DESABAFO
Ah, meu caro amigo. Ah, meu bom e paciente amigo.
E você me viu, sentado, neste banco de praça. E viu o meu desânimo.
É que tem dia que bate uma dor mais doída, daquela que vai cortando devagarzinho, moendo, como se estivesse nos esmagando com prazer, sadicamente. E vai nos transformando num sei lá, como se somente o vazio ficasse dentro de nós.
E sentimos o cansaço da vida, a revolta dos julgamentos em que a defesa foi negada.
Somente um gosto amargo fica em nossa boca.
Talvez estejamos cansados do caminhar sem norte.
Ou, talvez, quem sabe, tornou-se entediante o eterno assistir ao crescimento dos maus.
E por que isto sempre acontece? Por que o final é sempre o mesmo?
Atente meu caro amigo, atente para o fato dos maus sempre agirem em bando, enquanto que o bom sempre está sozinho, isolado.
Veja os super-heróis, meu amigo. Sempre sozinhos.
Ah, o Batman e o Robin?
Certo, mas viu o que os maus falam da dupla dinâmica?…
A realidade é que os maus se unem contra o bom. E os bons não se unem para combater o mau.
Não, meu amigo, não estou me referindo à eterna luta entre o bem e o mal, não, não. Falo da silenciosa, às vezes, nem tão silenciosa guerra não declarada dos maus contra o bom.
Bom, sim, pois os maus na sua grande covardia selecionam os bons um a um, para destruí-los. Com toda a certeza inspiram-se nas hienas. Talvez por isto vivam sempre a mostrar os dentes, como se estivessem rindo.
E assim vamos indo, buscando consolo na religião ou fantasiando a realidade, sonhando com um ajuste de contas que, sabemos, jamais acontecerá.
Na televisão um ladrão negro é acusado de ter furtado uma lata de leite num supermercado qualquer e é exibido como troféu pelos seguranças.
E durante mais de 80 segundos este assunto é dissecado pelo apresentador do telejornal.
Engraçado, este mesmo telejornal nunca falou nada do caso Banespa, quando mais de 32 BILHÕES de dólares foram enviados para o exterior de maneira fraudulenta.
Nem sei porque estou a tocar neste assunto.
Jáder e Maluf já estão de volta ao congresso.
E assim seguimos nós, assistindo ao eterno crescimento dos que se locupletam com o dinheiro arrancado sob a forma de impostos de um povo que não tem o que comer.
Será que Deus tirou umas longas e merecidas férias?
Será?
Inácio Augusto de Almeida
Sr. Inácio, por favor, não desanime. Não sinta cansaço da vida. Ainda não é tempo. Reaja!
Veja, temos acertado. Juntos lembramos a falta de estrutura para o recebimento dos médicos estrangeiros, estranhamos o acordo com Cuba. Olhe, dois estão fora.
Hoje é dia de chorar pelo cinegrafista morto covardemente. Hoje é dia de alertar para a insegurança que também vivem os jornalistas, que têm como missão nos informar. É dia de lamentar o cerceamento da imprensa em nossa vizinha Argentina.
Temos o “Nosso” blog. Aqui temos o direito de lutar pela cidadania.
Por favor, queria escrever palavras bonitas para adocicar sua amargura.
Não amar deve ser muito ruim. O amor consegue até colorir a vida.
DESABAFO
Ah, meu caro amigo. Ah, meu bom e paciente amigo.
E você me viu, sentado, neste banco de praça. E viu o meu desânimo.
É que tem dia que bate uma dor mais doída, daquela que vai cortando devagarzinho, moendo, como se estivesse nos esmagando com prazer, sadicamente. E vai nos transformando num sei lá, como se somente o vazio ficasse dentro de nós.
E sentimos o cansaço da vida, a revolta dos julgamentos em que a defesa foi negada.
Somente um gosto amargo fica em nossa boca.
Talvez estejamos cansados do caminhar sem norte.
Ou, talvez, quem sabe, tornou-se entediante o eterno assistir ao crescimento dos maus.
E por que isto sempre acontece? Por que o final é sempre o mesmo?
Atente meu caro amigo, atente para o fato dos maus sempre agirem em bando, enquanto que o bom sempre está sozinho, isolado.
Veja os super-heróis, meu amigo. Sempre sozinhos.
Ah, o Batman e o Robin?
Certo, mas viu o que os maus falam da dupla dinâmica?…
A realidade é que os maus se unem contra o bom. E os bons não se unem para combater o mau.
Não, meu amigo, não estou me referindo à eterna luta entre o bem e o mal, não, não. Falo da silenciosa, às vezes, nem tão silenciosa guerra não declarada dos maus contra o bom.
Bom, sim, pois os maus na sua grande covardia selecionam os bons um a um, para destruí-los. Com toda a certeza inspiram-se nas hienas. Talvez por isto vivam sempre a mostrar os dentes, como se estivessem rindo.
E assim vamos indo, buscando consolo na religião ou fantasiando a realidade, sonhando com um ajuste de contas que, sabemos, jamais acontecerá.
Na televisão um ladrão negro é acusado de ter furtado uma lata de leite num supermercado qualquer e é exibido como troféu pelos seguranças.
E durante mais de 80 segundos este assunto é dissecado pelo apresentador do telejornal.
Engraçado, este mesmo telejornal nunca falou nada do caso Banespa, quando mais de 32 BILHÕES de dólares foram enviados para o exterior de maneira fraudulenta.
Nem sei porque estou a tocar neste assunto.
Jáder e Maluf já estão de volta ao congresso.
E assim seguimos nós, assistindo ao eterno crescimento dos que se locupletam com o dinheiro arrancado sob a forma de impostos de um povo que não tem o que comer.
Será que Deus tirou umas longas e merecidas férias?
Será?
Inácio Augusto de Almeida
Ditto!
Inácio, há tanta gente no escuro e está sobrando luz.
Sr. Inácio, por favor, não desanime. Não sinta cansaço da vida. Ainda não é tempo. Reaja!
Veja, temos acertado. Juntos lembramos a falta de estrutura para o recebimento dos médicos estrangeiros, estranhamos o acordo com Cuba. Olhe, dois estão fora.
Hoje é dia de chorar pelo cinegrafista morto covardemente. Hoje é dia de alertar para a insegurança que também vivem os jornalistas, que têm como missão nos informar. É dia de lamentar o cerceamento da imprensa em nossa vizinha Argentina.
Temos o “Nosso” blog. Aqui temos o direito de lutar pela cidadania.
Por favor, queria escrever palavras bonitas para adocicar sua amargura.