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terça-feira - 01/02/2022 - 12:26h
Escândalo

Pastor é acusado de abuso sexual e explorar serviço escravo por 32 anos

De costas, mulher presta depoimento sobre sua vida; defesa do pastor contesta denúncia (Foto: reprodução)

De costas, mulher presta depoimento sobre sua vida; defesa do pastor contesta denúncia (Foto: reprodução)

Por Leonardo Sakamoto e Piero Locatelli (Do UOL)

Uma mulher que trabalhava há 32 anos como empregada doméstica foi resgatada da residência de um pastor em Mossoró (RN). Segundo auditores fiscais do trabalho, ela chegou ao local ainda adolescente, com 16 anos, e sofreu abuso e assédio sexual do empregador. Geraldo Braga da Cunha, da Assembleia de Deus, nega as acusações.

Uma denúncia anônima chegou ao Ministério do Trabalho e Previdência através da conta @trabalhoescravo no Instagram, mantida pelo Instituto Trabalho Digno. Uma equipe do grupo especial de fiscalização móvel, coordenada pela Inspeção do Trabalho em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal e a Defensoria Pública da União, foi enviada para verificá-la na semana passada.

Constataram que Maria (nome é fictício para proteger a vítima) era responsável pelos serviços domésticos e recebia em troca moradia, comida, roupa e alguns presentes. Mas nunca teve salário ou conta bancária, nem tirava férias ou interrompia os afazeres nos finais de semana. A fiscalização considerou a ocorrência de trabalho forçado, condições degradantes e jornadas exaustivas.

“Famílias ‘pegam meninas para criar’, gerando uma relação de exploração. É uma prática comum na região, infelizmente”, explica a auditora fiscal do trabalho Gislene Stacholski, que atuou a investigação da denúncia.

O UOL procurou o pastor, apontado como empregador. Chamando a situação de “pseudo caso de escravidão doméstica e abuso sexual”, seus três advogados assinam nota negando com veemência as acusações. E afirmam que ele está à disposição da Justiça para esclarecimentos que provarão sua inocência.

Para a defesa, a fiscalização levou à imprensa “informações manipuladas que interessam apenas a quem acusa”, promovendo uma “ação midiática” em “data convenientemente próxima ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo” – que foi celebrado no dia 28 de janeiro.

‘Como se fosse uma filha’

A auditora Marina Cunha Sampaio, que coordenou a ação em Mossoró, afirma que o empregador, a empregadora e os quatro filhos discordaram da caracterização de trabalho análogo ao de escravo uma vez que, segundo eles, Maria era tratada ‘como se fosse uma filha’ desde que chegou à casa.

A família é de baixa renda e vive em uma casa humilde. A trabalhadora dividia os mesmos espaços com todos até que, na pandemia, o pastor e sua esposa se mudaram para a casa pastoral, na vizinha Açu, voltando, de tempos em tempos, à antiga residência.

“A despeito de uma filha também ajudar nas tarefas domésticas, a vítima prestava um serviço diário, cuidando da casa e ajudando na criação dos filhos do casal”, afirmou a coordenadora da operação. Maria desistiu de estudar antes de terminar o primeiro ciclo do ensino fundamental.

De acordo com a fiscalização, o casal nunca cogitou uma adoção formal da “filha”. O pastor chegou a avaliar, há alguns anos, que fosse pago um salário a ela, o que não aconteceu. Mas recolheram o INSS durante algum tempo. O que contribuiu para o reconhecimento de vínculo trabalhista.

Marina Sampaio diz que o pastor afirmou que teve um “relacionamento consensual” com a empregada e que partiu dele a iniciativa de procura-la. Mas em depoimento, Maria disse que tinha “nojo” do empregador e que fugia dele na casa. Abusos e assédios sexuais teriam durado dez anos.

“Ela não teria como consentir ou não com relações sexuais porque estava na situação vulnerável de alguém que é reduzido à condição análoga à de escravo. Consideramos que foram relações de abuso”, afirma a coordenadora da ação.

A auditora avalia que a família ficou sabendo que isso ocorria, mas manteve as aparências. “A empregadora ainda disse que perdoava a trabalhadora por conta da relação com o marido, ignorando a situação de exploração ao qual ela a submetia.”

Veja matéria completa AQUI.

Nota do Canal BCS – Nauseante essa história. Difícil não acreditar nesse enredo, mesmo que saibamos que o acusado e familiares devem ter amplo direito à defesa.

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Categoria(s): Gerais

Comentários

  1. Fernando diz:

    Só uma palavra…..Canalha.

  2. João Claudio diz:

    Três ‘adevogados’ já foram contratados por um dos donoa da imobiliária. O bordão de ambos é um só:

    É A ALMA VIVA MAIS INOCENTE DA TERRA.
    MARIA ERA UMA TIDA COMO UMA FILHA E ‘DEU’ PORQUE QUIS.

  3. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAUJO diz:

    A chaga secular chaga do processo escravista com todas as suas mazelas de ordem social, econômica e cultural, conforme se verifica, continua aberta e, infelizmente, ainda sendo objeto de perpetuação, sobretudo de parte dos chamados homens de bem, religiosos de todas matizes, especialmente inserto no espectro conhecido evangelismo/pentecostalismo Tupiniquim e sua sanha capitalista da mais valia de uso e abuso junto àqueles que em sua ignorância e ingenuidade não tem como se defender dos Malafaias da Vida, Edis Macedos da Vida, RR Soares da Vida, Valdemiro Santiago e João de Deus da vida, para me deter e ficar apenas nos mais conhecidos charlatães e pseudo religiosos que infestam nossa dita Pátria Mãe Gentil.

    Respeito profundamente os que exercitam essa fé cega e tradicional, todavia, quanto mais nos aprofundamos sobre o assunto religião X sociedade, mais e mais temos convicção, de que tristemente , a religião, sobretudo na américa latina, basicamente serve as estruturas de poder autoritário e fundamentalista, com um só intuito, eternizar o escravismo e de todas as formas impedir que as pessoas tenham acesso ao conhecimento suficiente para poder gradativamente se libertar das amarras do obscurantismo político e do medievalismo religioso e, sobretudo do imobilismo social.

    A eleição do Neo_nazifascista Jair Messias Bolsonaro é deveras uma demonstração patente e triste do que estou analisar. Observem que as falácias e Mentiras “Deus, Pátria, família e Liberdade, sempre estiveram no âmago da propaganda política e dos processo estratégicos e métodos obscurantistas vinculados ao Fascismo na Itália de Mussolini, ao Franquismo na Espanha e, maiormente ao Nazismo do Terceiro Reich na Alemanha ,mormente no bojo do regime que desencadeou a Segunda grande Guerra Mundial.

    Muito provavelmente esse senhor que está sendo objeto de investigação e acusação de parte do Ministério do trabalho, é adorador e eleitor cativo do Bolsonarismo latente, o qual, infelizmente, ainda infesta, infecta e contamina corações e mentes de muitos brasileiros de todos os estamentos sociais.

    Não esqueçamos que todas as instituições que combatem direta e indiretamente a degradação ambiental, a falta de tranparências no âmbito dessas mesmas instituições e do governo como um todo, sobremodo as instituições que combatem o processo escravista ainda latente em nosso país, foram e continuam sendo, todas elas sucateadas, seus funcionários e servidores perseguidos, quando não fechadas pelo atual e obscuratnista governo de Jair Messias Bolsonaro.

    Diante desses fatos, afirmo sem medo de errar, essa ocorrência que demarca flagrante de escravidão doméstica, infelizmente, não é uma exceção no âmbito das chamadas famílias tradicionais tendo á frente os chamados homens de bem, brancos e por vezes de olhos azuis, os quais em seu escrachado medievalismo cristão, seu reacionarimso político e fundamentalismo religioso, de tudo fazem , continuam a fazer ao arrepio da lei. Ainda assim, continuam a verberar supostas justificativa, mormente quando flagrados na ignomoniosa teia do crime de escravidão doméstica.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO
    OAB/RN. 7318.

  4. Fabio Salviano diz:

    Para mim igreja é uma empresa, pastor é homem de negócios. Ele vende um produto chamado fé, que não tem custos, e do lucro não se paga imposto. Quanto aos colaboradores do templo, voluntários, sem encargos trabalhistas. Devido a esse fato abrem-se mais igrejas que empresas, tem bairros que possuem umas 5 em um raio de menos de 1 km. Deixando bem claro que essa é minha visão pessoal, não estou fazendo nenhuma apologia ou manifestação contra a liberdade religiosa!

  5. Fernando diz:

    Depois da farofada o gado atingiu a imbecilidade de rebanho.

  6. heytor george diz:

    Chico Lopes: Quem é o cantor, pastor ?
    O cantor, opa, o Pastor vai pregar uns dias na cadeia, que não se tratar só de trabalho análogo a escravo, mas também, estupro já que teve relação sexual sem o consentimento da vitima, muito embora o cantor, pastor afirme que foi consensual.

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