assim neste caso e assado naquele; absolveram Fulano e condenaram Sicrano; concederam a liberdade [ou a tal prisão domiciliar, hoje muito em moda] a este, mas não concederam àquele”.

Bom, está certo Ronald Dworkin (1931-2013) na assertiva de que a “igualdade perante a lei” é quem nos oferece a explicação irrefutável e definitiva da necessidade de decisões semelhantes para casos semelhantes. A igualdade não pode ficar apenas no plano normativo. Tem seu lugar, talvez de maior destaque, na solução dos casos concretos na vida em sociedade. O jurisdicionado não compreende/aceita duas decisões antagônicas resolvendo o mesmo princípio, a mesma regra e, sobretudo, os “mesmos fatos”.

Em resumo, nada mais justo que casos “iguais”/semelhantes sejam resolvidos de modo semelhante; ao revés, nada mais injusto que esses casos semelhantes sejam decididos, arbitrariamente, de modos diversos.

Todavia, é pressuposto, para que os julgamentos de dois casos estejam condicionados (por uma questão de igualdade perante a lei), que haja realmente uma identidade entre os fatos dos dois casos.

E que identidade é essa? Deve ser absoluta? Óbvio que não, sob pena de invalidarmos a própria possibilidade de aplicação do princípio da igualdade. Afinal, já dizia Heráclito de Éfeso (500-450a.C.), “nós não podemos nunca entrar no mesmo rio, pois, como as águas, nós mesmos já somos outros”. Para ser mais claro: dois casos nunca são inteiramente iguais.

Mas, se a identidade absoluta é impossível, precisamos encontrar uma regra segura para, evitando as falsas simetrias, exigirmos a igualdade de tratamento para dois casos de alguma forma semelhantes. Há critérios para isso. Na verdade, como já ensinava Karl N. Llewellyn (no clássico, que faço questão de citar aqui, “The Branble Busch: some Lectures on Law and its Study”, Columbia University School of Law, 1930), há que se atribuir um nível correto ou apropriado de generalidade aos fatos constantes dos dois casos. Eles devem ser considerados, baseado em critérios de generalidade apropriados, como representativos de uma categoria abstrata de fatos. Ao fato é atribuída significância não por si só, mas como membro de uma categoria. Ademais, o critério para o correto grau de extensão dado à generalização deve ter por parâmetro e limite a constatação de não haver razão jurídica que leve à distinção entre os fatos dos dois casos cotejados, caso a se decidir e caso parâmetro, pertencendo ambos, na situação dada, à mesma categoria de fatos.

O problema é que as pessoas, hoje em dia, no afã de criticar (e de esculhambar mesmo) o Poder Judiciário, generalizam tudo, absurdamente, desavergonhadamente. Colocam tudo no mesmo saco. Consideram tudo “o mesmo rio”, sem sequer minimamente ler as águas – ops, os fatos – dos dois casos comparados, tanto especificamente como, em seguida, no devido grau de generalidade. E, na verdade, se lidos/observados os fatos, um caso demanda mesmo condenação; o outro, não. Se alguém, dadas as suas circunstâncias, merece uma “prisão domiciliar”, outrem, por sua vez, pode ser que não. Temos de conhecer/ler o processo/fatos. É o básico do básico.

Já dizia a menina Mafalda, do genial Quino (1932-2020), “viver sem ler é perigoso. Te obriga a crer no que te dizem”.

Bom, para evitar falsas simetrias, encerremos sem mais filosofia: dois casos (mesmo que enganosamente parecidos) às vezes são muitíssimo distintos; às vezes, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
domingo - 20/04/2025 - 08:46h

Obrigado, Neuza

Por Bruno Ernesto

Óleo sobre tela de autoria de Neuza Medeiros, homenageada na crônica (Foto: Bruno Ernesto)

Óleo sobre tela de autoria de Neuza Medeiros, homenageada na crônica (Foto: Bruno Ernesto)

Quando alguém me pergunta qual é o segredo para se escrever uma crônica, minha resposta é simples e direta: observe a vida ao seu redor.

Escrever uma crônica nada mais é que uma extensão tangível do nosso pensamento e sentimentos.

Escreve-se o que, por vezes, não se diz.

O hábito de ler, embora indispensável para o ofício, representa apenas uma fração do que é necessário para a criação de uma crônica.

Sentimento, percepção e sensibilidade são o que, de fato, nos induz e conduz nessa criação.

Aliás, nem criação é. Se fosse criação, seria uma estória.

Por ser a pura realidade, ainda que figurativa, nos faz refletir e, talvez, desperte algo parecido em quem se disponha a lê-la. Ainda que seja sem interesse.

Tem dia que é mais fácil; dia mais difícil. Alguns, impossíveis. E hoje é um dia difícil.

Embora seja Sexta-feira Santa, acordei cedo como sempre e, num despertar lento e compassado, sentei e aguardei meus gatos virem se enroscar nas minhas pernas, num balé sincopado entre roçados e miados, como de costume.

O dia aparentemente seria como qualquer outro. Não foi.

Até pensei em enviar uma mensagem para o editor, comunicando que talvez não conseguisse escrever algo para esse domingo. Pediria sua compreensão.

Talvez no decorrer do outro dia surgisse uma estreita faixa de luz que me levasse a um texto sóbrio, apurado. Mas seria o outro dia. Não serviria. Perderia sua essência.

No decorrer do dia, num misto de emoção e incredulidade, descartei a ideia pois, às vezes, a crônica vem justamente como uma avalanche.

Imediatamente me veio – vividamente -, a nossa última conversa. Ao pé do ouvido, no aniversário de quinze anos de minha filha – sua única neta, como dizia -, comemorado há exatas duas semanas.

Há alguns anos os nossos caminhos já não convergiam como outrora.

Os almoços aos domingos e o veraneio em Tibau ficaram na minha memória. Porém minha admiração e respeito seguiram inabaláveis. Admiração e respeito são inegociáveis.

Me perguntou se eu ainda tinha a tela que ela pintou e me presenteou há vários anos, num dom artístico que despertara na flor da idade.

– Claro, que sim! O deserto, as pirâmides. Está na sala de casa, em Natal. Numa linda moldura vermelha.

Me pediu que me enviasse uma foto para completar o seu acervo para a exposição que estava por acontecer. Me comprometi, a trazê-la para a exposição.

– É uma das que mais estimo. Porém não devolvo.

Sorrimos como há muito não sorríamos numa conversa franca.

Um tanta debilitada, quis abraçá-la, porém, não o fiz. Não o fiz.

Queria tanto retribuir o afetuoso, consolador e longo abraço que ela me dera cinco anos, no dia da despedida do meu pai. Jamais esquecerei.

Mal sabia que aquela seria nossa despedida. Sorrimos e nos despedimos.

Não deu tempo par mais nada.

Só para as boas lembranças, agradecimento e saudade.

*Crônica em homenagem à Neuza Medeiros, servidora aposentada da Universidade do Estado do RN (UERN).

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 20/04/2025 - 08:36h

Depoimento – XII

Por Ayala Gurgel

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

B.O: N° 19-1402/2022

NATUREZA: INQUÉRITO INVESTIGATIVO

DATA DA COMUNICAÇÃO: 23 DE MAIO DE 2022

COMUNICANTE: VICTOR RODRIGO DOS RAMOS

O senhor Victor Rodrigo dos Ramos, conhecido popularmente como Neto de dona Zefinha, trinta e oito anos, casado, trabalhador rural e autônomo, residente no Distrito Oiticica, pertencente a esta freguesia, compareceu a esta delegacia para narrar, perante mim, escrivã de polícia, fatos ocorridos naquele distrito dos quais é testemunha. O depoente disse que conhece seu Nanô, como é chamado o senhor Juvenal Olympio de Vaz e Sousa, há mais de vinte anos, desde que começou a trabalhar na residência dele como um faz-tudo e sabe da fama que ele tem na Oiticica de ser considerado o pior velho do mundo. Disse que a fama é justa e, de fato, o velho não saía de casa para nada, nem se dava bem com a vizinhança ou com qualquer outro morador da região. Que as poucas vezes que pôde trocar algumas palavras com ele foram sobre o serviço a ser feito ou o pagamento, mas o trabalho na sua casa foi o suficiente para ficar sabendo que ele nunca se casou e gosta muito de anjos. Que começou a desconfiar desse gosto quando notou que havia para mais de cem peças de anjos na casa, entre quadros e estatuetas. Que há anjos de vários estilos diferentes, desde os gordinhos e bonitos até anjos feios, magrelos, mais puxados para o capeta do que para as coisas de Deus. Que dona Ritinha de Deoclécio falou para ele que se não fossem cinco bocas que tem para alimentar não pisava na casa daquele velho nem para fazer caridade. Ela morria de medo dos anjos mais esquisitos e, às vezes, deixava de limpá-los. Que não tirava a razão dela nem das outras pessoas que não gostam de passar em frente à casa de seu Nanô. Que entende até mesmo as Testemunhas de Jeová, que desistiram de tentar visitá-lo. Que seu Nanô é muito casmurro e ninguém gosta dele, por isso foi um espanto geral quando o povo viu, no Domingo de Ramos, que o velho havia decidido sair de casa e ir à igreja. Disse que ficou pasmo quando viu seu Nanô entrar na igreja com um ramo na mão e depois se dirigir à fila da procissão. Só acreditou no que estava vendo depois de ficar muito tempo olhando. Pensou que pudesse ser uma pessoa muito parecida com o velho ou estivesse vendo assombração. Que teve dúvidas e perguntou a seu Raimundinho, que estava ao seu lado, se era mesmo seu Nanô quem estava ali diante deles, para saber se não era mal-assombro. Que Raimundinho ficou com dúvidas, pois não via o velho há muito tempo, e disse que se havia uma pessoa que poderia confirmar ou não se aquele era o velho, essa pessoa era ele. Que, diante daquela incerteza, procurou dona Ritinha de Deoclécio, mas ela não estava na igreja, e só desfez a dúvida depois de muito olhar e perceber que ele falava com outras pessoas, dando as horas, e elas estavam lhe respondendo. Não era o único que estava vendo o velho e se convenceu de que não era assombração. Aquilo mexeu com sua cabeça e também com a das outras pessoas e quase ninguém acreditou que se tratava de seu Nanô, mas era ele mesmo. Disse que o novo comportamento se fez observar durante a semana inteira, pois na segunda-feira o velho foi ao comércio local e comprou todos os ovos de chocolate, coisa que os comerciantes acharam bom, pois os ovos estão muito caros neste ano e eles já contabilizavam o prejuízo. Que ele mesmo já havia anunciado a seus filhos não ter condições de dar ovos de páscoa para nenhum deles, por mais que isso fosse dolorido. Que a solução foi comprar chocolate e fazer os ovos em casa. Que assim foi feito e agradece muito a Deus por sua esposa ter tido a ideia, pois foi a salvação. Muitos pais ficaram surpresos e felizes quando viram que seu Nanô começou a distribuir os ovos que havia comprado à todas as crianças da Oiticica, sem fazer qualquer discriminação. Na porta da casa do velho, na tarde da quinta-feira santa, tinha mais menino em busca de ovos que na missa do lava-pés. Seus filhos ficaram tristes porque não puderam pegar nenhum ovo. Souberam tarde demais, mas ele se comprometeu a falar com seu Nanô e, caso ainda tivesse algum, iria pedir. Que a ação de seu Nanô foi tão comovente que muitos ficaram sentidos e a maioria simpatizou com a atitude. Um ou outra falou que era um milagre, afinal o acontecimento se dava na semana santa, no ano que Deus já havia acabado com a pandemia e estava de bem com o povomandando chuvas ao sertão. Que essas não foram as únicas conversas que ouviu. Também soube de pessoas dizendo que era psicológico, quando o homem está diante da morte fica com a consciência mais pesada, ocasionando mudanças no fim da vida. Dona Ritinha de Deoclécio falou a ele que aquilo só podia ser fruto de uma paixão escondida. Ouviu também o boato que Zé de Luzia, o vereador local, havia falado com o prefeito para fazer uma homenagem a seu Nanô, que tanto estava fazendo pelas crianças da Oiticica num ano tão difícil. Que soube de todo esse rebuliço e não sabia explicar o que realmente levou seu Nanô a fazer o que fez, mas começou a desconfiar, no domingo de páscoa, quando as crianças mais novas começaram a morrer. A coisa ficou feia com os pais desesperados, sem saber o que fazer, colocando a culpa numa nova pandemia. Que já haviam morrido oito crianças. Que tudo piorou e começou a fugir do controle quando alguém divulgou no grupo do WhatsApp que o médico legista diagnosticou que as crianças morreram por infecção ou, mais grave, por envenenamento. Assim que isso começou a ser divulgado, as pessoas suspeitaram logo de seu Nanô e correram à casa dele, para atear fogo com o velho dentro. Que isso só não aconteceu porque a guarda local acalmou a população. Que o depoente foi um dos primeiros a chegar ao local e chamou pelo suspeito, mas nada ouviu em resposta, e repetiu várias vezes, com batidas fortes na porta e na janela lateral. Que, incentivado por populares e pela guarda municipal, adentrou o recinto pela janela lateral, e, por conta disso, foi ele quem encontrou seu Nanô morto, com o seguinte bilhete: “não quis chegar lá sozinho, por isso levei alguns anjinhos comigo”. Era o que tinha a relatar.

Ayala Gurgel é escritor, professor da Ufersa, doutor em Políticas Públicas e Filosofia, além de especialista em saúde mental

*O texto faz parte do livro homônimo e tem como desafio transformar a escrita ordinária, informal, em literatura, tal como os clássicos fizeram com as cartas (criando a literatura epistolar). Veja abaixo, links para as postagens anteriores:

Leia tambémDepoimento (02/02/2025)

Leia tambémDepoimento II (09/02/2025)

Leia tambémDepoimento III (16/02/2025)

Leia tambémDepoimento IV (23/02/2025)

Leia tambémDepoimento V (02/03/2025)

Leia tambémDepoimento VI (09/03/2025)

Leia tambémDepoimento VII (16/03/2025)

Leia tambémDepoimento VIII (23/03/2025)

Leia tambémDepoimento IX (30/03/2025)

Leia tambémDepoimento X (06/04/2025)

Leia também: Depoimento XI (13/04/2025)

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Categoria(s): Conto/Romance
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
domingo - 20/04/2025 - 07:40h
Cultura e arte

Cine Escola Itinerante leva cinema e oficinas audiovisuais às escolas

Banner de divulgação

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O coletivo audiovisual Buraco Filmes inicia a circulação do projeto Cine Escola Itinerante. É uma iniciativa contemplada com recursos da Lei Paulo Gustavo, operacionalizadas pelo Governo do Estado do RN, com objetivo promover o acesso ao cinema e incentivar a produção audiovisual entre jovens estudantes de escolas públicas.

Ao longo de dois dias na próxima semana, 22 (terça-feira) e 23 (quarta-feira), o projeto levará curtas-metragens produzidos pelo coletivo a três instituições de ensino da região: a Escola Estadual Cunha da Mota, a Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel e a Escola Municipal José Targino da Silva, essa última localizada na zona rural de Serra do Mel.

No primeiro dia de ação, os estudantes terão a oportunidade de assistir aos filmes em sessões especiais realizadas dentro das próprias escolas e trocar ideia com parte da equipe e do elenco dos filmes. Já no segundo dia, a equipe do Buraco Filmes retorna às instituições para realizar oficinas de produção audiovisual, voltadas para alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

A proposta é estimular o olhar crítico e criativo dos jovens, além de aproximá-los do universo da linguagem audiovisual como forma de expressão e cidadania.

Mais informações sobre o projeto e o coletivo Buraco Filmes podem ser obtidas pelo e-mail buracofilmes@gmail.com ou pelas redes sociais @buraco.filmes.

Nota do Blog – Excelente sacada. Aplausos, gente!

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Categoria(s): Cultura
domingo - 20/04/2025 - 07:02h

Educação Ambiental e Utopia – caminhos para um futuro sustentável

Por Zildenice Guedes

Foto ilustrativa Gov.Br

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O termo Educação Ambiental tem sua origem na evolução da questão ambiental, que despontou em meados da década de 1960. De lá para cá, muita coisa mudou, e muitas questões passaram a se colocar como urgentes. O sentimento identificado nas primeiras conferências internacionais voltadas à discussão sobre a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento para a humanidade era de que era preciso considerar a escassez dos recursos naturais e, diante disso, o comprometimento desses recursos para as futuras gerações.

Foi nesse contexto que se definiu o conceito de Desenvolvimento Sustentável, proposto pela Comissão Brundtland, conhecido como “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório Brundtland”, instituído pela referida comissão no ano de 1987. Duas questões precisam ser consideradas: a primeira é que estava evidente, já no início das discussões, que o modelo de desenvolvimento consolidado pelos países desenvolvidos não poderia ser adotado pelos países em desenvolvimento. A ideia de “crescimento a todo custo” mostrava-se, de fato, insustentável — sem contar as grandes tragédias ambientais que marcaram esse processo histórico.

Diante disso, tornou-se urgente repensar e buscar um novo modelo de desenvolvimento, que fosse viável para as futuras gerações, que não comprometesse o acesso aos recursos naturais, bem como a possibilidade de usufruir de um planeta que passava a ser percebido sob outra perspectiva. Essa nova visão foi proposta pelo cientista inglês James Lovelock, em 1979, com o conceito de Gaia — a Terra como um organismo vivo, mãe de todas as espécies, inclusive da humana.

A Educação Ambiental emerge nesse contexto com um propósito fundamental: reconhecer que não haverá Desenvolvimento Sustentável se não educarmos as pessoas para estabelecerem uma nova relação com a natureza. Nesse sentido, é necessário compreender que a natureza não pode ser reduzida apenas à sua função de fornecedora de recursos para a espécie humana. Este planeta é a casa de inúmeras outras espécies e formas de vida, das quais nós, seres humanos, dependemos — e isso é importante ressaltar.

O autor Eli da Veiga (2015) afirmou que o conceito de Desenvolvimento Sustentável está profundamente relacionado à utopia, à nossa capacidade imaginativa de criar outros futuros possíveis. Tenho refletido sobre isso e concordo com seu pensamento. Afinal, qual o sentido de discutir Desenvolvimento Sustentável ou Sustentabilidade, se não for para questionar as múltiplas crises que enfrentamos e, a partir disso, nos movermos em direção a um futuro viável para as pessoas e para as demais espécies neste planeta — que é nossa casa comum? Apesar disso, somos reiteradamente tomados por um pensamento reducionista, que insiste em ignorar a nossa interdependência com os outros seres vivos.

A Educação Ambiental sempre foi urgente e necessária e no momento presente ela se coloca como imperativa. Ao pensarmos nas cidades e nos territórios que temos — e naqueles que queremos —, certamente a Educação Ambiental atravessa essas reflexões. Está diante de nós o fato de que as mudanças climáticas e seus efeitos já chegaram, e as consequências são cada vez mais intensas e desafiadoras. As cidades e as áreas rurais precisam ser espaços de promoção da qualidade de vida, o que passa necessariamente pela Educação Ambiental — por refletirmos sobre como cuidamos do que está ao nosso redor e do qual fazemos parte.

Não é mais possível negligenciar o fato de que nós, seres humanos, somos natureza. Por isso, é necessário um esforço coletivo para que tenhamos cidades e zonas rurais mais arborizadas, corpos hídricos livres de contaminação por dejetos e resíduos das ações humanas, além de áreas de lazer que favoreçam o contato humano com a natureza, numa perspectiva de interação e valorização do capital natural, simbólico e cultural presente nesses espaços.

Concordo com Yuval Harari quando afirma que a maior habilidade que precisamos desenvolver neste século tão desafiador é a cooperação. Acredito profundamente nisso. E acredito, ainda, que a efetividade da Educação Ambiental nos impõe esse sentimento de responsabilidade compartilhada. Sim, deve ser responsabilidade de todas as pessoas.

Se podemos ser otimistas ou utópicos — bem, comecei este texto falando em utopia e não poderia encerrá-lo sem voltar a ela. Afinal, não considero que estou concluindo, mas sim convidando outras pessoas a se inquietarem e refletirem sobre como, numa perspectiva colaborativa, podemos contribuir para a efetividade e o fortalecimento da Educação Ambiental. Mesmo sendo utopia, ela é extremamente necessária para tempos tão desafiadores.

Ressalto que o convite à utopia, aqui proposto, é um chamado para sairmos da inércia e do lugar em que estamos, para fazer ecoar nossa voz de forma que outras se juntem a ela — e, assim, possamos ser parte do futuro possível que desejamos para este planeta, que é a nossa casa. Nossa única casa.

REFERÊNCIA:  VEIGA, José Eli da. Para entender o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: editora 34, 2015.

Zildenice Guedes é pós-doutora em Ciências Ambientais – Ufersa, doutora em Ciências Sociais – UFRN, mestre em Ambiente, Tecnologia e Sociedade – Ufersa e professora da Uern

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Categoria(s): Artigo
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
domingo - 20/04/2025 - 06:22h

Sem verbos

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa do Freepik

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial do Freepik para o BCS

Sábado de aleluia. Avenida Presidente Dutra. Os dois naquele trecho entre uma ponte e a outra. Primeiras horas da manhã. Comércio ainda fechado. Pouco fluxo de veículos. Ali sentado em uma calçada um idoso com seu cãozinho tristonho e felpudo. Duas vidas sem amparo algum. Mendigo de barbas e cabelos longos e brancos. A noite dormida naquela calçada úmida entre cobertores sujos com aquele cachorrinho. Ambos sob a marquise de uma loja de móveis caros. Expostos à cruviana, ao vento frio da madrugada, às adversidades ao redor. Companheiros de privações e desventuras. Desassistidos, vulneráveis. Há quanto tempo sem um banho? Decerto vários dias. Indivíduo com mais ou menos setenta anos. Pele branca, rosto vincado.

Semana santa infernal para muita gente em tais condições, à margem da sociedade, na sarjeta. Alguns com tanto e tantos sem nada. Sociedade predatória, desigual. A partilha do pão? Uma falácia! Mundo impiedoso com os sem-teto, os desvalidos, elementos invisíveis aos olhos da grande maioria da população abastada e insensível aos irmãos tragados pela miséria. Vida excruciante, severa, perversa.

Cidadãos vítimas do caos profundo, pessoas mergulhadas no abismo de suas existências miserandas, desesperançadas, sem voz e sem verbos. Nesta importante avenida de Mossoró, um retrato nu e cru do desmantelo social: um velho e o seu cão entregues ao deus-dará. O Deus do Céu talvez alheio a esse panorama dramático. Muitas coisas, muitos problemas para “Aquele que tudo pode”. Sim, uma calamidade complexa, soluções difíceis até mesmo se nas mãos do Todo-Poderoso.

Um pobre homem e seu inocente e pequenino cão destroçados pelas colossais engrenagens deste sistema avaro, ignorados por cristãos e protestantes materialistas, de espíritos azinhavrados. Cadê aquela ecumênica historinha de liberdade, igualdade e fraternidade? Frase embusteira, vazia, demagógica. A miséria, o abandono e a fome às escâncaras debaixo de viadutos, nas calçadas, nos bancos de praças. Nenhum de nós responsável por nada disso. Cada qual com os seus projetos e prioridades, com nosso umbiguismo arraigado, individualista, sem dó, sem compaixão.

De quando em quando uma espécie de remorso, imenso constrangimento atravancado na minha consciência. Vergonha do meu hipotético status de ser humano, de filho de Deus, de irmão dos meus irmãos mais necessitados. Não, obviamente, desses irmãos sem ao menos um pão duro a cada dia. Igual àquele desvalido exposto ao relento na Presidente Dutra, em situação degradante àquela hora da manhã de ontem (sábado de aleluia), invisível em uma calçada de loja com o seu cachorro melancólico. Por que, meu Deus, tanta lástima sob os Céus? O poeta condoreiro Castro Alves também sem essa resposta antes de sua partida para o além-túmulo. O Criador, cheio de afazeres até o pescoço, sufocado, impotente diante deste mundo tão cruel.

Provavelmente o Altíssimo já sem forças para esse fardo gigantesco, desmedido. A cada um de nós, no entanto, o dever de boas ações, da divisão de renda, da partilha de alimento, moradia para todos, o mínimo de dignidade. Oh, Senhor, perdão por esta crônica meio zangada em favor desses teus filhos rifados nas ruas, em todo recanto da Terra, desprotegidos, sem guarida, sem vez, sem verbos.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
sexta-feira - 18/04/2025 - 23:50h

Pensando bem…

“Ter amigos é um segundo ser.”

Baltasar Gracián

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sexta-feira - 18/04/2025 - 23:38h
Diesel

Combustível fica mais barato a partir dessa sexta-feira

Associação estima aumento de até 0,25 centavos por litro de gasolina (Foto ilustrativa)

Petrobras destaca que mercado internacional concorre para o recuo (Foto ilustrativa)

A Petrobras anunciou nessa quinta-feira (17) que reduziu o preço do óleo diesel vendido às distribuidoras em R$ 0,12 por litro. O recuo começou nessa sexta-feira (18).

De acordo com a estatal, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor fica em R$ 2,95 por litro.

A Petrobras calcula que haverá uma redução de R$ 0,10 na bomba. Isso porque o diesel fóssil vendido pela estatal às distribuidoras é misturado ao biodiesel, na proporção de 86% fóssil e 14% biocombustível.

A nova redução anunciada deve reverter o aumento de R$ 0,22 implementado em janeiro.

As quedas no preço do petróleo no mercado internacional têm levado às reduções no preço do diesel no Brasil.

A disputa comercial desencadeada pelas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está levando à redução nas estimativas de demanda global por petróleo e à queda no preço do barril.

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Categoria(s): Economia / Gerais
sexta-feira - 18/04/2025 - 23:20h
Liturgia

Diocese fecha programação de Páscoa nesse fim de semana

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A Diocese de Santa Luzia de Mossoró segue na programação do ciclo da Páscoa, liturgia que celebra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Acompanhe abaixo a programação para sábado (19) e o Domingo de Páscoa (20):

DIA 19/04/2025 – SÁBADO SANTO

19h – Vigília Pascal na Noite Santa – Catedral de Santa Luzia (preside Dom Francisco de Sales)

DIA 20/04/2022 – DOMINGO DE PÁSCOA

6h- Missa do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Catedral de Santa Luzia

7h- Missa do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Capela São Vicente

9h – Missa do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Catedral de Santa Luzia

11h- Missa do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Catedral de Santa Luzia

17h- Missa do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Capela de Santa Luzia (Ilha de Santa Luzia)

19h – Missa do Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor – Catedral de Santa Luzia

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Categoria(s): Gerais
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sexta-feira - 18/04/2025 - 22:34h
Lamentável

Advogado e ex-vereador Bertone Marinho falece em Natal

Marinho tinha 41 anos

Marinho tinha 41 anos

O advogado e ex-vereador em Natal, Bertone Marinho, faleceu na manhã desta sexta-feira (18) em sua casa. Tinha 41 anos. Mais uma vítima da depressão.

Ele era filho do ex-prefeito de Canguaretama Jurandy Marinho e Fátima Marinho, além de irmão da ex-deputada estadual Gesane Marinho.

Deixou dois filhos menores de idade.

Nota do Blog – Notícia que a gente detesta divulgar. Que Bertone tenha paz.

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Categoria(s): Gerais / Política
sexta-feira - 18/04/2025 - 21:50h
Política

Mesmo sem Bolsonaro o projeto “Rota 22” é concluído

Encerramento do projeto nessa etapa foi em Apodi (Foto: divulgação)

Encerramento do projeto nessa etapa foi em Apodi (Foto: divulgação)

Encerrando o ciclo de oficinas do Projeto Rota 22 PL RN na região do Médio Oeste, a cidade de Apodi (RN) recebeu nessa quinta-feira (17) o terceiro dia de encontros voltados à escuta popular. Realizado na Arena Hiper, o evento reuniu perto de 30 participantes, entre lideranças locais, representantes do setor produtivo e gestores públicos das cidades de Apodi e Felipe Guerra.

No próximo dia 26, será realizado um seminário voltado para as regiões do Alto e Médio Oeste, na cidade de Pau dos Ferros, consolidando as ideias apresentadas nas discussões.

A iniciativa teve andamento, mesmo com incidente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no fim de semana passado. Ele estava em programação no RN, quando teve delicado problema de saúde. Passou por cirurgia em Brasília, domingo (13).

Durante as discussões, os temas de Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura foram debatidos sob a perspectiva da construção coletiva de soluções para os desafios enfrentados pela região. Entre os participantes, estiveram presentes o vice-presidente do SENAR, Evandi de Souza; o advogado Canindé de Freitas; a fundadora da Associação das Famílias Atípicas de Apodi, AFATA, Leonice Fernandes; a técnica de enfermagem Anarilda; o vereador de Felipe Guerra, Márcio Moraes; e o secretário de Urbanismo de Apodi, Charton Rego.

O Projeto Rota 22 é realizado em parceria com o Instituto Álvaro Valle e sob a liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro e do senador Rogério Marinho. Objetiva ouvir a população, identificar os principais problemas enfrentados pelas regiões e propor soluções que fortaleçam o compromisso do partido com a qualidade de vida dos brasileiros.

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Categoria(s): Política
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
sexta-feira - 18/04/2025 - 20:44h
Luto

Morre o médico José William Rebouças

William Rebouças tinha 70 anos Foto: reprodução)

William Rebouças tinha 70 anos (Foto: reprodução)

Faleceu nesta sexta-feira (18), José Williams Rebouças, 70. Era endoscopista e gastroenterologista, com longo exercício profissional em Mossoró.

Seu velório ocorre no Centro de Velório Sempre.

No sábado (19), às 19h, será cremado no Memorial Vila, em Natal.

Nota do Blog – Um webleitor desde sempre desta página, pessoa que conhecemos há décadas, com reconhecimento médico e social.

Que descanse em paz.

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Categoria(s): Gerais / Saúde
quarta-feira - 16/04/2025 - 22:20h
Administração pública

Prefeita de Parnamirim conhece modelo de gestão de Allyson

Allyson, ladeado por Marcos, recebeu a prefeita aliada (Foto: Célio Duarte)

Allyson, ao lado de Marcos, recebeu a prefeita aliada (Foto: Célio Duarte)

A prefeita de Parnamirim, Professora Nilda (Solidariedade), esteve nesta quarta-feira (16), no Palácio da Resistência, sede da municipalidade mossoroense. O propósito foi conhecer de perto o sucesso da gestão do prefeito Allyson Bezerra (UB), justificou.

Allyson, ao lado do vice-prefeito Marcos Medeiros (PSD), e alguns auxiliares, apresentou à prefeita Nilda importantes programas desenvolvidos em Mossoró como o programa de obras Mossoró Realiza, o Mossoró Cidade Educação e o Jovem do Futuro. Além de cases de sucesso como o Mossoró Sal e Luz, Cidade Junina e Estação Natal, que movimentam a economia local.

Acompanhada de secretários municipais e assessores, Nilda também visitou a Secretaria Municipal de Programas e Projetos Estratégicos. A pasta diferenciada foi capaz de catapultar Mossoró para um patamar de produção, sistematização e agilidade em propostas técnicas, que deram vida a dezenas de obras.

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Categoria(s): Administração Pública
  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
quarta-feira - 16/04/2025 - 19:24h
27 Abril

Encontro marcado com Bia Gurgel no Memorial da Resistência

Banner de divulgação

Banner de divulgação

No domingo (27), às 18h30, o encontro marcado é com a jovem cantora e compositora mossoroense Bia Guegel, de apenas 17 anos.

Ela vai se apresentar no Memorial da Resistência, Centro de Mossoró, situado no Corredor Cultural.

O acesso é gratuito, gente.

A iniciativa é do Banco do Nordeste Cultural Mossoróe apoio da Universidade do Estado do RN.

Cantará músicas autorais e sucessos de artistas consagrados.

Boa ficou conhecida nacionalmente após participar do The Voice Kids, em 2021, programa da Rede Globo de Televisão.

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Categoria(s): Cultura
quarta-feira - 16/04/2025 - 12:50h
Governadoria

Oposição vai dizer se estará dividida para somar pro governismo

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Governo x oposição.

O duelo de sempre, desde sempre, com características diferentes e personagens que nunca disputaram a governadoria do RN.

Deve ser assim o embate pelo voto em 2026.

No governismo, com a enorme dificuldade de apresentar alguém competitivo. Será o secretário de Estado da Fazenda, Cadu Xavier? Talvez, talvez. Certo não está.

Há esperança na superação das dificuldades administrativas, apesar do desgaste da administração Fátima Bezerra (PT). Mesmo assim, a tarefa continuará hercúlea.

Trabalha-se e aposta-se paralelamente num desequilíbrio na oposição, que hoje é muito forte, mesmo não sendo uníssona.

O oposicionismo poderá ter mais de um candidato.a governador? Possível é, mas não é provável. Seria pouco inteligente.

Para o governismo, esse cenário estaria perfeito: racha e dois palanques do outro lado.

A propósito, sobre o gosto amargo de se dividir para fortalecer o adversário, o grupo da governadora Fátima Bezerra entende bem.

Em 2022, as candidaturas ao Senado do ex-prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (então no PDT) e do deputado federal Rafael Motta (no PSB, à epoca), tornaram o ex-ministro Rogério Marinho (PL) viável. Racharam o campo do governo. Marinho é grato até hoje.

A história vai se repetir em sentido inverso?

A oposição dirá.

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Categoria(s): Opinião da Coluna do Herzog / Política
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terça-feira - 15/04/2025 - 23:54h

Pensando bem…

“O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora.”

Mia Couto 

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terça-feira - 15/04/2025 - 23:46h
ALRN

Comissão aprova oito projetos voltados ao autismo

Comissão acolheu os projetos colocados à sua apreciação (Foto: João Gilberto)

Comissão acolheu os projetos colocados à sua apreciação (Foto: João Gilberto)

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte demonstrou sensibilidade e compromisso ao aprovar, na reunião desta terça-feira (15), oito projetos de lei voltados à proteção, inclusão e qualidade de vida das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de suas famílias. A pauta ganha destaque durante o mês de abril, quando o Brasil promove a campanha de conscientização sobre o autismo (Abril Azul).

Entre os projetos aprovados, estão medidas que ampliam direitos e promovem acolhimento às pessoas com TEA e suas famílias. De autoria do deputado Kleber Rodrigues (PSDB), foram aprovadas iniciativas como o “Disque Autismo”, canal para denúncias de negligência e maus-tratos; a criação do TEA MAP RN, um mapa digital com serviços adaptados e acessíveis; e a obrigatoriedade de protocolos de segurança sobre autismo nos cursos de primeiros socorros.

Orientação

Além disso, o parlamentar também propôs projetos para garantir acompanhantes em UTIs, oferecer medicação gratuita para o tratamento do TDAH na rede pública, e assegurar orientação pré-natal sobre TEA.

Outra proposta de grande relevância aprovada foi o Programa de Atenção e Orientação às Mães Atípicas “Cuidando de Quem Cuida”, de autoria do deputado Hermano Morais (PV), que institui centros especializados para apoio psicossocial a mães e cuidadoras de pessoas com deficiência. Na mesma linha de valorização, o projeto da deputada Divaneide Basílio (PT) cria o Selo Empresa Amiga das Mães Atípicas, reconhecendo e incentivando a adoção de práticas inclusivas no mercado de trabalho.

Fechando a lista de projetos aprovados, foi acolhida ainda a proposta da deputada Terezinha Maia (PL) que institui o Programa de Orientação e Informações sobre o Transtorno do Espectro Autista durante o pré-natal. A medida visa oferecer informação precoce e acolhimento às gestantes que possam enfrentar essa realidade no futuro.

A reunião contou com a participação dos deputados Galeno Torquato (PSDB), Terezinha Maia (PL), Dr. Bernardo (PSDB), Dr. Kerginaldo (PL) e da presidente Cristiane Dantas. Além das votações, a comissão recebeu o convite da Secretaria Estadual de Saúde para uma visita institucional ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e tomou ciência do relatório do Seminário sobre Judicialização da Saúde, promovido pelo CNJ e TJRN.

O documento destaca os desafios da população diante da demora na regulação de atendimentos no SUS.

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Categoria(s): Política / Saúde
  • Art&C - PMM - Maio de 2025 -
terça-feira - 15/04/2025 - 22:52h
Areia Branca

Allyson lidera com folga em todos os cenários

Numa das quatro simulações, prefeito passa de 56% (Arte: Grupo TCM)

Numa das quatro simulações, prefeito passa de 56% (Arte: Grupo TCM)

TCM Notícia

A Pesquisa TCM/TSDois apresentou nessa nesta terça-feira (15), a intenção de votos para o Governo do Estado do RN em Areia Branca.

Na pesquisa estimulada foram apresentados quatro cenários. Em todos, o prefeito mossoroense Allyson Bezerra (UB) lidera com grande dianteira.

No primeiro cenário, Allyson Bezerra lidera com 56,1%, não sabem ou não responderam 24,4%, Branco/Nulo são 13,4%. Álvaro Dias (Republicanos) tem 4% e Cadu Xavier (PT) com 2,1%.

No segundo cenário, Allyson Bezerra tem 56,1% da preferência do eleitorado de Areia Branca. Não souberam ou não responderam 20,2%, Branco/Nulo são 12,2%. Rogério Marinho (PL) aparece com 9,4% e Cadu Xavier 2,1%.

No terceiro cenário, Allyson Bezerra surge com 56,1%, não sabem ou não responderam são 20,7%, Branco/Nulo com 12%, Rogério Marinho tem 9,4% e Walter Alves (MDB) 1,9%.

E no quarto cenário, Allyson Bezerra alcança 56,1% da preferência dos eleitores de Areia Branca, não souberam ou não responderam são 24,9%, Branco/Nulo batem em 12,9%, Álvaro Dias amealha 4% e Walter Alves foi lembrado por 2,1%.

Espontânea

Na pesquisa espontânea, 52,6% dos entrevistados não souberam ou não responderam. Allyson Bezerra aparece com 29,6%. Branco/Nulo são 10,8%. Rogério Marinho 3,19%. Outros 2,8%, Álvaro Dias com 1,2%, Cadu Xavier e Walter Alves também são citados.

Rejeição

No quesito rejeição, 31,7% dos eleitores de Areia Branca não souberam ou não responderam. Álvaro Dias e Rogério Marinho tem rejeição de 14,6% e Cadu Xavier tem rejeição de 14,3%. Walter Alves tem 12,2% e Allyson Bezerra 9,4%. Votaria em qualquer um são 9,4% e não votaria em nenhum 9,2%.

Perfil da pesquisa 

Foram entrevistados 426 eleitores de Areia Branca, no dia 12 de abril de 2025. A metodologia utilizada foi pesquisa quantitativa, que consiste na realização de entrevistas pessoais (domiciliares e em lugares preestabelecidos de considerável fluxo), com aplicação de questionário digital estruturado junto a uma amostra representativa do eleitorado.

O nível de confiança utilizado é de 95% – isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a atual conjuntura, considerando a margem de erro máxima estimada do modelo aleatório simples que é de 4,6 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Categoria(s): Política
terça-feira - 15/04/2025 - 21:40h
Areia Branca

Prefeito tem primeiros 100 dias com aprovação

Números do TSDois (Arte: Grupo TCM)

Números do TSDois (Arte: Grupo TCM)

TCM Notícia

A pesquisa TCM/TSDois trouxe nesta terça-feira (15), o levantamento sobre a avaliação da gestão dos 100 dias do prefeito Manoel Cunha Neto (UB), o “Souza”, à frente da Prefeitura de Areia Branca.

Os que consideram a gestão ótima correspondem a 18,8%. Os que avaliam como boa são 38,3%. Os que consideram regular são 25,1%. Já os que avaliam a gestão como ruim são 10,6%. Os que consideram péssima são 4,7%. Não sabem/não responderam 2,6%.

No quesito aprova ou desaprova, os que aprovam são 73,5%. Já os que desaprovam são 21.1%. Não sabem/não responderam 5,4%.

Perfil da pesquisa 

Foram entrevistados 426 eleitores no dia 12 de abril de 2025. A metodologia utilizada foi pesquisa quantitativa, que consiste na realização de entrevistas pessoais (domiciliares e em lugares preestabelecidos de considerável fluxo), com aplicação de questionário digital estruturado junto a uma amostra representativa do eleitorado.

O nível de confiança utilizado é de 95% – isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a atual conjuntura, considerando a margem de erro máxima estimada do modelo aleatório simples que é de 4,6 pontos percentuais para mais ou para menos.

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  • Art&C - PMM - Abril de 2025 - 04-05-2025
terça-feira - 15/04/2025 - 20:00h
Aneel

Conta de energia elétrica terá redução ainda esse mês

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), responsável pela regulamentação do setor elétrico no país, definiu as novas tarifas de energia elétrica que irão vigorar a partir do dia 22 de abril para os mais de 1,6 milhão de clientes atendidos pela Neoenergia Cosern.

O índice médio do reajuste tarifário anunciado pela Aneel foi de -0,32%. Para a baixa tensão, que inclui a maior parte dos clientes residenciais, o efeito médio será de -0,33%. A variação percebida pelos clientes atendidos em alta tensão, como indústrias e comércio de médio e grande porte, será de -0,30%.

Os custos de encargos setoriais estão contribuindo com 2,55% no índice de reajuste e os custos com transmissão e geração de energia com -0,20% no índice, totalizando 2,35%. Os custos de componentes financeiros tiveram efeito de -5,09% no índice final.

Composição

Na composição da tarifa, a parte que compete à distribuidora apresenta o menor impacto. Do valor cobrado na fatura, 38,2% são destinados para pagar os custos com a compra e transmissão de energia. Os tributos (encargos setoriais e impostos) continuam tendo uma grande participação nos custos da tarifa de energia elétrica, representando 32,4% do total.

A distribuidora fica 29,4% do valor pago pelos consumidores potiguares para cobrir os custos de operação, manutenção, administração do serviço e investimentos. Isso significa que, para uma conta de R$ 100,00, por exemplo, R$ 29,40 são destinados efetivamente à empresa para operar, manter e expandir todo o sistema elétrico nas 167 cidades atendidas pela distribuidora.

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Categoria(s): Gerais
terça-feira - 15/04/2025 - 19:12h
Natal

Política é nossa pauta no “Jornal 91” da FM 91.9

Marcos Alexandre e Breno Diego: Jornal 91

Marcos Alexandre e Diego Breno: Jornal 91

A gente vai bater papo nessa quarta-feira (16) na 91.9 FM de Natal.

Convite para falarmos sobre política, a partir das 7h00 no “Jornal 91.”

Conversa com Marcos Alexandre e Diego Breno.

Então, tá.

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Categoria(s): Comunicação / Política
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