quinta-feira - 03/04/2008 - 01:12h

Passado fortalece indicação de Ruth a vice de Fafá

A acomodação de parentes no serviço público, que na gestão da prefeita Fafá Rosado (DEM) atingiu os píncaros, nunca foi endemia pelas mãos do ex-deputado estadual Carlos Augusto (DEM). Ele não chega a ser um exemplo, mas existem situações em que pelo menos tentou pensar e agir diferente.

Dois episódios revelam que a tentação do nepotismo sempre permeia o poder.  Eles talvez ajudem a  indicar o caminho à escolha do vice, na chapa da prefeita Fafá.

Episódio Um: Em 1988, passada a primeira eleição da pediatra Rosalba Ciarlini (DEM) à Prefeitura de Mossoró, Carlos cuidou diretamente de montar a equipe de governo. Ladeado pela mulher, no gabinete de trabalho do jornalista e diretor da Gazeta do Oeste, Canindé Queiroz, um dos principais articuladores da campanha vitoriosa, Carlos foi repreendido.

– O que é isso, Carlos? Nem o nome do irmão da prefeita está aqui – resmungou Canindé, em seu amplo gabinete da antiga indústria têxtil Fitema.

O nome esperado por Canindé, mas eliminado na formação da equipe, era o do engenheiro Pedro Ciarlini Neto. Com o olhar de concordância, mas silente, de Rosalba, Carlos e o jornalista começaram a dialogar sobre o porquê do veto.

O então deputado estadual não achava conveniente lotear o poder público com parentes. Canindé venceu o duelo, considerando necessária a presença de Pedro Ciarlini numa pasta estratégica, pela experiência e grau de confiança.

Carlos cedeu, para alívio e sorriso de contentamento da própria Rosalba. Pedro transformou-se num operoso secretário de Urbanismo e Obras.

IRMÃ

Episódio Dois: Em outro momento, em 1998, Carlos – afastado da amizade e relação de trabalho com Canindé Queiroz, encontrou outra recalcitrância à sua vontade. A própria Rosalba, prefeita pela segunda vez, fincou pé. Cobrou que sua irmã, Ruth, fosse lançada à Assembléia Legislativa.

– Por que, Mãinha? – indagou em cobrança o próprio Carlos Augusto, usando o tratamento carinhoso que conserva, em relação à Rosalba. A resposta dela foi esclarecedora: "Porque é minha irmã!"

A princípio, Carlos tinha pensado em nomes como o vereador Chico Borges (DEM) e o economista Elviro Rebouças (DEM), amigos de longas datas, para à postulação. Ambos declinaram do assédio-convite.

Sobrou para Ruth, pela pressão da prefeita e recusa das outras opções. Um pouco antes, Rosalba já tinha vencido a vontade de Carlos, puxando a própria Ruth para sua administração, a segunda à frente da Prefeitura de Mossoró.

A contragosto do marido, "eminência corada" do governo e do grupo, ela assinou portaria nomeando a irmã em 1997, como a primeira presidente da Fundação de Geração de Emprego e Renda (FUNGER) do município.

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