Seria interessante que após o recuo das águas, aplacado o chororô, a gente abrisse esse debate. Não entendo por que decretar estado de calamidade pública. Os prefeitos esquecem a gastança fácil que promoveram. Agora querem socorro a custo zero.
Milhões são enterrados na festança carnavalesca, iludindo a patuléia tola e fazendo a alegria de uma minoria. A regra do "pão e circo", mais do que milenar, continua valendo em pleno século XXI.
Há mais de 2 mil anos, na Pérsia, o poderoso Ciro aprisionou o inimigo Creso, rei da Lídia. Para conter a revolta de uma multidão na capital desse reino, Sardes, ele agiu de forma rápida e incisitva.
Ciro determinou abertura e acesso gratuito a bordéis, tabernas (bares), áreas para jogos e festas. Foi o suficiente para terminar a rebelião da massa. Deixaram em segundo plano a soltura e volta de Creso ao reino.
É da natureza humana a ilusão com festim.























“Seus doutores governantes da nossa grande nação
O flagelo das enchentes é de cortar coração
Muitas famílias vivendo sem lar, sem roupa, sem pão
A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó
Seca sem chuva é ruim…”
SECA D’ÁGUA
(criação coletiva sobre poema de Patativa do Assaré)
Raimundo Fagner – 1985
Mas seca d’água é pior.